A diferença entre axé, pagode, samba e arrocha, segundo os baianos:r1 esportes net bet

Crédito, Alfredo Filho | Angelo Pontes | Secom
"O baiano gostar1 esportes net betdançar. Se der para ele dançar, ótimo. Se não, ele rechaça. É impressionante. Só funciona se tiver suingue", diz ela,r1 esportes net betentrevista à BBC Brasil.
Esse ritmo dançante, aliado à culturar1 esportes net betmatriz africana e os estilos incorporados ao longo dos anos, formam a identidade da música baiana.
Entenda as principais característicasr1 esportes net betcada ritmo:

Crédito, Aristeu Chagas | Setur
Samba
O samba da Bahia segue o mesmo padrão do sambar1 esportes net betroda, que nasceu por voltar1 esportes net bet1860 na região do Recôncavo Baiano, no interior do Estado.
É um pouco diferente do 'irmão mais novo', o samba carioca, que foi popularizado no Rior1 esportes net betJaneiro com as escolasr1 esportes net betsamba e com o samba-exaltação.
A principal diferença no som vem do fator1 esportes net betque, na Bahia, o ritmo tem uma influência maiorr1 esportes net betinstrumentos utilizados nas religiõesr1 esportes net betmatriz africana, como os atabaques. E outra coisa muito importante: no samba baiano, não há cuíca.
"O nosso samba é mais próximo do sambar1 esportes net betroda. O sambar1 esportes net betRiachão,r1 esportes net betBatatinha. Mas temos diferenças na execução, sobretudo do tempo, que favorece a dança com rebolado. Dizem que o baiano dança samba com a bunda, e que o carioca dança com o pé", diz o jornalista, DJ e produtor Luciano Matos.

Crédito, Angelo Pontes | Secom
Pagode
O pagode baiano é 'filho' do samba, mas incorpora, também, instrumentos eletrônicos, misturas com a batida do funk e outros ritmos dançantes.
De acordo com a jornalista e youtuber Maíra Azevedo, especializadar1 esportes net betmúsica e entretenimento, são os elementos acústicosr1 esportes net betorigem africana que diferenciam o samba do pagode baiano.
"O samba se restringe à percussão. Tem a gonga, alguns usam o atabaque, o pandeiro. Mas sem qualquer instrumento eletrônico. Isso é samba", define.
Mas se você tem dúvida se o que está ouvindo é pagode, Azevedo indica observar se as pessoas ao redor estão dançando igual.
"Se a música é coreografada, é pagode", define.
Basta lembrar dos hits do grupo É O Tchan - mesmo quem não gosta sabe até hoje as coreografias mais importantes.
O músico Jonga Cunha, que é autorr1 esportes net betPor Trás dos Tambores, livro sobre os bastidores do axé music, tem uma teoria sobre a diferença entre o pagode baiano e o do eixo Rio-São Paulo.
"O pagode do Rio é um pouco mais lento, o nosso é mais dançante por influência do sambar1 esportes net betroda, da conga e dos cânticos do candomblé. Quando toca, não fica ninguém parado."
"Aí dizem que as letras são ruins. Mas são ruins no Brasil todo, o pagode baiano é uma maravilha", defende.
Maíra aponta que o pagode ainda é muito marginalizado, dentro e fora da Bahia.
"Existe uma discriminação muito grande porque algumas letras são sexualizadas, até mesmo explícitas", diz.
E,r1 esportes net betfato, mesmo o maior fãr1 esportes net betpagode concorda que, na Bahia, existe o termo 'baixo astral' para classificar as músicasr1 esportes net betcunho muito sexual ou que sejam ofensivas às mulheres.
Mas Maíra defende que o preconceito não para por aí.
"A maioria das grandes bandas, mesmo as do alto escalão, veior1 esportes net betbairros extremamente pobresr1 esportes net betSalvador. É o caso do Psirico, que vem do Engenho Velhor1 esportes net betBrotas; Harmonia do Samba,r1 esportes net betSão Caetano; e Leo Santana,r1 esportes net betBoa Vista do Lobato. E tudo que vem da periferia é tratado com desdém", opina.
Luciano Matos concorda. "Acho que hoje o pagode e o arrocha encontram o mesmo tipor1 esportes net betpreconceito que o Olodum teve no final dos anos 1980 e 1990. É o que as pessoasr1 esportes net betclasse média e alta veem como músicar1 esportes net betpobre, músicar1 esportes net betempregada doméstica", critica.

