Volta às aulas: escolas enfrentam abandonoe sports apostascrianças que ainda não aprenderam a ler, indica estudo sobre educação na pandemia:e sports apostas

Quase um ano depois, no terceiro trimestree sports apostas2021, quando muitas escolas já estavam ao menos parcialmente abertas, mesmo assim a evasão se mantevee sports apostaspatamares bem acima do nível pré-pandemia,e sports apostas4,25%.

"Os mais novos saíram mais da escola e retornaram menos aos bancos escolares", adverte Neri à BBC News Brasil.

Na fasee sports apostasalfabetização, a presença próxima do professor costuma ser particularmente importante. Além disso, as crianças dessa faixa etária são as mais afetadas pela pobreza e pela desconectividade no Brasil, aponta o pesquisador - e esses fatores podem ajudar a explicar o distanciamento da escola no momentoe sports apostasque o ensino migrou para o ambiente remoto.

Para Marcelo Neri, que é diretor do FGV Social, especialistae sports apostasmensuraçãoe sports apostasdesigualdades e ex-ministro da Secretariae sports apostasAssuntos Estratégicos, o fatoe sports apostastantas crianças dessa idade terem saído da escola e muitas não terem voltado ainda reforça a importânciae sports apostasse vacinar essa faixa etária.

Ter os filhos vacinados pode dar segurança para os pais voltarem a matriculá-los e para favorecer a recuperação escolar das crianças mais vulneráveis e que mais perderam aulas e estímulos, avalia o pesquisador.

"Mas não temos todo o tempo do mundo para isso", argumenta ele, lembrando que, historicamente, poucas matrículas são feitas depois do primeiro trimestre.

Então, quanto mais crianças dessa faixa etária forem vacinadas nos próximos dois meses, maiores as chancese sports apostasmitigar a evasão, pondera.

Tempoe sports apostasestudos dos mais pobres cai pela metadee sports apostasrelação há 15 anos

De uma perspectiva otimista, as criançase sports apostas5 a 9 anos ainda têm muitos anose sports apostasensino básico pela frente, então há tempo para recuperar as perdas sofridas nos últimos dois anos, afirma Neri.

Mas, por enquanto, do pontoe sports apostasvista do tempoe sports apostasaula que deixoue sports apostasocorrer, "o epicentro do impacto (da pandemia sobre a educação) é onde ele é mais danoso no longo prazo: entre as crianças menores e entre as mais pobres", afirma Neri.

Isso porque outro dado preocupante levantado pelos pesquisadores é que, entre os alunose sports apostas6 a 15 anos pertencentes ao Bolsa Família - portanto, os alunose sports apostasmenor renda -, o tempo médio dedicado para os estudose sports apostassetembroe sports apostas2020, no auge da pandemia, foie sports apostasapenas 2 horas e um minuto.

Para efeitos comparativos, isso é a metade do tempo médio (de 4 horas e um minuto) que alunos da mesma faixa etária ee sports apostasrenda dedicavam aos estudos diariamentee sports apostassetembroe sports apostas2006.

Os alunos da rede privada também tiveram perdas significativase sports apostashorase sports apostasaula, embora menores: dedicaram por diae sports apostasmédia 3 horas e 6 minutos aos estudose sports apostassetembroe sports apostas2006, quase uma hora e meia a menos do que 15 anos atrás (4h e 30 minutos).

Os alunose sports apostasmenor renda também relataram dez vezes mais problemase sports apostasofertae sports apostasmateriais didáticos e atividades escolares,e sports apostascomparação com alunos das classes mais altas - e esse problema foi mais gravee sports apostasEstados do Norte do país.

A soma desses impactose sports apostasgrupos vulneráveis na educação "é realmente um passo para trás, que deixará sequelase sports apostaslongo prazo bastante fortes", afirma Neri.

Como isso prejudica o Brasil

As consequências ainda precisarão ser mensuradas no futuro - e, como pesquisadores se esforçame sports apostasressaltar, ainda podem ser mitigadas, com investimentos e políticase sports apostasapoio à educação -, mas trata-see sports apostasmenos estímulos, menos oportunidadese sports apostasacumular conhecimento ee sports apostasreduzir as desigualdades sociais que recaem sobre as criançase sports apostasbaixa renda.

Se já havia preocupação com a baixa produtividade do Brasil mesmo diantee sports apostasdécadase sports apostasavanços na educação básica, "como vai ser agora que a educação andou para trás?", questiona o pesquisador Marcelo Neri.

As crianças na etapa correspondente ao ensino fundamental 1,e sports apostasparticular, precisarãoe sports apostasatenção especial das políticas públicas.

A Unicef (braço da ONU para a infância) e a Cenpec Educação estimaram que, das maise sports apostas5 milhõese sports apostascrianças e adolescentes que estavam sem acesso à educação no Brasile sports apostasnovembroe sports apostas2020, cercae sports apostas40% tinham entre 6 e 10 anose sports apostasidade.

Um ponto importante é que, antes da pandemia, essa era a etapae sports apostasensino que mais havia avançado no Brasil, tantoe sports apostasuniversalizaçãoe sports apostasacesso - ou seja, quase todas as crianças dessa idade estavam frequentando a escola - quantoe sports apostasprogressos no ensino, superando metas oficiaise sports apostasgrande parte do país.

"Em todas as séries para as crianças mais novas, a tendência (até a pandemia) erae sports apostasredução da evasão. Mas agora paramose sports apostasmelhorar e também andamos para trás", afirma Marcelo Neri.

O preocupante é que os períodos da educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental são fases importantíssimas do desenvolvimento da criança - seja cerebral, cognitivo e comportamental. "É uma grande janelae sports apostasoportunidade do desenvolvimento", prossegue Neri - o que explica a importânciae sports apostasdesenvolver estratégias para reverter as perdas da pandemia.

Percepção sobre educaçãoe sports apostasqualidade

Embora o ensino do mundo inteiro tenha sofrido duramente com a pandemia, os dados coletados pela FGV Social indicam que as crianças brasileiras foram mais prejudicadas do que a média global - tanto porque as escolas passaram mais tempo fechadas por aqui do quee sports apostasgrande parte do mundo, como porque não foram destinados recursos públicos suficientes para ajudar a mitigar as perdas.

Pelo contrário: segundo a ONG Todos Pela Educação, o orçamento e a execução do Ministério da Educação com a etapa básicae sports apostasensino foram,e sports apostas2020, os menorese sports apostasuma década.

Uma pesquisa feita pela Gallupe sports apostas40 países sobre percepção da qualidade da educação durante a pandemia,e sports apostas2020,e sports apostascomparação com o ano anterior, mostra que essa percepção pioroue sports apostastodo o mundo, mase sports apostasíndices quatro vezes maiores no Brasil do que na média mundial.

E caiu, particularmente entre os brasileiros mais pobres, a percepçãoe sports apostasque as crianças estavam tendo oportunidadese sports apostascrescer e aprender durante a pandemia -e sports apostasíndices também superiores à média global.

"O Brasil nos tempos da pandemia ampliou uma sériee sports apostasdesigualdades presentes, com consequências futuras", conclui Marcelo Neri.

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