Coronavírus: Chegar ao pico da curvabetmines downloadcontágio não encerra quarentena, dizem especialistas:betmines download

O pico da curvabetmines downloadcontágio indica que um número máximobetmines downloadpacientes suscetíveis já teve contato com o vírus e que, a partir daí, o Sars-CoV-2 encontrará cada vez menos vítimas. A curvabetmines downloadqueda, portanto, indica que, mantendo-se o isolamento, as infecções devem desaparecer.

Mas a tendênciabetmines downloadqueda não significa a retomada imediatabetmines downloadtodas as atividades. "O retorno deve ser muito cauteloso para evitar que a epidemia volte nas semanas seguintes", diz Sabrina.

Quem está imune ao coronavírus?

A imunidade é um mecanismobetmines downloadresistência a infecções. Quando aparecem novos vírus, como o Sars-CoV-2, esta resposta deve ser adquirida por meio da produçãobetmines downloadanticorpos. "Uma vez que o paciente tenha contato com a infecção, ele se torna resistente a ela", explica o imunologista Ricardo Gazzinelli, presidente da Sociedade Brasileirabetmines downloadImunologia e professor da Universidade Federalbetmines downloadMinas Gerais (UFMG).

A resistênciabetmines downloadcada pessoa varia conforme a infecção.

No caso da gripe comum, por exemplo, as campanhasbetmines downloadvacinação são feitas uma vez por ano porque o vírus sofre transformações neste período. Outros vírus se mantêm mais estáveis e, por isso, a pessoa que já teve algum contato com ele adquire imunidade.

É com base nesta "memória" do corpo humano que a curvabetmines downloadcontágio tem sido estudada. Os especialistas acreditam, baseados no primeiro vírus da Sars,betmines download2002, que quem já entroubetmines downloadcontato com o novo coronavírus não manifestará a doença no futuro.

"Mas nós só vamos ter certeza com a observaçãobetmines downloadquem teve a infecção", pondera Gazzinelli.

Para ele, a melhor formabetmines downloadgarantir a imunidade da populaçãobetmines downloadlarga escala seria uma vacina, solução capazbetmines downloadgerar esta "memória" sem provocar novas infecções. "Quanto mais gente na população for imune, menos transmissões", explica.

Sem vacina e sem isolamento, o cenário, segundo o imunologista, seria catastrófico.

"Se fosse uma infecção suave, dava para todo mundo pegar e ficar imune. Mas, muitas vezes, pode ser grave. Seriam milhõesbetmines downloaddoentes e milharesbetmines downloadmortos. A imunidadebetmines downloadrebanho não funciona na base da infecção. É inadmissível ter isso às custas da infecção", afirma Gazzinelli.

Examebetmines downloadsangue para verificar anticorpos

O governo italiano tem, hoje, seis ensaios clínicosbetmines downloadandamentobetmines downloadbusca do tratamento adequado para a Covid-19. Neles, tem sido possível testar a respostabetmines downloadmedicamentosbetmines downloadvoluntários humanos.

Em entrevista coletiva na noitebetmines downloadsegunda-feira (30), o presidente do Conselho Superiorbetmines downloadSaúde da Itália, Franco Locatelli, informou que um deles é um teste sorológico para o novo coronavírus: um examebetmines downloadsangue capazbetmines downloaddefinir quantos indivíduosbetmines downloaddeterminada região já apresentam anticorpos no sangue.

"Vamos entender a difusão do coronavírus e ganhar informações sobre a imunidadebetmines downloadrebanho, usando dados sólidos para elaborar estratégias fundamentadas que possam reabrir as atividades econômicas do país", disse.

Os primeiros testes começaram a ser feitos nesta semana com os 54 mil servidores da saúde da região Vêneto.

O problema deste examebetmines downloadsangue é que a produçãobetmines downloadanticorpos para o novo coronavírus pode ser lentabetmines downloadrelação ao momento do contágio. Ou seja, uma pessoa infectada pode ter desenvolvido anticorpos e ainda ter o vírus no corpo. E pode, portanto, contagiar outros indivíduos, segundo estudos técnicos anunciados durante a semana tanto pela Associação Italianabetmines downloadMicrobiologistas Clínicos quanto por Giulio Gallera, secretáriobetmines downloadSaúde da região mais afetada pelo vírus, a Lombardia.

