As mulheres usadas pelos EUA como 'cobaias' da pílula anticoncepcionalroleta imagensPorto Rico:roleta imagens

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Mulheres trabalhamroleta imagensfábricaroleta imagensPorto Rico: na décadaroleta imagens1950, pesquisaroleta imagensgrande escala na ilha testou a pílula anticoncepcionalroleta imagensmulheres pobres
No filme, ambas afirmam que não sabiam que faziam parteroleta imagensuma pesquisa.
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Tal como elas, centenasroleta imagensoutras mulheres porto-riquenhasroleta imagensorigem humilde foram, sem saber, pacientes no estudo liderado por dois acadêmicos americanos.
O medicamento, que desderoleta imagenscomercializaçãoroleta imagens1960 permitiu que as mulheres tivessem maior controle sobre seus corpos, por não dependerem dos homens para planejar a maternidade, foi testadoroleta imagensPorto Rico graças a uma peculiar política públicaroleta imagenscontrole da superpopulação promovida pelo governo local da ilha e pelos Estados Unidos.
Em meio a um boomroleta imagensnatalidade durante a primeira metade do século 20, com muitos cidadãos vivendoroleta imagensextrema pobreza, a solução dos políticos da ocasião, nomeados pelos EUA, foi encorajar os porto-riquenhos a não terem filhos.
E suas iniciativas, explica Ana María García, professora da Universidaderoleta imagensPorto Rico e diretoraroleta imagensLa Operación, foram pensadas especificamente para que esta redução populacional ocorresse entre as comunidades mais pobres.

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A pílula anticoncepcional, que ajudou as mulheres a terem maior liberdade, foi aprovada pelas autoridades dos EUAroleta imagens1960
"Elas foram dirigidas às mulheres mais pobres,roleta imagensminorias raciais e menos instruídas do país", diz Lourdes Inoa, da ONG feminista porto-riquenha Taller Salud.
"Porque eram as que menos tinham oportunidaderoleta imagensconhecer as repercussõesroleta imagensparticipar deste tiporoleta imagensprocedimento. O consentimento, neste contexto, é altamente questionável", acrescenta.
Com financiamento privado, mas também do Estado, a ilha foi "um grande laboratórioroleta imagenscontroleroleta imagensnatalidade", diz García.
E as mulheres, acrescenta Inoa, tornaram-se "cobaias".
Dois cientistas e duas ativistas
A origem da pílula, que segundo as Nações Unidas é usada atualmente por 150 milhõesroleta imagensmulheresroleta imagenstodo o mundo, ocorreu longeroleta imagensPorto Rico, dentro dos muros da prestigiada Universidaderoleta imagensHarvard,roleta imagensMassachusetts, nos EUA.
Quem desenvolveu o medicamento foram dois renomados professores da instituição: John Rock e Gregory Pincus.
O primeiro foi um dos mais importantes especialistasroleta imagensfertilidade da América do Norte, diz a historiadora Margaret Marsh, professora da Universidade Rutgers,roleta imagensNova Jersey. Rock era paradoxalmente católico, e pensava que os casais deveriam ter o direitoroleta imagensdecidir quando ter filhos.
Pincus foi um biólogo queroleta imagensmaisroleta imagensuma ocasião descreveu a superpopulação como "o maior problema para os paísesroleta imagensdesenvolvimento".
Ambos foram financiados e supervisionadosroleta imagensperto por Margaret Sanger, enfermeira e especialistaroleta imagenssaúde que fundou a organização sem fins lucrativosroleta imagenssaúde reprodutiva Planned Parenthood, e pela rica líder sufragista (movimento que reivindicava a participação feminina na política) Katharine McCormick.

