Como Elvis Presley do filme biográfico se compara ao cantor da vida real:vivo casino

  • Kaleem Aftab
  • BBC Culture
Cena do filme 'Elvis', com Austin Butler no papel do cantor no palco

Crédito, Hugh Stewart/ Warner Bros Entertainment Inc

Legenda da foto, Austin Butler interpreta Elvis, do cineasta australiano Baz Luhrmann

vivo casino O recém-lançado filme vivo casino Elvis vivo casino , do cineasta australiano Baz Luhrmann, é um retrato sobre a vida e a épocavivo casinoElvis Presley, feito com todos os intensos movimentosvivo casinocâmera que se esperaria do aclamado diretorvivo casino vivo casino Romeu + Julieta vivo casino e vivo casino Moulin Rouge - Amorvivo casinoVermelho vivo casino .

A história é narrada a partir da perspectiva do empresáriovivo casinoElvis, o "coronel" Tom Parker, interpretado por Tom Hanks. Parker é retratado como um narrador não confiável, que ajudou Elvis a sairvivo casinoum contextovivo casinopobreza para se tornar o "rei do rock".

O Parker interpretado por Hanks é um empresário experiente que, ao ladovivo casinoSam Phillips (Josh McConville) da Sun Records, vêvivo casinoElvis um músico que pode levar o rock, um som que se desenvolviavivo casinoclubes underground negros, para o mainstream americano.

Aviso: este artigo contém linguagem que alguns leitores podem considerar ofensiva.

Luhrmann mostra como Elvis transformou músicas — incluindo Hound Dog, inicialmente interpretada por Big Mama Thornton, e o clássicovivo casinobluesvivo casinoArthur "Big Boy" Crudup, That's All Right —vivo casinosucessos nas paradas da Billboard. Elvis era conhecido como um cantor branco que "soava como negro".

Os críticos da época diziam que ele pegou emprestada algumasvivo casinosuas técnicas infamesvivo casinoperformancevivo casinomúsicos negros; seus quadris giratórios viraram assunto no país, rendendo a ele o apelido Elvis, the Pelvis ("Elvis, a pélvis").

Cena do filme 'Elvis', com Austin Butler no palco e Tom Hanks

Crédito, Alamy

Legenda da foto, No filme 'Elvis', Austin Butler dá vida a Presley, e Tom Hanks interpreta seu empresário, 'coronel' Parker

Austin Butler imita Presleyvivo casinoforma fantástica,vivo casinouma performance que provavelmente tornará o ator um nome conhecido.

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O filme retrata a ascensão meteórica do cantor e mostra Parker pegando metadevivo casinoseus ganhos e sendo rápidovivo casinoevitar possíveis problemas.

Quando há um furorvivo casinorelação ao reboladovivo casinoPresley, ele convence o músico a criar um estilovivo casinoapresentação mais familiar.

Quando Elvis quer fazer uma turnê internacional, é Parker quem organiza a lendária temporadavivo casinoLas Vegas.

As frustraçõesvivo casinoPresley são saciadas por seu saldo bancário, mesmo quando ele notoriamente ganha peso, e seu brilho começa a desvanecer.

O filme biográfico se esquivavivo casinoaprofundar o relacionamentovivo casinoElvis com Priscilla Presley, concentrando-se emvivo casinocarreira e, curiosamente, seu relacionamento com a comunidade negra.

Elvis nasceu pobre e cresceu no bairro majoritariamente negrovivo casinoTupelo, no Estado americano do Mississippi.

Ele cresceu cercadovivo casinonegros e, quando se mudou para Memphis, no Estado do Tennessee, era tão fãvivo casinoblack music que fazia covers das músicas que ouvia.

Era amigo do cantor e compositorvivo casinoblues BB King, interpretado no filme por Kelvin Harrison Jr.

Dentro deste cenário, o filme alega que Elvis foi fundamental para ajudar os negros a obter direitos iguais nos EUA. Faz isso por meio da narraçãovivo casinoParker, que atua como porta-vozvivo casinouma ideia formulada por Michael T Bertrand no livro Race, Rock and Elvis.