Desta forma, o resultado do teste seria confiável dentrobetmines downloaduma pesquisa epidemiológica ampla, por exemplo, mas não serviria para o diagnósticobetmines downloadum indivíduo. Na Itália, o exame considerado seguro é feito com a análise da mucosa da faringe, onde se pode identificar a presença do vírus, não do anticorpo.

Quando acaba a quarentena?

Assim, chegar ao pico do contágio não levará automaticamente ao fim da quarentena e do isolamento social.

O governo italiano tem evitado fazer previsões públicasbetmines downloadquando a curvabetmines downloadcontaminação no país chegará ao pico. Nesta sexta-feira (3), o chefe da Defesa Civil, Angelo Borrelli, disse ao canal estatal Rai 1 "acreditar fortemente" que a quarentena poderá ser estendida até 1ºbetmines downloadmaio. "A situação agora aparenta estar estável, precisamos ver quando começa a diminuir. Não quero dar datas, mas daqui até 16betmines downloadmaio poderemos ter dados positivos que nos aconselhem a retomar as atividades e começar a fase 2", declarou.

O governo chamabetmines download"fase 2" a reabertura gradual do comércio, desde que garantindo a distânciabetmines downloadum metro entre clientes. Escolas, academias e cafés ficariam no fim da fila, devido à ameaçabetmines downloadcontágio causada pela proximidade dos alunos e clientes.

Oficialmente, o confinamento e o fechamento das atividades não essenciaisbetmines downloadtoda a Itália vai até 13betmines downloadabril, logo após a Páscoa, o que representa um adiamentobetmines download10 diasbetmines downloadrelação ao primeiro decreto que colocou o paísbetmines downloadquarentena. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte,betmines downloadentrevista coletiva por teleconferência, na última quarta-feira (1º).

Durante a entrevista, ele voltou a apelar para que a população fiquebetmines downloadcasa. "Se começarmos a afrouxar as medidas, todos os esforços podem ter sidobetmines downloadvão, então pagaremos um preço muito alto, além do custo psicológico e social. Seríamos forçados a recomeçar", disse o premiê.

A preocupação, segundo Sabrina Simon, é que a Itália esteja mais suscetível à volta da Covid-19 no momentobetmines downloadque as fronteiras sejam reabertas. "Dependendobetmines downloadquantas pessoas voltarem, a segunda onda [de contaminações] pode vir muito pior", explica. "Se chegar outra pessoa com o vírus à Itália, começa mais uma curva epidêmica, como ocorreu na primeira vez."

O epidemiologista Gianni Rezza, chefe do departamentobetmines downloaddoenças infecciosas do Instituto Superiorbetmines downloadSaúde da Itália, chegou a defender que as estratégiasbetmines downloadcontenção fossem feitasbetmines downloadforma simultâneabetmines downloadtoda a União Europeia, mas a medida não foi tomada.

A importânciabetmines downloadficarbetmines downloadcasa

Todas as projeções dos epidemiologistas para a Itália são baseadasbetmines downloadum contexto no qual a população respeite as regras rígidasbetmines downloadisolamento social.

Segundo Sabrina Simon, isolar apenas os gruposbetmines downloadrisco não ajuda a conter a doença. "Esse tipobetmines downloadmedida não faz sentido. Os idosos morrem mais, mas todo mundo transmite. O vírus não identifica quem é idoso, quem é criança", explica.

"No ponto que está o Brasil, tenho tudo para acreditar que a epidemia será a pior do mundo", diz Sabrina.

O imunologista Ricardo Gazzinelli também critica o isolamento parcial da população: "O problema é que o grupobetmines downloadrisco acaba tendo mais contato com o vírus. Se, por exemplo, uma criança que vive com os avós volta às aulas, ela pode pegar coronavírus e transmitir para os mais velhos".

Os especialistas ouvidos pela reportagem também demonstram preocupação com o sistemabetmines downloadsaúdebetmines downloadpaíses que não optarem pelo isolamento completo. "Os efeitos indiretos são enormes", diz Gazzinelli. "O número altobetmines downloadinfecções leva a uma sobrecarga que dificulta o atendimento para todos, até quem não tem coronavírus."

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