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Gregory Pincus, biólogo da Universidaderoleta imagensHarvard, foi um dos diretores do ensaio clínicoroleta imagensgrande escala conduzidoroleta imagensPorto Rico

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Margaret Sanger foi a fundadora da primeira clínicaroleta imagenscontroleroleta imagensnatalidade nos EUA, que mais tarde se tornou a organização Planned Parenthood
Elas, diz Inoa, "procuravam que as mulheres fossem inseridas nas diversas facetas da sociedade, para que tivessem maior poder". O controle da maternidade era essencial para isso.
Mas sabe-se que Sanger defendia a eugenia, a filosofia social que prega o aperfeiçoamento da raça humana através da seleção biológica.
E por isso permitiu que a pílula fosse testadaroleta imagensmulheres pobres eroleta imagenssituaçãoroleta imagensvulnerabilidade.
"O movimento pelo controle da natalidade,roleta imagenscerta forma, teve duas vertentes. Uma era que as mulheres tomassem as suas próprias decisões reprodutivas, e a outra era a ideiaroleta imagensque o controle da natalidade era bom porque as pessoas pobres teriam menos filhos", acrescenta Marsh.

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Katherine McCormick era uma sufragista e herdeira milionária que financiou o projeto da pílula anticoncepcional
Os primeiros estudos
A primeira pesquisa sobre pílula anticoncepcional nos EUA foi feitaroleta imagensratos e outros animais.
Depois,roleta imagensuma atitude considerada antiética, os cientistas administraram o medicamento a um pequeno gruporoleta imagenspacientes num hospital público para doentes mentaisroleta imagensMassachusetts, diz Marsh, que é especialista na história da contracepção nos EUA.
"Os familiares dos pacientes deram autorização para a realização do estudo, mas eles próprios, por estarem internados num hospital psiquiátrico, não consentiram. Embora naquela época isso fosse legal", comenta.
Nesta fase, Pincus e Rock descobriram que os compostos que criaram tinham o efeitoroleta imagensinterromper a ovulação. Então procuraram um local para realizar um testeroleta imagensmaior escala, para que os reguladores dos EUA aprovassem a pílula.
Em Massachusetts, explica a professora García, o controle da natalidade era ilegal. Havia também limitações legais para experimentação com seres humanos.
Foi então que os cientistas tiveram que identificar um "local ideal".
A ilha laboratório
Eles decidiram ir para Porto Rico porque a esterilização e a experimentação para conseguir a contracepçãoroleta imagensgeral era legal lá desde 1937.
"Uma lei foi aprovada num momento histórico, quando no resto do planeta, incluindo os EUA, a esterilização generalizada não era legal", destaca García.
A legislação foi assinada pelo governador Blanton C. Winship, um homem que também apoiava publicamente a eugenia e que –roleta imagensacordo com um artigo do jornal The New York Times – incentivou que o controle populacional fosse pesquisadoroleta imagensPorto Rico, porque para ele era o único "meio confiávelroleta imagensmelhorar a raça humana".
Na décadaroleta imagens1950, quando os pesquisadores da pílula chegaram à ilha, 41% das mulheres porto-riquenhasroleta imagensidade reprodutiva já haviam experimentado algum método contraceptivo, segundo um estudo da Universidaderoleta imagensPorto Rico.
Isto foi possível graças ao fatoroleta imagensa legislação ter permitido a criaçãoroleta imagensdezenasroleta imagensclínicasroleta imagensplanejamento familiarroleta imagenstodo o território, mesmo nas cidades mais remotas, subsidiadas pelo governo e com funcionários que promoviam o controle da natalidade entre as mulheres.
A rederoleta imagensclínicas também atraiu a atençãoroleta imagensPincus e Rock, que pensaram que poderiam utilizá-las para desenvolver seu projeto.
A equipe, porém, decidiu focar primeiroroleta imagensum único bairroroleta imagensSan Juan, a capital do país.

