Farmáciapix fut betSP engana imigrantes com vacina por R$ 100 que 'trata covid':pix fut bet

Crédito, BBC News Brasil
- Author, João Fellet - @joaofellet*
- Role, Da BBC News Brasilpix fut betSão Paulo
pix fut bet Uma farmáciapix fut betSão Paulo que estava vendendo o que apresentava como uma "vacina para o tratamento da covid-19" foi alvopix fut betuma operação policial na segunda-feira (12/7).
Em nota, a Polícia Civil disse que foi encontrada na farmácia "uma grande quantidadepix fut betmedicamentospix fut betuso exclusivo hospitalar, remédiospix fut betuso controladopix fut betdesacordo com os registros exigíveis pelos órgãos sanitários, medicamentos vencidos epix fut betcondições inadequadaspix fut betarmazenamento, medicamentospix fut betvenda proibida e tanquespix fut betoxigênio".
Ciente do caso, o Conselho Federalpix fut betFarmácia acionou o conselho regionalpix fut betSão Paulo, que enviou à drogaria nesta segunda-feira (12/7) uma equipe para uma vistoriapix fut betconjunto com a Vigilância Sanitária e a Polícia Militar. Várias irregularidades foram encontradas.
Imagens gravadas pela BBC com uma câmera escondida mostraram que as doses eram aplicadas ao custopix fut betR$ 100 dentro da Drogaria Diamante, na zona nortepix fut betSão Paulo.
Nas cenas, vários pacientes bolivianos — incluindo uma grávida e uma idosa — são atendidos na farmácia por um homempix fut betavental branco.
Um repórter da BBC esteve no local e, dizendo que havia tido covid-19 e relatando sintomas da doença, foi aconselhado a tomar a "vacina" (leia mais abaixo).
Alguns pacientes que receberam o falso imunizante foram hospitalizadospix fut betestado grave com sintomaspix fut betcovid-19, e uma mulher acabou morrendo vítima da doença, segundo o atestadopix fut betóbito obtido pela BBC.
Não existem vacinas para tratar a covid-19. As vacinas oficiais ajudam a prevenir a doença.
Funcionários da farmácia foram levados à delegacia para prestar depoimento.
A BBC tentou contato com a Drogaria Diamante para que ela se posicionasse sobre a gravação e a vistoria, mas o estabelecimento fechou as portas e não atendeu os telefonemas até a publicação desta reportagem.
Muitos clientes da farmácia vivem nos seus arredores. A loja fica no nº 2651 da avenida Alberto Byington, na Vila Maria Alta, zona norte da capital paulista.
Embora o acesso à farmácia seja livre, o principal público do estabelecimento são imigrantes da Bolívia — estima-se que entre 100 mil e 300 mil vivampix fut betSão Paulo, muitospix fut betsituação vulnerável por conta da condição migratória irregular.
Imigrantes podem tomar vacinas pelo Sistema Únicopix fut betSaúde (SUS), inclusive contra a covid-19. A Drogaria Diamante, porém, não está listada entre os pontos oficiaispix fut betvacinaçãopix fut betSão Paulo.
'Detalhes só pessoalmente'
A BBC News Brasil telefonou ao local na semana passada após receber a informaçãopix fut betque pacientes com covid-19 haviam sido internados dias depoispix fut betterem sido atendidos na farmácia, onde teriam recebido a "vacina" que supostamente trataria a doença.
Uma dessas pessoas, uma mulher bolivianapix fut bet35 anos, teria visitado a farmácia por vários dias seguidos para realizar "tratamento" para covid-19, o que teria incluído a aplicação da "vacina" e gastospix fut betcercapix fut betR$ 2 mil.
A BBC não conseguiu contato com a família da vítima.