Bertrand argumenta que, cantando músicas até então atribuídas a músicos negros, Elvis ajudou os sulistas brancos a repensarvivo casinoatitudevivo casinorelação à raça, levando a um ímpeto ignorado (bem, pelo menos até o filmevivo casinoLuhrmann) dos brancos apoiarem o movimento pelos direitos civis.

Cena do filme 'Elvis', com Austin Butler (Elvis) e Kelvin Harrison (BB King)

Crédito, Kane Skennar/ Warner Bros Entertainment Inc

Legenda da foto, Amizadevivo casinoPresley com BB King, interpretado por Kelvin Harrison, aparece no filme

"Elvis representou uma geração que surgiuvivo casinoum momentovivo casinoque havia muitas mudanças acontecendo no sul", disse Bertrand, que também é professorvivo casinohistória na Universidade do Estado do Tennessee, à BBC Culture.

"Uma das mudanças tinha a ver com a evolução da programação negravivo casinorádio, e no final da décadavivo casino1940, adolescentes como Elvis estavam sintonizados, [o que deu a eles] um tipo diferentevivo casinoperspectiva sobre raça dentrovivo casinouma sociedade segregada. À medida que vai ficando mais velho, Elvis tem um apreço pela cultura afro-americana, e foi atraído pela música negravivo casinouma forma que seus avós não seriam. À medida que se tornou popular, Elvis mostrou que era 'ok' [para os brancos] apreciar a cultura negra."

"Elvis e seus colegas do sul são os primeiros garotos brancos a consumir rhythm and blues. Isso é um avanço, e houve enormes ramificações disso", acrescenta o autor.

Na opinião dele, o rock e Elvis "introduziram um público e um grupo maiorvivo casinopessoas a uma cultura que estava por trás do véu da segregação. Abriu a sociedadevivo casinouma maneira positiva".

A contribuiçãovivo casinoElvis foi feita por meiovivo casinosuas ações, e não por meiovivo casinoqualquer grande declaração pública, acredita Bertrand.

"Não acho que Elvis era político no sentidovivo casinoque iriavivo casinopasseatas e coisas assim. Estes músicos estavam preocupados com suas carreiras primeiro, e não faziam declarações políticas. Fizeram suas declarações comvivo casinoescolhavivo casinomúsica. No contexto da segregaçãovivo casinoque viviam, esta foi uma declaração importante. Nos anos 1950, muitos artistasvivo casinorhythm and blues disseram que estavam felizes por Elvis ter aberto as portas porque a música se tornou acessível. A questão era que, por ser branco, ele tinha acesso a casasvivo casinoshows que algunsvivo casinoseus colegas e contemporâneos não tinham."

Mas, do mesmo modo, outros críticos veem Elvis como uma figura problemáticavivo casinorelação à raça, alegando que ele se apropriou da música negra — e alguns chegam a afirmar que ele é racista.

Um comentário infame e contundente sobre Elvisvivo casinorelação à raça pode ser encontrado na letravivo casinoFight the Power, do grupo Public Enemy, música escrita para o influente filmevivo casinoSpike Lee Faça a Coisa Certa,vivo casino1989.

Elvis no palcovivo casino1972

Crédito, Michael Ochs Archives/Getty Images

Legenda da foto, Muitos críticos acusam Elvisvivo casinoter se apropriado da música negra

Um trecho da letra pode ser traduzido assim: "Elvis foi um herói para a maioria, mas ele nunca significou merda nenhuma para mim. Um verdadeiro racista aquele otário, simples assim."

Foi uma declaração chocante para muitos. Reza a lenda que Elvis inventou o rock e mudou a alma da música moderna. Mas aqui estava Chuck D, do Public Enemy, um popular músico e letrista negro, se manifestando contra Elvis.

Desde então, Chuck D foi convidado a justificar a letravivo casinovárias ocasiões, e baixou um pouco o tom.

No entanto, ele argumenta que a posição exaltadavivo casinoElvis se deu às custas dos músicos negros, que consequentemente não receberam o que mereciam.

No documentáriovivo casino2017vivo casinoEugene Jarecki, The King, o letrista do Public Enemy afirma:

"Sam Philips era um empresário. Ele tentou vender estes discos com negros e não conseguiu. Ele encontrou alguém para vender um som negro para rostos brancos, ele sabia o que vender para os EUA. Isso não é um problema. A cultura deve ser compartilhada. O que me deixa ofendido é que Elvis não era mais rei do que Little Richard, Bo Diddley e Chuck Berry. Então, quem o está consagrando rei?"