Crédito, Divulgação
Arrocha
Esse pode ser o grande motivo que impediu que o sertanejo universitário, que virou modar1 esportes net betboa parte do Brasil, tomasse conta da Bahia.
Com influência do forró e das músicasr1 esportes net betseresta, o arrocha é a autêntica músicar1 esportes net betdorr1 esportes net betcotovelo. E, assim como os outros ritmos, também é dançante.
"O latino-americano adora cantar o amor que perdeur1 esportes net betvez do amor que tem ou que vai ganhar. É uma músicar1 esportes net betdor e é musicar1 esportes net betamor, também. Acho que é por isso que o sertanejo universitário está na moda. Não 'pega' tanto aqui na Bahia porque temos uma música local muito forte, que é o arrocha, que já faz sucesso há bastante tempo", diz Jonga Cunha.
Daniela Mercury acredita que a música estilo dorr1 esportes net betcotovelo já está incorporada na cultura baiana.
"Dentro do universo da 'sofrência' você tem o arrocha, o groove arrastado do pagode e o próprio sambar1 esportes net betroda. Esse sertanejo novo é uma variação do forró nordestino, o mesmo do arrocha, que começou a fazer sucesso. E já são velhos conhecidos nossos. Não temos preconceito e não temos limite para essa mistura."
Assista: Desapeguei,r1 esportes net betPablo
Axé music
Talvez o axé music seja o que mais divide artistas, pesquisadores e o próprio folião baiano.
Para Luciano Matos, não é um ritmo, mas um estilo com vários ritmos.
Para Daniela Mercury, é um gênero musical, que possui influências diversas e múltiplas adaptações.
Já Jonga Cunha acredita que o axé é um movimento musical, como a Tropicália e a Bossa Nova.
Todos eles, no entanto, concordam que o axé pode ser visto como a representação musical do Carnaval da Bahia.
"Na verdade, o nome axé é um guarda-chuva para o universo infinitor1 esportes net betpossibilidades rítmicas. Então, o axé não é um ritmo, é um gênero musical, que é muito certo para o Carnavalr1 esportes net betcima do trio, e que incorpora todos os ritmos mundiais, entre rock, reggae, funk... Desde que tenha o suingue", resume a cantora, que se tornou a primeira representante nacional do estilo.

Crédito, Celia Santos | Divulgação
O axé foi concebido - ainda sem esse nome - na décadar1 esportes net bet1950, quando Armandinho, Dodô e Osmar misturaram o frevo pernambucano com o galope, derivado do forró, e a guitarra elétrica. Mais tarde, vieram as influênciasr1 esportes net betritmos afro-brasileiros como o samba-reggae, e o ijexá do grupo Ilê Ayiê.
Mas a evolução musical continuou para além disso. "Artistas como Luiz Caldas e Geronimo juntaram outras referências, como ritmos latinos. Tanto é que o Pará tem até uma rixa com a gente, porque a lambada, que é deles, ficou famosa aqui", afirma Luciano Matos.
A percussão tornou-se tão importante no estilo que os próprios artistas começaram a incorporar, emr1 esportes net betformar1 esportes net betescrever er1 esportes net betcantar, sons que imitavam instrumentos como o timbal.
"(A letra do Olodum) 'Avisa lá que eu vou chegar mais tarde, oh yeah / Vou me juntar ao Olodum que é da alegria' é bem rítmica, é quase uma percussão feita com a letra da música e com a voz. Isso é algo bem próprio da músicar1 esportes net betSalvador", explica Mercury.
Nos anos 1980, o termo "axé music" foi criado, com cunho pejorativo, pelo crítico Hagamenon Brito. Mas acabou sendo adotado por produtores e artistas.
"Depois daí surgiu o que se chamar1 esportes net betaxé, com uma linguagem mais pop er1 esportes net betrefrão fácilr1 esportes net betdecorar", disse Luciano Matos.
Basta lembrar as músicas mais famosasr1 esportes net betIvete Sangalo, Chiclete com Banana e Asar1 esportes net betÁguia, com muitas exclamações e refrões que falamr1 esportes net betamor e, claro,r1 esportes net betseguir os trios elétricos no Carnaval.








