Passeioestrela pix betfamília, Dia dos Pais e selfie: as histórias por trás das últimas fotosestrela pix betvítimas da covid-19:estrela pix bet

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Assim como Terezinha, milharesestrela pix betpessoas convivem com a saudadeestrela pix betentes queridos que morreramestrela pix betdecorrência da covid-19. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país registrou, até a manhã desta segunda-feira (25/01), 217 mil mortes pela covid-19 — o primeiro óbito ocorreuestrela pix bet12estrela pix betmarço do ano passado, conforme a pasta.
Desde o fimestrela pix bet2020, o Brasil tem enfrentado aumento nos registros diáriosestrela pix betvítimas do novo coronavírus. Em números absolutos, o país ocupa o segundo lugarestrela pix betmortes pela doença, atrás apenas dos Estados Unidos, que já teve maisestrela pix bet408 mil óbitos.
Por trás dos dadosestrela pix betmortos há históriasestrela pix betfamílias abaladas pela covid-19, que já matou maisestrela pix bet2,1 milhõesestrela pix betpessoasestrela pix bettodo o mundo.
Enquanto convivem com a saudade, parentes e amigos das vítimas do novo coronavírus buscam formasestrela pix betse lembrar dos entes queridos.
Uma das recordações mais comuns são as fotografias. Para dar dimensão humana à tragédia da covid-19, familiares mostram à BBC News Brasil algumas das últimas imagensestrela pix betpessoas que morreramestrela pix betdecorrência do novo coronavírus.
Há diversos momentos felizes entre os últimos registros, como o Dia dos Pais ao lado das filhas, uma selfie sorridente e uma comemoraçãoestrela pix betaniversário. Abaixo, conheça as histórias por trásestrela pix betfotografias compartilhadas com a reportagem.
Passeioestrela pix betfamília

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As fotos mais recentes que Terezinha guarda da filha caçula foram tiradasestrela pix betdoisestrela pix betnovembro,estrela pix betum passeio a um ponto turístico: o Cânion Guartelá, localizado entre os municípiosestrela pix betCastro e Tibagi, ambos no Paraná.
O local fica a cercaestrela pix bet200 quilômetrosestrela pix betMarilândia do Sul, no norte do Paraná, onde Giovana morava com a família.
"Foi um passeio rápido. Ficamos só um dia por lá. Fomos juntos com o namorado da minha filha, dois tios dela e uma prima", relata a mãe da adolescente.
Terezinha ressalta que todos estavam com máscaras, mas explica que os familiares aparecem sem elas nas fotos porque os registros foram feitos nos momentosestrela pix betque não havia desconhecidos por perto.
O passeio foi o último momentoestrela pix betfelicidadeestrela pix betfamília. "A minha filha gostou bastante. Tiramos várias fotos, porque ela gostavaestrela pix betser fotografadaestrela pix betlugares diferentes", diz Terezinha. No período, segundo ela, os casosestrela pix betcovid-19 estavamestrela pix betbaixa na regiãoestrela pix betque mora.
Semanas depois, conforme Terezinha, os casos do novo coronavírus tiveram crescimento expressivo na região. Segundo ela, isso foi causado pelas movimentações das campanhas eleitorais, que especialistas apontam que podem ter colaborado para o aumentoestrela pix betcasosestrela pix betcovid-19estrela pix betdiversos lugares do Brasil.
Dias depois das eleições municipaisestrela pix bet15estrela pix betnovembro, Terezinha foi diagnosticada com o novo coronavírus. "Todos da áreaestrela pix betsaúde tiveramestrela pix betfazer exames para a covid-19 depois das eleições. O meu resultado foi positivo. Depois disso, todos da minha família fizeram exames", diz a auxiliarestrela pix betenfermagem, que estava trabalhandoestrela pix betuma unidadeestrela pix betsaúde desde o início da pandemia.
Terezinha, o marido, os dois filhos do casal — Giovana e um rapazestrela pix bet25 anos — e os pais da auxiliarestrela pix betenfermagem foram infectados pelo novo coronavírus.
A família afirma desconhecer o momento exatoestrela pix betque contraiu o Sars-Cov-2 (nome oficial do novo coronavírus).
"Mas uma coisa é certeza: (a infecção pelo coronavírus) foi por causa dessa movimentação das eleições. Isso movimentou tudo", afirma Terezinha.