Crédito, BBC News Brasil
Em 18pix fut betjunho, ela deu entrada no Hospital Geral Vila Penteado, na zona norte, com maispix fut bet50% dos pulmões comprometidos, segundo o laudopix fut betum exame obtido pela BBC News Brasil. A mulher foi intubada e morreu 12 dias depois,pix fut bet30pix fut betjunho, deixando três filhos pequenos.
O atestadopix fut betóbito aponta como causa da morte "insuficiência respiratória aguda/infecção por coronavírus - covid-19".
Na conversa telefônica, um atendente na drogaria confirmou a aplicaçãopix fut bet"vacinas para tratamentopix fut betcovid-19", mas disse que mais detalhes só poderiam ser obtidos presencialmente.
A BBC News Brasil então visitou a farmácia com uma câmera escondida na última quarta-feira (7/7). A drogaria ficapix fut betuma rua movimentada, com restaurantes, lojas e supermercado.
Falando espanhol e se passando por um imigrante, um membro da equipe se dirigiu ao homempix fut betavental que atendia pacientes atrás do balcão, dizendo que havia tido covid um mês antes e que estava sentindo dorpix fut betcabeça e dificuldade para respirar.
O avental do atendente tinha na lateral um logo com a inscrição "Complexo Hospitalar Mandaqui", um hospital públicopix fut betSão Paulo.
Após analisar as imagens feitas pela BBC, o hospital disse que o homem não trabalha lá e que o logo bordadopix fut betseu avental não é usado desde 1997.
Além dele, só havia na farmácia no momento da visita outra funcionária, que cuidava do caixa. Ela e o homempix fut betavental falavam entre si e com os clientespix fut betportuguês.
Ofertapix fut betvacina

Crédito, BBC News Brasil
Ao receber o repórter, o homempix fut betavental perguntou quem o havia indicado e pediu que aguardasse, pois já estava atendendo outras pessoas.
Pouco maispix fut betuma hora depois, períodopix fut betque foram recebidos nos fundos da farmácia cercapix fut betdez pacientes, o atendente mediu a temperatura do repórter e usou um oxímetro para conferirpix fut betoxigenação sanguínea.
"Vou pôr um soropix fut betantibióticopix fut betvocê e vou colocar você no oxigênio. E dar a vacina para faltapix fut betar, tá bom?", propôs o homempix fut betavental.
Questionado pelo repórter sobre o preço do tratamento, o homem titubeou e mudou a recomendação, passando a indicar somente a "vacina" - que, segundo ele, atacaria a "covid e a faltapix fut betar".
Caso os sintomas não sumissem, disse o homem, o repórter deveria voltarpix fut betalguns dias para tomar um "soro com vitamina" por R$ 250.
O repórter perguntou se aquela seria uma "vacinapix fut betcovid".
O atendente confirmou e pediu ao repórter que entrasse na sala atrás do balcão. Ali, minutos antes, uma mulher havia recebido soro intravenoso - procedimento que não pode ser realizadopix fut betfarmácias, segundo o Conselho Federalpix fut betFarmácia.
O repórter questionou ao atendente se a vacina era a CoronaVac, uma das marcas aprovadas para vacinação contra a Covid-19 no Brasil.
"Não, não é dessas vacinas, não", respondeu o homem. "Essa é vacina para o tratamento que você tá."
"Vacina para tratamentopix fut betcovid?", indagou o repórter.
"De Covid", confirmou o atendente. "Não é vacinapix fut betCoronavac, porque você nem pode tomar aquilo ainda", completou.
Segundo o homem, como o repórter disse estar se recuperandopix fut betcovid-19, a CoronaVac poderia lhe provocar "uma recaída, porque é vírus mortos que jogampix fut betvocê".
Infectologistas dizem que não há qualquer riscopix fut bet"recaída" se alguém tomar a Coronavac ou qualquer outra vacina aprovada contra a Covid-19.
A recomendação do Ministério da Saúde é que quem teve Covid aguarde um mês após a aparição dos sintomas para se vacinar.
Para pacientes que seguem doentes um mês após a infecção, recomenda-se que aguardem a recuperação total. Mas isso, explicam os especialistas, não é porque a vacina possa provocar "recaídas", e sim porque eventuais reações à vacina podem ser confundidas com sintomas da doença.
Quando o repórter aguardava já dentro da salinha, o atendente trouxe nas mãos uma ampola onde estaria a "vacina" a ser aplicada, sem exibi-la.
O repórter disse que não tinha R$ 100 consigo, e o atendente baixou o valor da aplicação para R$ 80.
Após nova negativa, o homem indagou: "Quanto você tem?". O repórter disse então que precisava buscar o dinheiropix fut betcasa e deixou a farmácia, sem regressar.
Pouco antes da consulta, o homem com avental também havia receitado uma "vacina" para uma imigrante idosa que se queixavapix fut betdor nas costas. O atendente a levou para a salinha e fechou a porta.
Segundos depois, ela deixou a sala e foi ao caixa efetuar um pagamento.

