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As perguntas que Carlos Bolsonaro terácasas de aposta 2024responder à PF sobre 'Abin paralela':casas de aposta 2024
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deverá prestar nesta semana um depoimento à Polícia Federal (PF) sobre as suspeitascasas de aposta 2024que faria parte do "núcleo político" do uso indevido da Agência Brasileiracasas de aposta 2024Inteligência (Abin), conhecido como "Abin paralela".
Segundo as investigações, a "Abin paralela" seria uma estruturacasas de aposta 2024inteligência montada na agência durante o governo Bolsonaro para monitorar adversários políticos e oferecer informações sigilosas a integrantes do grupo.
Carlos Bolsonaro e Jair Bolsonaro, que não consta oficialmente como um dos investigados, negam qualquer irregularidade.
O depoimentocasas de aposta 2024Carlos deverá ser realizado na sede da PF no Riocasas de aposta 2024Janeiro, cidade onde o vereador mora, nos próximos dias.
Em 29casas de aposta 2024janeiro, ele foi alvo da segunda fase da operação Vigilância Aproximada, que investiga o caso.
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As suspeitascasas de aposta 2024que uma "Abin paralela" funcionava com recursos da agência foi reveladacasas de aposta 2024marçocasas de aposta 20242023 pelo jornal O Globo, que mostrou que a agência utilizava um software chamado FirstMile para monitorar a geolocalizaçãocasas de aposta 2024telefones celulares sem autorização judicial, inclusivecasas de aposta 2024autoridades.
Depois disso, a PF instaurou um inquérito e passou a investigar a denúncia.
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Alémcasas de aposta 2024Carlos Bolsonaro, o ex-diretor-geral da agência, o delegado da PF e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), também foi alvocasas de aposta 2024uma operação.
Ramagem nega ter repassado informações sigilosas para a família Bolsonaro.
Segundo trechocasas de aposta 2024relatório da PF publicado na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandrecasas de aposta 2024Moraes autorizando a operação contra Carlos Bolsonaro, há suspeitascasas de aposta 2024que o vereador seria um dos beneficiários do esquema ao supostamente solicitar por meiocasas de aposta 2024uma assessora informações sigilosas a respeitocasas de aposta 2024investigações envolvendocasas de aposta 2024família.
A suposta participaçãocasas de aposta 2024Carlos no esquema e seu depoimento à PF vêm sendo explorados por adversários políticos do ex-presidente.
Para além do debate político, no entanto, a BBC News Brasil consultou advogados criminalistas para saber qual deverá ser a linhacasas de aposta 2024interrogatório a ser adotada pela PF durante o depoimentocasas de aposta 2024Carlos Bolsonaro e o que os investigadores pretendem elucidar a partir das declarações do vereador.
Três eixos principais deverão ser explorados pelos interrogadores, na avaliação dos entrevistados.
Qual seria o suposto vínculocasas de aposta 2024Carlos com a 'Abin paralela'?
Os dois advogados criminalistas consultados pela BBC News Brasil apontam que um dos principais pontos a serem esclarecidos durante o depoimento é sobre a existência ou nãocasas de aposta 2024um vínculo entre Carlos Bolsonaro e a chamada "Abin paralela".
"Das informações divulgadas pela mídia, Carlos Bolsonaro poderia ser um dos responsáveis por solicitar e receber informações, o que o colocaria no centro dos requerimentos clandestinoscasas de aposta 2024investigações", diz a criminalista Juliana Bertholdi.
Ela disse que a PF deverá conduzir parte do seu depoimento tentando elucidar a natureza do suposto envolvimentocasas de aposta 2024Carlos Bolsonaro ecasas de aposta 2024ligação com outros investigados.
"Eles querem saber secasas de aposta 2024fato houve requerimentoscasas de aposta 2024realizaçãocasas de aposta 2024investigações por razões particulares, sem autorização judicial competente. Ao fazer isso, eles buscam encontrar materialidade sobre o suposto crime", diz a criminalista.
O advogado criminalista Pierpaolo Bottini, professorcasas de aposta 2024Direito da Universidadecasas de aposta 2024São Paulo (USP) também avalia que parte significativa do depoimento vai se debruçar sobre a suposta ligação entre Carlos Bolsonaro e o grupo.
