Recordistaestrelabet coviagens aos EUA, Bolsonaro jantará com Trump e terá agenda militar e comercial:estrelabet co

Bolsonaro desembarcaestrelabet coaviãoestrelabet coWashington,estrelabet cofotoestrelabet comarçoestrelabet co2019

Crédito, Alan Santos/Presidência da República

Legenda da foto, Bolsonaro desembarcaestrelabet coaviãoestrelabet coWashington,estrelabet cofotoestrelabet comarçoestrelabet co2019; ele já é o presidente brasileiro que, proporcionalmente, mais visitou os EUA

Além disso, o presidente brasileiro abdicou das vantagensestrelabet conegociação por ser um paísestrelabet codesenvolvimento no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), endossou pela primeira vez na história o embargo econômico americano a Cuba e autorizou a deportação sumáriaestrelabet cobrasileiros que tenham ingressado ilegalmente nos EUA.

A coleçãoestrelabet coagrados aos americanos gerou desgaste a Bolsonaro, acusadoestrelabet coadotar alinhamento automático à superpotência às expensas dos interesses nacionais, algo que o Itamaraty sempre se esforçouestrelabet conegar.

Enquanto fazia concessões, ao longo do ano passado, Bolsonaro recebeuestrelabet coTrump sinais trocados. Os EUA apoiaram a candidatura Argentinaestrelabet codetrimento da brasileira à OCDE, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, anunciaram sobretaxa ao aço brasileiro sob acusaçãoestrelabet coque o Brasil depreciava propositalmente o câmbio e negaram reiteradamente a entrada da carne bovina brasileiraestrelabet coseu mercado, mesmo sem razão técnica para tanto. O governo americano também não aceitou marcar data para uma visitaestrelabet coTrump ao Brasil.

Bolsonaro e Trump caminhamestrelabet cocorredor da Casa Branca

Crédito, REUTERS/Carlos Barria

Legenda da foto, Bolsonaro e Trumpestrelabet coencontroestrelabet comarçoestrelabet co2019; os dois compartilham agenda ideológica e métodosestrelabet cofazer política

Desde dezembro, no entanto, o cenárioestrelabet coreveses acumulados começou a desanuviar. Em dezembro, os EUA apoiaram publicamente o ingresso brasileiro na OCDE (o "clube dos países ricos") no lugar da Argentina, e desistiram da taxa extra sobre o aço — após um telefonema entre os dois líderes. Há algumas semanas, liberaram a exportaçãoestrelabet cocarne do Brasil. Nesse meio tempo, negociaram ainda um gestoestrelabet codeferência a Bolsonaro: um jantar com Trump emestrelabet coresidênciaestrelabet coveraneio, um resortestrelabet coMar-a-Lago, na Flórida. A visitaestrelabet coBolsonaro ao país servirá, portanto, para que ele se sente à mesa com Trump e possa capitalizar politicamente os resultados recentesestrelabet cosuas opçõesestrelabet copolítica externa.

"Vamos jantarestrelabet coMar-a-Lago. Ele queria jantar na Flórida", anunciou Trumpestrelabet cocoletivaestrelabet coimprensa na Casa Branca nesta sexta-feira.

Pouco depois, o governo americano enviou nota à imprensaestrelabet coque dizia explicitamente que "o presidente (Trump) vai usar esse encontro como uma oportunidade para agradecer ao Brasil porestrelabet coforte aliança com os Estados Unidos". O Itamaraty comemorou o tom do comunicado.

Os anfitriões na Flórida

O anfitriãoestrelabet coBolsonaro na Flórida será o prefeitoestrelabet coMiami, o republicano Francis Suarez,estrelabet coquem partiu o convite da visita, endossado também pelo senador do mesmo partido Rick Scott, ex-governador do Estado e um dos congressistas mais leais a Trump. Ambos visitaram o Brasil no segundo semestre do ano passado. Na ocasião, Suarez chegou a dizer que o país estavaestrelabet co"braços abertos" para receber o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, como embaixador brasileiro no país — plano abandonado meses mais tarde.