Crédito, BBC News Brasil
Tratamento sem eficácia adia busca por hospital, diz médico
Para o médico infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileirapix fut betInfectologia e professor da Universidade Federal do Riopix fut betJaneiro (UFRJ), são comuns os casospix fut betpessoas que, submetidas a tratamentos sem eficácia contra a covid, levam tempo demais para procurar o hospital.
"Quando buscam, a doença já estápix fut betfase muito avançada,pix fut betque já temos pouco a oferecer para reverter o quadro", afirma.
Alémpix fut betcondenar a ofertapix fut betuma "vacina para tratar covid", produto que esclarece não existir, Chebabo questiona a recomendação feita pelo atendentepix fut betque o paciente voltasse à farmácia para tomar um "soro com vitamina" se os sintomas não cessassem.
"Não há nenhuma recomendaçãopix fut betqualquer tipopix fut betvitamina pra covid-19, nem pós-covid, nem durante. Nada disso tem qualquer comprovação científica", afirma.
O infectologista diz ainda que os tratamentos disponíveis para a covid-19, como os que envolvem antibióticos, antivirais e outros medicamentos, só podem ser feitos com o paciente internadopix fut bethospital ou com receitas médicas legítimas.
Ele diz que, mesmo que o atendente da drogaria fosse um farmacêutico, estaria extrapolando suas funções e cometendo exercício ilegalpix fut betmedicina ao sugerir que nos faria uma aplicaçãopix fut betantibióticos.
Segundo a Agência Nacionalpix fut betVigilância Sanitária (Anvisa), só médicos podem prescrever antibióticos.
Mesmo que o homempix fut betavental fosse médico, ele estaria proibidopix fut bettrabalharpix fut betfarmácias ou ser donopix fut betum estabelecimento do tipo, segundo as regras vigentes.
Procurado pela BBC, o Ministério da Saúde disse que "qualquer denúncia sobre atendimentopix fut betsaúde ilegal e tratamentos falsos deve ser apurada pelas autoridades policiais competentes".
A pasta afirmou ainda que estrangeiros que moram no Brasil têm direito a acessar o Sistema Únicopix fut betSaúde "sem restrições, incluindo a vacinação contra a covid-19".
Operação policial
O presidente do Conselho Regionalpix fut betFarmácia do Estadopix fut betSão Paulo, Marcos Machado, disse à BBC que foram encontradas "várias irregularidades" na drogaria, entre as quais a presençapix fut betmedicamentospix fut betuso restrito a hospitais.
Ele afirma que os responsáveis deverão responder por crimes contra a saúde pública e terãopix fut betmostrar como conseguiram esses medicamentos. Além disso, podem ser banidos do conselho.
Os funcionários da farmácia foram levados ao Departamentopix fut betPolíciapix fut betProteção à Cidadania, da Polícia Civil, para prestar depoimento.
Comunidade golpeada
Para a artesã Rosana Camacho, presidente da Associaçãopix fut betResidentes Bolivianos,pix fut betSão Paulo, os fatos descritos pela reportagem são "desoladores".
Ela afirma que muitos bolivianos recorrem a farmácias ou clínicas informaispix fut betbuscapix fut bettratamento médico por sentirem que são mal tratadospix fut bethospitais públicos.
"Existe um mito entre elespix fut betque, se o atendimento já demora para quem é brasileiro, vai demorar ainda mais para quem é imigrante", afirma.
Camacho diz ter ouvido um compatriota contar que gastou R$ 300pix fut bettratamentos contra a covid-19pix fut betuma farmácia.
Ela afirma que a comunidade está sendo duramente golpeada pela pandemia. Muitos imigrantes bolivianos morampix fut betcasas compartilhadas entre duas ou três famílias, o que facilita a transmissão do vírus.
Além disso, ela afirma que as lojas e oficinaspix fut betcostura onde muitos bolivianos trabalham jamais deixarampix fut betoperar.
"Mesmo no auge da pandemia, o comércio continuava atendendo com as portas fechadas. Todos os imigrantes dependem do comércio."
"Todos os dias recebemos notíciaspix fut betum, dois ou três que faleceram", diz Camacho.
"E isso que só ficamos sabendo dos que eram mais populares, dos que participavampix fut betgrupos folclóricos ou trabalhavampix fut betcomércios grandes", completa.
A maior parte das vítimas, diz ela, eram "anônimos" que levavam vidas discretas, quase reclusas, entre as casas e as oficinaspix fut betcostura.
Poucospix fut betvolta sabiam que eles viviam, poucos souberam que eles morreram.
*Colaborou Felipe Souza, da BBC News Brasilpix fut betSão Paulo

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