A curiosa relação entre guardas e os cães abandonadosapostas skrillChernobyl:apostas skrill

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, "Para mim, pessoalmente, (conviver com os cães) é uma espécieapostas skrillsímbolo da continuidade da vida nesse mundo radioativo pós-apocalíptico", diz guardaapostas skrillChernobyl
Legenda do vídeo, Chernobyl, 35 anos depois: uma emocionante volta para casa

Agora, 35 anos depois, centenasapostas skrillcãesapostas skrillrua perambulam pelos 2.600 km² da Zonaapostas skrillExclusãoapostas skrillChernobyl, estabelecida para restringir o tráfego humanoapostas skrillentrada e saída da área. Ninguém sabe quais desses cães são descendentes diretos dos animais abandonados e quais podem ter vindoapostas skrilloutros lugares para a região. Mas, agora, todos eles são cães da Zonaapostas skrillExclusão.

Crédito, Chernobyl Guards/Jonathon Turnbull

Legenda da foto, Alguns dos cães que vivemapostas skrillChernobyl podem ser descendentesapostas skrillanimais abandonados durante a evacuaçãoapostas skrill1986, mas outros podem ter vindoapostas skrillfora da zonaapostas skrillexclusão

A vida desses cães é perigosa. Eles correm o riscoapostas skrillcontaminação radioativa, ataquesapostas skrilllobos, incêndios florestais e fome, alémapostas skrilloutras ameaças. A vida média dos cães da zonaapostas skrillexclusãoapostas skrillChernobyl éapostas skrillapenas cinco anos, segundo o Fundo Clean Futures, organização não governamental que monitora e fornece assistência aos cães que vivem na Zonaapostas skrillExclusão.

O fatoapostas skrillque cães habitam esse lugar abandonado é bem conhecido. Alguns deles até se tornaram pequenas celebridades nas redes sociais. Lucas Hixson, cofundador do Fundo Clean Futures — que abandonouapostas skrillcarreiraapostas skrillpesquisa para cuidar dos animais —, oferece visitas virtuais da Zonaapostas skrillExclusão mostrando os cachorros.

Mas pouco se sabe sobre os trabalhadores locais que interagem com esses cães diariamente. Jonathon Turnbull, candidato a PhDapostas skrillgeografia na Universidadeapostas skrillCambridge, no Reino Unido, percebeu que poderia valer a pena reunir as histórias dessas pessoas. "Se eu quisesse conhecer os cães", afirma ele, "eu precisaria falar com as pessoas que os conhecem melhor — que são os guardas."

Ele descobriu histórias emocionantes sobre o relacionamento dos guardas com os animais que eles encontram nesse ambiente abandonado — histórias que oferecem melhor compreensão da profunda ligação entre os cães e os seres humanos.

Crédito, Chernobyl Guards/Jonathon Turnbull

Legenda da foto, Os guardas usaram câmeras descartáveis para registrar o comportamento diário dos cães no parqueapostas skrilldiversões da cidade abandonadaapostas skrillPripyat, pertoapostas skrillChernobyl

Os guardas deram apelidos a vários dos cães. Segundo Turnbull, lá vivem Alfa, cujo nome refere-se a um tipoapostas skrillradiação, e Tarzan, um cachorro bem conhecido dos turistas que visitam Chernobyl. Ele vive perto do famoso sistemaapostas skrillradar Duga, construído pelos soviéticos, e sabe fazer truques obedecendo comandos.

Outra moradora da região é Linguiça — uma cadela pequena e gorda que gostaapostas skrillse aquecer no inverno deitando sobre canosapostas skrillaquecimento. Esses canos atendem uma das construções usadas pelos trabalhadores na Zonaapostas skrillExclusão que participam dos esforçosapostas skrillandamento para desativar e descontaminar a usina nuclear danificada.

Para ter acesso à Zonaapostas skrillExclusãoapostas skrillChernobyl, é necessário uma autorização. O trabalho dos guardas é supervisionar os postosapostas skrillcontrole nas estradas que entram e saem da região. As pessoas que burlam esses postosapostas skrillcontrole para adentrar na Zonaapostas skrillExclusão são conhecidas como "invasores". Os guardas os denunciam à polícia.

Quando Turnbull — que vive na capital da Ucrânia, Kiev — começou a visitar regularmente a zona, ele conheceu Bogdan e outros guardas dos postosapostas skrillcontrole. Inicialmente, eles relutaramapostas skrillser entrevistados,apostas skrillforma que Turnbull precisou convencê-los.

