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Pátria dos direitos humanos? A expulsãocassino fan tanmassacassino fan tansem-teto das ruascassino fan tanParis antes dos Jogos Olímpicos:cassino fan tan
"Os Jogos Olímpicos e grandes competições, como Copas do Mundo, têmcassino fan tanseu gene a tendênciacassino fan tanlimpeza social," afirma Malgrain, se referindo à expressão utilizada pelas associações para a remoçãocassino fan tanpessoas que vivem nas ruas durante eventos importantes.
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Fim do Matérias recomendadas
O relator especial da Nações Unidas para direito à moradia, Balakrishnan Rajagopal, questionou a França,cassino fan tanabril, sobre a situação dos “grupos marginalizados.”
Ele afirmou, na rede social X, que “as expulsões para embelezar Paris antes dos Jogos são similares ao que a China e outros fizeram antescassino fan tangrandes eventos. Como a França justifica isso?”, questionou.
As autoridades francesas negam que a retirada dos sem-teto, enviados para abrigos temporárioscassino fan tanoutras cidades, tenha a ver com os Jogos Olímpicos.
“Não há faxina social”, declarou a ministra dos Esportes e dos Jogos Olímpicoscassino fan tanParis, Amélie Oudéa-Castéra.
“Há uma políticacassino fan tanacomodaçãocassino fan tanemergência que visa distribuir essas pessoas por todo o país. Operações desse tipo são realizadas regularmente, isso não é ditado pela agenda dos Jogos.”
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As associações, no entanto, ressaltam que o acessocassino fan tanmigrantes a acomodaçõescassino fan tanemergência foracassino fan tanParis se tornou repentinamente mais fácil.
São pessoas que vivemcassino fan tantendas ou sob pontescassino fan tanalgumas áreascassino fan tanParis, principalmente no norte da capital, e também às margens do rio Sena. Há muitos migrantes entre os sem-teto que vivem na capital.
Seine-Saint-Denis, onde estão os equipamentos olímpicos, é formada por municípios pobres onde residem muitos imigrantes.
A região foi o epicentro da forte ondacassino fan tanviolência que se alastrou pelos subúrbios francesescassino fan tan2005.
Nas proximidades da estaçãocassino fan tantrem e metrô Gare du Nord, área onde há muitos usuárioscassino fan tancrack que pedem dinheiro pelo bairro, o 10° distritocassino fan tanParis - uma região central onde fica a praçacassino fan tanla République - essa população ficou progressivamente bem menos visível nas últimas semanas.
A secretariacassino fan tansegurança pública da capital já havia proibido no final do ano passado, por decreto, o reagrupamentocassino fan tanusuárioscassino fan tandrogas nas ruas.
Um levantamento realizado por grupos que prestam assistência a moradorescassino fan tanrua, contabilizou quase 3,5 mil sem-teto apenas capital francesa, que tem cercacassino fan tan2 milhõescassino fan tanhabitantes.
Esse número também é menor do que o totalcassino fan tanremoções, porque o levantamento feito sobre as expulsões das ruas levacassino fan tanconta também as periferiascassino fan tanParis e as pessoas que estavamcassino fan tanacampamentos e prédios ocupados irregularmente.
A contagem, chamadacassino fan tan“noitecassino fan tansolidariedade” é uma iniciativa da Prefeituracassino fan tanParis, que pede a milharescassino fan tanvoluntários para percorrer a cidade, incluindo estacionamentos, metrôs e parques.
No entanto, há quem viva nos subterrâneos da cidade e sem-teto que se recusam a participar da contagem por receiocassino fan tanser fichados pela polícia ou alvocassino fan tanoutras medidascassino fan tanautoridades.
"Calcula-se que o númerocassino fan tansem-teto seja, na verdade, o dobro", diz o porta-voz do Reverso da Medalha.
Remoções são frequentes antes dos Jogos Olímpicos
Segundo Malgrain, as técnicas para retirar pessoas que vivem nas ruas - geralmentecassino fan tanbarracas, que alguns casos formam grandes acampamentos com centenascassino fan tanpessoas - e tambémcassino fan tanprédios abandonados ocupados ilegalmente são semelhantes às utilizadascassino fan tanoutras cidades que sediaram Jogos.
Nos cálculos da O Reverso da Medalha, 1,5 milhãocassino fan tanpessoas foram retiradas das ruas nos Jogoscassino fan tanPequim,cassino fan tan2022, e 77 mil nos do Riocassino fan tanJaneiro,cassino fan tan2016.
Comocassino fan tanParis, são populações que viviamcassino fan tanáreas próximas aos locaiscassino fan tancompetição ecassino fan tanzonas turísticas da cidade.
No Rio, a Vila Autódromo, comunidade criada nos anos 1970 onde viviam quase 600 famílias, foi desapropriada para facilitar o acesso ao principal local das competições.
