Inflação histórica e medoappbetnacionalviolência afetam brasileiro que volta ao trabalho presencial:appbetnacional

Mulher colocando combustível no carro

Crédito, Getty Images

"Por ficar parada no trânsitoappbetnacionalgrandes avenidas eappbetnacionalfaróis, tenho medoappbetnacionalser assaltada e perder não só meus bens, mas o notebook da empresa com todo o meu trabalho nele. De sofrer violência, então, mais ainda. Evito assistir televisão para que os crimes não me causem ansiedade".

Medo da violência

O psicólogo André Vilela Komatsu, pesquisador do NEV-USP (NúcleoappbetnacionalEstudos da Violência da UniversidadeappbetnacionalSão Paulo), aponta que tem acompanhado muitos relatosappbetnacionaltrabalhadores que, assim como Debora, se sentem mais ansiosos por precisar transitarappbetnacionaldistâncias maiores nas cidades.

Na avaliação dele, é esperado, assim como toda mudançaappbetnacionalrotina, que as pessoas sintam algum nívelappbetnacionalestresse. "Passando mais tempoappbetnacionalcasa, reparamos na cadeira que está ruim, no espaço não tão agradável... E, com o tempo, a gente vai acostumando. E agora é a mesma coisa. Voltamos a repararappbetnacionalproblemas sociais que sempre estiveram aí, mas muita gente não viu as transformações do espaço público por ficarem restritos a seus bairros durante a pandemia."

Entre as mudanças, ele cita a intensificaçãoappbetnacionalproblemas sociais, com maior degradação dos espaços públicos, mais pessoas morando nas ruas e o aumentoappbetnacionalcrimes. "Houve uma reduçãoappbetnacionalassaltos durante a pandemia, justamente por ter menos gente na rua, e agora já estamos chegandoappbetnacionalníveis semelhantes aosappbetnacionalantes."

Para o pesquisador, a sensaçãoappbetnacionalmedo é natural e, embora não seja o ideal, é esperado que as pessoas consigam se acostumar ao menos parcialmente.

"(Para) a maior parte dos trabalhadores, não é nem uma questão a ser discutida. Infelizmente, o medoappbetnacionalser demitido ouappbetnacionalnão ter onde trabalhar às vezes é maior do que o medoappbetnacionalsofrer violência, e certamente isso causa muita ansiedade."

Alta histórica da inflação

A prévia da inflação oficial, o Índice NacionalappbetnacionalPreços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), chegouappbetnacionalabril a 1,73%, a maior taxa desde 1995, resultado que é consequênciaappbetnacionaluma sérieappbetnacionalfatores ocorridos nos últimos dois anos no Brasil e mais recentemente, internacionalmente.

"Há dois fatores que agiram juntos para jogar inflação para cima durante a pandemia: estímulo muito forte por meio da transferência diretaappbetnacionalrenda do governo para as famílias e taxasappbetnacionaljuroappbetnacionaluma mínima histórica - a Selic chegou a 2% ao ano e hoje já estáappbetnacional11,75%. Isso ajudou a manter o poderappbetnacionalcompra das famílias estável por algum tempo, mas com maior demanda e circulaçãoappbetnacionaldinheiro, elevou a inflação", explica a economista Tatiana Vieira, da XP Investimentos.

Outros acontecimentos recentes no cenário internacional também contribuíram para a alta da inflação no Brasil. "A guerra da Rússia contra a Ucrânia fechou portos, criou embargos importantes para Rússia e paralisou produçãoappbetnacionalambos os países, exportadoresappbetnacionalmilho, trigo, sementes - o que influencia, inclusive, no preço da carne, já que esses alimentos servem como ração", afirma Vieira, lembrando que a Rússia também é o maior exportadorappbetnacionalgás para Europa e que a situaçãoappbetnacionalinstabilidade afeta o preço dos combustíveis.

Mãoappbetnacionalmulher aproximando um cartãoappbetnacionalcréditoappbetnacionaluma máquinaappbetnacionalpagamentos

Crédito, Tim Robberts/Getty Images

Legenda da foto, O númeroappbetnacionalbrasileiros endividados bateu novo recordeappbetnacionalabril, chegando a 77,7%

Na China, o lockdown restritivo a qualquer casoappbetnacionalcovid-19 faz com que fábricas e portos fechem por alguns dias, deixando a comunidade global sem acesso a insumos muito importantes para produção. "Com isso, bens manufaturados devem subir, especialmente os industrializados."

