Guerra comercial EUA x China: como disputa pode atingirbet sport betcheio o Brasil:bet sport bet

  • Nathalia Passarinho - @npassarinho
  • Da BBC News Brasilbet sport betLondres
Xi Jinping e Donald Trump

Crédito, Damir Sagolj/Reuters

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Embora os especialistas concordem que, a longo prazo, a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo traz mais riscos que oportunidades, a curto prazo alguns países podem lucrar com essa disputa

bet sport bet A guerra comercial tem sido travada por China e Estados Unidos, mas os efeitos recaem sobre todos os países, inclusive o Brasil.

Afinal, quando se trata das duas maiores economias do mundo, cada subidabet sport bettom, ameaça ou nova tarifa tem impacto quase que imediato no mercadobet sport betações, no comércio e na sequência da cadeia, afetando o bolso dos consumidores do mundo todo.

Nas últimas semanas, a tensão escalou. As últimas negociações entre os governos Donald Trump e Xi Jinping fracassaram e, no dia 10bet sport betmaio, os Estados Unidos subirambet sport bet10% para 25% a tarifabet sport betimportação sobre cercabet sport betmil produtos chineses, entre os quais cereais, químicos, combustíveis e materiaisbet sport betconstrução.

Estima-se que a medida tenha impactobet sport betUS$ 200 bilhõesbet sport betmercadorias comercializadas entre os dois países. A China retaliou: impôs o mesmo percentual sobre produtos agrícolas e maquinário americano.

Outro golpe recente dos EUA à China foi a decisãobet sport betbarrar empresas americanasbet sport betcomercializarem com a gigantebet sport bettecnologia chinesa Huawei, que compete diretamente com a Apple e a sul-coreana Samsungbet sport betsmartphones e tecnologia 5G.

Para cumprir com a ordem do governo Trump, o Google baniu suporte técnico, serviços e aplicativos nos novos aparelhos da Huawei.

Segundo especialistas, o prolongamento da crise preocupa porque pode provocar uma desaceleração do comércio mundial, causando perdas econômicas para todos os países. Mas, a curto prazo, há vantagens a serem exploradas e alguns países estão efetivamente lucrando com a disputa.

É o caso do Brasil.

Bolsonaro

Crédito, Alan Santos/PR

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Segundo especialistas, a curto prazo, Brasil pode lucrar com a disputa comercial entre China e EUA

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Em 2018, primeiro ano da guerra comercial, as exportações brasileiras para a China cresceram 35% na comparação com 2017, gerando uma balança comercial positiva para o Brasilbet sport betUS$ 30 bilhões.

A explicação para isso é simples. Com a imposiçãobet sport bettarifas, fica mais caro para a China comprar produtos dos EUA, e para os americanos comprarem produtos chineses. Os dois países precisam, então, procurar outros fornecedores para evitar o encarecimento das importações.

Não é a toa que o vice-presidente Hamilton Mourão desembarcou no dia 19bet sport betmaiobet sport betPequim. De olho no investimento chinês e na possibilidadebet sport betampliar a gamabet sport betbens vendidos pelo Brasil, ele se reuniu com o vice-presidente chinês, empresários e banqueiros.

Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, por enquanto o setor brasileiro mais beneficiado com a disputa comercial foi o agronegócio. Também houve aumento no comércio brasileiro com os EUA, mas ainda não está claro, segundo a CNI, se a guerra comercial teve influência.

"No curto prazo, o Brasil ganha. Mas é uma boa notícia com efeito limitado", disse à BBC News Brasil Christopher Garman, diretor do departamentobet sport betAmérica Latina da Eurasia Group, especializadabet sport betavaliaçãobet sport betrisco.

"O Fundo Monetário Internacional já alertou que o crescimento global sofre com a escaladabet sport bettarifas e, se tivermos um acirramento dessa disputa, poderemos ter uma desaceleração da economia a nível internacional. Portanto, a médio e longo prazo há impactos negativos".

Com ajudabet sport betespecialistas e representantesbet sport betsetores produtivos, a BBC News Brasil identificou duas oportunidades e três riscos que a guerra comercial entre China e EUA pode trazer para o Brasil.

Exportaçãobet sport betprodutos agrícolas para a China

Produtos agrícolas americanos foram os mais afetados pela alta nas tarifas impostas pela China, principalmente soja, amêndoas, maçãs, laranjas e carnes. Para substituir essas commodities que ficaram mais caras, o gigante asiático se voltou para outros fornecedoresbet sport betcarnes, frutas e grãos.

O Brasil como terceiro maior exportador agrícola- atrás apenasbet sport betEstados Unidos e União Europeia- é um substituto natural.

