As escolas na Flóridabet winner 1que professores são obrigados a esconder livros dos alunos:bet winner 1

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Muitos professores da Flórida, nos Estados Unidos, cobriram as bibliotecas das suas salasbet winner 1aula com papel para evitar que os alunos tenham acesso aos livros
Segundo seus promotores, o objetivo da legislação é proteger os direitos dos paisbet winner 1controlar o tipobet winner 1material a que seus filhos têm acesso nas escolas.
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“Na Flórida, nossos pais têm todo o direitobet winner 1participar da educação dos seus filhos”, afirmou DeSantis, ao promulgar a norma. “Não permitiremos que os políticos neguem aos pais o direitobet winner 1saber o que está sendo ensinado nas nossas escolas.”
“Estou orgulhosobet winner 1assinar esta legislação que garante a transparência do programabet winner 1estudos”, declarou o governador.
Mas seus críticos afirmam que este é um instrumentobet winner 1censura – uma arma usada pelos conservadores nabet winner 1luta contra a chamada cultura woke (“desperta”), um termo adotado nos Estados Unidos para designar pessoas que tomaram para si o deverbet winner 1enfrentar questõesbet winner 1desigualdade ou discriminação, especialmente por motivobet winner 1raça, gênero ou orientação sexual.
DeSantis deixou claro que se opõe frontalmente à cultura woke. Ele afirma que ela está sendo usada para doutrinar as crianças nas escolas.
“Nós refutamos a ideologia woke. Combatemos o woke no legislativo, combatemos o woke nas escolas, combatemos o woke nas empresas”, afirmou o governadorbet winner 1um discurso apósbet winner 1reeleição,bet winner 1novembrobet winner 12022.
“Nunca, jamais nos renderemos à multidão woke. É na Flórida que o woke vai morrer”, prosseguiu DeSantis.
Mas como uma lei para permitir que os pais exerçam controle sobre o que seus filhos estudam levou ao fechamento das bibliotecasbet winner 1salasbet winner 1aulabet winner 1centenasbet winner 1escolas?

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Ron DeSantis rejeita abertamente a cultura ‘woke’ ('acordado’, 'consciente').
Riscobet winner 1prisão
A lei HB 1467 entroubet winner 1vigorbet winner 1julhobet winner 12022. Ela exige que as escolas garantam que os livros oferecidos sejam livresbet winner 1pornografia, adequados às necessidades dos estudantes e apropriados parabet winner 1idade.
Posteriormente,bet winner 1dezembro, o Departamentobet winner 1Educação da Flórida ampliou a aplicação da norma às bibliotecas disponíveis para os professoresbet winner 1salasbet winner 1aula.
“O distrito escolar tentou então fazer com que essas bibliotecasbet winner 1salasbet winner 1aula atendessem à norma. Por isso, pediram aos professores que não permitissem que os alunos tivessem acesso a elas até que todos os livros fossem aprovados pelos especialistas”, explica à BBC News Mundo (o serviçobet winner 1espanhol da BBC) Pat Barber, presidente da Associação Educativabet winner 1Manatee. A associação é o sindicato que representa os professores daquele condado e foi um dos mais afetados pela nova norma.
Na prática, a consequência para os estudantes é que eles, agora, não têm mais acesso a materiaisbet winner 1leitura que poderiam ser do seu interesse.
Especialistasbet winner 1pedagogia denunciam que esta medida afeta não só a formação que os estudantes podem receber, mas também a criaçãobet winner 1hábitosbet winner 1leitura, cujos benefícios estendem-se por toda a vida.
“O motivo que leva os professores a formar bibliotecas consistentesbet winner 1salabet winner 1aula é ter o máximo possívelbet winner 1livros que possam serbet winner 1interesse para todos os estudantes dabet winner 1classe, pois eles estão tentando desenvolver leitores para toda a vida e crianças que apreciem a leitura por prazer, alémbet winner 1obter informações”, afirma Barber.
“Mas a comodidade e a disponibilidade dentro da salabet winner 1aula já não estarão ali, até que os livros tenham sido examinados.”
E a revisão também prejudica a autoridade dos professores nas escolas.
“Nenhum professor tem pornografia na biblioteca dabet winner 1salabet winner 1aula”, ressalta Barber. “Por isso, fazer toda essa revisão e tirar as decisões das mãos dos professores, que foram rigorosamente treinados para determinar o que é apropriado para seus alunos, é algo muito perturbador.”
Apesarbet winner 1tudo, esta provavelmente não é a maior preocupação dos educadores. Como um dos argumentos para a revisão dos textos é que eles podem conter pornografia, o eventual fornecimento aos estudantesbet winner 1algum material que receba esta classificação pode resultarbet winner 1perda da licença do magistério oubet winner 1penabet winner 1prisão.
“Oferecer pornografia a um menorbet winner 1idade é considerado um delito gravebet winner 1terceiro grau [punido com até cinco anosbet winner 1prisão]. Por isso, existe a ameaçabet winner 1violação da lei”, segundo Barber.
“Daí a grande preocupaçãobet winner 1que um professor venha a ser acusadobet winner 1infringir esta lei. Não que eles a infrinjam, mas simplesmente sejam acusadosbet winner 1violação”, afirma ela.

