Habilidades socioemocionais são chave para empregos do futuro:las vegas cassinos

  • Paula Adamo Idoeta
  • Da BBC Brasillas vegas cassinosSão Paulo
Crianças estudando (BBC)
Legenda da foto,

Desenvolvimentolas vegas cassinoshabilidades socioemocionais pode ajudar no aprendizado

las vegas cassinos Que competências os jovens precisam aprender hoje para se prepararem para as profissões do futuro?

Muitas dessas profissões ainda nem existem, mas a pergunta tem mobilizado especialistaslas vegas cassinoseducação e mercadolas vegas cassinostrabalho –las vegas cassinosbuscalas vegas cassinosaperfeiçoamentos nos sistemaslas vegas cassinosensino atuais.

E cresce entre analistas a percepçãolas vegas cassinosque muitas habilidades cruciais não serão técnicas, mas, sim, sociais e emocionais: resiliência, curiosidade, colaboração, pensamento crítico e capacidadelas vegas cassinosresoluçãolas vegas cassinosproblemas, por exemplo.

"Com o acesso abundante ao conteúdo, o que a pessoa precisa é saber escolher, separar fatoslas vegas cassinosopiniões, saber navegarlas vegas cassinosmeio a muitas informações não filtradas", explica Denis Mizne, diretor-executivo da fundação educacional Lemann.

"Daí a importância do pensamento crítico. E a resiliência tem a ver com um mundo menos previsível. Se não sei que profissões existirão, preciso me adaptar."

Mas como ensinar habilidades desse tipo, sem descuidar do conteúdo escolar? E será que muitas delas têm sido pouco exercitadas pelas últimas gerações?

Pule Podcast e continue lendo
BBC Lê

Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

Episódios

Fim do Podcast

Para a professora Carmen Migueles, especialistalas vegas cassinoseducação e desenvolvimento organizacional da EBAPE-FGV, parte das novas gerações – crescidas na internet – "perdeu o contato com o sacrifício e a capacidadelas vegas cassinosvencer obstáculos".

"Eles entram no mercadolas vegas cassinostrabalho achando que serão recebidoslas vegas cassinosum palco iluminado pronto para eles", opina a professora à BBC Brasil. "Mas o sucesso é algo que se conseguelas vegas cassinosmeio às dificuldades."

Segundo ela, essas habilidades socioemocionais – chamadas tambémlas vegas cassinos"soft skills" ou habilidades não cognitivas – foram citadas por todas as empresas quando questionadas sobre o que queriamlas vegas cassinosseus funcionários,las vegas cassinospesquisas feitas pelo MBA da FGV no Rio.

"É um cultivolas vegas cassinosvirtudes, como paciência, solidariedade e entendimentolas vegas cassinosdiferençaslas vegas cassinosuma sociedade multicultural", diz ela. "Isso ajuda, por exemplo, a lidar com o choquelas vegas cassinosculturas quando uma empresa é comprada por uma estrangeira."

Debate

As habilidades das gerações futuras foram debatidas recentementelas vegas cassinoseventos nacionais e internacionais: no seminário Educar Para as Competências do Século 21,las vegas cassinosmarço, no Brasil, e na Conferêncialas vegas cassinosEducação Privada, realizadalas vegas cassinosabrillas vegas cassinosSan Francisco (EUA) pela International Finance Corporation, ligada ao Banco Mundial.

Um dos participantes da conferência internacional foi o especialista americano Brian Waniewski.

"Um dos fatores mais importantes é aprender a aprender – e a curiosidade não é algo que seja muito estimulado pelos sistemas educacionais atuais", diz ele à BBC Brasil. "O mercadolas vegas cassinostrabalho se move mais rápido do que o educacional."

Mas já existem diversos experimentoslas vegas cassinoscurso para ensinar e mensurar essas habilidades. Um deles é do próprio Waniewski, ex-diretor do Institute of Play, empresa que desenvolve métodoslas vegas cassinosensino baseadoslas vegas cassinosjogos.

Na prática

Waniewski argumenta que o usolas vegas cassinosjogos na salalas vegas cassinosaula ajuda a simular a resoluçãolas vegas cassinosproblemas na vida real. "Você progridelas vegas cassinosum nível para outro, supera desafios e é um agente proativo", diz.

