Brasil lidera rankingpalpites apostas desportivasmedopalpites apostas desportivastortura policial:palpites apostas desportivas

  • Rafael Barifouse
  • Da BBC Brasilpalpites apostas desportivasSão Paulo
Policiaspalpites apostas desportivasaçãopalpites apostas desportivasfavela do Rio (AFP)

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Nos últimos três anos, denúnciaspalpites apostas desportivasviolência por agentes do governo aumentaram 129%

palpites apostas desportivas Trinta anos depois da assinatura da Convenção Internacional Contra Tortura da ONU por 155 países, entre eles o Brasil, a grande maioria dos brasileiros ainda teme porpalpites apostas desportivassegurança ao serem detidos por autoridades, revela um relatório divulgado nesta segunda-feira pela ONGpalpites apostas desportivasdefesapalpites apostas desportivasdireitos humanos Anistia Internacional.

Quando questionados se estariam seguros ao serem detidos, 80% dos brasileiros ouvidos pela ONG no levantamento discordaram fortemente.

Trata-se do maior índice dentre os 21 países analisados no estudo e quase o dobro da média mundial,palpites apostas desportivas44%.

“É um índice chocante que revela a percepção socialpalpites apostas desportivastorno da tortura”, diz Erika Rosas, diretora para Américas da Anistia Internacional, à BBC Brasil.

“Não podemos dizer que a tortura é uma prática sistemática no Brasil comopalpites apostas desportivasoutros países, mas temos documentado diversos casos preocupantes.”

Impunidade

No levantamento, que ouviu 21 mil pessoaspalpites apostas desportivastodo o mundo, o México ficou num distante segundo lugar, com 64% dos participantes respondendo temer a tortura por autoridades. Turquia e Paquistão empataram na terceira posição, com 58%.

O Reino Unido (15%), a Austrália (16%) e o Canadá (21%) foram os países onde este medo é menor.

O presidente da Comissãopalpites apostas desportivasDireitos Humanos da OAB, Wadih Damous, diz não se surpreender com a posição do Brasil no ranking.

“A tortura persiste porque houve a impunidade com a anistia dos agentes da ditadura que a praticaram. Isso gera um salvo conduto para as autoridades atuais”, afirma Damous.

“A violência policial é perceptível e está enraizada nas políticaspalpites apostas desportivassegurança pública do país.”

Nos últimos três anos, o númeropalpites apostas desportivasdenúncias dos atos cometidos por agentes do governo no país cresceu 129%.

Entre 2011 e 2013, foram relatados 816 casos por meio do Disque 100, da Secretaria Nacionalpalpites apostas desportivasDireitos Humanos, envolvendo 1.162 agentes do Estado.

Avanço

Protesto contra violência policial (Getty)

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É preocupante que governos usem tortura como ferramentapalpites apostas desportivascombate ao crime, diz ONG

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Damous aponta como avanço nesta questão a aprovação no Congresso Nacional do Sistema Nacionalpalpites apostas desportivasPrevenção e Combate à Tortura, que prevê entre outras medidas a permissão para que peritos independentes tenham acesso a prisões e hospitais psiquiátricos para avaliar o tratamento dado a detentos e pacientes.

“Hoje, os peritos policiais se sentem coagidos por colegas a mudarem seus laudos”, afirma Damous.

Rosas, da Anistia Internacional, diz que o sistema aprovado no país é louvável, mas que é agora preciso colocar essa políticapalpites apostas desportivasprática.

Atualmente, o comitêpalpites apostas desportivasperitos ainda precisa ser nomeado pela presidente Dilma Rousseff.

“É preciso treinar as forçaspalpites apostas desportivassegurança e criar leis secundárias para dar apoio a este sistema”, afirma Rosas.

“Isso deve ser feito especialmentepalpites apostas desportivasrelação às manifestações que ocorreram e ainda estão por vir com a Copa do Mundo, para garantir que os protestos não sejam criminalizados e não colocar os manifestantes numa posiçãopalpites apostas desportivasque possibilite que eles sejam detidos e talvez torturados. O mundo estarápalpites apostas desportivasolho no Brasil neste período e a forma como o país lidar com isso servirápalpites apostas desportivasexemplo.”

Ao mesmo tempo,palpites apostas desportivasacordo com a pesquisa da Anistia Internacional, a maioria dos brasileiros condena a tortura: 83% concordam que é preciso haver regras claras contra esta prática e que elas violam leis internacionais e 80% discordam que ela pode ser necessáriapalpites apostas desportivasalguns casos para obter informações para proteger a população.

“Isso é como o racismo: ninguém declara abertamente apoio à tortura. Mas percebemos que,palpites apostas desportivassegmentos importantes da sociedade, bate-se palmas à tortura ou ela é ignorada porque foi praticada contra criminosos. Isso ocorre principalmente nas redes sociais, onde as pessoas costumam ser mais honestas”, afirma Damous.

“A sociedade precisa fazerpalpites apostas desportivasparte e colaborar, porque os policiais sentem-se legitimados por esta parte da população.”

Campanha

Juntamente com a pesquisa, a Anistia Internacional lançou uma campanha contra a tortura.

Em seu relatório, a ONG afirma que, apesarpalpites apostas desportivasmuitos países terem aceito a proibição universal da tortura e vêm combatendo-a com sucesso, diversos governos ainda usam tortura para extrair informação, obter confissões forçadas, silenciar dissidentes ou simplesmente como uma punição cruel.

Segundo Rosas, da Anistia Internacional, é preciso dar fim à noçãopalpites apostas desportivasque a tortura é necessária para controlar os níveispalpites apostas desportivascriminalidade.

“Falta vontade política dos governos para punir quem pratica a tortura porque ela é vista como uma prática aceitável para combater o crime”, afirma Rosas.

Entre janeiropalpites apostas desportivas2009 e maiopalpites apostas desportivas2013, a Anisitia Internacional teve conhecimentopalpites apostas desportivastorturas e maus tratospalpites apostas desportivas141 países.

Amarildo

Manifestantes do caso Amarildo (AFP)

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Amarildopalpites apostas desportivasSouza morreu após ser torturado por policiais

Apesarpalpites apostas desportivasnão fazer parte oficialmente desta estatística, o caso do pedreiro Amarildopalpites apostas desportivasSouza é citado nominalmente no lançamento da nova campanha contra tortura.

Em 14palpites apostas desportivasjulhopalpites apostas desportivas2013, ele foi detido ilegalmente pela polícia militar na favela da Rocinha, no Riopalpites apostas desportivasJaneiro. Uma investigação concluiu que ele foi morto por meiopalpites apostas desportivastortura dentropalpites apostas desportivasUnidadepalpites apostas desportivasPolícia Pacificadora (UPP) instalada pela polícia na favela.

“Assim como outros países dos continente, o Brasil tem um legadopalpites apostas desportivasviolência gerado pelas ditaduras, que usava a tortura como ferramentapalpites apostas desportivasopressão. É muito preocupante que,palpites apostas desportivas2014, autoridades sigam torturando”, afirma Rosas.

Vinte e cinco policiais acusadospalpites apostas desportivasterem envolvimento compalpites apostas desportivastortura e morte estão atualmentepalpites apostas desportivasjulgamento.

“O casopalpites apostas desportivasAmarildo foi exatamente como ocorria na ditadura e mostra que a tortura não é coisa do passado”, afirma Damous.

“Talvez por causa da repercussão na internet e internacionalmente, ele tenha virado uma exceção, porque houve punição. A regra ainda é a impunidade.”