'Chamaram meu bebêvalsport betresíduo biológico’; o jardim criado para apoiar o luto das mães que sofreram abortos espontâneos:valsport bet

Crédito, Debbie Balino
Foi o primeirovalsport betuma sérievalsport betnove abortos espontâneos, que ela sofreria nos cinco anos seguintes.
"Fiquei destruída, passei por uma situação muito difícil", diz ela.
Nove abortos
Os médicos não conseguiam descobrir por que Debbie não conseguia levar as gestações adiante, após ter dado à luz sem problemas na primeira vez.
Cercavalsport bet3 mil mulheres canadenses têm bebês natimortos a cada ano. E calcula-se quevalsport bet15% a 20% das gestações resultamvalsport betaborto espontâneo – mas sofrer nove consecutivos é excepcional.
Debbie perdeu cinco bebês no primeiro trimestre da gravidez e quatro no segundo.
Em meio ao turbilhãovalsport betemoções, algumas perguntas dolorosas e muitas questões práticas vieram à tona.
O que você faz com os restos mortaisvalsport betum filho perdido durante a gravidez? Como você honra a memória deles?
Para Debbie, a memória das crianças abortadas caivalsport betuma espécievalsport betlimbo.
"Elas são novas demais para um funeral, mas viveram tempo suficiente para ignorarmos que existiram. Não sabíamos onde colocar a Victoria, então a deixamos no hospital. Eles se referiram a ela como 'resíduo biológico'. Isso partiu meu coração."
Jardim dos Pequenos Espíritos
Debbie estava tão triste após perder Victoria que não conseguia pensarvalsport betquestões práticas, como um velório. Mas no segundo aborto – do filho William, após 16 semanas – foi diferente. Um médico contou a ela sobre um lugar chamado Little Spirits Garden ("Jardim dos Pequenos Espíritos",valsport bettradução livre), que ficava nas redondezas.

Crédito, Bill Pechet
O Little Spirits Garden é um jardim paisagístico dedicado à memóriavalsport betcrianças perdidas durante a gravidez. Foi inauguradovalsport bet2012 e fica no terreno do Royal Oak Burial Park, um cemitériovalsport betVictoria,valsport betBritish Columbia.
Nele, há uma sérievalsport betpedestais compridosvalsport betconcreto, com pequenas casas acinzentadas sobre eles – são as "casas dos espíritos", e cada uma delas representa uma criança. Há cercavalsport bet400 casas no jardim, que tem espaço para até 3 mil.

Crédito, Debbie Balino
Médicos intermediam o contatovalsport betpais que estãovalsport betluto, como Debbie, com a equipe que administra o jardim, quando acham que vai fazer bem a eles. O serviço é gratuito, financiado por doações.
Se a criança é cremada, as cinzas podem ser espalhadasvalsport betuma parte especial do jardim, ou depositadasvalsport betum ossário –valsport betuma cripta que fica sob um pavilhão.
Independentementevalsport bethaver cremação ou não, os pais recebem uma casavalsport betespírito.

Crédito, Joseph Daly
Elas são feitasvalsport betconcreto pré-moldado – e contam com uma pequena abertura no interior simbolizando o ventre materno, um motivo que se repete no paisagismo do jardim.
O concreto tem pequenos talhos, para que ao longo do tempo musgo cresça sobre ele.
As famílias podem personalizar as casas com a decoração avalsport betescolha ou deixá-las simples, apenas com uma epígrafe.

Crédito, Christie
"É muito difícil quando você tem um aborto espontâneo e não tem um corpo, porque não existe um objeto físico", diz Debbie.
"O Little Spirits Garden oferece esse objeto para você, que é essa casa."
Como ela só ficou sabendo do jardim após o segundo aborto, se apressouvalsport betgarantir uma casa para homenagearvalsport betprimeira perda também – assim como as sete seguintes.
"Tenho muitos 'imóveis' neste jardim", diz ela.
"O que eu sinto é uma sensaçãovalsport betvalidação – a sensaçãovalsport betque alguém pode ver o que eu sinto. Você pode olhar para isso e dizer que é a casa do espírito davalsport betfilha. Foi tão bom ser capazvalsport betdar um lar para ela."
Debbie visita as nove casas regularmente.
"Eu vou no aniversário deles – data prevista para o nascimento – e nos diasvalsport betque faleceram. Vou no Dia das Mães, no Dia dos Pais, na Páscoa, no Dia dos Namorados. Meu marido e eu precisamos nos conectar com os filhos com quem estaríamos comemorando", conta.
"Conceder uma casavalsport betespírito é a coisa mais generosa, amorosa e bondosa que um ser humano pode fazer pelo outro. Porque o mais triste dos abortos espontâneos ou natimortos é que se tratavalsport betum tabu falar sobre isso. Esse jardim é uma espécievalsport betlugar onde você está livre para sentir o que você precisa sentir e sofrer da maneira que você quer sofrer. "

Crédito, Debbie Balino
O jardim foi projetado pelos arquitetos paisagistas canadenses Bill Pechet e Joseph Daly. A inspiração veio da temporada que Pechet passou no Japão, onde morou por dois anos. Lá, ele se deparou com a tradição budista conhecida como Jizo – o costumevalsport betcriar uma pequena estátuavalsport bethomenagem a uma criança morta.
Essas estátuas geralmente ficamvalsport bettemplos, que contam com cemitériosvalsport betanexo dedicados a elas. Durante os festivais, são enfeitadas com acessórios, com pequenos gorros típicos tricotados pelos próprios pais, e exibidas enfileiradas lado a lado.

