Congressistas dos EUA pedem que Biden retire oferta para que Brasil seja parceiro da Otan:cadastro bonus

Crédito, Reuters
A carta, à qual a BBC News Brasil teve acesso com exclusividade, é endossada por maiscadastro bonusum quarto da bancada democrata na Câmara dos Deputados, que tem maioria na Casa.
Na missiva, os parlamentares, entre os quais expoentes do partido como Alexandria Ocasio-Cortez (conhecida como AOC), afirmam que o presidente Jair Bolsonaro fez "ameaças à jovem democracia do Brasil" e que "declarou que não vai aceitar o resultado das próximas eleições se elas acontecerem conforme as regras atuais", isto é, sem o voto impresso pela urna eletrônica - mudança que o presidente encampou publicamente mesmo após a derrota da proposta no Congresso.
"Achamos isso particularmente preocupante porque Bolsonaro trouxe mais oficiais militares paracadastro bonusadministração do que qualquer outro presidente desde que a democracia no Brasil foi restabelecida, criando conflitos entre instituições governamentais e as forças armadas", afirmam os 63 congressistas na carta a Biden.
Eles se referem, por exemplo, ao episódio noticiado pelo jornal O Estadocadastro bonusS. Paulo no qual o general Walter Braga Netto, ministro da Defesa, teria supostamente enviado emissários para dizer ao presidente da Câmara Arthur Lira que as eleições não ocorreriam se o voto impresso não fosse aprovado no legislativo. Braga Netto negou que tenha feito essa ameaça mas,cadastro bonusnota, defendeu que a "discussão sobre voto impresso auditável é legítima".

Crédito, Reuters
Aliado militar dos EUA desde 2019
Para os congressistas democratas, seria um contrassenso do governo Biden patrocinar avanços militares a um governo que poderia usar as forças para desestabilizar a democracia no maior país da América Latina.
A confirmaçãocadastro bonusque o Brasil se tornara um aliado extra-Otan aconteceucadastro bonusagostocadastro bonus2019, ainda na gestão Trump, e foi recebido com comemoração pelo governo brasileiro. "É bem-vinda nossa participação como grande aliado extra-Otan, que facilita muitas coisas. O mais importante é a questãocadastro bonusdefesa, compracadastro bonusarmamento, algumas tecnologias. Alguma coisa sempre interessa pra gente. Como regra, um país da Otan uma vez agredido, todo mundo está junto", afirmou Bolsonaro à época.
E, apesar das divergênciascadastro bonustemas como a agenda ambiental, o governo do democrata Joe Biden acenou com um avanço na relação militarcadastro bonusagostocadastro bonus2021.
Em visita a Bolsonarocadastro bonusBrasília, o Conselheirocadastro bonusSegurança Nacional dos Estados Unidos ofereceu ao Brasil a possibilidadecadastro bonusser parceiro global da Otan. Embora não decidam sozinhos quem pode ingressar na entidade, os americanos são determinantes para sacramentar a entradacadastro bonusum país na Otan.
Reservadamente, diplomatas americanos reconheceram que a oferta foi cuidadosamente pensada: como o presidente brasileiro é afeito a temas militares, os EUA escolheram esse caminho como "agenda positiva" que pudesse aumentar a disposição das autoridades brasileirascadastro bonusrelação ao tema do combate ao aquecimento global e à exclusãocadastro bonusempresas chinesas da rede 5G do país, duas prioridades da gestão Biden.
A oferta, porém, aconteceu quase ao mesmo tempocadastro bonusque Bolsonaro e a Marinha promoviam um desfilecadastro bonusblindados na Esplanada dos Ministérios, o que foi interpretado como demonstraçãocadastro bonusforça contra os demais Poderes da República. Na mesma semana, o presidente repetiu alegações sem provacadastro bonusque a eleiçãocadastro bonus2018 havia sido fraudada.
Isso fez com que representantescadastro bonusBiden tivessem que dar declarações públicascadastro bonusapoio ao sistema eleitoral brasileiro. "Nós reforçamos (a Bolsonaro) a importânciacadastro bonusnão diminuir a confiança (da população) no processo eleitoral, especialmente porque não há evidênciascadastro bonusfraudes nas eleições anteriores", afirmou Juan González, assessorcadastro bonusBiden para a América Latina.
González, no entanto, descartou que fosse contraditório fortalecer o aparato militar do país enquanto condenava manifestaçõescadastro bonusBolsonaro contra o sistema eleitoral.
"Nosso ponto aqui é que temos uma ampla relação institucional com o Brasil. Podemos nos engajarcadastro bonusassuntoscadastro bonuscooperaçãocadastro bonusáreascadastro bonussegurança,cadastro bonuseconomia, e ainda assim ser muito claroscadastro bonusdemonstrar nosso apoiocadastro bonusque é o povo brasileiro quem determina o resultadocadastro bonussuas eleições", afirmou González.