Uma pesquisa feita pela CNI comparou produtos americanos taxados pela China e pelos EUA com o comércio desses bens pelo Brasil. O resultado mostra que alguns setores produtivos brasileiros aumentaram suas vendasbet sport betdecorrência da guerra comercial.

conteiners

Crédito, STR/AFP

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Setor agrícola brasileiro foi o maior beneficiado pelo aumentobet sport bettarifas sobre produtos dos EUA

"O que a gente vê é um aproveitamentobet sport betoportunidades pelo produtor brasileiro, sobretudo na vendabet sport betprodutos agrícolas para o mercado chinês", disse à BBC News Brasil o gerentebet sport betNegociações Internacionais da CNI, Fabrizio Panzini.

A produçãobet sport betsoja foi a maior beneficiada pelo comércio recorde entre Brasil e Chinabet sport bet2018, vendendo US$ 7 bilhões a mais para os chinesesbet sport betum ano para outro. Outros setores que cresceram foram obet sport betcarne bovina (US$ 557 milhões a mais), algodão (US$ 358 milhões) e carne suína (US$ 202 milhões).

"A conclusão que a gente chega é que os efeitos dessa guerra comercial para o Brasil até o momento, no curto prazo, foram positivos", destaca Panzini.

O 'quase acordo' que prejudicaria o Brasil

Antesbet sport betas tarifas mais recentes serem anunciadas, Trump e o presidente chinês Xi Jinping tentaram negociar um acordo que previa um compromisso da Chinabet sport betcomprar produtos agrícolas americanos.

Se esse entendimento entrassebet sport betvigor, o Brasil sairia perdendo, já que a os chineses importam cercabet sport bet30% dos alimentos produzidos pelo nosso país. Mas, segundo Trump,bet sport betúltima hora a China modificou os termos do acordo, e o americano decidiu elevar ainda mais as tarifas sobre produtos chineses.

"A expectativa era que, com um acordo comercial mais abrangente entre China e EUA, o setor exportador brasileiro pudesse sofrer, particularmente porque um dos benefícios que os chineses ofereciam para os americanos era comprar mais produtos dos Estados Unidos, inclusive agrícolas", diz Garman, da Eurasia Group.

Assim, a escalada da crise, num primeiro momento, evitou uma perda comercial significativa para o agronegócio brasileiro.

Exportaçãobet sport betmanufaturados

Outro setor da economia brasileira que poderia se beneficiar da guerra comercial, num primeiro momento, é obet sport betmanufaturados. Mas, neste caso, a disputa entre EUA e China é uma facabet sport betdois gumes.

Por um lado, o Brasil pode aproveitar a oportunidade para tentar ampliar as vendasbet sport betbens industrializados para os EUA, como máquinas e autopeças, aproveitando que esses mesmos produtos fabricados na China ficaram mais caros.

Por outro, a China pode tentar empurrar para o Brasil os produtos que não conseguiu vender para os EUA. Se fizer isso, a produção brasileirabet sport betmanufaturados pode sofrer com a competição provocada pela inundaçãobet sport betprodutos chineses.

Trump e presidente chinês

Crédito, Damir Sagolj/Reuters

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Trump e Xi Jinping chegaram a falarbet sport betum acordo que previa o compromisso chinêsbet sport betcomprar produtos agrícolas americanos, o que prejudicaria o comércio brasileiro

"A dificuldadebet sport betacesso ao mercado americano faz com que a China busque outros mercados para o que produz. E ela pode acabar embarcando seus produtos para outras economias, como o Brasil, diminuindo o preço desses bens e impactando a economia aqui", diz Panzini.

Por enquanto, houve um aumento das exportações brasileirasbet sport betmanufaturados para os EUAbet sport betUS$ 1,2 bilhãobet sport bet2018 na comparação com 2017, mas focado no setorbet sport betcombustíveis. Ou seja, a indústria brasileira, por enquanto, ainda não conseguiu ocupar o vácuo deixado pelos bens chineses sobretaxados.

"O setor privado precisa estar atento, porque foram elevadas tarifas sobre produtos manufaturados da China que a gente também produz, como alguns químicos, máquinas e autopeças. Esses setores poderiam aproveitar para exportar para os Estados Unidos", destaca o gerentebet sport betnegócios internacionais da CNI.

Ele destaca, porém, que a competição para exportar esses produtos para os EUA é mais acirrada que no caso do setor agrícola, e países como Coreia do Sul e México levam vantagem por já terem acordosbet sport betlivre comércio com o governo americano.

Imprevisibilidade

Um aspecto da guerra comercial que preocupa é a imprevisibilidade. Se por um lado a indústria brasileira pode lucrar se investir na venda para China e EUA, essa aposta não deixabet sport betser arriscada.

Um exemplo: uma empresabet sport betautopeças pode aumentarbet sport betprodução e destinar recursos para exportar seus produtos para os EUA. Se a disputa comercial com a China continuar, é possível que ela consiga ocupar espaço no mercado americano.

