Biden eleito: 'Brasil está mais isolado do que nunca', diz ex-embaixador brasileiro nos EUA:casas bet

Trump e Bolsonaro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Segundo Roberto Abdenur, há pouco espaçocasas betmanobra para uma 'relação harmoniosa' entre Bolsonaro e o sucessorcasas betDonald Trump

"Não acho que Biden vai atacar Bolsonarocasas betimediato. O Brasil tem seu peso. Apesarcasas bettudo, continua sendo uma das maiores economias do mundo, o segundo país mais populoso das Américas e uma democracia", afirma.

Segundo ele, os EUA terão interessecasas betbuscar algum apoio do Brasil no contexto da confrontação estratégia com a China, que continuará com Biden, "emboracasas betmaneira mais hábil, mais equilibrada, mais serena".

"O Brasil não é um país ao qual os EUA podem dar as costas, até porque Biden atribui muita importância à questão ambiental", explica ele, lembrando que uma das prioridadescasas betBiden é mitigar as mudanças climáticas, segundo seu planocasas betgoverno e, nesse sentido, a Amazônia "tem papel fundamental".

Ainda assim, Abdenur — que foi embaixador do Brasilcasas betWashingtoncasas bet2004 a 2007, durante o mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas se aposentou após divergências com o governo petista — diz ser cético quanto à possibilidadecasas betuma relação "harmoniosa, tranquila e produtiva com os Estados Unidos".

"Um requisito essencialcasas betqualquer política externa é não ser movida por considerações e preferências ideológicas e menos ainda por idiossincrasias pessoaiscasas betseus líderes como é o caso da relaçãocasas betadmiração, submissão e subserviência que Bolsonaro estabeleceu com Trump", diz.

Roberto Abdenur

Crédito, Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Legenda da foto, Abdenur foi embaixadorcasas betWashington, seu último posto antescasas betse aposentar

'Incapazcasas betalterações'

Atualmente conselheiro do CEBRI (Centro Brasileirocasas betRelações Internacionais), Abdenur diz acreditar que, com a vitóriacasas betBiden, a extrema direita tende a "perder gás".

Emcasas betopinião, como a base da política externa brasileira reflete muitos desses valores, por meio, por exemplo,casas betataques à ONU e ao multilateralismo, o Brasil tende a ficar ainda mais isolado.

"Olhando para o Itamaraty, para a Presidência da República, não considero que este governo seja capazcasas betfazer as alteraçõescasas betcurso necessárias para administrar bem suas relações com os EUA, com a Europa, com nossos vizinhos e com a China", acrescenta.

Donald Trump

Crédito, AFP/Getty Images

Legenda da foto, Abdenur diz que relaçãocasas betBolsonaro com Trump eracasas bet'submissão e subserviência'

'Submisso e subserviente'

Segundo Abdenur, "o primeiro grande equívococasas betJair Bolsonaro ecasas betseu chanceler, Ernesto Araújo" foi fazer um "alinhamento praticamente incondicional e automático com os EUAcasas betTrump" sem "grandes ganhos".

"Foi um erro estratégico gravíssimo. O problema é que isso foi feito na basecasas betpendurar a relação Brasil-EUA na pessoacasas betTrump. O que deveria ser manejado como uma relação objetivacasas betEstado a Estado passou a ser uma espéciecasas betaliança pessoalcasas betcunho altamente ideológico entre Bolsonaro e Trump", diz.

"Se fizermos um balanço do que o Brasil ganhou e o que os EUA ganharam nesses dois anos da aliança pessoal Bolsonaro-Trump, veremos que não houve grandes ganhos sensacionais. Houve algumas coisas interessantes, como o apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a consideração do Brasil como um parceiro extra-territorial da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e recentemente a assinaturacasas betpequenos arranjos para facilitação do comércio, mas sem perspectivascasas betum acordocasas betlivre comércio."

"O Brasil cedeu imensamente", completa.

Abdenur lembra que já houve outros momentos na históriacasas betque o Brasil se alinhou aos Estados Unidos, mas "preservando espaçoscasas betatuação própria e às vezescasas betconfronto".

"A aliançacasas betVargas durante a 2ª Guerra Mundial propiciou um grande ganho para o Brasil: a construção financiada pelos EUA e com tecnologia americana da primeira usina siderúrgica brasileiracasas betVolta Redonda, o que permitiu avanços consideráveis, praticamente o marco inicialcasas betum acelerado processocasas betindustrialização brasileiro", recorda.

