Rússia x Ucrânia: a tensãocassino cadastroregião que enfrenta guerra desde 2014:cassino cadastro

Maria tenta não se estressar com tudo isso. A soldadacassino cadastro26 anos, falante e franzina, estava emcassino cadastrotrincheira, armada com um fuzil Kalashnikov. Ela faz parte da 56ª brigadacassino cadastroinfantaria da Ucrânia. O exército nos pediu para divulgar apenas o primeiro nome dela, para evitar perseguições nas mídias sociais.

"Eu tento evitar a política e não assistir televisão. Também tento não ficar muito preocupada", diz. "Mas estamos prontos. Treinamos muito. Entendo que não será como um exercíciocassino cadastrotreinamento, será difícil para todos. Mas nosso moral está alto e estamos firmes".

Maria tem vários irmãos. Dois serviram na guarda nacional da Ucrânia. Seu irmão mais novo logo estará na linhacassino cadastrofrente, como artilheiro dos tanques. Em casa, os pais aposentados estão cuidando do filho dela,cassino cadastroquatro anos.

"Foi muito difícil deixá-lo", conta. "Mas desde que eu tinha seis anos meu sonho era entrar para o exército. Eu não achava que acabaria na linhacassino cadastrofrente, mas não me arrependocassino cadastroestar aqui." Perto, umcassino cadastroseus companheiros cortava madeira com um machado. O frio é uma ameaça constante, com os separatistas a cercacassino cadastroum quilômetrocassino cadastrodistância.

Maria caminhou por um labirintocassino cadastrotúneis até seu quarto longecassino cadastrocasa, um beliche abaixo do solo. Desenhos infantiscassino cadastrocores vivas estão colados nas paredescassino cadastrobarro. "Estes vêmcassino cadastrodiferentes escolas, como agradecimento", revela. "Isso ajuda a aumentar o nosso moral."

A guerracassino cadastroMaria é sobre o futurocassino cadastrosua terra natal, mas pode existir muito maiscassino cadastrojogo do que o destino da Ucrânia. A Rússia está traçando linhascassino cadastrobatalhacassino cadastrouma nova Guerra Fria. A questão agora é o futuro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a políticacassino cadastrosegurança estabelecida na Europa.

'Guerracassino cadastroinformação'

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, alertou para uma "possibilidade"cassino cadastroque a Rússia invada a Ucrâniacassino cadastrofevereiro e, ao fazê-lo, "mude o mundo". O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, invocou os horrores da Chechênia e da Bósnia. Mas a crescente preocupação internacional estácassino cadastrodesacordo com o que se ouvecassino cadastroalguns ucranianos.

"Não acredito que os russos venham", diz uma assistente social do leste, que pediu para não ser identificada na reportagem. "Acredito nos meus olhos e ouvidos. Na verdade, está mais quieto aqui agora do que no mês passado. Esta é apenas uma guerracassino cadastroinformação." O bordão "nada para ver por aqui" é repetido regularmente pelo presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Mas alguns também estão com medo. "Toda vez que ouço um barulho, meu coração bate forte", confessa Ludmilla Momot, uma bisavócassino cadastro64 anos que carrega uma pontacassino cadastroourocassino cadastroumcassino cadastroseus dentes da frente.

Momot sabe muito bem o que Moscou e seus aliados podem fazer. A casa onde ela morou por 30 anos, na vilacassino cadastroNevilske, foi destruídacassino cadastronovembro passado durante os bombardeios separatistas. Ela voltou para Nevilske, transformada numa cidade fantasma, para nos mostrar os destroços.

"Esta é uma ferida que vai durar pelo resto da minha vida", diz ela, entre lágrimas, ao olhar para o buraco onde costumava ficar a porta da frente da casa. "Eu tive que rastejar sobre os escombroscassino cadastrominha camisola. Meus pés estavam sangrando. É o oitavo ano da guerra, por quanto tempo nosso sofrimento vai continuar?", questiona.

A reportagem da BBC perguntou à leiteira aposentada se havia algo que ela gostariacassino cadastrodizer ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. "Faça as pazes", resumiu. "Cheguem a um acordo. Todos vocês são adultos educados. Façam as pazes para que as pessoas possam viver livremente, sem lágrimas e sem sofrimento."

Na versão modernacassino cadastroguerra e paz, o jogo final do líder russo permanece incerto. Será que ele concentrou cercacassino cadastro100 mil soldados ao longo da fronteira ucraniana para forçar concessões da Otan — e principalmente dos Estados Unidos — ou para tomar outro pedaço do país vizinho?

Um cenário possível é uma incursão limitada, com forças enviadas apenas para o leste da Ucrânia. O Kremlin provavelmente tentaria se apresentar como "mantenedor da paz", protegendo os portadorescassino cadastropassaporte russo. Moscou está ocupada emitindo centenascassino cadastromilharescassino cadastropassaportescassino cadastroterritório controlado pelos separatistas.

As tropas ucranianas insistem que, se os russos realmente vierem, a tarefa não será tão fácil quanto foi anexar a península da Crimeiacassino cadastro2014. "Estamos mais bem preparados desta vez", responde Alyona, um soldado que também está na porção leste. "Duvido que os russos invadam. Eles querem criar pânico e usá-lo como barganha", aposta.

Mesmo que não aconteça uma invasão terrestre — e Moscou insiste que não acontecerá — o dano já está feito. O coro internacionalcassino cadastropreocupação com uma possível invasão conseguiu desestabilizar a Ucrânia.

O presidente Putin já obteve uma vitória, sem disparar um tiro, enfraquecendo o país vizinho que ele cobiça, ao mesmo tempo que força a comunidade internacional a aguardar e reagir a cada palavra que diz.

Mas muitos líderes ocidentais temem que ele não fique satisfeito apenas com isso.

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