Vacinas contra o coronavírus: como o lucro das farmacêuticas alimenta o sigilocomo funciona as apostas do sportingbetcontratos com governos:como funciona as apostas do sportingbet

Vacinacomo funciona as apostas do sportingbetcovid

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Pandemia faz com que a demanda global por vacinas exceda a oferta

O problema é global.

Em resposta a um pedidocomo funciona as apostas do sportingbetinformações no Parlamento Europeucomo funciona as apostas do sportingbetmeadoscomo funciona as apostas do sportingbetnovembro, a comissária da Saúde Estela Kiriakides afirmou: "Devido à natureza altamente competitiva deste mercado, a Comissão não pode divulgar as informações contidas nestes contratos".

E a ministra do Orçamento da Bélgica, Evacomo funciona as apostas do sportingbetBleeker, causou alvoroço após postar no Twitter a listacomo funciona as apostas do sportingbetpreços dos laboratórios com os quais a UE havia negociado. Ela apagou o tuíte.

Reclamações sobre o não cumprimentocomo funciona as apostas do sportingbetcompromissos feitos por algumas fabricantescomo funciona as apostas do sportingbetvacinas estão agora sendo acompanhadas por vozes que exigem maior transparênciacomo funciona as apostas do sportingbetuma questão vitalcomo funciona as apostas do sportingbetsaúde pública.

E a polêmica continua aumentando, principalmente na União Europeia (UE), indignada depoiscomo funciona as apostas do sportingbetser informada que os laboratórios Pfizer e AstraZeneca não terão condiçõescomo funciona as apostas do sportingbetabastecer o bloco com a quantidadecomo funciona as apostas do sportingbetdoses iniciais acordadas.

Segundo fontes da UE citadas pela agênciacomo funciona as apostas do sportingbetnotícias Reuters, isso levou Bruxelas a exigir que as empresas farmacêuticas tornassem públicos os termos dos contratos e ameaçassem controlar as exportaçõescomo funciona as apostas do sportingbetvacinas produzidas na Europa.

Mas por que tanto sigilo?

Uma prática comum

Segundo Jonathan García, especialistacomo funciona as apostas do sportingbetsaúde pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, "isso não é novidade; é frequente que cláusulascomo funciona as apostas do sportingbetconfidencialidade sejam incluídas nos contratos entre os sistemascomo funciona as apostas do sportingbetsaúde dos países e as empresas farmacêuticas".

"Os laboratórios buscam dividir o mercado para poder negociar preços diferenciados com diferentes países", acrescenta.

Isso permite que negociem com os países com basecomo funciona as apostas do sportingbetseus recursos, oferecendo preços mais baixos para os países pobres oucomo funciona as apostas do sportingbetdesenvolvimento e exigindo quantias mais altas dos mais ricos.

A empresa AstraZeneca revelou que a vacina que desenvolveucomo funciona as apostas do sportingbetcolaboração com a Universidadecomo funciona as apostas do sportingbetOxford, no Reino Unido, custará aproximadamente US$ 4 por dose (duas são necessárias). Mas seu caso é excepcional por enquanto.

Além dos preços, as informações sobre produção e logística, e aquelas conhecidas como cláusulascomo funciona as apostas do sportingbetresponsabilidade, muitas vezes são mantidascomo funciona as apostas do sportingbetsigilo.

Elas estipulam limites sobre a responsabilidade dos laboratórioscomo funciona as apostas do sportingbetcasocomo funciona as apostas do sportingbetpossíveis efeitos adversos dos medicamentos e indicam que se houver diferenças, elas não serão resolvidas pelos tribunais nacionais, mas por tribunais arbitrais internacionais especiais.

Vacina da Pfizer

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Pfizer é uma das empresas que cobra sigilo nos contratos

Vozes que pedem maior transparência alertam que a urgênciacomo funciona as apostas do sportingbetdesenvolver uma vacina para uma doença que já ceifou maiscomo funciona as apostas do sportingbet2 milhõescomo funciona as apostas do sportingbetvidascomo funciona as apostas do sportingbettodo o mundo conseguiu levar os governos a aceitar limitações ainda maiorescomo funciona as apostas do sportingbetresponsabilidade.

Na Estratégiacomo funciona as apostas do sportingbetAquisiçãocomo funciona as apostas do sportingbetVacinas publicada pela Comissão Europeia, afirmava-se que "a responsabilidade pelo desenvolvimento e utilização da vacina, incluindo qualquer compensação específica exigida, caberá aos Estados-Membros que a adquiram".

Caso do Peru

Um país da América Latina, o Peru, tornou-se um exemplo notável dos problemas que essa limitaçãocomo funciona as apostas do sportingbetresponsabilidade acarreta para as empresas farmacêuticas.

As negociações do governo peruano com a empresa Pfizer para aquisição da vacina não se concretizaram porque, segundo a ministra da Saúde, Pilar Mazzetti, "foram identificadas algumas cláusulas que exigiam uma análise mais aprofundada para determinar a compatibilidade com as leis e regulamentos peruanos, âmbito que o Estado pode assumir ".

A BBC News Mundo, o serviçocomo funciona as apostas do sportingbetespanhol da BBC, tentou entrarcomo funciona as apostas do sportingbetcontato com a Pfizer, mas não obteve resposta.

A faltacomo funciona as apostas do sportingbetacordo com a Pfizer levou as autoridades peruanas a buscarem outras opções, como a vacina da fabricante chinesa Sinopharm.

Mulher recebe vacina na Hungria

Crédito, EPA

Legenda da foto, Taxacomo funciona as apostas do sportingbetprogresso da vacinação variacomo funciona as apostas do sportingbetpaís para país

Ao contrário do que acontececomo funciona as apostas do sportingbetoutros países da região, como Argentina ou Chile, a vacinação ainda não começou no Peru e as autoridades não conseguiram oferecer um calendário seguro.

