O símbolo universal que conecta Jesus, Buda e Apolo:afiliado betmotion

Mas por que esse símbolo foi inventado? Especula-se que poderia ter sido originalmente um tipoafiliado betmotiondesignafiliado betmotioncoroa. Ou que poderia ser símboloafiliado betmotionuma aura divina emanando da menteafiliado betmotionuma divindade. Talvez apenas um simples adereço decorativo.

Uma hipótese curiosa é aafiliado betmotionque derivaafiliado betmotionplacasafiliado betmotionproteção colocadasafiliado betmotionestátuasafiliado betmotiondeuses para proteger suas cabeçasafiliado betmotionexcrementosafiliado betmotionpássaros.

Investigar a função original da auréola circular na arte religiosa nos remete ao século 1 a.C.

Ela não havia aparecidoafiliado betmotionnenhuma religião antes e, ainda assim, se tornou uma peça permanente da iconografia religiosaafiliado betmotiontoda a Eurásia por alguns séculos.

É provável que tenha evoluído a partirafiliado betmotiontradições artísticas muito antigas. No antigo Egito, o deus solar Rá era comumente retratado com um disco circular representando o Sol — embora estivesse acimaafiliado betmotionsua cabeça, e não atrás dele.

Enquanto isso, alguns artefatos da cidadeafiliado betmotionMohenjo-daro (no vale do Indo), criadosafiliado betmotion2000 a.C., apresentam o que parecem ser auréolas com raios. No entanto, elas estão gravadas ao redorafiliado betmotiontodo o corpo das figuras sagradas, ao invésafiliado betmotionapenasafiliado betmotionsuas cabeças.

Da mesma forma, na arte da Grécia antiga, há representações eventuaisafiliado betmotioncoroas com raiosafiliado betmotionluzafiliado betmotionvolta das cabeçasafiliado betmotionheróis mitológicos para sugerir seus poderes divinos.

Mas a auréolaafiliado betmotionformaafiliado betmotiondisco circular é uma invenção posterior e, supostamente, resultadoafiliado betmotionideias religiosas únicas.

Os primeiros exemplos desse tipoafiliado betmotionauréola são vistosafiliado betmotion300 a.C, na arte religiosa do antigo Irã. Ela parece ter sido concebida como uma característica marcanteafiliado betmotionMitra, divindade da luz no zoroastrismo.

Há controvérsiasafiliado betmotionque o conceitoafiliado betmotionglória divina (conhecido como 'Khvarenah') no zoroastrismo esteja intimamente conectado com o brilho do sol, e que a auréola era a forma iconográficaafiliado betmotionrelacionar esta qualidade a Mitra, assim como haviam feito com Rá.

Em termosafiliado betmotionhistória da arte, a velocidade absoluta com que a auréolaafiliado betmotionformaafiliado betmotiondisco migrou entre as culturas a torna particularmente notável como uma peçaafiliado betmotioniconografia religiosa.

Por volta dos anos 100 d.C — algumas centenasafiliado betmotionanos apósafiliado betmotioncriação —, ela podia ser vistaafiliado betmotionlocais tão distantes quanto a cidade tunisianaafiliado betmotionEl Djem, a cidade turcaafiliado betmotionSamosata e a cidade paquistanesaafiliado betmotionSahri-Bahlol.

Nos anos 400, as auréolas foram incorporadas à arte cristãafiliado betmotionRoma e à arte budista na China.

De alguma forma,afiliado betmotionquestãoafiliado betmotionpoucos séculos, se tornaram o símbolo religioso universal da divindade na Eurásia.

Mas como a influência da auréola se espalhou pelo mundo e entre as religiões?

A movimentação inicial dessa peçaafiliado betmotioniconografia religiosa se deuafiliado betmotiondireção a leste e oesteafiliado betmotionseu localafiliado betmotionnascimento no Irã, pelas mãosafiliado betmotionalguns dos impérios mais poderosos do passado.

No primeiro século d.C, os indo-citas (nômades do Irã) e os kushans (da Báctria, no Afeganistão) invadiram as regiões a sudeste, territórios agora abrangidos pelo atual Paquistão, Afeganistão e norte da Índia.

Ambos os impérios, imersos na antiga história cultural iraniana, levaram moedas que representavam Mitra com uma auréola.

Essa divindade jovem e atraente com seu esplendor divino tinha um apelo evidente para um número cada vez maiorafiliado betmotionpessoas ao redor da região do Hindu Kush (ou Indocuche).

