'Varíola dos macacos pode chegar ao Brasilapk galera betpouco tempo', diz epidemiologista:apk galera bet

Para epidemiologistas ouvidos pela BBC News Brasil, casos podem ser identificados por aquiapk galera betbreve.

"A varíolaapk galera betmacacos pode chegar ao Brasilapk galera betpouco tempo", afirma a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). "É possível até mesmo que alguma pessoa infectada já tenha entrado no país, vinda dos locais onde há casos."

"Costumamos dizerapk galera betepidemiologiaapk galera betdoenças infecciosas que uma doença transmitida por contato e gotículas respiratórias pode demorar o tempoapk galera betum voo para se espalhar", diz.

"Ou seja, se alguém contaminado desembarca no Brasil, não é diagnosticado e não faz isolamentoapk galera bettempo oportuno, a doença pode, sim, começar a ser transmitida."

O epidemiologista Eliseu Waldman, da Faculdadeapk galera betSaúde Pública da Universidadeapk galera betSão Paulo (FSP-USP), concorda com o diagnóstico.

"Mesmo que tenhamos um patamar inferiorapk galera betintercâmbioapk galera betpessoas e viagens após a pandemiaapk galera betcovid-19, a possibilidade desse vírus chegar ao Brasil é grande", diz.

Por esse motivo, o especialista alerta para a necessidade da identificaçãoapk galera betcasos suspeitos o mais rápido possível.

"A população e os profissionaisapk galera betsaúde precisam ser alertados para notificar casos suspeitos. O sintoma mais marcante são lesões vesiculares, do tipo que se verifica na catapora, mas muito mais intensas", diz.

Além das lesões, os sintomas da varíola dos macacos incluem febre, dorapk galera betcabeça, dor nas costas ou musculares, inflamações nos nódulos linfáticos, calafrio e exaustão.

E, nesse processo, pode surgir a coceira, geralmente começando no rosto e depois se espalhando por outras partes do corpo, principalmente nas mãos e sola do pé.

No entanto, para o epidemiologista Antônio Augusto Moura Silva, professor do Departamentoapk galera betSaúde Pública da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), ainda é cedo para fazer previsões sobre a extensão do surto.

"Pode ser que a Europa consiga bloquear a transmissão rapidamente, antes que ela chegue ao Brasil", diz.

"Seria muito mais fácil fazer isso com essa doença do que no caso da covid-19, por exemplo, porque é preciso um contato muito mais íntimo para a transmissão no caso da varíola."

De qualquer maneira, o especialista também alerta para a necessidade do país estar preparado.

"É altamente recomendável ficarapk galera betalerta máximoapk galera betvigilância para que, caso haja identificaçãoapk galera betcaso, o isolamento do paciente possa ser feito o mais rápido possível", diz.

"Ou seja, fazer o que a saúde pública brasileira já sabe fazer."

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) já estabeleceu uma comissãoapk galera betcaráter consultivo para acompanhar os casosapk galera betvaríolaapk galera betmacacos.

Integram o grupo, até o momento, sete especialistas brasileiros da Universidade Federalapk galera betMinas Gerais (UFMG) e da Universidade Feevale.

Os pesquisadores produziram dois informes técnicos sobre a doença, com as principais formasapk galera betcontágio e as informações disponíveis sobre os casos registradosapk galera betoutros países.

'Estamosapk galera betestadoapk galera betalerta'

Ao contrário do novo coronavírus ou até mesmo da varíola humana,apk galera betque o patógeno é altamente transmissível, a varíola dos macacos é menos contagiosa.

"Até onde sabemos, a varíolaapk galera betmacacos não é o tipoapk galera betdoença que se pegaapk galera betalguém contaminado no elevador, por exemplo. Diferentemente da covid-19, isso não acontece tão facilmente", explica Silva.

Existem duas versões da varíola dos macacos: uma da África Ocidental e outra da África Central. Segundo especialistas, a primeira é mais branda e parece ser a que está causando o surto na Europa.

As autoridades médicas observam que ainda não há muita informação sobre as possíveis rotasapk galera bettransmissão entre humanos nos surtos atuais.

