Idaapp 9winzBoulos ao 2º turnoapp 9winzSão Paulo sinaliza avançoapp 9winzesquerda jovem pelo país:app 9winz

Manuela D'Ávila retirouapp 9winzcandidatura a presidenteapp 9winz2018 para ser candidata a vice na chapaapp 9winzFernando Haddad (PT), dupla que recebeu 47 milhõesapp 9winzvotos no segundo turno, perdendo para o atual presidente, Jair Bolsonaro (então no PSL e atualmente sem partido), apoiado por 57,8 milhõesapp 9winzeleitores.

Dessa vez, o PT aceitou não ter candidatoapp 9winzPorto Alegre, indicando Miguel Rossetto como vice da chapaapp 9winzD'Avila. Ele já foi vice-governador do Rio Grande do Sul e ocupou cargosapp 9winzministro nos governosapp 9winzLuiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

A cientista política Talita Tanscheit, professora da Universidade Federal do Rioapp 9winzJaneiro, destaca que ambos Boulos e D'Avila escolheram nomes experientes como candidatos a vice-prefeito, o que pode ter contribuído para o bom desempenho das campanhas. Boulos tem como colegaapp 9winzchapa a deputada federal Luiza Erundina (PSOL), que já foi prefeitaapp 9winzSão Paulo (1989 a 1992) pelo PT.

"São duas candidaturas novas, mas não são uma aventura, mostram para o eleitor que têm bagagem", analisa.

"Me parece que a Manuela não conseguiria ter esse desempenho sem não tivesse o vice do PT, com o todo o recall (lembrança na memória dos eleitores) e a experiência que o PT tem na cidade", disse também, lembrando que Porto Alegre foi governada por petistasapp 9winz1989 a 2005.

No casoapp 9winzBoulos, a professora da UFRJ considera queapp 9winzcandidatura também é alavancada pelo seu históricoapp 9winzmilitânciaapp 9winzmovimentos populares.

Boulos é a principal liderança do Movimentoapp 9winzTrabalhadores Sem Teto (MTST), que organiza acampamentosapp 9winzterrenos e prédios urbanos desocupados para reivindicar moradia para famílias pobres.

A partir desse trabalho que ele foi convidado a entrar no PSOL e concorrer à Presidênciaapp 9winz2018, quando se destacou como orador eapp 9winzdebates com outros candidatos.

"Boulos é muito mais um quadroapp 9winzesquerda do que do PSOL. Talvez seja a maior inovação da esquerda porque o grande desafio desse campo após o PT deixar o poder é se reconectar às organizaçõesapp 9winzbase, aos movimentos populares", ressalta Tanscheit, que no momento estuda a esquerda na América Latina emapp 9winzteseapp 9winzdoutorado.

Sua análise vai ao encontro da pesquisa feita pela cientista política Esther Solano, professor da Universidade Federalapp 9winzSão Paulo (Unifesp). Em entrevistas com ex-eleitores do PT, Solano tem identificado um sentimentoapp 9winz"abandono"app 9winzrelação ao partido.

"A faltaapp 9winzrenovação das lideranças e da cúpula burocrática do partido é uma crítica que ouvimos muito, assim como o afastamento do PT dos territórios, do convívio mais cotidiano com a população ", disse Solano,app 9winzentrevista recente à BBC News Brasil.

PT x PSB: primos disputarão Recife

No Recife, o segundo turno será disputado por dois primos, ambos com menosapp 9winz40 anos: Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB), que ficaram, respectivamente, com 27% e 29% dos votos.

Para Tanscheit, a liderançaapp 9winzambos não significa tanto uma renovação dentro da esquerda, porque os dois se projetam como herdeiros do legadoapp 9winzpolíticos tradicionais.

João Campos é filhoapp 9winzEduardo Campos, ex-governadorapp 9winzPernambuco que morreuapp 9winzum acidenteapp 9winzavião quando era candidato a presidenteapp 9winz2014.

Já Marília Arraes é netaapp 9winzoutro ex-governador do Estado também falecido, Miguel Arraes, e na reta final da campanha citou bastante o apoioapp 9winzLula, aproveitando a popularidade que o ex-presidente mantémapp 9winzPernambuco.

Embora o PSB carregue o termo "socialismo", a professora não considera que o partido esteja claramente situado nesse campo, lembrando que a sigla apoiou Aécio Neves (PSDB)app 9winz2014, no segundo turno da eleição presidencial contra Dilma Rousseff (PT).

Para ela, é Marília Arraes que desponta como liderança da esquerdaapp 9winzPernambuco. "O desempenho da Marília foi forte, considerando que a João Campos tem a estrutura municipal e estadual (pois o PSB governa hoje Recife e Pernambuco)", afirma Tanscheit.

'Renovação lenta, mas por dentro dos partidos'

O cientista político Rafael Cortez, sócio da Tendências Consultoria, nota que as novas lideranças na esquerda estão surgindo dentro dos partidos tradicionais, e podem ter um papel relevante na construçãoapp 9winzalianças dentroapp 9winzum campo que tem ficado fragmentado nas disputas eleitorais.

"É interessante que a esquerda faz uma renovação vagarosa, mas por dentro dos partidos tradicionais. A centro-direita tem mais esse discursoapp 9winzfora da política,app 9winzcontestação ao processo político", afirma.

"Esses candidatos que vão disputar o segundo turnoapp 9winzgrandes capitais são nomesapp 9winzuma nova geração, que ainda tem uma longa carreira política pela frente e, certamente, serão nomes importantes na barganha para a eleição presidencialapp 9winz2022 e na condução do campoapp 9winzesquerda mais no médio e longo prazo", acrescentou.

Naapp 9winzavaliação, ainda que Boulos não seja eleitoapp 9winzSão Paulo, seu desempenho no primeiro turno já o coloca como liderança relevante na esquerda.

"Enquanto Manuela fez aliança com o PTapp 9winzPorto Alegre, Boulos buscou uma concorrência dentro da esquerda, no berço do PT. É possível que Boulos fique com statusapp 9winzprincipal nomeapp 9winzesquerdaapp 9winzSão Paulo, mesmo que não consiga vencer no segundo turno", acredita.

"Em Recife, também já é um dado relevante a chegada da Marília Arraes ao segundo turno, pois parte do partido (PT) não queria que ela disputasse. Mas ela, assim como Boulos e Manuella, chega com condiçõesapp 9winzdisputar a vitória" disse ainda Cortez.

Belém e Vitória

A esquerda também tem chances no segundo turnoapp 9winzVitória e Belém, onde concorre com nomes mais experientes.

Na capital do Pará, Edmilson Rodrigues (PSOL), que já foi prefeito da cidade pelo PT entre 1997 e 2004 ficou com 34% dos votos e vai concorrer contra o Delegado Eguchi (Patriota), que ficou com 23%.

Já na capital do Espírito Santo, a disputa será entre Delegado Pazolini (Republicanos) que teve 30%, e João Coser (PT), que ganhou 21% dos votos.

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