Com a família Bolsonaro, tanto Suarez quanto Scott partilham um duplo interesse: ampliar os negócios entre Brasil e Flórida, e combater governosestrelabet coesquerda na América Latina. Scott, inclusive, é um dos entusiastasestrelabet couma ação militar americanaestrelabet coterritório venezuelano. O governoestrelabet coNicolás Maduro, cujas ações levaram à fugaestrelabet comaisestrelabet co4 milhõesestrelabet covenezuelanos do país, é um dos maiores alvos políticosestrelabet coBolsonaro, que acusa os governos petistas anterioresestrelabet cotentarem converter o Brasil "em uma Venezuela".

"É uma grande honra ter um chefeestrelabet coEstado visitando a nossa cidade. Particularmente, um presidente que partilha dos nossos valoresestrelabet coser firmemente contra o comunismo e que entende que o comunismo é uma ideologia fraudulenta que destruiu tantos países e impactou muitos outros devido à crise dos imigrantes", afirmou o prefeito Suarezestrelabet coentrevista à BBC News Brasil.

Miami é a capital da diáspora cubana, motivada pelo regimeestrelabet coFidel Castro, e abriga parte dos 370 mil brasileiros que vivem na Flórida, do totalestrelabet co1,3 milhão que compõem a comunidade nos Estados Unidos.

Se, por um lado, é crítico do processo migratório cubano, por outro, Suarez afirma ter se tornado defensorestrelabet couma facilitaçãoestrelabet covistos para brasileiros junto à administração federal americana. Ele conta já ter discutido o assunto tanto com Bolsonaro quanto com Eduardo, além do embaixador americanoestrelabet coBrasília.

A ideia seria isentarestrelabet covisto aqueles brasileiros que comprovem alta renda ou que já tenham viajado diversas vezes aos EUA sem nunca extrapolar o prazo legalestrelabet copermanênciaestrelabet coterritório americano.

"Obviamente, nosso objetivo quando eu viajo para lá e ele (Bolsonaro) viaja para cá é continuar a fortalecer os laços entre Miami e o Brasil. Agora que cidadãos americanos não precisamestrelabet covisto para viajar para o Brasil, espero que possamos criar algo semelhante, se não idêntico, para brasileiros que querem vir para os Estados Unidos", disse Suarez.

A fala acontece na semanaestrelabet coque chegaram ao Brasil o sexto e o sétimo voosestrelabet cobrasileiros deportados expressamente dos EUA. Desde 2006, o Brasil não aceitava a expulsão sumáriaestrelabet cocidadãos acusadosestrelabet coentrar ilegalmente nos Estados Unidos, política que foi alterada no fim do ano passado por Bolsonaro. O númeroestrelabet cobrasileiros indocumentados que entraram pela fronteira com o México no ano fiscalestrelabet co2019 deu um salto para quase 20 mil, um aumentoestrelabet coquase 5 vezesestrelabet corelação a 2018. A ondaestrelabet codeportações e as acusaçõesestrelabet comaus-tratosestrelabet cobrasileiros detidos pelo serviço migratório americano representam desgaste ao governo brasileiro.

"O governo do Brasil não está fazendo o suficiente para proteger seus cidadãos. Preferiu atender aos interessesestrelabet coTrump a cuidarestrelabet coseu próprio povo", afirma Heloísa Maria Galvão, presidente do Grupo Mulher Brasileira, organização que atua no apoio a migrantes brasileiros no Estadoestrelabet coMassachussets, onde vivem 400 mil brasileiros.

O prefeito Suarez afirma que pretende apresentar a ideia ao próprio presidente Trump aindaestrelabet comarço. Ele reconhece que não tem nada para anunciar sobre o assunto no momento, até porque essa seria uma medidaestrelabet coesfera federal, e não municipal. Confrontado com a viabilidade realestrelabet cosua ideia, o prefeito rebate: "Eu acho que o presidente Bolsonaro tem um bom relacionamento com o nosso presidente, então isso é sempre um bom começo".

