Por que algoritmos das redes sociais estão cada vez mais perigosos, na visãoposso apostar online na loteria a que horaspioneiro da Inteligência Artificial:posso apostar online na loteria a que horas

E, assim, tornam-se "cegas" e indiferentes aos problemas (ou,posso apostar online na loteria a que horasúltima instância, à destruição) que podem causar aos humanos.

Para explicar isso à BBC News Brasil, Russell usa a metáforaposso apostar online na loteria a que horasum gênioposso apostar online na loteria a que horaslâmpada atendendo aos desejosposso apostar online na loteria a que horasseu mestre: "você pede ao gênio que te torne a pessoa mais rica do mundo, e assim acontece - mas só porque o gênio fez o resto das pessoas desaparecerem", diz.

"(Na IA) construímos máquinas com o que chamoposso apostar online na loteria a que horasmodelos padrão: elas recebem objetivos que têmposso apostar online na loteria a que horasconquistar ou otimizar, (ou seja), para os quais têmposso apostar online na loteria a que horasencontrar a melhor solução possível. E aí levam a cabo essa ação."

Mesmo que essa ação seja, na prática, prejudicial aos humanos, ele argumenta.

"Se construirmos a Inteligência Artificialposso apostar online na loteria a que horasmodo a otimizar um objetivo fixo dado por nós, elas (máquinas) serão quase como psicopatas - perseguindo esse objetivo e sendo completamente alheias a todo o restante, até mesmo se pedirmos a elas que parem."

Um exemplo cotidiano disso, opina Russell, são os algoritmos que regem as redes sociais - que ficaram tãoposso apostar online na loteria a que horasevidência com a pane global que afetou Facebook, Instagram e WhatsApp durante cercaposso apostar online na loteria a que horasseis horasposso apostar online na loteria a que horasuma segunda-feira no inícioposso apostar online na loteria a que horasoutubro.

A tarefa principal desses algoritmos é favorecer a experiência do usuário nas redes sociais - por exemplo, coletando o máximoposso apostar online na loteria a que horasinformações possível sobre esse usuário e fornecendo a ele conteúdo que se adeque a suas preferências, fazendo com que ele permaneça mais tempo conectado.

Mesmo que isso ocorra às custas do bem-estar desse usuário ou da cidadania global, prossegue o pesquisador.

"As redes sociais criam vício, depressão, disfunção social, talvez extremismo, polarização da sociedade, talvez contribuam para espalhar desinformação. E está claro que seus algoritmos estão projetados para otimizar um objetivo: que as pessoas cliquem, que passem mais tempo engajadas com o conteúdo", pontua Russell.

"E, ao otimizar essas quantidades, podem estar causando enormes problemas para a sociedade."

No entanto, prossegue Russell, esses algoritmos não sofrem escrutínio o bastante para que possam ser verificados ou "consertados" - dessa forma, seguem trabalhando para otimizar seu objetivo, indiferentes ao dano colateral.

"(As redes sociais) não apenas estão otimizando a coisa errada, como também estão manipulando as pessoas, porque ao manipulá-las consegue-se aumentar seu engajamento. Se posso tornar você mais previsível, por exemplo transformando vocêposso apostar online na loteria a que horasuma eco-terrorista extremista, posso te mandar conteúdo eco-terrorista e ter certezaposso apostar online na loteria a que horasque você vai clicar, e assim maximizar meus cliques."

Essas críticas foram reforçadas no inícioposso apostar online na loteria a que horasoutubro pela ex-funcionária do Facebook (e atual informante) Frances Haugen, que depôsposso apostar online na loteria a que horasaudiência no Congresso americano e afirmou que os sites e aplicativos da rede social "trazem danos às crianças, provocam divisões e enfraquecem a democracia". O Facebook reagiu dizendo que Haugen não tem conhecimento suficiente para fazer tais afirmações.

IA com 'valores humanos'

Russell, porposso apostar online na loteria a que horasvez, detalhará suas teorias a um públicoposso apostar online na loteria a que horaspesquisadores brasileirosposso apostar online na loteria a que horas13posso apostar online na loteria a que horasoutubro, durante a conferência magna do encontro da Academia Brasileiraposso apostar online na loteria a que horasCiências, virtualmente.

O pesquisador, autorposso apostar online na loteria a que horasCompatibilidade Humana: Inteligência Artificial e o Problemaposso apostar online na loteria a que horasControle (sem versão no Brasil), é considerado pioneiro no campo que chamaposso apostar online na loteria a que horas"Inteligência Artificial compatível com a existência humana".

"Precisamosposso apostar online na loteria a que horasum tipo completamente diferenteposso apostar online na loteria a que horassistemasposso apostar online na loteria a que horasIA", opina ele à BBC News Brasil.

Esse tipoposso apostar online na loteria a que horasIA, prossegue, teriaposso apostar online na loteria a que horas"saber" que possui limitações, que não pode cumprir seus objetivos a qualquer custo e que, mesmo sendo uma máquina, pode estar errado.

"Isso faria essa inteligência se comportarposso apostar online na loteria a que horasum modo completamente diferente, mais cauteloso, (...) que vai pedir permissão antesposso apostar online na loteria a que horasfazer algo quando não tiver certezaposso apostar online na loteria a que horasse é o que queremos. E, no caso mais extremo, que queira ser desligada para não fazer algo que vá nos prejudicar. Essa é a minha principal mensagem."

A teoria defendida por Russell não é consenso: há quem não considere ameaçador esse modelo vigenteposso apostar online na loteria a que horasInteligência Artificial.

Um exemplo famoso dos dois lados desse debate ocorreu alguns anos atrás,posso apostar online na loteria a que horasuma discordância pública entre os empresáriosposso apostar online na loteria a que horastecnologia Mark Zuckerberg e Elon Musk.

