Bolsonaro nos EUA: quais produtos o Brasil poderia vender mais para os americanos?:h2bet bônus de cadastro

No encontro, durante coletivah2bet bônus de cadastroimprensa no Salão Oval da Casa Branca, o presidente dos EUA, Donald Trump, foi vago, afirmando que "um dos grandes elementos da relação [entre os dois países] é o comércio".

"O Brasil faz ótimos produtos. Os Estados Unidos fazem grandes produtos. Então, acho que nossa relação comercial com o Brasil vai crescerh2bet bônus de cadastroambas as direções, e esperamos por isso. Acho que é uma das coisas que o Brasil gostariah2bet bônus de cadastrover acontecer."

O Brasil, porh2bet bônus de cadastrovez, fez uma concessão unilateral ao país e anunciou que flexibilizará a entradah2bet bônus de cadastrotrigo americano - 750 mil toneladas com tarifa zero. A balança comercial do trigo no Brasil é estruturalmente deficitária - nós não conseguimos produzir o suficiente para suprir nossa demanda.

Na prática, a decisão sinaliza que os Estados Unidos devem tomar parteh2bet bônus de cadastroum mercado que hoje é da Argentina, nosso principal fornecedor da matéria-prima.

Analistas ouvidos pela BBC News Brasil fazem leituras distintas do encontro. Welber Barral, ex-secretárioh2bet bônus de cadastroComércio Exterior do governo federal, por exemplo, avalia que a primeira reunião é um espaço para "criar empatia", e que o governo não poderia "querer muito mais que isso".

Fabio Silveira, sócio-diretor da consultoria MacroSector, por outro lado, vê a viagem do presidente como uma "oportunidade perdida" para tentar "colocar na mesa" um debate sobre a reduçãoh2bet bônus de cadastrorestrições que produtos brasileiros, especialmente básicos, enfrentam nos EUA.

Quotas, subsídios aos produtores rurais e sobretaxas

Um documento datadoh2bet bônus de cadastrojunhoh2bet bônus de cadastro2018 e elaborado pela Embaixada do Brasilh2bet bônus de cadastroWashington - assinado pelo embaixador Sérgio Amaral, que fez parte da comitivah2bet bônus de cadastroBolsonaro - lista 22 "desafios" nesse sentido.

Entre eles estão o comércioh2bet bônus de cadastroprodutos como açúcar, algodão, alumínio, carne bovina in natura, carneh2bet bônus de cadastrofrango, etanol, lácteos, soja, tabaco e siderúrgicos como aço.

Todos são itens nos quais o Brasil tem vantagens competitivas, avalia Silveira, e que esbarramh2bet bônus de cadastrolimitações impostas pelos EUA. A grande maioria éh2bet bônus de cadastroprodutos básicos.

"Não adianta pleitear acesso ao mercadoh2bet bônus de cadastroalta tecnologia. Nós não temos muito futuro a não ser ter mais acesso ao mercadoh2bet bônus de cadastroprodutos básicos."

Sobre o açúcar, por exemplo, incide uma tarifa extra quando as importações excedem a quotah2bet bônus de cadastro152,7 mil toneladas.

O algodão, porh2bet bônus de cadastrovez, alémh2bet bônus de cadastroquota tarifária, enfrenta a concorrência do produto fortemente subsidiado no mercado interno.

A matéria-prima foi pivôh2bet bônus de cadastrouma disputa entre os dois países na Organização Mundial do Comércio (OMC), a mais longa protagonizada pelo Brasil na instituição.

O contencioso se estendeuh2bet bônus de cadastro2002, quando o governo brasileiro ingressou com uma queixa formal contra o incentivo dado aos produtores americanos, a 2014, com a retiradah2bet bônus de cadastroparte dos subsídios e o compromisso dos EUAh2bet bônus de cadastropagamentoh2bet bônus de cadastrouma compensação aos produtoresh2bet bônus de cadastroalgodão do Brasil.

Alguns desses incentivos, no entanto, foram reinseridos na Lei Orçamentáriah2bet bônus de cadastro2018, no chamado Bipartisan Budget Act of 2018.

O documento Desafios e Oportunidades à Exportaçãoh2bet bônus de cadastroProdutos Brasileiros aos Estados Unidos também destaca o milho e a soja como produtos prejudicados pelos subsídios dados pelo governo americano ao agronegócio.

O caso da carne bovina in natura é antigo. O Brasil solicitou a abertura do mercado americano para o produtoh2bet bônus de cadastro1999 - o que foi concedido apenash2bet bônus de cadastro2016. Pouco maish2bet bônus de cadastroum ano depois, entretanto, os EUA suspenderam as importações por causah2bet bônus de cadastroproblemas relacionados à vacina contra febre aftosa, que vinha causando abcessos na carne.

O aço e o alumínio ganharam sobretaxash2bet bônus de cadastro2018 no âmbito da guerra comercial entre EUA e China. A escaladah2bet bônus de cadastrotarifas promovida pelos dois lados tem origem na visão do governo Trumph2bet bônus de cadastroque os EUA são prejudicados pelo déficit na balança comercial com alguns países.