"Mais adiante, na primeira década da ditadura militar, o Brasil se alinhou aos EUA, no contexto Guerra Fria na luta contra o comunismo. Naquela época, o Itamaraty convenceu os militares da validade, da continuidade da postura até então muito ativacasas betliderança que o Brasil sustentava na época no chamado diálogo norte-sul entre países desenvolvidos e subdesenvolvidoscasas betbuscacasas betreforma,casas betuma nova ordem internacional, mais equitativa, mais justa, mais capazcasas betdar prosperidade", acrescenta.

"Foram, assim, alinhamentos que deram resultados positivos, mas alinhamentos que não tolheram a capacidade do Brasilcasas betdefender seus próprios interesses na área do desarmamento, do comércio, das finanças internacionais e da tecnologia", observa.

Mas, na visãocasas betAbdenur, o alinhamento promovido por Bolsonaro écasas bet"subordinação e subserviência".

"Subordinação porque coloca o Brasil numa posiçãocasas betinferioridade. Bolsonaro se proclamou desde o primeiro momento como fãcasas betTrump, adotando posturas submissascasas betrelação aos EUA. Subserviência porque representa um linhacasas betação que atende aos interesses dos EUA e não necessariamente aos do Brasil", assinala.

Ele lembra que o Brasil "abriu mão do que possivelmente seria uma candidatura vitoriosa brasileira à presidência do Banco Interamericanocasas betDesenvolvimento (BID) pra favorecer um candidato americano promovido pelo Trump".

"Foi uma violaçãocasas betuma tradição (não escrita)casas bet60 anos da existência do Banco Interamericanocasas betDesenvolvimentocasas betque ele fosse liderado por um latino-americano".

Assessorcasas betTrump para a América Latina, Mauricio Claver-Carone se tornou,casas betsetembro, o primeiro líder do organismocasas betorigem norte-americana. Ele comandará a instituição por cinco anos.

Jair Bolsonaro

Crédito, AFP/Getty Images

Legenda da foto, Abdenur diz que silênciocasas betBolsonaro é 'atocasas bethostilidade contra Biden'

E, durante a corrida presidencial à Casa Branca, Bolsonaro cometeu "novos erros", acrescenta Abdenur.

"Bolsonaro declarou abertamente preferência por Trump; seus filhos, que têm um papel importantecasas betseu governo foram ainda mais enfáticos nisso, e agora estão endossando os ataques do Trump à legitimidade do processo eleitoral. São erros muito graves", diz.

'Atocasas bethostilidade'

Abdenur diz ainda que o "silêncio do Brasil"casas betnão felicitar o presidente eleito americano é um "atocasas bethostilidade", que dificulta ainda mais as relações entre os dois países.

Até o fechamento desta reportagem, o Brasil, na contramão da maioria dos países do mundo, ainda não havia parabenizado Biden pela vitória.

"Me preocupa muito porque estou vendo materializar-se um gravíssimo erro que é o presidente brasileiro não reconhecer a vitória do Biden. Aparentemente o que o governo brasileiro vai fazer é esperar ou pelo fim da litigação absurda que o Trump está promovendo ou pelo calendário muito dilatado dos processoscasas betformalização dos resultados das eleições americanas (a posse do novo presidente tem que acontecer no dia 20casas betjaneiro, ao meio-dia)".

"Então estamos correndo o riscocasas betficarmos isolados mais ainda por cercacasas betdois meses sem um diálogo com as novas forças que desde já começam a atuar nos EUA".

"Este silêncio do Bolsonaro é um atocasas bethostilidade contra Biden. É uma continuação absurda da solidariedade dele política, ideológica e pessoal com Trump", critica.

"Até Israel, Hungria e Polônia, países ideologicamente prestigiados, adorados, admirados pelo governo Bolsonaro apressaram-secasas betfelicitar Biden. O Brasil fica isolado atécasas betseus parceiros ideológicos na extrema direita", conclui.

  • casas bet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube casas bet ? Inscreva-se no nosso canal!
Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscasas betautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacasas betusocasas betcookies e os termoscasas betprivacidade do Google YouTube antescasas betconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecasas bet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocasas betterceiros pode conter publicidade

Finalcasas betYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscasas betautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacasas betusocasas betcookies e os termoscasas betprivacidade do Google YouTube antescasas betconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecasas bet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocasas betterceiros pode conter publicidade

Finalcasas betYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscasas betautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacasas betusocasas betcookies e os termoscasas betprivacidade do Google YouTube antescasas betconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecasas bet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocasas betterceiros pode conter publicidade

Finalcasas betYouTube post, 3