Uma reportagem do The New York Times contou que,posso apostar online na loteria a que horasum jantar ocorridoposso apostar online na loteria a que horas2014, os dois empresários debateram entre si: Musk apontou que "genuinamente acreditava no perigo"posso apostar online na loteria a que horasa Inteligência Artificial se tornar superior e subjugar os humanos.

Zuckerberg, porém, opinou que Musk estava sendo alarmista.

Em entrevista no mesmo ano, o criador do Facebook se considerou um "otimista" quanto à Inteligência Artificial e afirmou que críticos, como Musk, "estavam pintando cenários apocalípticos e irresponsáveis".

"Sempre que ouço gente dizendo que a IA vai prejudicar as pessoas no futuro, penso que a tecnologia geralmente pode ser usada para o bem e para o mal, e você precisa ter cuidado a respeitoposso apostar online na loteria a que horascomo a constrói e como ela vai ser usada. Mas acho questionável que se argumente por reduzir o ritmo do processoposso apostar online na loteria a que horasIA. Não consigo entender isso."

Já Musk argumentou que a IA é "potencialmente mais perigosa do que ogivas nucleares".

Um lento e invisível 'desastre nuclear'

Stuart Russell se soma à preocupaçãoposso apostar online na loteria a que horasMusk e também traça paralelos com os perigos da corrida nuclear.

"Acho que muitos (especialistasposso apostar online na loteria a que horastecnologia) consideram esse argumento (dos perigos da IA) ameaçador porque ele basicamente diz: 'a disciplina a que nos dedicamos há diversas décadas é potencialmente um grande risco'. Algumas pessoas veem isso como ser contrário à Inteligência Artificial", sustenta Russell.

"Mark Zuckerberg acha que os comentáriosposso apostar online na loteria a que horasElon Musk são anti-IA, mas isso me parece ridículo. É como dizer que a advertênciaposso apostar online na loteria a que horasque uma bomba nuclear pode explodir é um argumento antifísica. Não é antifísica, é um complemento à física, por ter-se criado uma tecnologia tão poderosa que pode destruir o mundo. Eposso apostar online na loteria a que horasfato tivemos (os acidentes nucleares de) Chernobyl, Fukushima, e a indústria foi dizimada porque não prestou atenção suficiente aos riscos. Então, se você quer obter os benefícios da IA, temposso apostar online na loteria a que horasprestar atenção aos riscos."

O atual descontrole sobre os algoritmos das redes sociais, argumenta Russell, pode causar "enormes problemas para a sociedade" tambémposso apostar online na loteria a que horasescala global, mas, diferentementeposso apostar online na loteria a que horasum desastre nuclear, "lentamente eposso apostar online na loteria a que horasmodo quase invisível".

Como, então, reverter esse curso?

Para Russell, talvez seja necessário um redesenho completo dos algoritmos das redes sociais. Mas, antes, é preciso conhecê-los a fundo, opina.

'Descobrir o que causa a polarização'

Russell aponta que no Facebook, por exemplo, nem mesmo o conselho independente encarregadoposso apostar online na loteria a que horassupervisionar a rede social tem acesso pleno ao algoritmo que faz a curadoria do conteúdo visto pelos usuários.

"Mas há um grupo grandeposso apostar online na loteria a que horaspesquisadores e um grande projetoposso apostar online na loteria a que horascurso na Parceria Globalposso apostar online na loteria a que horasIA (GPAI, na siglaposso apostar online na loteria a que horasinglês), trabalhando com uma grande rede social que não posso identificar, para obter acesso a dados e fazer experimentos", diz Russell.

"O principal é fazer experimentos com gruposposso apostar online na loteria a que horascontrole, ver com as pessoas o que está causando a polarização social e a depressão, e (verificar) se mudar o algoritmo melhora isso."

"Não estou dizendo para as pessoas pararemposso apostar online na loteria a que horasusar as redes sociais, nem que elas são inerentemente más", prossegue Russell. "(O problema) é a forma como os algoritmos funcionam, o usoposso apostar online na loteria a que horaslikes,posso apostar online na loteria a que horassubir conteúdos (com baseposso apostar online na loteria a que horaspreferências) ouposso apostar online na loteria a que horasjogá-los para baixo. O modo como o algoritmo escolhe o que colocar no seu feed parece ser baseadoposso apostar online na loteria a que horasmétricas prejudiciais às pessoas. Então precisamos colocar o benefício do usuário como objetivo principal e isso vai fazer as coisas funcionarem melhor e as pessoas ficarão felizesposso apostar online na loteria a que horasusar seus sistemas."

Não haverá uma resposta única sobre o que é "benéfico". Portanto, argumenta o pesquisador, os algoritmos terãoposso apostar online na loteria a que horasadaptar esse conceito para cada usuário, individualmente - uma tarefa que, ele próprio admite, não é nada fácil. "Na verdade, essa (área das redes sociais) seria uma das mais difíceis onde se colocarposso apostar online na loteria a que horasprática esse novo modeloposso apostar online na loteria a que horasIA", afirma.

"Acho que realmente teriam que começar do zero a coisa toda. É possível que acabemos entendendo a diferença entre manipulação aceitável e inaceitável. Por exemplo, no sistema educacional, manipulamos as crianças para torná-las cidadãos conhecedores, capazes, bem-sucedidos e bem integrados - e consideramos isso aceitável. Mas se o mesmo processo tornasse as crianças terroristas, seria uma manipulação inaceitável. Como, exatamente, diferenciar entre ambos? É uma questão bem difícil. As redes sociais realmente suscitam esses questionamentos bastante difíceis, que até filósofos têm dificuldadeposso apostar online na loteria a que horasresponder."

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