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Os membros da família tiveram diferentes tiposestrela pix betsintomas da doença, alguns mais leves, outros mais intensos. No entanto, ninguém chegou a ser internado. "A minha mãe teve muitos sintomas e até hoje está se recuperando", diz Terezinha.
A auxiliarestrela pix betenfermagem relata que Giovana teve sintomas considerados leves, como vômitos, dores abdominais e dificuldades para respirarestrela pix betalguns momentos, mas passou pelo períodoestrela pix betisolamento e foi considerada recuperada.
A jovem continuou com acompanhamento médico, contudo, por conta das dificuldades respiratórias que desenvolveu após a covid. "Mas a Giovana não aparentava nenhuma complicação grave", diz a mãe.
Na tardeestrela pix bet7estrela pix betdezembro, a filha relatou a Terezinha que estava sentindo um cansaço extremo. A mãe conta que a situação piorouestrela pix betpoucas horas.
"Quando a minha filha saiu do banho, me chamou e disse que estava passando muito mal. Foiestrela pix betrepente", diz a auxiliarestrela pix betenfermagem.
"Imediatamente, a gente a levou para o pronto-socorro. Chegamos lá e ela já estava muito mal. Não deu tempoestrela pix betnada", relata Terezinha, emocionada.
Giovana morreu no mesmo dia. "Não imaginava que o quadro dela pudesse ser tão grave", lamenta a mãe.
Na certidãoestrela pix betóbito consta que a jovem morreuestrela pix betdecorrência do novo coronavírus, insuficiência respiratória aguda e embolia pulmonar. A mãe comenta que as dificuldades respiratórias foram causadas pela covid-19.
Terezinha conta que não esperava que a filha, a mais nova entre os infectados emestrela pix betcasa, pudesse ser a principal vítima da covid-19 entre os familiares.
A jovem tinha uma condição chamada síndromeestrela pix betGilbert. Trata-seestrela pix betum distúrbio genético que causa o aumentoestrela pix betníveisestrela pix betbilirrubina, pigmento que dá cor amarelada à bile (fluido produzido pelo fígado). Em períodosestrela pix betcrise, pode culminarestrela pix betsintomas como icterícia (quando pele e olhos ficam amarelados).
"Mas isso não era considerado um fatorestrela pix betrisco para a covid-19. Quem tem essa síndrome vive normalmente", explica a auxiliarestrela pix betenfermagem.
O médico Alexandre Naime comenta que a covid-19 pode impulsionar crisesestrela pix beticteríciaestrela pix betpacientes com a síndromeestrela pix betGilbert.
"Pode deixar a pessoa com a aparência amarelada, por ser uma condição na qual o paciente vai gastar mais energia e o sistema imunológico vai estar mais ativado", pontua.
Mas ele ressalta que a síndrome não é considerada um fatorestrela pix betrisco para a doença causada pelo novo coronavírus. "Ela não torna a covid mais grave", detalha Naime, chefeestrela pix betInfectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp),estrela pix betBotucatu (SP).
Por não ter fatores agravantes para a covid-19, Giovana faz parteestrela pix betcasos incomuns: os jovens que não são considerados do grupoestrela pix betrisco, mas que acabam morrendoestrela pix betdecorrência do novo coronavírus.
Especialistas têm alertado que os mais novos também podem sofrer complicações graves —estrela pix bettodo o mundo, há diversos estudos que tentam compreender como o vírus pode afetar duramente algumas pessoas consideradas saudáveis.
"Não consigo entender o que aconteceu. Nem os médicos entenderam exatamente o que aconteceu com a minha filha. A gente fica com muitas dúvidas", lamenta a mãe da adolescente.
Desde a morte da filha, Terezinha afirma que vive com o sentimentoestrela pix bet"existir pela metade". "É aquela sensaçãoestrela pix bettoda mãe que perde um filho. É esquisito demais. Dói muito", desabafa.
Para tentar aliviar a saudade, ela costuma buscar refúgio no quartoestrela pix betGiovana. "Não quero mexerestrela pix betnada ali no momento", diz. No cômodo, a adolescente guardava várias fotos.
"Tem muitos registrosestrela pix betpessoasestrela pix betquem ela gostava. Eu gostoestrela pix betver, porque me faz bem, mas nem sempre é fácil."
A selfie

