O desafiopocket win bingoser filhopocket win bingoimigrantes e não falar a língua dos pais:pocket win bingo

Mithu Sanyal posa para foto na salapocket win bingocasa; ela veste roupa preta e túnica vinho e está rodeadapocket win bingopapéis espalhados no chão

Crédito, Mithu Sanyal

Legenda da foto,

Mithu Sanyal nasceu na Alemanha, filhapocket win bingopai indiano e mãe polonesa, mas nunca aprendeu bengali ou polonês

Sim, é isso mesmo. Não consigo nem dizer corretamente meu próprio nome.

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Fotopocket win bingoMithu Sanyal quando criança; seu pai veste terno cinza e a carrega com uma das mãos; ao seu lado,pocket win bingomãepocket win bingocolete vermelho e calça azul

Crédito, Mithu Sanyal

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Mithu Sanyal quando criança, com os pais

Até minha conversa com a Jacinta eu pensava que havia algo muito errado comigo. Que tipopocket win bingocriança não aprende a língua do pai?

Muitospocket win bingonós, ao que parece.

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Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

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Fim do Podcast

Annick De Houwer é professora eméritapocket win bingoAquisiçãopocket win bingoLínguas e Multilinguismo na Universidadepocket win bingoErfurt, na Alemanha, e diretora da Harmonious Bilingualism Network, ONG que promove e realiza pesquisas sobre o "desenvolvimento bilíngue harmonioso".

Em 2003, De Houwer publicou os resultadospocket win bingouma pesquisa que conduziu sobre o uso da línguapocket win bingo18 mil famíliaspocket win bingoFlandres, uma região da Bélgica onde se fala o holandês.

"Descobri ser muito frequente crianças criadaspocket win bingoforma bilíngue não falarem duas línguas", explica De Houwer, que também é presidente da Associação Internacional para o Estudo da Linguagem Infantil.

A pesquisa e estudos posteriores realizados por De Houwer e outros,pocket win bingodiferentes países e línguas, descobriram que entre 12% e 44% das crianças que crescem ouvindo duas ou mais línguas acabam falando apenas uma delas.

"A maioria dos bebês começa aprendendo palavraspocket win bingoambas as línguas. Mas quando vão para a pré-escola, seguem com apenas uma. E por que é assim? Porque,pocket win bingorepente, o foco está apenas nesse lado deles, e as crianças logo sentem quepocket win bingooutra língua é inútil. Inútil!"

Assim que comecei a pensar nisso, não conseguia pararpocket win bingoperguntar às pessoas como era não poder falar a línguapocket win bingosua própria família. E muitos se abriram sobre sentimentos que reprimiram durante toda a vida.

"Meu pai nasceu no Líbano, mas só falava árabe ao telefone, com visitantes oupocket win bingorestaurantes", diz Andrea Karimé, autora infantil e contadorapocket win bingohistórias na Alemanha.

"Assim, quando criança, eu achava que ele falava uma língua secreta. Meu pai virou um segredo para mim."

Emily Chowdhury, uma artista residentepocket win bingoBerlim, fala sobre rejeição: "Quando meus pais discutiam coisas que não deveríamos ouvir, eles mudavam para o bengali. A língua era usada para nos manter à parte."

Ao mesmo tempo, epocket win bingoforma paradoxal, para aquelespocket win bingonós que herdaram a aparência e os nomes dos nossos antepassados, existe frequentemente uma expectativa social mais amplapocket win bingoque falamos a língua deles.

Quando não é esse o caso, a reação pode ser dura.

Adoro o poema "8 Confissões da Minha Língua". O poeta Noel Quiñones, nascido e criado nos Estados Unidos, descreve a experiênciapocket win bingoter ascendência portorriquenha e ainda não ser fluentepocket win bingoespanhol.

"Meu sobrenome um convite para estranhos que dizem: seus pais deveriam ter te ensinado".

Ou: você deveria ter se esforçado mais, como se as crianças tapassem os ouvidos assim que os pais começassem a falar espanhol.

Entre os latinos que não falam espanhol, há uma experiência comumpocket win bingosentir vergonha oupocket win bingoter a identidade questionada devido à perda da língua, indica a pesquisa.

Penso nessas línguas perdidas como nossas "outras línguas". Elas estão presentespocket win bingonossas memóriaspocket win bingoancestralidade e infância e, ainda assim, estranhamente forapocket win bingoalcance, porque nunca as aprendemos ou então fomos encorajados a esquecê-las.

No meu caso, houve duas perdas, na verdade.

Também não aprendi a língua nativa da minha mãe, o polonês.

Quando criança, meus pais foram alertados contra o ensinopocket win bingobengali ou polonês.

Ouviram que se as crianças aprendessem maispocket win bingouma língua simultaneamente, não aprenderiam nenhuma delas adequadamente. Como se as línguas deles pudessem contaminar a língua "real" — nesse caso, o alemão.

