Petrobras anuncia aumento no diesel: como nova alta afeta o consumidor?:esportesbet

"O diesel já havia subido 49% nos últimos 12 meses, então qualquer reajuste que surja daqui pra frente pesa mais na estrutura produtiva", aponta André Braz, coordenador do IPC (ÍndiceesportesbetPreços ao Consumidor) do FGV IBRE (Instituto BrasileiroesportesbetEconomia da Fundação Getulio Vargas).

O aumento tem pouco impacto no IPCA (Índice NacionalesportesbetPreços ao Consumidor Amplo), medida usada para acompanhar tendênciasesportesbetinflação para o consumidor final.

"Mas quando se trata do IPA, índice que mede a inflação ao produtor indústria e agricultura, o diesel tem um peso até maior do que a gasolina. Isso porque todo o processo produtivo, desde o funcionamento das máquinas agrícolas até sistemaesportesbetlogística. Tudo que consumimosesportesbetbens ou serviços tem o diesel como insumoesportesbetalguma magnitude", explica Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital Markets.

Dessa forma, ainda que não sejaesportesbetum dia para o outro, os custos devem chegar à população. "O repasse não é necessariamente um para um, há um espaçoesportesbetmargem dos produtores ou responsáveis pelo frete e parte da inflação pode ser diluída, mas o aumento é esperado porque as margensesportesbetlucro já estão comprimidas", diz Felipe Sichel, economista-chefe do Banco Modal.

Outro ponto que pode ser sentido pela população geral é o aumento das passagensesportesbetônibus.

"Sabemos o quão relevante é o transporte rodoviário e o transporte público urbano aqui no Brasil, e como os ônibus são movidos a diesel, é mais uma pressão sobre o preço das passagens", aponta Sichel.

Até o momento, a alta das passagens não havia sido tão significativa. O IPCA aponta aumento daesportesbetônibus municipaisesportesbet1,2%, e para os intermunicipais e interestaduais, entre 1,5 e 2,5%.

"O caixa dos municípios e estados estava muito bem, arrecadação por ICMS (Imposto sobre CirculaçãoesportesbetMercadorias e Serviços) surpreendeu positivamente, evitando que repassassem a alta do diesel via aumentoesportesbettarifas", explicou a economista Tatiana Vieira, da XP Investimentos, na última semana.

Subsídio do governo?

Na última quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para criticar a Petrobras e os preços dos combustíveis. Bolsonaro chamou o lucro obtido pela empresa (R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre)esportesbet"estupro" e afirmou que a empresa não poderia mais aumentar o preço, ou "quebraria o Brasil".

O economista Felipe Sichel aponta que, agora, os olhares dos especialistas estão voltados às próximas possíveis movimentações do governo. "Agora é ver seesportesbetalguma forma o governo tentará suavizar esse impacto por meioesportesbetaumentoesportesbetsubsídio."

Na opinião dele, caso ocorra, o efeito pode ser negativo. "Com a situação fiscal extremamente delicada na economia global e local, há pouca capacidadeesportesbetabsorver choques. Tentar amenizar agora pode gerar inflação pior no futuro, e viaesportesbetregra, quanto mais rápido os preços se ajustam, melhor a economia absorve o choque e se adapta. Dificultar a absorção faz com que essa conta tenha que ser pagaesportesbetalgum lugar."

De acordo com Carla Argenta, uma das opções seria tirar os "royalties" da Petrobras, dividendos da empresa destinados à União, para o subsídio.

"Não teria impacto nenhum na precificação da Petrobras, e poderia ser até bom para o investidor que comprou ações. Mas essa não deve ser uma alternativa usada pelo governo federal porque esses recursos já vão para dívidas, o que resultariaesportesbetendividamento público."

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