Pautas econômicas, pautas militares

Pilhasestrelabet comoedasestrelabet codólares e reais

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, No âmbito comercial, não há expectativaestrelabet coque novo anúncioestrelabet coacordo seja feitoestrelabet conova visitaestrelabet coBolsonaro aos EUA

Além do jantar com Trump e dos encontros com o prefeito Suarez e os senadores Scott e Marco Rubio, outro representante republicano da Flórida, a agendaestrelabet coBolsonaro no país mistura reuniões com empresários brasileiros e americanos e pautas militares.

No domingo, ele visitará o Comando Militar dos Sul dos EUA. O local, onde hoje atua um general brasileiro, é a sede da inteligência militar americana para segurança na América Latina, exceto México. Depoisestrelabet coassinar o acordoestrelabet cosalvaguardas tecnológicasestrelabet coAlcântara eestrelabet cose converterestrelabet coum aliado militar extra-OTAN, a aliança militar ocidental, o Brasil firmará com os americanos um acordo chamado RDT&E (abreviaçãoestrelabet coinglês para pesquisa, desenvolvimento, testes e avaliação). O RDT&E possibilita que os dois Estados trabalhem juntosestrelabet coprojetos militares.

O desenvolvimentoestrelabet cotais projetos dependeria das empresas privadasestrelabet cocada um dos países, financiadas com dinheiroestrelabet coum fundo para cooperação militar cujo valor chega a quase US$ 100 bilhões.

Uma das candidatas a se beneficiar do novo pacto é a Embraer. Bolsonaro vai visitar a fábrica da empresaestrelabet coJacksonville, a 500 quilômetrosestrelabet coMiami, na próxima terça, dia 10, antes do retorno ao Brasil. Ali, a Embraer produz o A-29 Super Tucano, um monomotor militarestrelabet coataque leve usado pela FAB e por mais uma dezenaestrelabet coforças aéreasestrelabet cooutros países.

Nos últimos 2 anos, a Embraer investiuestrelabet coexperimentos com aeronavesestrelabet coataque leve junto à Força Aérea americana, que, no fim do ano passado anunciaram a intençãoestrelabet cocomprar entre dois e três A-29 para aprofundar os testes e definir, então, a compraestrelabet coalgumas dezenasestrelabet coaeronaves. O avião da Embraer disputa com o AT-6 Wolverine da americana Textron Aviation a preferência da aeronáutica dos EUA.

Há a expectativa no governo americanoestrelabet coque presençaestrelabet coBolsonaro não apenas na empresa, como voandoestrelabet coum jato da Embraerestrelabet coterritório americano, poderia colaborar para um desfecho positivo para a empresa na negociação.

No âmbito comercial, não há expectativaestrelabet coque nenhum novo anúncioestrelabet coacordo seja feito.

O Brasil é o principal parceiro comercial da Flórida. Em 2018, o comércio entre o país e o Estado americano superou os US$ 20 bilhões. O montante equivale a quase 30%estrelabet cotodo o fluxo comercial entre Brasil e EUA. Os dois presidentes já declararam interesseestrelabet coalinhavar um acordoestrelabet colivre comércio entre os países, mas não se espera que algo nesse sentido possa ser anunciado nos próximos dois ou três anos.

O Itamaraty tem trabalhado com o Departamentoestrelabet coEstado Americano para implementar medidasestrelabet cofacilitaçãoestrelabet conegócios que não inclua tarifas. A expectativa é iniciar nas próximas semanas a segunda faseestrelabet coimplantação do programa Global Entry — que pretende agilizar a entradaestrelabet coempresários brasileiros nos EUA e está, por enquanto,estrelabet cofaseestrelabet cotestes.

