Não adianta ter acordo se não tivermos competitividade, diz ex-embaixador do Brasil nos EUA sobre pacto com UE:321 pixbet

Emmanuel Macron e Jair Bolsonaro321 pixbetreunião do G20

Crédito, AFP

Legenda da foto, Emmanuel Macron e Jair Bolsonaro321 pixbetreunião do G20

"Foi um governo321 pixbettransição e321 pixbetalgumas coisas não puderam avançar", diz.

Barbosa classifica o acordo como um "marco histórico" após 20 anos321 pixbetnegociações - que começaram oficialmente321 pixbet1999, por iniciativa dos então presidentes francês, Jacques Chirac, e brasileiro, Fernando Henrique Cardoso.

No entanto, ele ressalta que a assinatura não é suficiente para garantir bons números à economia brasileira.

Leia abaixo a entrevista na íntegra.

Rubens Barbosa

Crédito, Mauro Bellesa/IEA

Legenda da foto, Para Barbosa, acordo é 'um tijolinho' no processo321 pixbetrobustecer a posição comercial do Brasil no mundo

321 pixbet BBC News Brasil - Como vê a assinatura do acordo depois321 pixbet20 anos?

321 pixbet Rubens Barbosa - Acho que é um acordo histórico, um marco nas relações externas do Mercosul. É importante porque põe um fim a um longo período321 pixbetisolamento do Mercosul e do Brasil nas relações comerciais. Brasil e Mercosul por 20 anos assinaram três acordos comerciais321 pixbetrelevância pequena, com Egito, Israel e Autoridade Palestina. Não fizemos nenhum outro acordo.

O mundo inteiro negociou 250 acordos, o Mercosul negociou esses três. Agora, esse acordo que tem mais321 pixbet20 anos321 pixbetnegociação foi reativado no governo Temer. Porque com Lula e Dilma, por desorganização interna, protecionismo, Argentina com Cristina Kirchner e tal, as negociações com a União Europeia ficaram paralisadas.

Com Temer, começou a haver321 pixbetnovo um processo321 pixbetnegociação. Com Temer ele não foi concluído porque era um governo321 pixbettransição e321 pixbetalgumas coisas não puderam avançar. Com o novo governo e a nova política321 pixbetabertura da economia, negociação321 pixbetacordos externos, mudou o quadro. Agora esse governo finaliza as negociações superando os pontos321 pixbetconflito que existiam e estavam pendentes nos últimos anos.

Não se sabe ainda as concessões feitas321 pixbetlado a lado: a parte agrícola, do lado da UE, e a industrial, do lado do Brasil. Mas é um acordo muito relevante e importante e vai ter um impacto grande tanto no comércio exterior quanto nos investimentos aqui no Brasil.

321 pixbet BBC News Brasil - A assinatura surge321 pixbetum momento321 pixbetretomada do protecionismo - algo puxado principalmente pela retórica do governo Trump. Qual é o recado que estamos dando ao mundo?

321 pixbet Barbosa - Esse clima que existe hoje no mundo321 pixbetguerra comercial pode ter até ajudado a conclusão desse acordo. A UE concluiu recentemente o acordo mais importante deles, que foi com o Japão. Agora, o segundo acordo mais importante da UE é com o Mercosul.

O clima321 pixbetconflito comercial ajudou e a mensagem que os dois lados dão ao mundo é que o livre comércio, a redução do protecionismo são o mais importante. Não interessa a ninguém ampliar o protecionismo e as restrições.

321 pixbet BBC News Brasil - Interessa ao presidente americano, não? Esse é um recado a ele especificamente?

321 pixbet Barbosa - É um recado a todos que estão nessa linha. Quem lidera este processo é Trump, nessa linha321 pixbet"América Primeiro", "Tornar os EUA Grandes321 pixbetNovo". Sobretudo com essa percepção americana321 pixbetque a grande ameaça à hegemonia americana é a China.

Acho que o que estamos vendo é o começo321 pixbetum atrito entre EUA e China, que vai se prolongar por muitos anos na área comercial e tecnológica. A questão EUA-China é estrutural, vai vir para ficar, não vai ser superada. Agora, o resto do mundo tem que tomar providências para ampliar fatia321 pixbetmercado, investimentos, independentemente do conflito entre EUA e China. Não temos que tomar partido nenhum, temos que defender os interesses do Brasil.

Ernesto Araujo e Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança Federica Mogherini

Crédito, EPA/OLIVIER HOSLET

Legenda da foto, O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, e a Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini

321 pixbet BBC News Brasil - Informações preliminares indicam que o Mercosul pode ter cedido bastante321 pixbetpontos-chave. No inicio dos anos 2000 o Mercosul exigia cota minima321 pixbet300 mil toneladas321 pixbetcarne bovina para entrada no mercado europeu. Hoje, indica-se que o valor acordado não passe321 pixbetum terço disso. Qual é a importância321 pixbetcotas altas ou confortáveis para setores estratégicos como o agronegócio no Brasil?