Para alguns, isso fazvivo casinoElvis o rei da apropriação. O artigovivo casinoHelen Kalowole no jornal britânico The Guardian, He Wasn't my King, argumenta que a brancuravivo casinoPresley permitiu que ele ficasse famoso e rico cantando músicas que não eram ouvidas quando emanadas dos negros que as originaram.

Como diz Michael Bertrand:

"A coisa da apropriação vai ser uma discussão que acompanha [Elvis]. A indústria da música era extremamente discriminatória. Eles entendiam que havia adolescentes brancos e negros ouvindo rhythm and blues, e eles estavam procurando um rosto branco para atrair um público mais amplo, e foi Presley. Acho que a indústria estava numa ondavivo casinoapropriação, e Elvisvivo casinoapreciação. Quando Elvis entrouvivo casinoum estúdiovivo casinogravação, ele não escrevia suas próprias músicas, ele basicamente queria gravar tudo no rádio que ele gostava."

"O problema é que a indústria da música fez dele a única figura do rock. Elvis não pensava assim, ele apreciava músicos negros. Encontro muitas pessoas que gostamvivo casinoElvis, mas têm problemas com a forma como ele foi exaltado, quando músicos como Fats Domino, Little Richard e Chuck Berry fizeram grandes contribuições."

Elvisvivo casinofotografia com os paisvivo casino1937

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Elvis, retratado aqui com os paisvivo casino1937, cresceuvivo casinobairro majoritariamente negrovivo casinoTupelo, no Mississippi

Chuck D sugere que o racismo mencionadovivo casinoseu rap estávivo casinooutro lugar, no racismo sistêmico da indústria da música, e que a cultura negra é continuamente repaginada e vendida ao públicovivo casinouma forma que esconde suas raízes negras.

"Fui convencidovivo casinoque Elvis era outro explorador da cultura negra para ganhos comerciais brancos por Chuck D", disse o musicólogo Neil Kulkarni, autorvivo casinoThe Periodic Table of Hip Hop, à BBC Culture.

"Aquela frase me fez pensar muito sobre apropriação cultural. Muito da história do pop é a história da inovação negra sendo roubada pelo negócio da música branca, clareada e empacotada, e vendida para o público branco. Isso é verdade até hoje. Se Elvis era um racista ou um herói dos direitos civis, acho que a verdade deve estar no meio".

Rompendo barreiras

O jornalista e apresentador Jonathan Wingate visitou Tupelo — onde Elvis passou os primeiros anosvivo casinosua vida — para um programa da BBC Radio 5 Live.

"Conversei com muitas pessoas, e uma delas era Sam Bell, seu melhor amigo até deixar Tupelo, que me disse que Elvis não era racista."

Cena do filme 'Elvis', com Shonka Dukureh (Big Mama Thornton) no palco

Crédito, Kane Skennar/ Warner Bros Entertainment Inc

Legenda da foto, No filme, Shonka Dukureh interpreta Big Mama Thornton, que cantou pela primeira vez a música 'Hound Dog' — posteriormente um sucesso na vozvivo casinoPresley

"As crianças brancas podiam brincar com as crianças negras quando eram pequenas", diz o jornalista musical Phil Sutcliffe à BBC Culture.

"Mas depois, por convenção e imposição dos pais, quando chegavam a uma certa idade, não tinham permissão para se misturar. Esse é o pontovivo casinoque Elvis se tornou notável porque, naquele momento, ele não ergueu a barreira que a convenção ditava."

Conforme Wingate disse à BBC Culture: "Acho que tudo se resume à percepção, e a percepção cultural agora é muito diferente do que era quando Elvis apareceu pela primeira vez sob os holofotes. Seu relacionamento com a música afro-americana é complexo."