Crédito, Reprodução/Embaixada dos EUA
Não é, no entanto, o que pensa uma parte expressiva da basecadastro bonusBiden no Congresso. "Oferecer ao governo do Brasil a oportunidadecadastro bonusse tornar um parceiro da Otan seria um sinalcadastro bonusque os EUA não têm nenhum problema sério com as violaçõescadastro bonusdireitos humanos,cadastro bonusprincípios democráticos ecadastro bonusquestões ambientais que ocorrem no Brasil. Portanto, respeitosamente pedimos que você, no mínimo, retorne, as relações EUA-Brasil ao que eram antes do governo Trump, pelo menos até que um novo líder, mais alinhado com os valores democráticos ecadastro bonusdireitos humanos, seja eleito no Brasil", afirmaram as dezenascadastro bonusparlamentares na carta ao ocupante da Casa Branca.
Eles ainda são mais claros no pedido: "Isso deve incluir o cancelamento da designação do aliado militar extra-Otan, a retirada da oferta feita ao Brasil para se tornar um parceiro da Otan e outras formascadastro bonuscooperação nociva estabelecidas durante o período Trump-Bolsonaro".
A embaixada brasileiracadastro bonusWashington foi procurada pela BBC News Brasil para comentar, mas afirmou que "não se manifesta sobre carta cujo teor desconhece".
'O manualcadastro bonusTrump'
Não é a primeira vez que o Congresso dos EUA tenta barrar o relacionamento militar entre Brasil e EUA. Em setembro, uma emenda ao orçamento do deputado Jesus Garcia, que agora também assina a carta, tentou impedir que dinheiro público americano pudesse custear exercícios militares entre os dois países. A emenda, no entanto, foi derrubada.
Na carta, os congressistas relembram que Bolsonaro apoiou alegações falsascadastro bonusTrump sobre fraude na eleição americanacadastro bonus2020, e que seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, manteve reuniões com organizadores da manifestação trumpista "Stop the Steal"("Pare o roubo"), que desaguou na invasão do Congresso americanocadastro bonus6cadastro bonusjaneiro e impediu por algumas horas que a vitóriacadastro bonusBiden fosse certificada no Capitólio.
"Estou cada vez mais preocupada que o presidente Bolsonaro esteja tentando executar o 'manualcadastro bonusTrump' para minar a democracia do Brasil, e não confio que ele vá transferir o poder pacificamente caso os resultados das eleições (de 2022) favoreçam seus oponentes. É extremamente importante que o governo Biden, e todo o governo dos Estados Unidos, se envolvam neste assunto agora e explicitem claramente as consequênciascadastro bonusqualquer tentativacadastro bonusderrubar a vontade do povo no Brasil", afirmou à BBC News Brasil a congressista Rashida Tlaib.
Não passou despercebido pelos parlamentares americanos o interessecadastro bonusex-assessorescadastro bonusTrump, como o estrategista Steve Bannon e o ex-porta-voz Jason Miller, no pleito do Brasil no ano que vem. Bannon chegou a dizer que essa será a "segunda eleição mais importante do mundo".
A carta dos deputados americanos se soma à recente manifestação do presidente da Comissãocadastro bonusRelações Exteriores do Senado dos EUA, o democrata Bob Menendez, e outros três senadores, que pediram a Biden que deixe claro que "haverá sérias consequências"cadastro bonuscasocadastro bonusruptura democrática no Brasil.