Crédito, Arquivo pessoal
O último registro feito por Maria Áurea Coraini foi uma selfie, semanas antesestrela pix betser internadaestrela pix betdecorrência da covid-19.
"Ela estava radiante e sorridente, comoestrela pix betcostume. A minha mãe era muito vaidosa e adorava posar para fotos", comenta o produtor cultural Mário Irikura.
Maria tinha 78 anos. Aposentada, ela era viúva e morava sozinhaestrela pix betuma residênciaestrela pix betPereira Barreto,estrela pix betSão Paulo.
"A minha mãe era uma mulher muito ativa e não tinha nenhuma doença. Ninguém acreditava que ela tinha essa idade", relata Mario,estrela pix bet41 anos, o mais novo entre os quatro filhos dela.
A família afirma não saber como ela contraiu a covid-19.
"Ela estava respeitando o isolamento social. Estavaestrela pix betcasa, não saía nem para ir ao mercado. Tudo era feito pela minha irmã. Ainda assim, ela foi infectada, mas não sabemos exatamente como", diz Mário.
Semanas antes da mãe, o produtor cultural havia contraído o novo coronavírus. Ele acredita ter sido infectado após socorrer a mãe, por voltaestrela pix bet12estrela pix betagosto, após a idosa quebrar o braçoestrela pix betum acidente doméstico.
"Ela estava com muita dor e fomos ao hospitalestrela pix betuma ambulância. Chegando lá, ela não queria ficar com máscara, por causa das dores intensas. Ela pediu para tirar a máscara. Eu tirei também e ficamos naquela sala. Acredito que me contaminei ali", relata.
Dias depoisestrela pix betacompanhar a mãe no hospital, ele teve sintomas como febre, dor no corpo e cansaço intenso. O produtor cultural conta que logo deixouestrela pix better contato com a mãe, para evitar a possibilidadeestrela pix betinfectá-la.
"Não acredito que ela tenha sido infectada no hospital também, porque os sintomas dela surgiram maisestrela pix betduas semanas depois que ela quebrou o braço", diz o produtor cultural — os estudos apontam que os sintomas da covid-19 aparecem,estrela pix betgeral, cinco dias após a infecção (mas esse período pode variarestrela pix betdois a 14 dias depois do contágio).
O filho conta que Maria teve os primeiros sintomas por voltaestrela pix bet29estrela pix betagosto e logo foi levada a um hospitalestrela pix betPereira Barreto. Mário relata que tinha terminado o períodoestrela pix betisolamento da covid-19 e quis acompanhar a mãe. Os dois ficaram juntosestrela pix betum quarto, após a idosa ser internada.

Crédito, Izi Xavier
"Como eu tinha acabadoestrela pix betencerrar meu períodoestrela pix betisolamento, decidi ficar internado com ela. Era um quarto com duas camas. Passei seis dias com a minha mãe,estrela pix bet29estrela pix betagosto ao inícioestrela pix betsetembro."
Ele comenta que ainda sentia cansaço intenso e doresestrela pix betdecorrência da covid-19, mas tentava esconder esses problemas da mãe.
"Ela ficou preocupada comigo, mas eu disse que estava tudo bem."
Apesar das dificuldades que ainda enfrentava, Mário se esforçou para ajudar a mãe. Ele considera que os últimos momentos ao ladoestrela pix betMaria foram inesquecíveis.
"Uma coisa que me marcou muito nesses dias,estrela pix betque ela estava muito debilitada por causa da doença, é que eu tiveestrela pix betcolocá-la para ir ao banheiro, dei almoço e janta na boca dela... Me senti feliz por estar ali, porque pude retribuir um poucoestrela pix bettudo o que ela fez para mim quando criança", emociona-se.
"Me sinto um ser humano completo por saber que dei o último banho nela. Isso me marcou muito. Foi uma experiência reconfortante, apesarestrela pix betmuito triste", relata o produtor cultural.
Uma semana após ser internada, Maria piorou. Ela foi encaminhada para a Unidadeestrela pix betTerapia Intensiva (UTI)estrela pix betum hospitalestrela pix betAraçatuba (SP), cidade vizinha, onde foi intubada. Por 12 dias, a idosa lutou pela vida, mas não resistiu às complicações da covid-19. Ela morreuestrela pix bet15estrela pix betsetembro.
"A gente se despediu antesestrela pix betela entrar na UTI. Mas eu estava confianteestrela pix betque ela sairia dessa. É uma doença horrível. Passamos 12 dias com a minha mãe internada sem poder visitá-la", lamenta.
Desde a morte da mãe, Mário busca formasestrela pix betse recordar dela. Ele ficou com o celularestrela pix betMaria e costuma olhar o aparelho diversas vezes para rever as últimas fotos da idosa. "Olhar as fotos da minha mãe me deixa mais próximo dela", diz à BBC News Brasil.
Para se recordarestrela pix betMaria, o produtor cultural pretende fazer vários murais com imagens registradas ao longo da vida dela. "Nunca quero perder o contato com a minha mãe."
Dia dos Pais