Hamilton Mourão

Crédito, Adnilton Farias/VPR

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Vice-presidente Hamilton Mourão foi á Chinabet sport betolho nas possibilidadesbet sport betcomércio com o país asiático ebet sport betbuscabet sport betinvestimentos para o Brasil

Agora, e se Xi Jinping e Trump trocarem apertosbet sport betmãos e decidirem suspender as tarifas? O investimento terá se perdido.

"A empresa pode se preparar, mobilizar recursos e funcionários e direcionar o estoque para exportação. Mas não há prazo certo para a continuidade dessa guerra comercial. Ela pode acabar hoje ou continuar por anos", lembra Panzini, da CNI.

Desaquecimento da economia

A consequência mais temida da disputa entre EUA e China é uma desaceleração econômica a nível mundial - ou seja uma redução do consumobet sport betvários mercados e do comércio entre países, a pontobet sport betafetar o crescimento econômicobet sport betescala global no médio prazo.

"Se a guerra comercial se prolongar, com altabet sport bettarifas sobre bens e serviços, é possível que tenhamos uma recessãobet sport betescala global, com retração do PIBbet sport betvários países, principalmente dos mais alinhados com a China e os Estados Unidos", disse à BBC News Brasil o professor James F. Downes, professorbet sport betpolítica comparada da Universidade Chinesabet sport betHong Kong.

"Paísesbet sport betdesenvolvimento da África, do sudeste da Ásia e da América Latina são os que têm maior riscobet sport betserem economicamente afetados."

Diego Sánchez-Ancochea, professorbet sport betPolítica Econômica e Desenvolvimento da Universidadebet sport betOxford, também destaca que, se a guerra comercial desaquecer a economia a nível mundial, o preço das commodities (produtos primários, como alimentos, metais e óleo bruto) pode cair.

Os produtos básicos responderam por 49% das exportações do Brasilbet sport bet2018. Ou seja, uma quedabet sport betpreços traria consequências graves para o país.

"Se o comércio entre Estados Unidos e China for severamente afetado, haverá deslocamento das cadeiasbet sport betproduçãobet sport beteletrônicos, roupas e outros bens manufaturados, assim como um aumento da incerteza econômica", diz Sánchez-Ancochea.

"Esse tipobet sport betambiente favorece um desaquecimento da economia mundial. Como resultado, a demanda e o preço das commodities podem sofrer. Sabemos bem que a América Latina tem grande dificuldade para crescer quando os preços dos produtos primários estão baixos", diz ele, lembrando que os períodosbet sport betcrescimento econômico no Brasil coincidem com épocasbet sport betaumento no preço das commodities.

Pressões para tomar partido

Bolsonaro e Trump

Crédito, REUTERS/Kevin Lamarque

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'A melhor estratégia é a do meio-termo: manter alianças econômicas tanto com a China quanto com os Estados Unidos', diz o professor James F. Downes

Tanto a China quanto os Estados Unidos têm peso crucial na economia brasileira. Portanto, tomar partido nessa disputa não seria uma opção inteligente, avaliam os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Por enquanto, embora o presidente Jair Bolsonaro esteja se aproximando fortemente do governo Trump e, no passado recente, tenha feito duras críticas à China, acusando-abet sport bettentar "comprar o Brasil", nos últimos meses o governo parece se esforçar para manter boas relações com ambos os países.

Exemplos disso são a viagem desta semanabet sport betMourão à China e a intençãobet sport betBolsonarobet sport betvisitar o país asiático no segundo semestre.

Até o momento, o Brasil não foi instado a se comprometer com um lado ou outro, embora Christopher Garman, da Eurasia Group, afirme que há uma possibilidadebet sport betTrump tentar pressionar o governo brasileiro a evitar a comprabet sport betprodutos da Huawei.

Neste caso, o principal argumento dos EUAbet sport bettentar banir a empresa chinesa dos mercados ocidentais é obet sport betque a companhia poderia ser usada pelo governo da China para espionagem.

"O Brasil pode vir a sofrer pressões do governo Trump no setorbet sport bettelecomunicações, para optar por tecnologiabet sport betempresas europeias e americanas. Mas o governo provavelmente vai querer manter as portas abertas para a Huawei, evitando comprar briga com a China", diz Garman.

Pela ótica econômica, a China tem peso maior que os EUA. É nosso principal parceiro comercial, e o saldo da balança é positivo para Brasil -bet sport betquase US$ 30 bilhõesbet sport bet2018.

Já no comércio com os EUA a balança foi deficitária para o Brasil no ano passado. Ou seja, estamos importando mais do que exportando para os americanos.

"Não importa a retórica populista que Bolsonaro use para seus eleitores, a realidade econômica é que Brasil precisa da China ebet sport betseus investimentos econômicos. Seria tolice continuar com a postura anti-China", diz James F. Downes, da Universidade Chinesabet sport betHong Kong.

"A melhor estratégia é a do meio-termo: manter alianças econômicas tanto com a China quanto com os Estados Unidos."

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