Crédito, Bill Pechet
"Achei tão inspirador, tão terno e bonito ver essas criações", diz Bill. "Fiquei impressionado com o sensovalsport betgrandeza quando eram exibidas juntasvalsport betocasiões especiais, mostrando uma perda coletiva na sociedade."
Foi quando se perguntou se algo semelhante poderia funcionar no Canadá.
"Percebi que o Spirit Garden teria que ser um espaço ecumênico, porque somos uma sociedade plural no Canadá. Eu precisaria encontrar um símbolo que fosse inclusivo, e a casa é um símbolo universalvalsport betproteção e não é sectário."
Sua equipe realizou uma sérievalsport betworkshops para avaliar o que as pessoas achavam da ideia, convidando pais que perderam filhos, terapeutas e líderes religiosos.
Houve alguma resistência, lembra Bill especialmente por parte cristãos, que foram surpreendidos pela origem japonesa da ideia, mas ele seguiu adiante.
"Minha voz interior dizia na época que todo nosso país é baseado na imigração e na adoçãovalsport betideias do resto do mundo", diz Bill.
No fim das contas, todos abraçaram a ideia e o jardim se tornou realidade.

Crédito, Susan McMullen
Trabalhar no jardim do cemitério por cinco anos deu a Susan McMullen uma ideia sobre o tabu que ronda a questão do aborto. Ela recebe vários visitantes idosos, incluindo alguns que viajaram longas distâncias para chegar até lá.
"Uma mulher que veio recentemente tinha sofrido uma perdavalsport bet1955. Ela perguntou se ainda poderia ter uma casavalsport betespírito. E é claro que ela pode."
Susan acredita que o jardim oferece uma oportunidadevalsport betdesfecho para pessoas daquela geração, que não foram capazesvalsport betchorar abertamente a perdavalsport betuma gravidez.
Ela mesma mantém duas casas no Little Spirits Garden.
"Quando tive meu aborto espontâneovalsport bet1991, foi desconcertante para meu marido e eu porque já tínhamos um filho, então achamos que tínhamos uma certa vantagem – e começamos a contar às pessoas (sobre a gravidez) um pouco mais cedo (do que deveríamos)", diz.
"As pessoas do seu círculovalsport betamizade ficam sabendo que você está grávida – mas você não está mais grávida. Foi uma época muito difícil."
Maisvalsport betduas décadas mais tarde, ela e o marido decidiram homenagear o filho perdido com uma casa no jardim. E Susan quis marcar outra perda também.
"Minha mãe sofreu um aborto espontâneo no início dos anos 1960, antes do meu nascimento", afirma.
Isso ficou por muito tempo na cabeça dela.
"Aproveitei a oportunidade para homenagear o irmão que veio antesvalsport betmim. Coloquei uma pequena casa para 1960 e outra para 1991."
Ela acredita que a mãe não tenha recebido a solidariedade necessária na época.
"A mentalidade era 'isso acontece'. Você seguevalsport betfrente. Era algo como 'levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima'. Se você perdeu um bebê, havia uma razão para isso", explica Susan.
"Mas a nova geração se sente empoderada para compartilhar o luto."

Crédito, Debbie Balino
Debbie gostavalsport betvisitar o Little Spirits Garden com a filha.
Ela também teve suas expectativas frustradas, diz ela, ao esperar por irmãos ou irmãs que nunca chegaram.
Hoje com oito anos, ela acompanha Debbie ao jardim desde os três anos.
"Ela passeava, dançava, brincava, conversava com os irmãos e irmãs, trazia ovosvalsport betPáscoa, cantava para eles. 'Comecei a ir para a escola', 'Usei essa fantasia no Halloween', contava ela a eles. Ela fala com as casas", diz a mãe.

Crédito, Debbie Balino

Debbie chama a redevalsport betapoiovalsport betpessoas que conheceu por meio dos abortosvalsport bet"comunidade da perda". E foi participando desta comunidade que ela conseguiu ter outro filho.
Ela conheceu uma mulher que também tinha sofrido abortos espontâneos que se ofereceu como doadoravalsport betóvulos para ela.
"Geramos um menino há um ano", diz.
Ela se refere a ele como "bebê arco-íris", termo usado para descrever crianças que nascemvalsport betuma mãe que sofreu anteriormente aborto espontâneo.
Ele agora também visita o jardim.

Crédito, Debbie Balino

valsport bet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube valsport bet ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosvalsport betautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticavalsport betusovalsport betcookies e os termosvalsport betprivacidade do Google YouTube antesvalsport betconcordar. Para acessar o conteúdo cliquevalsport bet"aceitar e continuar".
Finalvalsport betYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosvalsport betautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticavalsport betusovalsport betcookies e os termosvalsport betprivacidade do Google YouTube antesvalsport betconcordar. Para acessar o conteúdo cliquevalsport bet"aceitar e continuar".
Finalvalsport betYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosvalsport betautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticavalsport betusovalsport betcookies e os termosvalsport betprivacidade do Google YouTube antesvalsport betconcordar. Para acessar o conteúdo cliquevalsport bet"aceitar e continuar".
Finalvalsport betYouTube post, 3