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As imagens do Dia dos Paisestrela pix bet2020 são os últimos registrosestrela pix betfamília que a tosadora Ana Cláudiaestrela pix betAlmeida,estrela pix bet33 anos, guarda do marido. Nas fotos, o bancário Gabriel Becker,estrela pix bet35 anos, aparece ao lado da esposa e das duas filhas do casal.
"Foi um dia especial. Fizemos um churrascoestrela pix betcasa e tiramos muitas fotos para registrar o momento. Estávamos felizes porque era o primeiro Dia dos Pais desde o nascimento da nossa caçula", relembra Ana Cláudia.
As fotos se tornaram os últimos registrosestrela pix betfamília. Meses depois, ela perdeu o maridoestrela pix betdecorrência da covid-19. "A nossa vida se tornou um pesadelo desde que ele ficou doente", lamenta a viúva.
Ana Cláudia comenta que não sabe como Gabriel contraiu o coronavírus. "Tomamos todos os cuidados possíveis desde o início da pandemia, mas ainda assim ele pegou. Estávamos sem ver amigos, ele estavaestrela pix bethome office, sempre usávamos álcoolestrela pix betgel quando necessário… O máximo que ele fazia era ir ao mercado", conta.
Somente o marido dela apresentou sintomas. "Acreditamos que mais ninguém aquiestrela pix betcasa tenha pegado", diz.
Ela relata que Gabriel não tinha doenças pré-existentes e era adeptoestrela pix bethábitos considerados saudáveis.
"Sempre fomos preocupados com a alimentação. Ele não sabia sequer o que era uma dorestrela pix betcabeça. Achávamos que, se ele pegasse, teria um quadro leve. Nunca imaginei que o quadro dele pudesse ser tão grave", conta Ana.
Os sintomas tiveram inícioestrela pix betmeadosestrela pix betnovembro, quando Gabriel teve febre constante e dores no corpo. Em razão da suspeitaestrela pix betcovid-19, ele se isolou no quarto da filha mais velha. A situação piorou. Por voltaestrela pix bet25estrela pix betnovembro, o bancário teveestrela pix betser internadoestrela pix betum hospitalestrela pix betCuritiba, cidadeestrela pix betque morava com a família. Um exame confirmou que ele havia sido infectado pelo novo coronavírus.
Gabriel não apresentou melhoras após a internação e foi levado para a UTI.
"Ele não queria que o intubassem e ficou uns cinco dias acreditando que pudesse melhorar. Mas não teve jeito e precisou ser intubado no começoestrela pix betdezembro", relata a viúva.

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Em noveestrela pix betdezembro, ele teve quatro paradas cardíacas e não resistiu.
"Ainda não acredito que o meu marido morreu. Às vezes me pego pensando que ele vai voltar, mas percebo que não vai. É muito estranho", desabafa Ana Cláudia, que estava junto com Gabriel havia quase 15 anos.
Desde a morte do marido, ela afirma que o seu maior desejo é conseguir proporcionar as melhores condições para as filhas,estrela pix bet12 anos e outraestrela pix betum ano.
"Quero fazerestrela pix bettudo para dar o melhor para elas. Quero tentar o máximo possível para que elas tenham o melhor, como eu e o meu marido sempre planejamos", comenta.
Para que as filhas não se esqueçam do pai, Ana Cláudia deixou uma foto da família na salaestrela pix betcasa. Na imagem, Gabriel, a esposa e as filhas aparecem ao ladoestrela pix betum Papai Noel,estrela pix betdezembroestrela pix bet2019.
"Quero lembrar sempre dele e que a minha filha mais nova saiba quem foi o pai dela", diz Ana Cláudia.
A viúva acredita que o marido gostaria que ela contasse a história dele como formaestrela pix betalerta sobre os riscos do novo coronavírus.
"Ele sempre achou importante avisar e orientar as pessoasestrela pix betque a covid-19 é uma doença que realmente mata. Não é brincadeira. Todos precisam se cuidar, porque não são somente os idosos ou pessoas com comorbidades que morrem. É preciso se cuidar e cuidar do próximo", ressalta.
O aniversárioestrela pix bet59 anos