No caso da China, por exemplo, o desenvolvimento da indústria exportadora se daria à custah2bet bônus de cadastroempregos que poderiam ser criados nos EUA, por empresas americanas.

Barral, sócio-fundador da consultoria BMJ, ressalta que a sobretaxação do aço e do alumínio foi a única medida concreta dentro da orientação mais protecionista do governo Trump queh2bet bônus de cadastrofato prejudicou o Brasil.

Ainda que tenha criticado o país,h2bet bônus de cadastrooutubroh2bet bônus de cadastro2018, o presidente americano não chegou a anunciar medidas específicas contra o Brasil, diz o especialista.

Na época,h2bet bônus de cadastrouma coletivah2bet bônus de cadastroimprensa para anunciar o acordo com Canadá e México que substituiria o Tratadoh2bet bônus de cadastroLivre Comércio da América do Norte (Nafta, na siglah2bet bônus de cadastroinglês), Trump afirmou que o Brasil tratavah2bet bônus de cadastromaneira "injusta" as empresas americanas.

A balança comercial Brasil-EUA

Apesar dos déficits consecutivos registrados nas trocas comerciais com os EUA na última década, a balança do Brasil com o país é equilibrada, avalia Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria.

Isso porque o saldo negativo, pontua o economista, não é estrutural - ou seja, existe potencial para que o Brasil exporte mais para os americanos e, eventualmente, volte a registrar superávits.

Na última década, ele avalia, o foco do Brasil no Mercosul - e a políticah2bet bônus de cadastrodar preferência aos acordos costurados com todo o blocoh2bet bônus de cadastrodetrimentoh2bet bônus de cadastroacordos bilaterais - contribuiu para amornar a relação com os americanos.

Assim, "um canalh2bet bônus de cadastronegociação mais aberto e um focoh2bet bônus de cadastrofazer bons acordos, mais pragmáticos", seria um caminho para o Brasil aumentar a correnteh2bet bônus de cadastrocomércio com os EUA.

Hoje, os principais produtos da pautah2bet bônus de cadastroexportações brasileira para o país são semimanufaturadosh2bet bônus de cadastroferro e aço, petróleo, celulose e café. Juntos, esses produtos responderam por quase 30% dos embarques para os EUAh2bet bônus de cadastro2018,h2bet bônus de cadastroacordo com os dados do Ministério da Economia referentes a 2018.

Do total das exportações, 6,8% foram aviões, refletindo a atuação - e a importância - da Embraer.

Entre os produtos que importamos dos americanos, pouco maish2bet bônus de cadastro26% são combustíveis - óleo diesel e fuel-oil (18%), gás propano liquefeito (3,2%), gasolina (2,9%) e etanol (2,6%), levandoh2bet bônus de cadastroconsideração os dados fechadosh2bet bônus de cadastro2018.

E a China?

O volumeh2bet bônus de cadastroexportações brasileiras para a China é mais que o dobro do que para os EUA. Em 2018, vendemos US$ 64,2 bilhões aos chineses, altah2bet bônus de cadastro35%h2bet bônus de cadastrorelação a 2017, com superávit US$ 29,4 bilhões na balança comercial.

A pauta das vendas do Brasil para os chineses, no entanto, é bem menos diversificada do que com os EUA - a soja representa 43% dos embarques, o petróleo, 22%, e o minérioh2bet bônus de cadastroferro, 17%.

Ainda assim, os analistas destacam que a China é um parceiro fundamental. Não apenas pela questão da balança comercialh2bet bônus de cadastrosi - afinal, metade do superávith2bet bônus de cadastro2018 veio das trocas com o país -, mas porh2bet bônus de cadastroatuação como investidor.

"Nós batemos nos chinesesh2bet bônus de cadastroforma gratuita", diz Silveira, da MacroSector, referindo-se à postura mais hostilh2bet bônus de cadastroBolsonaroh2bet bônus de cadastrorelação ao país asiático.

Durante a campanha, o capitão reformado chegou a dizer que o país tentava controlar setores essenciais da economia brasileira, como oh2bet bônus de cadastroenergia, e afirmou que a China não estava "comprando do Brasil, mas o Brasil".

"Até agora foram só declaraçõesh2bet bônus de cadastrodesconfiança, o governo Bolsonaro ainda não divulgou a estratégia para a China", pondera Barral.

O presidente vem mudando o tom nos últimos dias. Em Washington, reforçou que fará visita ao país no segundo semestre e reconheceu que ele é o principal parceiro comercial do Brasil.

"Vou me preparar muito para essa questão, a China é importante para nós, mas o Brasil deixah2bet bônus de cadastrofazerh2bet bônus de cadastrocomércio com o mundo todo levando-seh2bet bônus de cadastroconta o viés ideológico. É o novo Brasil que se apresenta."

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