"Eles (a PF) deverão indagar sobre qual é o graucasas de aposta 2024relação entre Carlos Bolsonaro e os agentes públicos investigados. Eles querem saber se o vereador tinha um vínculo próximo (com os investigados), se havia comunicação direta entre eles ou se era intermediada", disse o advogado.
Um trechocasas de aposta 2024uma representação da PF mencionada na decisão que autorizou a operação da segunda-feira (29/01) aponta que,casas de aposta 2024pelo menos um episódio, Carlos Bolsonaro teria feito contato com Ramagem por meiocasas de aposta 2024uma assessora parlamentar.
Essa assessoria teria pedido acesso a informações a respeitocasas de aposta 2024um inquérito que tramitava na Polícia Federal e investigaria três filhoscasas de aposta 2024Jair Bolsonaro.
"A existência do núcleo político e os eventuais serviços prestados ganha concretude no pedido realizado pelo sr. Carlos Bolsonaro para o Delegado Alexandre Ramagem e a subsequente remessacasas de aposta 2024informaçõescasas de aposta 2024Inquéritoscasas de aposta 2024Polícia Federalcasas de aposta 2024andamento", diz um trecho da representação da PF reproduzida na decisãocasas de aposta 2024Alexandrecasas de aposta 2024Moraes.
Na quarta-feira (31/01), a defesacasas de aposta 2024Carlos Bolsonaro divulgou uma nota sobre a operação da PFcasas de aposta 2024que negoucasas de aposta 2024ligação com a Abin.
"O vereador Carlos Bolsonaro reitera que não possui qualquer ligação com a Abin e tampouco solicitava e/ou recebiacasas de aposta 2024pessoas vinculadas à agência qualquer tipocasas de aposta 2024informação e dadoscasas de aposta 2024terceiras pessoas", diz um trecho da nota.
A ligação pessoal e política entre Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem é pública.
O hoje deputado federal foi um dos responsáveis pela segurançacasas de aposta 2024Jair Bolsonarocasas de aposta 20242018, quando ele era candidato à Presidência.
Durante esse período, Ramagem ganhou a confiança da família, inclusive acasas de aposta 2024Carlos Bolsonaro.
Após a vitória nas eleições, Jair Bolsonaro nomeou Ramagem como diretor-geral da Abin no iníciocasas de aposta 20242019.
Em 2020, após a saída do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) do comando do Ministério da Justiça,casas de aposta 2024meio às suspeitascasas de aposta 2024que Bolsonaro teria tentado interferircasas de aposta 2024investigações da PF envolvendo seus filhos, Bolsonaro chegou a nomear o delegado como diretor-geral da Polícia Federal.
A nomeação, no entanto, foi suspensa pelo STF por suspeitascasas de aposta 2024que a idacasas de aposta 2024Ramagem ao comando da corporação seria um desvio umcasas de aposta 2024finalidade com o objetivocasas de aposta 2024proteger a família Bolsonaro.
O jornal O Globo classificou o vereador como "padrinho político"casas de aposta 2024Ramagem emcasas de aposta 2024carreira política.
A páginacasas de aposta 2024Ramagem no Facebook, por exemplo, contém postagens e fotos do delegado ao ladocasas de aposta 2024Carlos e Jair Bolsonaro.
Em 2022, o delegado foi eleito deputado federal pelo Riocasas de aposta 2024Janeiro com o apoio da família Bolsonaro.
Apesarcasas de aposta 2024não constar como um dos investigados no caso, o ex-presidente Jair Bolsonaro vem negando a existênciacasas de aposta 2024uma "Abin paralela" durante seu mandato.
Em uma transmissão ao vivocasas de aposta 2024suas redes sociaiscasas de aposta 202428casas de aposta 2024janeiro, Bolsonaro negou que fizesse usocasas de aposta 2024uma estrutura paralelacasas de aposta 2024inteligência nos moldes da que é investigada pela PF.
Ele afirmou que os serviços oficiaiscasas de aposta 2024inteligência do Estado não forneciam informações satisfatórias e que, por isso, fazia ligações para pessoas conhecidas ou mesmo para estranhos durante o períodocasas de aposta 2024que foi presidente para obter informações.