Casamentovivo casinoElvis e Priscilla Presley

Crédito, Hulton Archive/Getty Images

Legenda da foto, Filme não se aprofunda no relacionamentovivo casinoElvis com Priscilla Presley, se concentrando emvivo casinocarreira

"Quando ele apareceu pela primeira vez nas ondas do rádio, foi ao mesmo tempovivo casinoque todas as campanhas contra a segregação racial no sul dos Estados Unidos estavam explodindovivo casinotodos os lugares. Elvis não poderia ter existido sem o blues, o rhythm and blues e a música gospel. Mas se você chama issovivo casinoapropriação cultural — ou acredita que apenas teve uma influência inabalável no estilovivo casinoElvis — estávivo casinodebate. Diria apenas que ele tinha um gosto impecável."

Wingate consegue entender por que o filme enaltece o papelvivo casinoElvis no movimento dos direitos civis, mesmo que ele próprio não fizesse isso com tanta ousadia.

"Grande parte dos EUA era segregado na época, e você se pergunta o quanto essa música teria sido palatável para o mainstream dos EUA naquele momento. Elvisvivo casinoalguma forma fez as coisas ficarem bem. Eu diria que Elvis abriu as portas para muitos desses artistas."

Wingate sente que Elvis fez o máximo que era possível para ele na época.

"Não acho que seja uma surpresa que ele não tenha se manifestado", diz ele.

"Meu palpite é que ele não tinha consciência política... Pessoas como Tom Parker não o deixariam fazer isso, pois seria visto como subversivo demais."

"Quando ensino meus alunos", conta Kulkarni, "mostro a eles dois vídeos, Little Richard cantando Tutti Frutti e Pat Boone cantando a mesma música. Boone évivo casinotípica versão anódina, e é aquela velha história da inovação negra sendo marginalizada e reembalada. Elvis é algo com mais nuances. A indústria é sempre racista, mas os artistasvivo casinosi, isso é mais complexo."

Le Gendre e Sutcliffe creem que ter impacto não é suficiente para ser exaltado como herói dos direitos civis.

"Não acredito nisso", diz Le Gendre.

"Acho que se você realmente quer contribuir para os direitos civis, você deve entrar na linhavivo casinofrente e marchar. Isso é o que estava acontecendo e era necessário na época".

"Ele deu algum apoio anonimamente", diz Kulkarni.

"Isso é ótimo. É uma pena que uma figura tão grandiosa não possa ter apoiado mais."

"Tenho dúvidas sobre seu papel no movimento pelos direitos civis. A indústria tem uma longa históriavivo casinoencontrar rostos brancos para reembalar rostos negros para o mainstream, o que acontece ainda hoje. O uso da música negra com rosto branco é apenas como o comércio funciona", argumenta Le Gendre.

"É concebida para que as pessoas se divirtam, gastem dinheiro, dancem. Depois vão para casa. Não vão a passeatas ou tentam mudar os EUA."

Brook Benton e Presley, nos bastidores do Goodwill Revue, da WDIA,vivo casino1957

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Cantor e compositor Brook Benton e Presley, nos bastidores do Goodwill Revue, da rádio WDIA,vivo casino1957

Isso não quer dizer que Presley não fez nada — ele mostrou apoio a artistas e causas negras.

Ele participou, por exemplo, do Goodwill Revuevivo casino1956vivo casinoMemphis, o concerto beneficente anual da estaçãovivo casinorádio WDIA para ajudar as crianças carentes da cidade.

Entre as atrações, todas negras, estavam nomes como BB King e outras grandes estrelas da época.

Embora o contratovivo casinogravaçãovivo casinoPresley não permitisse que ele se apresentasse, ele apoiou dos bastidores.

E quando convidado ao palco, saudou a multidão histérica com seu rebolado frenético.

Para BB King, a presençavivo casinoElvis no espetáculo disse tudo: "Acredito que ele estava mostrando suas raízes. E ele parecia orgulhoso dessas raízes", afirmou.

É claro que sempre há várias perspectivas sobre a vidavivo casinouma figura lendária, e o filmevivo casinoBaz Luhrmann é apenas uma interpretação.

E cada umvivo casinonós temvivo casinoprópria percepção sobre Elvis, do homem, davivo casinomúsica e do que ele defendeu — ou não.

vivo casino Leia a versão original desta reportagem vivo casino (em inglês) no site BBC Culture vivo casino .

- Texto originalmente publicadovivo casinohttp://roberthost1.accountsupport.com/vert-cul-62009442

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