Até onde se sabe, o vírus é transmitido principalmente por meioapk galera betcontatos próximos e trocasapk galera betfluidos corporais. Muitos dos casos na Europa parecem estar ligados à transmissão sexual.

Mas todas as vias possíveis estão sendo estudadas, como a transmissão indireta por meioapk galera betobjetos contaminados e até aerossóis.

"Mas a doença não é sexualmente transmissível. Na relação sexual, há um contato próximo, mas esse é o único fatorapk galera betrisco conhecido até o momento", explica Eliseu Waldman.

O epidemiologista chama a atenção, porém, para o fatoapk galera betque a origem dos casos identificados até o momento não foi esclarecida formalmente.

"A varíola do macaco é endêmicaapk galera betvários países da África, já houve várias epidemias, principalmente no Congo, na Nigéria eapk galera betoutros países da África Ocidental. Fora dali, houve alguns surtos nos Estados Unidos e na Europa, mas a introdução do vírus se deu por meios conhecidos, como viajantes ou animaisapk galera betlaboratório da África", diz.

"Nesse caso, não sabemos ainda com certeza qual foi o introdutor e nemapk galera betqual país", afirma. "Mas um novo surto era um evento esperado, porque esse vírus está causando epidemiasapk galera bethumanos com cada vez mais frequência."

O vírus foi identificado inicialmenteapk galera betum macacoapk galera betcativeiro nos anos 1970, e desde então houve surtos esporádicosapk galera betpaíses centro e oeste-africanos.

Já houve um surto nos EUAapk galera bet2003 - a primeira vez que o vírus foi visto fora da África -, com 81 casos registrados, mas nenhuma morte.

O maior surto já registrado foiapk galera bet2017, na Nigéria: 172 casos suspeitos.

A epidemiologista Ethel Maciel afirma que ainda que o fato do vírus estar demonstrado transmissão rápida (embora menor que aapk galera betsua versão humana ou do coronavírus) pode indicar que ele esteja se adaptando melhor aos seres humanos.

"Em geral, a varíola do macaco é o que chamamosapk galera betzoonose, uma doença que passaapk galera betanimais para humanos. Mas, com as taxas maioresapk galera bettransmissãoapk galera bethumano para humano, especialmente entre pessoas que não estiveramapk galera betáreas onde a doença é mais comum, é possível que o vírus tenha se adaptado", diz.

"Se há um riscoapk galera betuma grande epidemia ou mesmo uma pandemia? Nós não sabemos, mas estamosapk galera betestadoapk galera betalerta."

A OMS realizou na sexta-feira (20/5) uma reuniãoapk galera betemergência para tratar do assunto. Em comunicado, a organização afirmou que o quadro atual é "atípico, porque (a doença) está ocorrendoapk galera betpaíses onde ela não é endêmica", e que vai ajudar os países afetados no monitoramento dos casos.

Maria van Kerkhove, líder técnicaapk galera betdoenças e zoonoses emergentes da OMS, afirmou que a propagação da varíola dos macacos é "uma situação que pode ser contida", mas alertou que "não podemos tirar os olhos da bola".

Vacinação

A varíola humana foi a primeira doença erradicada da história há maisapk galera bet40 anos, quando a OMS certificou seu fimapk galera bet1980, após uma bem-sucedida campanhaapk galera betvacinação global.

Como o vírus da varíola do macaco tem relação com a varíola humana, o imunizante contra a varíola humana tem alta eficácia,apk galera bet85%, contra a segunda versão.

Nesse caso, as pessoas com maisapk galera bet55 anos que foram vacinadas contra a varíola humana antesapk galera betsua erradicação podem ter uma imunidade considerável contra a varíola dos macacos.

Alguns países ainda têm grandes estoques da vacina, incluindo os Estados Unidos.

No Reino Unido, o secretárioapk galera betSaúde, Sajid Javid, disse que o país está estocando vacinas. "Posso confirmar que adquirimos mais doses", disse ele.

Mas vale lembrar que, no Brasil, somente as pessoas nascidas antesapk galera bet1979 foram vacinadas.

"Apesarapk galera betela já estar aprovada, a vacina não está disponívelapk galera betlarga escala no Brasil e não sabemosapk galera betquanto tempo isso pode acontecer. É uma dificuldade e uma preocupação", diz Ethel Maciel.

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