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As fotos no aniversárioestrela pix bet59 anos da empregada doméstica Ceciestrela pix betLima da Costa,estrela pix bet9estrela pix betjunho, são os últimos registrosestrela pix betmomentos felizes que a família guarda dela. Pouco após a chegada da nova idade, Ceci se tornou uma das vítimas da covid-19.
A comemoração foi organizada pelas três filhas dela, na casaestrela pix betque Ceci vivia com o marido,estrela pix betSão Paulo (SP). Além das filhas, os genros e os cinco netos participaram do aniversário.
"Decidimos fazer um bolinho, somente para a família, mais ninguém. Passamos o dia do aniversário com ela, almoçamos, compramos bolo e cantamos parabéns. A minha mãe estava muito bem", relembra Edneide Franco,estrela pix bet35 anos, a segunda filhaestrela pix betCeci.
Dias depois, a empregada doméstica começou a ficar doente. Os sintomas começaram com uma gripe muito intensa. "Ela ficou descansando. Mas essa gripe piorou. A nossa mãe sempre foi muito forte e não tinha problemasestrela pix betsaúde. Porém, nesses dias, ela ficou muito cansada e na cama", relata Edneide.
A situação piorou e a família levou Ceci a um postoestrela pix betsaúde na capital paulista. Os exames apontaram que ela estava com baixa saturaçãoestrela pix betoxigênio, uma das características da covid-19. Ela foi encaminhada para um hospitalestrela pix betcampanha — especializadoestrela pix betpacientes com o novo coronavírus.
Antesestrela pix beta mãe ser levada na ambulância, as filhas se despediram dela à distância.
"A gente disse que iria ficar tudo bem e que ela voltaria para casa", diz Edneide, emocionada.
Em 19estrela pix betjunho, Ceci foi intubada. Posteriormente, um exame confirmou que ela havia contraído o novo coronavírus.

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A família acredita que Ceci pode ter sido infectada dias antes da comemoraçãoestrela pix betaniversário, quando levou aestrela pix betgata a um pet shop para ser tosada.
"A minha mãe sempre se cuidouestrela pix betrelação ao coronavírus e quase não saíaestrela pix betcasa. Uma das possibilidades éestrela pix betque ela tenha se infectado quando foi ao pet shop. Três dias depois, compramos o bolinho para o aniversário dela, mas ninguém estava gripado", relata Edneide.
Outros três parentesestrela pix betCeci tiveram covid-19 após o aniversário: Edneide, o marido e a filha mais velha da empregada doméstica — eles se recuperaram bem. Os demais não apresentaram sintomas.
Edneide não descarta que a festa tenha sido uma formaestrela pix bettransmissão do vírus entre os familiares — como tem sido registradoestrela pix betdiversos casos pelo mundo, nos quais pequenos eventos causam novas infecções pelo Sars-Cov-2 porque há uma pessoa infectada.
"Mas não sabemos. Ninguém estava com sintomas gripais no aniversário da minha mãe", comenta a filha.
Em 18estrela pix betjulho, Ceci faleceuestrela pix betdecorrência da covid-19. "É difícil entender como tudo aconteceu. A gente esperava que ela fosse se recuperar, mas os pulmões dela pioraram cada vez mais", desabafa Edneide.
"Está muito complicado aceitar como tudo aconteceu. Não estamos aceitando até hoje. É difícil falar da minha mãe sem me emocionar. Há muitas coisas que nos fazem lembrar dela e é difícil controlar a emoção. Ela era a mãeestrela pix betaçúcar. Eraestrela pix betuma doçura excepcional", diz Edneide.
As fotos antigas ou as mais recentes têm sido, muitas vezes, um acalento para os familiaresestrela pix betCeci. Nas imagens, se recordam da alegria com que ela costumava levar a vida.
"Sempre vejo fotografias dela quando consigo. Mas há diasestrela pix betque não consigo, porque dói muito", revela a filha do meio da empregada doméstica.
Em tratamento contra o câncer