321 pixbet Barbosa - O Brasil conseguiu uma concessão nos produtos agrícolas321 pixbethaver tarifas dentro das cotas. As cotas são uma decisão política tomada. Eu não sei que cotas foram fixadas, mas321 pixbetqualquer forma, um acordo dessa magnitude não poderia ficar sujeito a cotas321 pixbetcarne ou suco321 pixbetlaranja.

O que se conseguiu foi o que foi possível hoje, dentro321 pixbetuma visão maior321 pixbetconseguir um acordo com o segundo parceiro econômico do Brasil. As coisas mais importantes vêm primeiro, os detalhes vêm depois. Acho que se teve cota que não atingiu o que a gente queria, a gente conseguiu outras coisas e eles também não conseguiram várias coisas que queriam do Brasil.

321 pixbet BBC News Brasil - E a abertura para a vinda321 pixbetprodutos da indústria pesada, automotiva, etc. antes gerava preocupação forte no empresariado brasileiro. Essa preocupação deve se manter agora ou o cenário mudou?

321 pixbet Barbosa - Não temos informação sobre a parte comercial, não vou especular. O que sei321 pixbetconcreto é que321 pixbetum acordo321 pixbetlivre comércio as tarifas industriais na Europa vão ser zeradas. É uma vantagem para o Brasil.

Esse acordo comercial e outros que vierem a ser feitos vão depender muito321 pixbetconseguirmos colocar a casa aqui321 pixbetordem, com as reformas, desburocratização, reforma tributária, para diminuir o custo-Brasil e aumentar a competitividade dos produtos brasileiros. Não adianta nada ter esse acordo se não tivermos competitividade para competir com os outros parceiros globais.

Isso tem que ser visto como um tijolinho dentro da perspectiva321 pixbetaumento do comércio exterior, retomada da economia, redução do desemprego. É um tijolinho nessa direção, mas não vai resolver o problema da economia brasileira nem do comércio exterior brasileiro. Vai depender321 pixbetnós mesmos com essas reformas.

321 pixbet BBC News Brasil - O senhor teve participação nas negociações?

321 pixbet Barbosa - Em 1992, eu era subsecretário no Itamaraty e negociei um acordo321 pixbetcooperação econômica e política com a UE. Era um acordo macro, genérico, não previa especificidades, mas foi o que propiciou anos depois,321 pixbet1995, 1996, o começo da negociação deste acordo comercial. Eu estava no começo do processo todo.

321 pixbet BBC News Brasil - O ex-chanceler Aloysio Nunes, do governo Michel Temer, falou com a BBC News Brasil enquanto estava na pasta sobre seus esforços para fechar o acordo, como o senhor mencionou. O senhor menciona que foi um governo321 pixbettransição, mas uma pedras no sapato desse governo foram os escândalos. Foi um governo marcado por sucessivos escândalos321 pixbetcorrupção321 pixbetmeio à Lava Jato, envolvendo inclusive o próprio presidente da República. Isso atrapalhou?

321 pixbet Barbosa - Acho que não atrapalhou nada. Não quero comentar isso. Porque a mesma coisa está acontecendo agora. Com todos, isso aconteceu com Lula, com Temer, está acontecendo agora. Tivemos ontem o negócio do avião. Mas não quero comentar isso.

321 pixbet BBC News Brasil - O Itamaraty no governo Bolsonaro tem recebido críticas por eventuais mudanças bruscas321 pixbetsuas tradições. Lê-se na imprensa estrangeira análises críticas que mencionam um encolhimento ou enfraquecimento do Itamaraty. A assinatura muda esse cenário - o que ela significa nesse contexto?

321 pixbet Barbosa - Acho que o principal ator nesse acordo foi o Ministério da Economia, a negociação é econômica, comercial. O Itamaraty é parte desse processo, é um negociador, mas as decisões vieram do Ministério da Economia.

321 pixbet BBC News Brasil - E321 pixbetrelação a imagem do Itamaraty?

321 pixbet Barbosa - Não comento.

Línea

321 pixbet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube 321 pixbet ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimos321 pixbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a política321 pixbetuso321 pixbetcookies e os termos321 pixbetprivacidade do Google YouTube antes321 pixbetconcordar. Para acessar o conteúdo clique321 pixbet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdo321 pixbetterceiros pode conter publicidade

Final321 pixbetYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimos321 pixbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a política321 pixbetuso321 pixbetcookies e os termos321 pixbetprivacidade do Google YouTube antes321 pixbetconcordar. Para acessar o conteúdo clique321 pixbet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdo321 pixbetterceiros pode conter publicidade

Final321 pixbetYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimos321 pixbetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a política321 pixbetuso321 pixbetcookies e os termos321 pixbetprivacidade do Google YouTube antes321 pixbetconcordar. Para acessar o conteúdo clique321 pixbet"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdo321 pixbetterceiros pode conter publicidade

Final321 pixbetYouTube post, 3