"Muitas vezes eu ligava para um posto militarcasas de aposta 2024um cantão desse Brasil, atendia um cabo, essa era minha inteligência, essa é confiável, porque essas oficiais, respeitosamente, para mim não chegava nada", disse o ex-presidente.
Bolsonaro também elogiou Ramagem, a quem classificou como "um cara fantástico".
Quais informações sigilosas teriam sido compartilhadas?
Outro ponto destacado por Pierpaolo Bottini e Juliana Bertholdi é com relação ao recebimento ou nãocasas de aposta 2024informações sigilosas por Carlos Bolsonaro a partir do suposto esquema da "Abin paralela".
"Quem são os particulares que tiveram acesso a tais informações, quais informações foram compartilhadas? Isso é um ponto que deverá ser abordado pelos investigadores", disse Bertholdi.
Bottini aponta no mesmo sentido ao dizer que "a PF vai tentar descobrir, para além dos monitoramentos feitos pelo FirstMile, que tipo ou graucasas de aposta 2024informações sigilosas a suposta 'Abin paralela' produzia e se Carlos Bolsonaro recebia esse tipocasas de aposta 2024dado".
Até o momento, os documentos liberados pelo STF sobre a investigação apontam apenas um episódiocasas de aposta 2024que Carlos Bolsonaro teria, supostamente, solicitado informações por meiocasas de aposta 2024uma assessora, como citado anteriormente na reportagem.
Com base nos documentos divulgados até o momento, não há informações sobre se Carlos Bolsonaro oucasas de aposta 2024assessora,casas de aposta 2024algum momento,casas de aposta 2024fato receberam dados sigilosos.
De acordo com as investigações, uma assessora parlamentarcasas de aposta 2024Carlos Bolsonaro pediu informações a respeito da delegada da PF Isabela Muniz Ferreira, que à época estaria lotadacasas de aposta 2024um departamentocasas de aposta 2024investigações especiais da corporação.
"A solicitaçãocasas de aposta 2024realizaçãocasas de aposta 2024‘ajuda’ relacionada a Inquérito Policial Federalcasas de aposta 2024andamentocasas de aposta 2024unidades sensíveis da Polícia Federal indica que o núcleo político possivelmente se valia do Del. Alexandre Ramagem para obtençãocasas de aposta 2024informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas", diz outro trecho da representação da PF reproduzida na decisãocasas de aposta 2024Alexandrecasas de aposta 2024Moraes.
A própria PF indica, porém, que o inquérito citado pela assessoracasas de aposta 2024Carlos no pedido feito a Ramagem não se referia a investigações que tinham a família Bolsonaro como alvo.
A PF, no entanto, avalia que a assessora não tinha obtido o número do inquérito correto.
"Os referidos inquéritos policiais não apresentam pertinência com os referidos Pr [presidente] e 3 filhos. Entretanto, fontes abertas indicam que, no período, existiam investigaçõescasas de aposta 2024andamento no interesse dos sujeitos, razão pela qual provavelmente a fonte não obteve os números dos procedimentos corretos", diz um trecho da representação da PF.
Que a finalidade das informações supostamente compartilhadas?
Bottini aponta um terceiro eixocasas de aposta 2024perguntas que deverão ser feitas a Carlos Bolsonaro.
"Qual o uso que era dado a essas informações? Era apenas para monitoramentocasas de aposta 2024adversário ou também era para se proteger? Isso é um dos pontos relevantes para se descobrir ao longo das investigações", afirmou Bottini.
De acordo com os documentos da investigação divulgados até o momento, tanto a PF quanto a Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliam que a "Abin paralela" tinha como um dos seus principais objetivos monitorar opositores ao governo Bolsonaro e fiscalizar investigaçõescasas de aposta 2024curso contra aliados.
"Os elementoscasas de aposta 2024prova colhidos até o momento indicam,casas de aposta 2024maneira significativa, que a organização criminosa infiltrada na Abin também se valeucasas de aposta 2024métodos ilegais para a realizaçãocasas de aposta 2024ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras [...] bem como para 'fiscalizar' indevidamente o andamentocasas de aposta 2024investigaçõescasas de aposta 2024facecasas de aposta 2024aliados políticos", diz um trecho da decisãocasas de aposta 2024Alexandrecasas de aposta 2024Moraes.