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O "segredinho" da donaestrela pix betcasa Elisangela Drumond,estrela pix bet42 anos, ilustra a última foto dela com o filho Mateus,estrela pix bet17 anos. O registro,estrela pix bet12estrela pix betnovembro, foi feitoestrela pix betuma cama do hospital no qual o jovem estava internado.
"O Mateus tinha passado mais uma noite acordado e teve que tomar remédio para dormir. E a gente tinha um "segredinho": à noite, depois que os médicos e enfermeiras passavam, eu me deitava com ele na cama para que a gente dormisse abraçado. Então, como ele já estava dormindo, tirei essa foto para mostrar para ele que eu tinha me deitado na cama naquela noite também, porque ele não queria ficar sozinho", relata Elisangela à BBC News Brasil.
Mateus estava internadoestrela pix betdecorrênciaestrela pix betum câncer. Ele havia descoberto a doença recentemente, após apresentar sintomas como dores frequentes nas costas, prisãoestrela pix betventre e inchaço no abdômen.
Em seisestrela pix betnovembro, um médicoestrela pix betuma Unidadeestrela pix betPronto Atendimento (UPA)estrela pix betRio das Ostras (RJ), onde a família morava, notou que havia uma massa no abdômenestrela pix betMateus.
"O meu filho ficouestrela pix betobservação na UPA e fez um ultrassom, que apontou que a massa era muito grande. Os médicos começaram a suspeitar que poderia ser um câncer", detalha. Uma tomografia confirmou a suspeita.
O adolescente foi diagnosticado com neoplasia maligna (câncer) na região do abdômen. Trata-seestrela pix betuma proliferação descontrolada e anormalestrela pix betcélulas que se espalham pelo corpo e comprometem o organismo.
A doençaestrela pix betMateus, conta Elisangela, estavaestrela pix betfase avançada. O jovem ficou internadoestrela pix betuma unidadeestrela pix betsaúdeestrela pix betRio das Ostras. Dias depois, foi transferido para um hospital público na capital fluminense.
"Demoraram para transferi-lo e o caso dele era urgente. Acredito que essa demora piorou ainda mais a situação do meu filho."

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Em meadosestrela pix betnovembro, Mateus começou o tratamentoestrela pix betquimioterapia contra o câncer. Na mesma época, ele também teveestrela pix betfazer sessõesestrela pix bethemodiálise, pois exames apontaram que os rins dele foram comprometidos pela neoplasia maligna. Segundo a mãe, enquanto ele tratava outros problemasestrela pix betsaúde no hospital, o jovem contraiu o novo coronavírus.
Elisangela relata que o tratamento do filho contra o câncer foi suspenso ainda nas primeiras sessões, após ele ser diagnosticado com a covid-19.
O quadroestrela pix betsaúde piorouestrela pix betpoucos dias. Na manhãestrela pix bet1estrela pix betdezembro, o adolescente, que chegou a ser intubado, não resistiu. Na certidãoestrela pix betóbito consta que Mateus morreu por insuficiência renal aguda, neoplasia maligna, pneumonia e infecção pelo novo coronavírus.
"Os médicos diziam que havia muitas chancesestrela pix betele se recuperar do câncer. O grande problema foi que ele contraiu a covid-19 naquele período. Se não fosse a covid, o meu filho estaria vivo e se tratando", emociona-se Elisangela.
Entre as recordações que guarda do filho, uma das mais marcantes para ela é a fotoestrela pix betque está deitada na camaestrela pix bethospital ao ladoestrela pix betMateus. A donaestrela pix betcasa se lembra da reação do adolescente quando acordou e viu o registro do "segredinho" deles.
"Ele abriu um sorriso no rosto e aquilo me confortou."
Em meio às lembranças do adolescente, a donaestrela pix betcasa lamenta os planos do filho que foram desfeitos.
"De tanto ver a série Grey's Anatomy (sucesso da televisão americana desde 2005), ele ficou apaixonado por necropsia e queria seguir nessa área. O meu filho tinha muitos projetos para a vida. Ele foi um guerreiro."
Para lidar com a ausênciaestrela pix betMateus, Elisangela, o marido e as duas filhas mais novas do casal se mudaram da residênciaestrela pix betque a família moravaestrela pix betRio das Ostras.
"A gente não quer mais voltar pra lá, porque é uma recordação muito grande dele", desabafa a donaestrela pix betcasa.
Em dezembro, a família se mudou para Duqueestrela pix betCaxias, na Baixada Fluminense.

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