Em 2022, funcionário paga muito mais caro para ir trabalhar

De todas as altas, aappbetnacionalcombustível foi a maior - no último ano, o preço da gasolina aumentou 47%, o diesel, 50% e o etanol, 60%. Os automóveis também ficaram muito mais caros, com aumentoappbetnacional20% para carros novos e 15% para modelos usados,appbetnacionalacordo com o IPCA.

"Transporte por aplicativo tinha sido uma alternativa muito usada. Até por conta da pandemia, muitos reavaliaram o usoappbetnacionalalguns bens, 'abriram mão'appbetnacionalter o carro. Mas os preços já subiram um pouco, principalmente pelo combustível", comenta a economista.

Para quem usa o transporte público, também houve aumento. O aumento da passagemappbetnacionalônibus municipais foiappbetnacional1,2%, e para os intermunicipais e interestaduais, entre 1,5 e 2,5%.

Homem falando no telefone enquanto espera transporte

Crédito, Getty Images

"Durante a pandemia, os prefeitos decidiram não dar reajuste. O caixa dos municípios e estados estava muito bem, arrecadação por ICMS (Imposto sobre CirculaçãoappbetnacionalMercadorias e Serviços) surpreendeu positivamente, evitando que repassassem a alta do diesel via aumentoappbetnacionaltarifas. Mas não sabemos até quando vão conseguir segurar", aponta Vieira.

Os serviços,appbetnacionalgeral, desde a contrataçãoappbetnacionalfuncionários para limpeza, mensalidadeappbetnacionalescolas e creches, e outros que se tornaram ainda mais necessários para muitas famílias ao deixarem o home office, sofrem reajustes ligados à inflação do ano anterior.

Para comer, mesmo dentroappbetnacionalcasa, o preço dos alimentos também aumentou, e a conta fica ainda mais caraappbetnacionalrestaurantes. "O primeiro motivo é doméstico, crise hídrica, fatores climáticos que impactaram a produção. Fretes e transporte das mercadorias ficaram muito mais caros. E a expectativa é que a gente continue vendo", conclui.

Preferências dos funcionários e tendências das empresas brasileiras

A volta parcial ao escritório com equipes reunidas até duas vezes por semana é a opção preferida pela maioria dos profissionaisappbetnacionalgrandes empresas brasileiras,appbetnacionalacordo com o estudo "Modelosappbetnacionaltrabalho pós-pandemia", realizado pela empresaappbetnacionalconsultoria e auditoria PwC Brasilappbetnacionalparceria com o PageGroup.

Entre os mil profissionais ouvidos, 67% preferem regime integralappbetnacionalhome office ou modelo híbrido com uma, ou duas idas ao escritório na semana.

"Com a pandemia, fomos convidados a refletir sobre qual modeloappbetnacionaltrabalho queremos. Algumas barreiras já foram quebradas e as pessoas começam a pensar 'Bom, talvez eu não precise me deslocar - por horas, às vezes - para trabalhar. Além disso, pessoas localizadas remotamenteappbetnacionaldiferentes partes do Brasil trazem a equipe, pela minha experiência profissional, ideias diferentes e originais", Stephanie Crispino, CEO da Tribo, consultoria do grupo Anga que tem como foco a humanizaçãoappbetnacionalculturas empresariais.

A misturaappbetnacionalhome office e trabalho presencial é realidade na rotina das pequenas e médias empresas brasileiras. Segundo a pesquisa "Impacto da covid-19 na cultura e operação das PMEs brasileiras", 47% das PMEs estão trabalhandoappbetnacionalforma híbrida. O trabalho 100% presencial vemappbetnacionalsegundo lugar, com 38% das companhias, seguido do trabalho totalmente remoto, com 15%.

Ter conhecido a possibilidadeappbetnacionaltrabalharappbetnacionalsistema híbrido ou remoto, aponta Stephanie, não significa que as empresas necessariamente continuarão adotando o modelo - mas, emappbetnacionalopinião, para os tiposappbetnacionaltrabalho que permitem, é um passo nessa direção.

"Essa flexibilidade fez as lideranças e trabalhadores entenderem que a produtividade fora do escritório é possível, e nesse ponto, não há como voltar. Essa alternativa pode, inclusive, fazer a diferença quando o profissional for escolher a empresa na qual quer trabalhar", conclui Crispino.

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