Tanto é verdade que a iconografiaafiliado betmotionBuda — inclusive desde as primeiras representações visuais dele, como o relicárioafiliado betmotionBimaran (que pode datar do fim do século 1 d.C), mostra ele com uma auréola mitraica.

Enquanto isso, Mitra também estava conquistando os corações do Império Romano invasor a oeste — a tal ponto que o mitraísmo evoluiu para uma das principais religiões romanas.

Mitra mais tarde influenciou a iconografiaafiliado betmotionoutra divindade romana — o Sol Invictus ("sol invencível").

Ambos os deuses combinavam físicos masculinos graciosos com poderes divinos, ligados ao esplendor e à autoridade do Sol, e por isso eram adorados pelos membros mais poderosos da sociedade, sobretudo os imperadores romanos.

O imperador Constantino reconheceu o poder iconográfico da auréola, então ele e seus sucessores arrogantemente se apropriaram dela e usaramafiliado betmotionrepresentações artísticasafiliado betmotionsi mesmos.

Depois, com a crescente aceitação do cristianismo no Império Romano, os artistas começaram a representar Jesus com uma auréola.

Sua chegada à iconografia cristã ocorreu por voltaafiliado betmotion300 d.C, maisafiliado betmotiondois séculos depoisafiliado betmotionter surgido no budismo.

Foi um sinal da metamorfose do cristianismo —afiliado betmotionuma religião marginalizada para uma estruturaafiliado betmotionpoder oficial no Ocidente.

A auréola se manteve presente na arte cristã desde então, embora tenha sofrido alguma adaptação ao longo dos anos.

Deus, o Pai, às vezes pode ser visto coroado com uma auréola triangular; Jesus, com uma auréolaafiliado betmotionformaafiliado betmotioncruz; e os santos, com uma auréola quadrada.

O budismo, o jainismo e o hinduísmo coexistiram pacificamente na Índia no primeiro milênio d.C, e as três religiões compartilharam ideias e iconografia artística, incluindo as auréolas.

As primeiras representações esculpidasafiliado betmotionauréolas na arte religiosa indiana são provenientesafiliado betmotiondois grandes centrosafiliado betmotionprodução artística, Gandhara (na fronteira do Paquistão e Afeganistão) e Mathura (145 km ao sulafiliado betmotionDéli).

Trocaafiliado betmotionideias

No fim da Antiguidade e na Idade Média, Gandhara estava no centroafiliado betmotionuma imensa redeafiliado betmotionrotas comerciais que se estendia até a China a leste e o Mediterrâneo a oeste.

Os mosteiros budistas surgiram ao longo dos principais entroncamentos das rodovias comerciais para servir como versões religiosas dos caravançarais (hospedarias para os mercadores viajantes).

Eles ofereciam um lugar para os mercadores descansarem, orarem e se recuperarem, e se tornaram os trampolins a partir dos quais o budismo se espalhou por terra para a China, onde artistas replicaram a iconografia da religião.

Por voltaafiliado betmotion500 d.C., as auréolas apareceram na arte da Coreia e do Japão, indicando a chegada do budismo também nessas regiões.

A mesma disseminação ocorreu com o hinduísmo, que se espalhou pela Ásia por meioafiliado betmotionrotas comerciais terrestres e marítimas, levando o comportamento religioso e o estilo artístico para a Indonésia, Malásia e outros territórios do sudeste asiático.

Essas extensas artérias comerciais, que ligavam o leste ao oeste no fim da Antiguidade e na Idade Média, costumam ser chamadasafiliado betmotion"Rota da Seda", por causa dos produtosafiliado betmotionluxo que costumavam ser transportados ao longo delas.

Mas, ao ladoafiliado betmotionmercadorias exóticas, essas rotas também transportaram religiões, conhecimento e iconografia.

A auréolaafiliado betmotionformaafiliado betmotiondisco é um ícone desse intercâmbio dinâmicoafiliado betmotionideias que existiuafiliado betmotionum passado distante.

Ela surgiu como um sinal zoroastriano da divindade solar, mas se espalhou pela Eurásia por meioafiliado betmotionimpérios antigos e redes comerciais que conectavam os limites do mundo conhecido.

No século 21, é também um poderoso lembrete da herança cultural compartilhada da humanidade.

afiliado betmotion Leia a versão original afiliado betmotion desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture afiliado betmotion .

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