A Prefeitura afirmou na época que as remoções só ocorreramcassino fan tancomum acordo com os moradores.
Malgrain aponta que, inicialmente, há uma criminalização desse público com operações policiais que visam pequenos delitos.
Depois começam as expulsõescassino fan tanmassacassino fan tanpessoas que vivemcassino fan tanacampamentos que se formam com barracas e tambémcassino fan tanprédios abandonados.
Decisões da Prefeitura e da Secretariacassino fan tansegurança públicacassino fan tanParis ecassino fan tanlocalidades vizinhas ordenaram o fechamento desses lugares motivoscassino fan tansegurança, como riscoscassino fan tanincêndio e insalubridade.
Acampamentos e camposcassino fan tanimigrantes
Na quarta-feira (17/7), a oito dias da cerimôniacassino fan tanabertura das Olimpíadas que será realizada no rio Sena, a polícia desmantelou dois camposcassino fan tanmigrantes no norte da capital onde viviam cercacassino fan tan230 pessoas, segundo a ONG Médicos do Mundo.
Um dia antes foi desmontado um acampamento com maiscassino fan tan200 pessoas no canalcassino fan tanl’Ourcq, no nortecassino fan tanParis, área onde regularmente há barracascassino fan tanimigrantes.
O local fica perto do parquecassino fan tanla Villette, onde serão instalados, durante a Olimpíada, comitês nacionais estrangeiros, as “casas” dos países, entre elas a do Brasil, que realizarão ali eventos culturais.
As autoridades informaram que moradorescassino fan tanrua no Canalcassino fan tanl’Ourcq poderiam viajar por cinco horas até Besançon, no leste da França, ou ir para um abrigo nas proximidadescassino fan tanParis.
"Esses acampamentos são muito visíveis. Todos eles, com 200 pessoas ou mais, já foram desmantelados. Mas eles acabam sendo formadoscassino fan tannovo e desmontados novamente na sequência”, diz Malgrain.
Christophe Noël du Payrat, diretorcassino fan tangabinete do secretáriocassino fan tansegurança pública da região Île-de-France, que engloba Paris e periferias próximas, repetiu à imprensa francesa que a evacuaçãocassino fan tanacampamentos não tem relação alguma com as Olimpíadas e que esses locais representam problemascassino fan taninsalubridade.
“Não consigo entender essa críticacassino fan tanlimpeza social porque nós oferecemos abrigos às pessoas”, afirma.
Com o desmonte dos acampamentos pela polícia, os sem-teto são enviadoscassino fan tanônibus sob ordens das autoridadescassino fan tansegurança pública para várias regiões da França.
O ministério do Interior pediu aos secretárioscassino fan tansegurança pública para criar “centros regionaiscassino fan tanhospedagem temporária” para aliviar a faltacassino fan tanvagascassino fan tanPariscassino fan tanlocais especializados que acolhem moradorescassino fan tanrua.
Dispersão dos sem-teto pela França
Em Orléans, na região do Vale do Loire, a 120 quilômetros ao sulcassino fan tanParis, o prefeito, Serge Grouard, foi um dos primeiros a denunciar, no finalcassino fan tanmarço, a chegadacassino fan tanmoradorescassino fan tanrua e migrantescassino fan tanParis "às escondidas", sem que ele tivesse sido informado.
Algumas centenascassino fan tanpessoas foram enviadas à cidade desde o ano passado, segundo o prefeito. Ele afirmou à imprensa francesa que os abrigoscassino fan tanemergênciacassino fan tanOrléans já estavam saturados e que elas foram encaminhadas para hotéis.
A Prefeituracassino fan tanParis informou ao canalcassino fan tanTV France 24 que as hospedagenscassino fan tanemergênciacassino fan tanoutras regiões da França para onde são enviados os moradorescassino fan tanrua sãocassino fan tancompetência do governo francês, que planeja e organiza as operaçõescassino fan tanevacuação dos sem-teto e outras pessoas que vivem nas ruas da capital francesa.
Normalmente, as pessoas por até três semanas nas dezenascassino fan tancentros regionaiscassino fan tanacomodação temporária criados para receber a populaçãocassino fan tanrua expulsacassino fan tanParis e seus arredores.
O plano das autoridades é que elas devem depois ser encaminhadas para uma nova região para uma soluçãocassino fan tanmoradia permanente.
"As regiões não têm meios financeiros, e rapidamente essas pessoas são novamente colocadas nas ruas, mascassino fan tanuma cidade que elas não conhecem e sem os contatos sociais que elas tinham", ressalta Malgrain, acrescentando a dispersão dos moradorescassino fan tanrua da capital por todo o país os deixacassino fan tanuma situação ainda mais precária.
Muitos acabam voltando para Paris ou a periferia da capital onde viviam, afirma Malgrain.
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