Reforma da Previdência: o que os militares querem:bullsbet mines

Cadetes enfileirados e fardados empunham espada

Crédito, EPA

Legenda da foto, Quem introduz o tema aposentadoria ao diálogo com um militar tem que estar preparado para uma resposta que, invariavelmente, segue o mesmo roteiro: o discursobullsbet minesque eles não fazem parte da Previdência

Essa discussão sobre a nomenclatura é uma formabullsbet minesfugir do debate central, que é exatamente a necessidadebullsbet minesmudar as regras dos benefícios pagos a servidores inativos (militares e civis) e a aposentados da iniciativa privada, segundo o economista e sociólogo Marcelo Medeiros, vinculado à Universidadebullsbet minesPrinceton, nos EUA, e à UnB (Universidadebullsbet minesBrasília).

"Não chamar (o sistema dos militares)bullsbet minesPrevidência está errado e é uma tentativabullsbet minesfugir do problema. Eles têm Previdência e ponto final. O ponto fundamental é: você paga às pessoas quando elas parambullsbet minestrabalhar. No mundo inteiro isso é chamadobullsbet minesaposentadoria ou pensão", afirmou.

Militares elaboram a própria proposta

No momentobullsbet minesque o país precisa ajustar as contas públicas e que o presidente Jair Bolsonaro promete uma ampla reformabullsbet minesPrevidência, é uma dúvida até para a área econômica do governo qual será a mudança nas regras para os militares.

O motivo é: a tarefabullsbet mineselaborar uma propostabullsbet minesmudanças para os militares está nas mãos deles mesmos, e não da equipebullsbet minesPrevidência do superministériobullsbet minesPaulo Guedes (Economia), segundo integrantes do governo.

A equipe da secretariabullsbet minesPrevidência e Trabalho, chefiada por Rogério Marinho, é responsável pela formulaçãobullsbet minesuma propostabullsbet minesreforma para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e para o regime dos servidores civis.

Procurada pela reportagem, a assessoriabullsbet minesimprensa da secretaria informou que não vai comentar o tema.

Mudançabullsbet minestempobullsbet minesserviço e pensão

Nos bastidores, os militares dizem que aceitam algumas mudanças nas regrasbullsbet minesaposentadoria se o governo concordarbullsbet minespromover uma reestruturação da carreira deles.

Os integrantes das Forças Armadas têm reclamadobullsbet minesum salário que consideram defasadobullsbet minesrelação a carreirasbullsbet minesservidores civis, como na Polícia Federal, no Itamaraty e no Banco Central.

Segundo militares que participam das discussões, há um entendimento sobre a necessidadebullsbet minesampliar o tempobullsbet minesserviço, que hoje ébullsbet mines30 anos. Também estudam uma alteração na pensão, já que hoje, quando um militar morre, deixabullsbet minesincidir um descontobullsbet minescima do valor do benefício.

Militares enfileirados e fazendo gritobullsbet minesguerra

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Oficialmente militares não se aposentam, eles passam para a reserva

A proposta do Ministério da Defesa, nos moldes do que já defenderam durante o governo do ex-presidente Michel Temer, passa agora por nova análise, visto quebullsbet minesjaneiro houve mudançabullsbet minestoda a cúpula militar. Além da troca no primeiro escalão do ministério da Defesa, também houve alteração nos comandos das três forças.

As peculiaridades

Um tópico que nunca faltabullsbet minesuma conversa sobre o tema com militares é a peculiaridade da carreira dos militaresbullsbet minesrelação aos civis.

Entre as dificuldades que eles alegam, estão: militares não têm direito a hora extra, adicional noturno oubullsbet minespericulosidade; têm a impossibilidadebullsbet minesacumular empregos,bullsbet minesfazer greve oubullsbet minespoder se sindicalizar; e a necessidadebullsbet minesdisponibilidade permanente, com uma jornada diária que pode se prolongar além das corriqueiras 8 horas.

Em geral, especialistas concordam com a existência dessas peculiaridades, mas ponderam que isso deve impactar na carreira, enquanto eles estão na ativa, e não na remuneraçãobullsbet minesquando vão para a reserva.

"As particularidades da carreira militar justificam salários diferenciados, não aposentadoria fortemente distinta", disse Marcelo Medeiros.

Militaresbullsbet minespaisagem do Riobullsbet minesJaneiro

Crédito, EPA

Legenda da foto, O Exército tinha, no início do ano, maisbullsbet mines67.600 filhasbullsbet minesmilitares recebendo R$ 407 milhões por mês - o que dá um valorbullsbet minesmaisbullsbet minesR$ 5 bilhões por ano

O especialista defende uma melhoria na carreira dos militares, mas diz que o país não pode abrir mãobullsbet minesuma reforma previdenciária que envolva a categoria. Para ele, boas soluções contemplariam o aumento do tempobullsbet minesserviço dos militares, alémbullsbet minesprever uma remuneração proporcional ao tempobullsbet minescontribuição, o que estimula que eles passem mais tempo na ativa.