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Eventos foram organizados na Flórida para dar maior acesso aos livros que estão sendo questionados
Censura e ideologia
O treinamento que os especialistas encarregadosbet winner 1aprovar os livros nas escolas exige que os textos estejam livresbet winner 1pornografia (definida como a representaçãobet winner 1um comportamento erótico com o fimbet winner 1causar excitação sexual).
E, no caso dos alunos do jardim da infância até o terceiro ano do ensino fundamental, também não podem ser abordados temasbet winner 1orientação sexual ou identidadebet winner 1gênero.
Além disso, também não é permitido material que apresente discriminação que faça com que “um indivíduo,bet winner 1virtude dabet winner 1raça, cor, sexo ou nacionalidade seja [considerado] racista ou opressor, consciente ou inconscientemente”.
A norma que levou à retiradabet winner 1livros nas escolas da Flórida está sendo aplicadabet winner 1forma diferentebet winner 1cada um dos 67 distritos escolares do Estado, o que dificulta seu acompanhamento.
Mas, segundo os números da ONG Projeto Liberdadebet winner 1Leitura na Flórida (FFTRP, na siglabet winner 1inglês), que procura combater essa legislação, foram contestadas maisbet winner 1900 obras desde setembrobet winner 12022 naquele Estado. Destas, maisbet winner 1400 foram retiradas temporariamente das bibliotecas e 65 acabaram sendo censuradas.
Números atualizados do iníciobet winner 1fevereiro indicam que foram registrados no Estado cercabet winner 11.858 pedidosbet winner 1retiradabet winner 1livros, sendo que algumas obras foram objetobet winner 1maisbet winner 1uma petição.
Entre os livros questionados, encontram-se várias biografias, como a do jogadorbet winner 1beisebol porto-riquenho Roberto Clemente, da cantora cubana Celia Cruz ebet winner 1Sonia Sotomayor, a primeira cidadã hispânica a tornar-se juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos.
Outras biografias questionadas são as da ativista dos direitos civis Rosa Parks e do Dalai Lama.
“Muitos desses livros tratam da experiênciabet winner 1vidabet winner 1pessoas negras e morenas. E muitos têm personagens LGBTQ ou histórias com temas LGBTQ, que tendem a ser a maioria dos livros que estão proibidos”, explica Raegan Miller, diretorabet winner 1Desenvolvimento e Finanças do FFTRP.
“Alguns têm material mais desafiador, como, por exemplo, o romance O Olho Mais Azul [de Toni Morrison, vencedora do Prêmio Nobelbet winner 1Literaturabet winner 11993], que apresenta uma cena muito violenta”, segundo Miller.
“Mas este livro, publicadobet winner 11970, é oferecidobet winner 1um cursobet winner 1nível universitário e lido sob a orientaçãobet winner 1um professor, que é como queremos que os estudantes possam ler esses livros: junto com um professor que os ajude a compreender que esta poderia ser a experiência vivida por outra pessoa ou a entender que existem pessoas assim no mundo”, explica ela.