Ele ofereceu aos guardas a oportunidadeapostas skrillparticipar da pesquisa, que ele afirmava ser uma "virada importante". Sua ideia era fornecer câmeras descartáveis aos guardas e pedir que eles tirassem fotografias dos cachorros — não retratos posados, mas cenas da vida diária. Os guardas só fizeram um pedido: "por favor, por favor — traga comida para os cães". E Turnbull assim fez.

Crédito, Chernobyl Guards/Jonathon Turnbull

Legenda da foto, Os cães muitas vezes ficam esperando perto dos postosapostas skrillcontrole onde trabalham os guardas

As fotografias tiradas pelos guardas revelaram a importância do relacionamento que eles desenvolveram com os cães que vagueiam pela Zonaapostas skrillExclusão.

Em dezembroapostas skrill2020, Turnbull publicouapostas skrillum estudo parte das imagens e do material resultante das entrevistas com os guardas. Posteriormente, ele entrevistou novamente um dos participantes do estudo para a BBC. O guardaapostas skrillquestão pediu que não fosse identificado, para evitar investigações disciplinares sobre o seu trabalho. Por isso, nós nos referimos a ele pelo pseudônimo "Bogdan".

Bogdan conta que os cães o acompanham alegremente quando ele anda pelas ruas abandonadas da Zonaapostas skrillExclusãoapostas skrillbuscaapostas skrillinvasores. Eles sempre parecem ansiosos para ver se ele ou algum turista trazem comida. Quando um cãoapostas skrillcompanhia se distrai ou corre para caçar um animal, ele sempre retorna, acrescenta Bogdan.

E essa lealdade é uma viaapostas skrillmão dupla. Turnbull conta que os guardas às vezes se dão ao trabalhoapostas skrillajudar os cães retirando carrapatos grudados na pele ou aplicam vacina antirrábica nos animais.

Monitorar quem entra e quem sai da Zonaapostas skrillExclusão às vezes é um trabalho monótono, mas os cães estão sempre por perto. Em alguns postosapostas skrillcontrole, os guardas praticamente adotaram alguns dos animais, dando a eles comida e abrigo. Mas nem todos são tão mansos. Duranteapostas skrillpesquisa, um guarda contou a Turnbull: "não podemos dar vacinaapostas skrillArka porque ela morde".

Outro participante contou sobre uma cadela que era ainda mais difícilapostas skrillse aproximar. Ela se recusava a ser tocada. "Você precisa dar a ela uma panela [de comida] e se afastar. Ela espera você sair e, só depois, ela come", explica o guarda.

Crédito, Chernobyl Guards/Jonathon Turnbull

Legenda da foto, Os guardas da Zonaapostas skrillExclusão alimentam e cuidam dos cãesapostas skrillrua. Alguns dos guardas afirmam que os animais os alertam sobre invasores

Os cães às vezes latem para os estranhos no primeiro encontro porque é a natureza deles, segundo Bogdan. Mas, quando eles percebem que não estão ameaçados, se acalmam e começam a abanar a cauda. Em algumas ocasiões, parece até que os cachorros estão sorrindo, acrescenta ele.

Geralmente, os visitantesapostas skrillChernobyl são aconselhados a não tocar nos cães, por medoapostas skrillque os animais possam estar carregando poeira radioativa. É impossível saber por onde os cães andam, e algumas partes da Zonaapostas skrillExclusão são mais contaminadas do que outras.

Além dos cães, existem animais silvestres vivendo na Zonaapostas skrillExclusãoapostas skrillChernobyl. Em 2016, Sarah Webster, bióloga da vida selvagem do governo norte-americano que, na época, trabalhava na Universidade da Geórgia, publicou um estudo com seus colegas revelando como mamíferos, desde lobos até javalis e raposas-vermelhas, haviam colonizado a Zonaapostas skrillExclusão — e imagensapostas skrillcâmeras escondidas demonstraram que o númeroapostas skrillanimais era bem menor nas áreas onde a contaminação radioativa era mais alta.