Crédito, Reuters
Após a divulgação da cartacadastro bonusMenendez, o embaixador do Brasil Nestor Forster enviou resposta ao gabinete do parlamentar. "Lamento observar que Vossa Excelência parece estar mal informado sobre o estado das instituições democráticas brasileiras", afirmou Forster.
Mas mesmo senadores que não assinaram nenhuma das duas cartas expressaram preocupação com a saúde da democracia brasileira à BBC News Brasil. O senador Brian Schatz afirmou à reportagem que vê "com alguma ansiedade" o que tem acontecido no país.
"Nós queremos manter um diálogo e vamos fazer isso, mas vimos coisas recentemente que nos trouxeram sérias preocupaçõescadastro bonusrelação às liberdades dos brasileiros e à democracia propriamente. E vamos nos manter firmescadastro bonusdefender nossos valores".
Schatz e seu colega Blumenauer acabamcadastro bonuspropor ao Congresso dos EUA uma lei que pode punir o Brasil pelo desmatamento ilegal com a interrupção da vendacadastro bonusprodutoscadastro bonusorigem bovina aos americanos. Esse ano o Brasil deve se consolidar como o quarto exportadorcadastro bonuscarnecadastro bonusboi ao país.
Ryan Berg, cientista-político especialistacadastro bonusregimes autoritários na América Latina do Centrocadastro bonusEstratégias e Estudos Internacionais (CSIS, na siglacadastro bonusinglês), nota que um número crescentecadastro bonusparlamentares democratas têm visto paralelos entre a invasão no Capitóliocadastro bonus6cadastro bonusjaneiro nos EUA, e acontecimentos como as manifestações bolsonaristascadastro bonus7cadastro bonussetembro, na qual o presidente afirmou que descumpriria ordens judiciaiscadastro bonusum dos ministros do STF.
"Não há qualquer amor por Bolsonaro no Congresso americano, especialmente entre os democratas mais à esquerda. E há uma parcela dos parlamentares realmente trabalhando para que Biden isole Bolsonaro", afirma Berg.
Juliana Moraes, diretora executiva do Washington Brazil Office, que mantém intenso diálogo com os parlamentares americanos sobre o Brasil, nota porém que a carta atual obteve adesão sem precedentescadastro bonusrelação a qualquer comunicação referente à gestão Bolsonaro. "E isso só aconteceu porque entre os parlamentares que assinam há democratas progressistas e moderados".
Johnson concorda com a análise. "Eu e meus colegas estamos desconfortáveiscadastro bonusver o comportamentocadastro bonusBolsonaro que nos remete tanto aocadastro bonusTrump e que ameaça afundar o Brasil no mesmo caminho que Trump tentou nos levar. Conseguimos defender nossa democracia, com instituições que têm maiscadastro bonus233 anoscadastro bonusidade. Mas tememos o que pode acontecer com instituições democráticas brasileiras,cadastro bonuspouco maiscadastro bonus30 anos, sob o mesmo tipocadastro bonusataque".

cadastro bonus Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube cadastro bonus ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscadastro bonusautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacadastro bonususocadastro bonuscookies e os termoscadastro bonusprivacidade do Google YouTube antescadastro bonusconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecadastro bonus"aceitar e continuar".
Finalcadastro bonusYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscadastro bonusautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacadastro bonususocadastro bonuscookies e os termoscadastro bonusprivacidade do Google YouTube antescadastro bonusconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecadastro bonus"aceitar e continuar".
Finalcadastro bonusYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscadastro bonusautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacadastro bonususocadastro bonuscookies e os termoscadastro bonusprivacidade do Google YouTube antescadastro bonusconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecadastro bonus"aceitar e continuar".
Finalcadastro bonusYouTube post, 3