A mesma lógica vale para levar casos concretos e questões da vida real – por exemplo, problemas da comunidade - para o debate entre alunos,las vegas cassinosvezlas vegas cassinosfocar apenas o conteúdo teórico.

"Isso passa por tirar o alunolas vegas cassinosseu papel e colocá-lo para desenvolver problemas complexos elas vegas cassinosequipe", diz Migueles.

Ainda que isso já seja estimuladolas vegas cassinosalguns cursos superiores ou pós-graduações, ainda é algo incipiente nas escolas, dizlas vegas cassinoscolega na FGV-SP, a professoralas vegas cassinoseconomia Priscilla Tavares.

"Hoje aprende-se muito mais o conteúdo do que o que fazer com ele", opina, citando o exemplo do logaritmo, elemento matemático comumente usado por profissionaislas vegas cassinosfinanças. "Mas, quando aprendemos logaritmo, não aprendemos para que ele pode ser aplicado."

A dica, aí, é que os alunos tentem estudar não apenas para passar na prova, mas buscar entender a aplicação prática do conteúdo e como relacioná-los a outras disciplinas aprendidas.

"Muita gente trata o debate como se fosse preciso escolher entre ensinar essas habilidades e o conteúdo tradicional, como matemática e português", afirma Mizne, da Fundação Lemann. "Mas os alunos precisam das duas coisas – e essas habilidades ajudam no aprendizado do conteúdo."

A tecnologia também colabora. Um grupo do Laboratóriolas vegas cassinosMedia do MIT (Institutolas vegas cassinosTecnologialas vegas cassinosMassachusetts) dedica-se a desenvolver métodoslas vegas cassinosaprendizado criativo.

Umalas vegas cassinossuas maiores apostas é uma linguagemlas vegas cassinosprogramação chamada Scratch (disponível no site http://scratch.mit.edu/), que estimula o aprendizadolas vegas cassinosprogramação mas também "estratégias para resoluçãolas vegas cassinosproblemas, designlas vegas cassinosprojetos e ideiaslas vegas cassinoscomunicação".

E pais podem estimular os filhos a desenvolver essas habilidades desde cedo, diz Resnick, com brincadeiras que envolvam design e criação, como blocoslas vegas cassinosmontar, desenhos e jogos.

Experimentos

Aqui no Brasil, o Instituto Ayrton Senna e a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) fizeram um estudo, recém-divulgado, com 24,6 mil alunos da rede estadual do Riolas vegas cassinosJaneiro, com uma ferramenta desenvolvida para a mediçãolas vegas cassinoscompetências socioemocionais.

Algumas das conclusões sãolas vegas cassinosque terlas vegas cassinoscasa maislas vegas cassinosuma estantelas vegas cassinoslivros aumentalas vegas cassinos40% a chancelas vegas cassinosuma criança ser mais aberta a novas experiências; e que estimular habilidades como planejamento e o protagonismo entre os alunos melhora seu desempenholas vegas cassinosmatemática e português, respectivamente.

"Notamos que as escolaslas vegas cassinosgeral já praticam essas habilidadeslas vegas cassinosseu cotidiano, maslas vegas cassinosmaneira não intencional", explica à BBC Brasil Mozart Neves Ramos, diretorlas vegas cassinosarticulação e inovação do Instituto Ayrton Senna. "Se as escolas conseguirem trabalhar esses valores, eles serão potencializados."

E eles podem ser potencializados por atividades esportivas e culturais, pela incorporaçãolas vegas cassinosjogos que colaborem no aprendizado das diferentes disciplinas e pelo estímulo à pesquisa entre os alunos, agrega Ramos.

O Instituto agora testa a incorporação dessas habilidades no currículo escolar do Colégio Estadual Chico Anysio, no Rio – incluindo treinamentolas vegas cassinosprofessores, projetos interdisciplinares envolvendo capacidades socioemocionais e estímulo a que os alunos elaborem "projetoslas vegas cassinosvida", com planos para o futuro.

"A vantagem é que essas habilidades não cognitivas se desenvolvem ao longo da vida, basta criar um ambiente adequado para isso", diz Ramos.

Para Resnick, do MIT, mais do que ajudar na buscalas vegas cassinosempregos, o estímulo dessas habilidades ajudará os jovens do futuro a serem "uma parte mais ativa da sociedade, pessoas que pensam melhor, inovam e são e capazeslas vegas cassinosarticular suas ideias. E todo o mundo precisa disso".