Na Colômbia, o governo tem sofrido fortes críticas por ainda não ter começado a vacinar as pessoas e por ter se referido a cláusulascomo funciona as apostas do sportingbetconfidencialidade para justificar porque ainda não poderia oferecer uma data para começar seu programacomo funciona as apostas do sportingbetvacinação.

A confidencialidade dos contratos, porém, tem defensores, baseados, sobretudo, nos chamados "subsídios cruzados". Ao poder cobrar mais dos países ricos, os laboratórios podem oferecer preços acessíveis aos países com menos recursos.

Em entrevista à BBC News Mundo, o economista David Bardey ressalta que, se houvesse transparência nos preços dos medicamentos, "seria mais complicado para os laboratórios cobrarem preços mais altos aos países mais ricos se pudessem praticar preços mais baixos para outros países".

"Se queremos que os países mais desenvolvidos paguem mais, é melhor que os preços não sejam públicos", diz o especialista, que também alerta que as nações mais avançadas estão adquirindo muito mais doses do que precisam porque "seus governos têm uma grande pressãocomo funciona as apostas do sportingbetsua opinião pública e isso os está empurrando para uma espéciecomo funciona as apostas do sportingbetnacionalismo da saúde. "

O direito das empresascomo funciona as apostas do sportingbetlucrar com os grandes investimentos que fazemcomo funciona as apostas do sportingbetpesquisa também é frequentemente referido.

E um terceiro fator são os direitoscomo funciona as apostas do sportingbetpropriedade intelectual. Um especialista espanholcomo funciona as apostas do sportingbetsaúde pública que preferiu não revelar seu nome resume o papel que, emcomo funciona as apostas do sportingbetopinião, os grandes laboratórios ocidentais estão desempenhando: "Eles estão defendendocomo funciona as apostas do sportingbetpatente para impedir que outros fabricem na Índia e vendam a preços mais baixos custo para os países pobres. "

Ursula Von Der Leyen, presidente da Comissão Europeia

Crédito, EPA

Legenda da foto, Ursula Von Der Leyen, presidente da Comissão Europeia, enfrenta o problemacomo funciona as apostas do sportingbetfazer as empresas farmacêuticas cumprirem seus compromissos

Jonathan García diz acreditar que os argumentos a favor da transparência ganham valor no contexto da pandemia.

"Estamos falandocomo funciona as apostas do sportingbetuma emergência globalcomo funciona as apostas do sportingbetsaúde, algo que acontece a cada 100 anos, dado que seriacomo funciona as apostas do sportingbetse esperar que o sistema usasse mecanismos muito mais transparentes e busque um esquema mais cooperativo. Em vez disso, vemos que ainda se busca um mercadocomo funciona as apostas do sportingbetmonopólio e mantendo vantagens nos preços".

As diferenças no acesso às vacinas têm levado o mundo a um riscocomo funciona as apostas do sportingbet"falha moral catastrófica", conforme definido pelo diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, dado que os países mais necessitados vão ter que esperar anos para imunizarcomo funciona as apostas do sportingbetpopulação.

A história das epidemias mostra que não é a primeira vez que isso acontece. Já aconteceu com a poliomielite e a varíola, doenças erradicadas muito antes nos países mais avançados.

Ou com o HIV, que ainda dizima muitas populações africanas quando os pacientes do chamado primeiro mundo viramcomo funciona as apostas do sportingbetexpectativacomo funciona as apostas do sportingbetvida aumentar significativamente graças ao desenvolvimentocomo funciona as apostas do sportingbettratamentos antirretrovirais.

"Os remédios estão disponíveis; o problema são os custos", diz Garcia.

E os paísescomo funciona as apostas do sportingbetrenda média, como a maior parte da América Latina, não podem se dar ao luxocomo funciona as apostas do sportingbetnegociar com os laboratórios a postura exigente da União Europeia, bloco formado por 27 Estados entre os mais desenvolvidos do mundo.

E o Brasil?

No caso do Brasil, o próprio ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, tem criticado os laboratórios por solicitarem a isençãocomo funciona as apostas do sportingbetresponsabilidade, ou seja, as empresas não poderão ser processadas por eventuais reações adversas com as vacinas.

Sócomo funciona as apostas do sportingbetrelação à farmacêutica americana Pfizer, por exemplo, Pazuello já reclamou publicamente duas vezes.

Mas especialistas consultados pela BBC News Brasil também afirma a medida já era esperada no país — e as vacinas que serão distribuídas ao público são seguras, pois foram aprovadascomo funciona as apostas do sportingbettestes clínicos rigorosos.

"A responsabilidade da vacina écomo funciona as apostas do sportingbetquem implementa. É uma política pública. A partir do momentocomo funciona as apostas do sportingbetque o governo compra a dose da vacina e passa a distribuir para o cidadão, aquilo é visto como um ato administrativo. Não tem como tirar a responsabilidade do Estado, passando a responsabilidade para o cidadão", diz o médico e advogado Daniel Dourado, especialistacomo funciona as apostas do sportingbetdireito à saúde.

Para Eurico Correia, médico e mestrecomo funciona as apostas do sportingbetmedicina farmacêutica que trabalhou durante anos na indústria, "nem se devia ter feito muito alardecomo funciona as apostas do sportingbettorno desta cláusula, porque numa situação dessas ela deve ser encarada com normalidade".

*Com informações adicionaiscomo funciona as apostas do sportingbetMartín Rieplcomo funciona as apostas do sportingbetLima (Peru), Carlos Serranocomo funciona as apostas do sportingbetMiami (EUA) e André Shalderscomo funciona as apostas do sportingbetBrasília (Brasil).

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