Segundo informações divulgadas pelo STF sobre a investigação, a suposta "Abin paralela" produzia informações que depois eram usadas com fins políticos.
Um exemplo, segundo a PF, seria a produçãocasas de aposta 2024relatórios com o objetivocasas de aposta 2024ligar ministros dos STF como Moraes e Gilmar Mendes a advogados que atuamcasas de aposta 2024casos envolvendo a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
A PF também apontou que a suposta "Abin paralela" teria feito o monitoramento do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PSDB-RJ), e da ex-deputada federal Joyce Hasselmann (PSDB-SP).
Maia era identificado como um opositor a Bolsonaro assim como Hasselmann, que, apesarcasas de aposta 2024ter sido eleita com o apoio do eleitorado bolsonarista, acabou rompendo politicamente com a família ao longocasas de aposta 2024seu mandato.
Entre os supostos beneficiados da "Abin paralela" estariam outros dois filhoscasas de aposta 2024Jair Bolsonaro: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan Bolsonaro.
De acordo com uma decisãocasas de aposta 2024Moraes, agentes destacados sob o comandocasas de aposta 2024Ramagem "utilizaram das ferramentas e serviços da Abin para serviços e contrainteligência ilícitos e para interferircasas de aposta 2024diversas investigações da Polícia Federal, como, por exemplo, para tentar fazer prova a favorcasas de aposta 2024Renan Bolsonaro, filho do então Presidente Jair Bolsonaro".
Em inquérito já arquivado, Renan era suspeitocasas de aposta 2024ter praticado tráficocasas de aposta 2024influência ao ter, supostamente, intermediado reuniões entre empresários e integrantes do governo Bolsonaro.
Jair Renan ecasas de aposta 2024defesa negam que ele tenha praticado qualquer irregularidade no caso.
Em outro trecho, a decisãocasas de aposta 2024Moraes cita como a "Abin paralela" teria sido usada para beneficiar Flávio Bolsonaro.
A decisão cita também suposta atuação da Abin com a produçãocasas de aposta 2024relatórioscasas de aposta 2024inteligência para ajudar a defesacasas de aposta 2024Flávio Bolsonaro na investigação por um suposto esquemacasas de aposta 2024rachadinha (desviocasas de aposta 2024saláriocasas de aposta 2024funcionários)casas de aposta 2024seu gabinete quando era deputado estadual no Riocasas de aposta 2024Janeiro.
O caso depois foi paralisado por decisões do STF e do Superior Tribunalcasas de aposta 2024Justiça (STJ) que anularam provas obtidas.
Após a operação contra Ramagem, o deputado negou à GloboNews ter favorecido a família Bolsonaro com informações colhidas pela agência.
"Quanto a essa questão do Renan Bolsonaro, não tenho intimidade com ele. Só apertei a mão dele algumas vezes, e as pessoas que estavam na Abin, eu não sei se têm qualquer conhecimento", disse Ramagem.
"Com o senador Flávio Bolsonaro eu tenho grande contato, mas a questão dos dois é que eles são filhos do presidente, eles têm proteção do GSI [Gabinetecasas de aposta 2024Segurança Institucional] enquanto filhos do presidente."
A assessoriacasas de aposta 2024imprensacasas de aposta 2024Flávio Bolsonaro negou, por meiocasas de aposta 2024nota, que tenha se beneficiado da Abin.
"É mentira que a Abin tenha me favorecidocasas de aposta 2024alguma forma,casas de aposta 2024qualquer situação, durante meus 42 anoscasas de aposta 2024vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativacasas de aposta 2024criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro", disse o senadorcasas de aposta 2024nota.
Em entrevista à CNN Brasil, o advogadocasas de aposta 2024Carlos Bolsonaro negou qualquer ligação dele com a Abin.
"Nenhuma. Ele não tem ligação alguma. Criou-se essa narrativacasas de aposta 2024determinado momento, mas o vereador não tem nenhum tipocasas de aposta 2024ligação seja institucional sejacasas de aposta 2024acesso a informações. Isso é uma narrativa criada que não é a realidade", afirmou Fonseca.
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