Os animais que vivem na Zonaapostas skrillExclusão não estão necessariamente confinados naquela área. Um estudo posteriorapostas skrillWebster e colegas, publicadoapostas skrill2018, detalhou os movimentosapostas skrillum lobo que recebeu um dispositivo GPS. Ele viajou por 369 km desde aapostas skrillcasa na Zonaapostas skrillExclusão, fazendo um longo arco para sudeste, depois novamente para nordeste, acabando por entrarapostas skrillterritório russo.

Crédito, Chernobyl Guards/Jonathon Turnbull

Legenda da foto, Apesarapostas skrillviveremapostas skrilluma área onde os seres humanos ainda não podem entrar por questõesapostas skrillsegurança, os cãesapostas skrillChernobyl estão se multiplicando

Lobos, cães e outros animais poderiam teoricamente carregar contaminação radioativa, ou mutações genéticas que poderiam ter sido transmitidas pelas gerações, até locais fora da Zonaapostas skrillExclusão. "Sabemos que isso está acontecendo, mas não entendemosapostas skrillextensão ou magnitude", afirma Webster.

Turnbull conta que os guardas geralmente não se preocupam com a radiação, embora eles ocasionalmente verifiquem os cães com detectores.

Na verdade, parece que os cães, com a companhia que oferecem, acabam transmitindo confiança às pessoas que interagem com eles regularmente, segundo Greger Larson, arqueólogo que estuda a domesticação animal na Universidadeapostas skrillOxford, no Reino Unido, e que não participou da pesquisaapostas skrillTurnbull.

"Eles [os guardas] estão como que se colocando na posição dos cachorros", sugere ele. "Se o cão está bem, isso significa que você está bem."

Mas, na verdade, essa pode ser uma falsa sensaçãoapostas skrillsegurança. "É um ambiente excepcional", relembra Jonathon Turnbull. "Você não consegue ver o perigo. Você sabe o tempo todo que ele pode estar lá, mas tudo parece normal."

Os cães podem representar um riscoapostas skrilltermosapostas skrillradioatividade, mas guardas como Bogdan enfatizam os benefíciosapostas skrillter os animais por perto. Ele afirma, por exemplo, conhecer cães que latemapostas skrillformas distintamente diferentes, dependendo do que eles viram à distância: um ser humano desconhecido, um veículo ou um animal silvestre. Esses sinaisapostas skrilladvertência são úteis e Bogdan considera os cães como "assistentes".

O que está acontecendo na Zonaapostas skrillExclusãoapostas skrillChernobyl é consequência das interações com cães que sabemos que ocorrem nas diferentes civilizações humanas há milharesapostas skrillanos, segundo Greger Larson.

Crédito, Chernobyl Guards/Jonathon Turnbull

Legenda da foto, Os cães da regiãoapostas skrillChernobyl tornaram-se quase tão famosos quanto a simbólica roda-gigante do parqueapostas skrilldiversõesapostas skrillPripyat

"Encontramos [essa interação] ao longo dos últimos 15 mil anos ou mais. As pessoas fazem isso, elas formam associações muito próximas não só com os cães, mas com muitos animais domésticos [...], como que dizendo 'esta é a nossa ligação com o ambiente", afirma ele.

Em todo o mundo, existem cães que vivemapostas skrillum estado intermediário similar aosapostas skrillChernobyl — eles não são totalmente domesticados, nem totalmente selvagens. Estes são os cãesapostas skrillrua que vagueiam pelas cidades e áreas industriais procurando alimento e que, até certo ponto, podem ser adotados pelas pessoas sem que sejam considerados animaisapostas skrillestimação.

Os cãesapostas skrillChernobyl também vivem nesse tipoapostas skrillespaço, quase domesticados, mas Sarah Webster — que participouapostas skrillum estudo diferente doapostas skrillTurnbull no passado — afirma que há uma diferença.

"A Zonaapostas skrillExclusão é muito diferente porque foi abandonada pelos humanos", segundo ela. "As únicas pessoas [que estão] naquela região diariamente, na verdade, são os guardas." Por isso, as oportunidades que aqueles cachorros têmapostas skrillfazer amizade com seres humanos são muito poucas.

Enquanto o mundo externo permanece fascinado pelos cães e suas histórias, para muitos guardas a conexão é muito mais profunda. Bogdan conta que sempre perguntam a ele por que é permitido que os cães permanecessem na Zonaapostas skrillExclusão. Ele responde: "porque eles nos alegram. Para mim, pessoalmente, é uma espécieapostas skrillsímbolo da continuidade da vida nesse mundo radioativo pós-apocalíptico."

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