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Um dos livros sendo revisados é a biografia do jogadorbet winner 1beisebol porto-riquenho Roberto Clemente
Pouco antes que DeSantis sancionasse a lei HB 1467, a PEN América – a seção norte-americana da associação internacionalbet winner 1escritores PEN – denunciou o que considerava uma “campanha orquestrada” nos Estados Unidos para proibir livros que contenham conteúdo “questionável”, o que, segundo a associação, costuma se limitar frequentemente a conteúdo que reconheça as identidades LGBTQIA+ ou a existência do sexismo e do racismo.
“O objetivo da lei HB 1467 é facilitar essa campanha”, afirma a associação.
A BBC News Mundo entroubet winner 1contato com o Departamentobet winner 1Educação da Flórida e com o escritório do senador republicano naquele Estado, Joe Gruters, que foi um dos incentivadores das novas normas, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.
Mais recentemente, no dia 10bet winner 1fevereiro, a PEN América denunciou que 176 livros foram retirados das aulas das escolas no condadobet winner 1Duval. Essas obras já estavam indisponíveis para os alunos há 10 meses, sem previsãobet winner 1regresso.

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O Olho Mais Azul, da vencedora do Prêmio Nobel Toni Morrison, é um dos livros sendo questionados na Flórida
Pais e outros cidadãos
Paradoxalmente, mesmo com a retiradabet winner 1massabet winner 1livros das bibliotecas escolares na Flórida, existem pessoas descontentes que acreditam que é preciso ir mais longe e consideram que as medidas tomadas até agora são insuficientes.
Uma dessas organizações chama-se Patriotas da Comunidadebet winner 1Manatee. Seu website a define como um grupobet winner 1americanos que “amam a liberdade, abraçam a autogovernança e trabalham para garantir justiça para todos”.
Em uma postagem publicada no seu portal com o título Consentimento dos pais e pornografia são inaceitáveis, a organização destaca que, depois das queixasbet winner 1“pais e patriotas”, o distrito escolar do condadobet winner 1Manatee deu início a um protocolo para revisar livros “graficamente eróticos”, mas avalia que, seis meses depois, muitos desses textos foram colocadosbet winner 1volta nas estantes com a “vaga e inexequível restrição”bet winner 1exigir que os estudantes obtivessem o consentimento dos pais para poder ter acesso a eles.
O grupo indica que a pessoa que recorrer ao consentimento dos pais cria um vácuo legal para que as escolas continuem mantendo material considerado inadequado nas estantes.
“Acreditamos que a lei é clara: o material que seja prejudicial aos menores não deve estar nas escolas, com ou sem o consentimento dos pais”, afirmam eles.
A organização incentiva seus membros a entrarbet winner 1contato com as autoridades escolares para comunicar seu desagrado.
“Os pais, os contribuintes e os cidadãos preocupados não querem que isso ocorrabet winner 1nossas escolas”, destaca o grupo.
“Devemos manter a pressão sobre a Junta [Escolar] e entrarbet winner 1contato diretamente com os diretores para que eles saibam que queremos [esses livros] fora [da escola], independentemente do consentimento dos pais.”

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Livraria Books and Books,bet winner 1Miami, pintou na fachada uma lista com nomesbet winner 1livros proibidosbet winner 1protesto contra a censura
Esta postura é especificamente questionada pelo FFTRP.
“O que estamos vendo é que, se um dos pais se opuser a alguma coisa, ela é retiradabet winner 1todas as crianças”, afirma Raegan Miller.
“E, como todos temos origens muito diferentes, acreditamos que os verdadeiros direitos dos pais significam que tenho o poderbet winner 1decisão. Posso tomar uma decisão com meu professor sobre o que é apropriado para o meu filho e outro pai não pode tomar essa decisão por mim”, acrescenta ele,
Mas este debate vai muito além das posições enfrentadas entre os pais que pensambet winner 1formas diferentes. Segundo Pat Barber, da Associação Educacionalbet winner 1Manatee, a nova lei da Flórida permitiu que membros da comunidade que sequer têm filhos possam decidir sobre o que se ensina nas escolas.