Tesla

Em fevereiro, ao anunciar via Twitterestrelabet coviagem aos EUA, o presidente Bolsonaro criou uma expectativaestrelabet coque estaria negociando a vinda da fabricanteestrelabet cocarros elétricos Tesla para o país. "Em março estarei nos Estados Unidos. Em nossa extensa agenda a possibilidade da Tesla no Brasil", escreveu ele. Embora tenha havido tentativaestrelabet comarcar um encontro entre o presidente e os executivos da companhia, não há confirmaçãoestrelabet coque isso ocorrerá. A BBC News Brasil consultou a Tesla sobre o assunto, mas não obteve resposta.

Por enquanto, a agenda do presidente prevê participaçãoestrelabet coum eventoestrelabet co"networking de alto nível" promovido pela Agência Brasileiraestrelabet coPromoçãoestrelabet coExportações e Investimentos (Apex-Brasil), no dia 9, e uma conferência internacionalestrelabet coinvestimentos entre Brasil e Flórida, organizada pelo Fórum das Américas, presidido pelo empresário brasileiro Mário Garnero. No seminário da Apex, haverá apresentações da Secretaria da Pesca e da Empresa Brasileiraestrelabet coTurismo (Embratur) para atrair investimentos.

"Fomos convidados há apenas uma semana e me parece ser mais uma reunião para contatos mesmo com a comunidade do que um evento com pauta específica e anúncios", afirmou à BBC News Brasil Carlos Osório, vice-presidente da Câmaraestrelabet coComércio Americana-Brasileira da Flórida Central e CEO do timeestrelabet cofutebol Orlando City.

Ainda no dia 9, Bolsonaro será recebido na Miami Dade College, onde será cumprimentado por pastores evangélicos e por integrantes da comunidade brasileira da cidade — que apoiou maciçamenteestrelabet cocandidatura presidencial e garantiu a ele 80,64% dos votos válidosestrelabet cobrasileirosestrelabet coMiami.

Bolsonaro contará com uma grande delegação. Com o presidente viajam o ministro do Gabineteestrelabet coSegurança Institucional General Augusto Heleno, o General Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretariaestrelabet coGoverno, o astronauta Marcos Pontes, da pastaestrelabet coCiência e Tecnologia, o ministro da Defesa General Fernando Azevedo e Silva, o Almirante Bento Albuquerque, chefeestrelabet coMinas e Energia e o chanceler Ernesto Araújo. Para o jantar com Trump, é esperado que Bolsonaro conte com a companhia do recém-empossado embaixador do Brasilestrelabet coWashington, Nestor Forster.

O prefeito Suarez, que se encontrará com Bolsonaroestrelabet coao menos duas ocasiões, se mostra entusiasmado com o patamar das relações entreestrelabet cocidade e o Brasil e antevê melhorias comerciais após a visita.

"Quando ele (Bolsonaro) se tornou presidente, ele estava lidando com duas grandes crises: umaestrelabet cocorrupção e outraestrelabet cocriminalidade. É muito difícil querer que as pessoas venham visitar um país que tem esses problemas. E acho que Bolsonaro realmente tentou mudar essa narrativa e tornar o Brasil um lugar onde as pessoas podem se sentir seguras e onde sabem que podem fazer negócios com segurança", afirma.

Línea

estrelabet co Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube estrelabet co ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosestrelabet coautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaestrelabet cousoestrelabet cocookies e os termosestrelabet coprivacidade do Google YouTube antesestrelabet coconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueestrelabet co"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdoestrelabet coterceiros pode conter publicidade

Finalestrelabet coYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosestrelabet coautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaestrelabet cousoestrelabet cocookies e os termosestrelabet coprivacidade do Google YouTube antesestrelabet coconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueestrelabet co"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdoestrelabet coterceiros pode conter publicidade

Finalestrelabet coYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosestrelabet coautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticaestrelabet cousoestrelabet cocookies e os termosestrelabet coprivacidade do Google YouTube antesestrelabet coconcordar. Para acessar o conteúdo cliqueestrelabet co"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdoestrelabet coterceiros pode conter publicidade

Finalestrelabet coYouTube post, 3