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Recorte do New York Times fala sobre o governador Blanton C. Winship
As mulheres do Río Piedras
Na ilha, a experiência começouroleta imagens1955 como um projeto do qual participaram estudantesroleta imagensmedicina e enfermagem. Mas o estudo era muito complicado e doloroso, por isso muitas não terminaram.
Além disso, a pílula testadaroleta imagensPorto Rico tinha uma dose muito superior à atual e causava fortes efeitos colaterais.
"Eram necessárias análisesroleta imagensurina, biópsias endometriais e outros testes para determinar se estavam ovulando ou não. É um procedimento desconfortável. Se você tem estudantes que realmente não precisamroleta imagenscontracepção, eles não estariam dispostos a continuar", comenta Marsh.
A medicação causou náuseas, tonturas, vômitos e doresroleta imagenscabeça.
Pincus, entretanto, descartou esses efeitos colaterais como uma consequência "psicossomática" (quando um sintoma físico é causado por questões emocionais ou psicológicas).
"Ele acreditava tanto na pílula que estava dando para suas familiares. Suas netas, filhas, as amigasroleta imagensseus filhos”, diz Marsh, que escreveu uma biografia sobre Rock, colegaroleta imagenstrabalhoroleta imagensPincus.
A equipe decidiu continuar a experimentação, mas desta vezroleta imagensRío Piedras, um subúrbio ao norteroleta imagensPorto Rico.
Assistentes sociais e equipes médicas visitaram as mulheresroleta imagensportaroleta imagensporta, oferecendo-lhes pílulas anticoncepcionais e, para algumas delas, realizando exames para coletaroleta imagensdados, sem qualquer compensação monetária.

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As mulheres porto-riquenhas foram objetoroleta imagensestudo até 1964
O rechaço por parteroleta imagensdiversos setores da sociedade porto-riquenha foi imediato.
"Houve notas na imprensa que classificaram as pesquisas como 'malthusianas'", diz Inoa, do Taller Salud. O economista inglês Thomas Malthus (1766-1834) desenvolveu uma teoria sobre crescimento populacional e a produçãoroleta imagensalimentos, e acreditava na necessidaderoleta imagenscontroleroleta imagensnatalidade para conter o ritmo acelerado do crescimento da população.
"[Houve críticas] também por parteroleta imagensmédicos, mesmo aqueles que estavamroleta imagensprocessoroleta imagensrecrutamentoroleta imagensmulheres, que pensavam que os efeitos colaterais deveriam ser levados a sério e que eram necessários mais testes e não desconsiderá-los."
Devido aos efeitos colaterais, muitas dessas mulheres, assim comoroleta imagensestudos anteriores, decidiram interromper o tratamento. Outras, atingidas pela pobreza, concordaramroleta imagenstomar a pílula como método reversívelroleta imagenscontrole da natalidade.
Segundo Marsh, três pessoas morreram no ensaio clínico realizado na ilha caribenha. No entanto, nunca foi realizada uma autópsia nelas, portanto as causas exatasroleta imagenssua morte são desconhecidas.
A aprovação

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A primeira pílula anticoncepcional chamava-se Enovid
Apesar das mortes, vendo que a pílula tinha o efeitoroleta imagensprevenir a gravidez, os cientistas estenderam o projeto a outras cidadesroleta imagensPorto Rico e, posteriormente, ao Haiti, México, Nova York, Seattle e Califórnia.
No total, participaram cercaroleta imagens900 mulheres, das quais cercaroleta imagens500 eram porto-riquenhas.
Em 1960, a FDA, agência regulatóriaroleta imagensmedicamentos dos EUA, aprovou o Enovid, como foi chamada a primeira pílula, como método contraceptivo.
Sua expansão foi rápida. Em apenas sete anos, 13 milhõesroleta imagensmulheres no mundo usaram o produto.
Mas depoisroleta imagensser aprovada pela FDA, a pílula continuou a causar efeitos colaterais graves, incluindo coágulos sanguíneos, o que levou a processos judiciais. Na ilha, apesar das ações judiciaisroleta imagensoutras partes dos Estados Unidos, os estudos continuaram até 1964.
Ainda hoje, diz Inoa, não há pesquisas "significativas" que procurem "outro tiporoleta imagensmétodo anticoncepcional que não tenha os efeitos colaterais da pílula que existe atualmente".
Enquanto isso, os estudos para criar um anticoncepcional oral para homens também não deram frutos, embora tenham começado há 30 anos.