"E é claro que tem que ter um períodobullsbet minestransição, para todo mundo. As pessoas têm que se preparar para as mudanças."

Medeiros defende que o governo deveria se apressarbullsbet minesapresentar os cálculosbullsbet minesprevisãobullsbet mineseconomia com os diferentes aspectos das propostas que estãobullsbet minesavaliação: "É preciso fazer uma reforma mais baseadabullsbet minescálculo e menos baseadabullsbet minesideologia."

O tamanho do rombo

O orçamento deste ano prevê um déficit na Previdência que soma maisbullsbet minesR$ 305 bilhões, considerando um resultado negativobullsbet minesR$ 218 bilhões do regime geral (INSS), além do regime dos servidores civis (R$ 44,3 bilhões) e militares (R$ 43,2 bilhões).

Embora esses números sejam do próprio governo, os militares negam esse déficit com o argumentobullsbet minesque eles não têm um sistema previdenciário.

Para André Gamerman, economista da ARX Investimentos, uma opção interessante seria aumentar a contribuição do segurado militar, que hoje ébullsbet mines7,5% da remuneração bruta.

"A reforma dos funcionários públicos como um todo passa por isso: se aposentar mais tarde e contribuir mais", disse.

Jair Bolsonaro e Fernando Azevedo e Silva

Crédito, AFP

Legenda da foto, Cerimôniabullsbet minestransmissãobullsbet minescargo a Fernando Azevedo e Silva no Ministério da Defesa foi a única da qual Bolsonaro participou fora do Planalto

Gamerman diz que o mercado financeiro se preocupa menos com as mudanças específicas dos militares e mais com o possível impacto dessa medida para a aprovaçãobullsbet minesuma reforma mais ampla.

"O mais importante para o mercado é aprovar uma reformabullsbet minesgeral. Se disserem que deixar os militaresbullsbet minesfora vai facilitar para o regime geral, aí o mercado vai dizer: então tá ótimo."

O economista lembra, ainda, que a situação fiscal dos estados também exige que uma reforma previdenciária contemple os servidores dessa esfera - inclusive policiais militares e bombeiros.

Faltabullsbet minespulso

A partir deste ano, os militares passaram a ter a favor deles uma presidência composta por duas figuras oriundas do Exército - Bolsonaro, capitão reformado, e o vice, general da reserva Hamilton Mourão - e, portanto, mais sensível às causas da categoria. Além da chapa eleitabullsbet minesoutubro, Bolsonaro nomeou diversos colegas das Forças Armadas para comandar órgãos públicos.

Marcelo Medeiros critica a possibilidadebullsbet minesos militares ficarembullsbet minesfora do esforço que as outras categorias terãobullsbet minesfazer para o ajuste das contas públicas. "Estamosbullsbet minesum momentobullsbet minesque exigiremos um esforçobullsbet minestodos, inclusive dos militares. É faltabullsbet minespulso o governo falar grosso com pedreiros e faxineiras e afinar quando o assunto são militares."

Medeiros diz que a maior parte dos militares se aposenta antes dos 50 anos e viverá até maisbullsbet mines80. "Ou seja, [a maior parte] passará mais tempo aposentada do que contribuindo. Isso é insustentável", afirmou.

Agência previdência

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, "Estamosbullsbet minesum momentobullsbet minesque exigiremos um esforçobullsbet minestodos, inclusive dos militares. É faltabullsbet minespulso o governo falar grosso com pedreiros e faxineiras e afinar quando o assunto são militares", diz economista

Para o especialista, a reforma é uma necessidade inclusive para garantir orçamento para a áreabullsbet minesdefesa.

"O Brasil vai acabar gastando mais com aposentadorias do que com armamento. Não faz o menor sentido ter militares bem aposentados e mal armados", diz.

A faltabullsbet minesclareza sobre os termos da reforma que deve ser apresentada por Bolsonaro no início do governo ainda é grande, segundo Medeiros. Ele alerta para a necessidadebullsbet minesabranger toda a população e avalia que o principal problema no Brasil é a faltabullsbet minesidade mínima, que permite que as pessoas se aposentem cedo demais.

"Até agora, o governo atual está dando sinalbullsbet minesconfusão. A gestão anterior deu sinal clarobullsbet minesque faria reformas com mais força para afetar pedreiros e empregadas domésticas. Mas tem que afetar todo mundo, não pode esperar que só os mais pobres paguem a conta do controle fiscal."

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