"Isso não é coisa do passado, infelizmente", diz De Houwer, referindo-se à ideia há muito refutadapocket win bingoque o bilinguismo pode atrasar as crianças ou confundi-las.

Na verdade, pesquisas mostram que a fala das crianças bilíngues não sofre atrasos, e a tendênciapocket win bingoàs vezes elas misturarem as línguas (conhecida como mudançapocket win bingocódigo ou translinguagem) não significa que estejam confundindo as duas.

Pelo contrário, é um sinalpocket win bingoque estão sabendo utilizar o vocabulário duplo, escolhendo as palavras mais apropriadas conforme o contexto.

Mithu Sanyal quando bebê, com o pai

Crédito, Mithu Sanyal

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Mithu Sanyal quando bebê, com o pai

Martha Bigelow, professorapocket win bingoensinopocket win bingosegunda língua na Universidadepocket win bingoMinnesota, nos Estados Unidos, diz que ainda existem muitas crenças erradas sobre o aprendizadopocket win bingolínguas, "como se fosse melhor não 'translinguar' (misturar línguas), como se fosse melhor, por alguma razão, saber menos do que saber mais".

Essas crenças têm um impacto concreto: "(Nos Estados Unidos) o conselho ainda é que, para aprender inglês, é melhor apenas falar inglês".

Mesmo quando se tratapocket win bingosegundas línguas, existem distinções claras na forma como são tratadas pela sociedade.

O inglês é onipresente na Alemanha e considerado desejável.

Meu marido é britânico e todo mundo fala com elepocket win bingoinglês, embora muitas vezes o alemão delas seja melhor que o inglês.

Mas outras línguas não são bem-vindas da mesma forma. O turco é uma das maiores línguas minoritárias faladas na Alemanha, com uma história que remonta à migração laboral da Turquia na décadapocket win bingo1960.

No entanto, os falantespocket win bingoturco ainda sofrem discriminação.

Em 2020, uma meninapocket win bingonove anos foi repreendida pela professora por falar com uma amigapocket win bingoturco no recreio dapocket win bingoescola, na Alemanha.

Como punição, ela foi obrigada a escrever um texto intitulado: "Por que falamos alemão na escola", incluindo frases como "Não somos permitidos falar a nossa língua materna. Para melhorarmos o nosso alemão".

A família dela apresentou uma queixa formal por meiopocket win bingoum advogado, que questionou se uma criança que falasse inglês durante o recreio seria punida da mesma forma.

Há um ditado entre os alemãespocket win bingoascendência turca: "o turco não é uma língua que você aprende, o turco é uma língua que você esquece o mais rápido possível".

Quando a minha cidade natal na Alemanha, Düsseldorf, colocou uma placapocket win bingoruapocket win bingoárabe como partepocket win bingouma celebração do multilinguismo, ela apareceu manchada com pichações racistas e atraiu comentários online exigindo que "eles" aprendessem alemão.

Mas nada aconteceu com uma placapocket win bingoruapocket win bingojaponês, instalada na mesma época.

O que explica essa diferença significativa na forma como as línguas são valorizadas?

Pesquisas apontam que muitas vezes não se tratapocket win bingolínguas — mas simpocket win bingoatitudes sociais, especialmentepocket win bingorelação à imigração.

"(Na Alemanha) a imigração ainda é vista como uma exceção à regra, como algo anormal. Crianças que falam outra línguapocket win bingocasa são vistas como crianças que não falam alemãopocket win bingocasa", diz Mark Terkessidis, que pesquisa migração e racismo, e membro da Academie der Künste der Welt, instituição cultural sem fins lucrativos fundadapocket win bingo2012 pela cidadepocket win bingoColônia.

"Então, quando essas crianças vão para a escola, o foco está no déficit e não nos recursos", acrescenta.

Isso pode ter um impacto profundo nas relações familiares.

Os pais podem ficar tristes se os filhos não falarem a língua deles e vice-versa.

Janice Nakamura, professorapocket win bingoinglês na Universidadepocket win bingoKanagawa, no Japão, estudou crianças no Japão que não falavam a língua dos pais não japoneses.

Quando adultas, muitas se ressentiam com os pais. Nakamura descreveu isso como "arrependimento da língua": a sensaçãopocket win bingouma oportunidade perdida, porque não aprenderam a outra língua.

De Hower diz: "Definitivamente, não é bom para as relações familiares. É muito importante falar a língua dos pais: para os pais, para os filhos, para a família."

E há muitas coisas que a sociedade pode fazer para apoiar esse processo, defende a especialista.

Um exemplo prático é como o multilinguismo é tratado nas escolas.

"É realmente necessário respeitar todas as línguas que as crianças trazem para a salapocket win bingoaula, e existem formas muito simplespocket win bingofazer isso. Por exemplo, pronunciando corretamente o nomepocket win bingouma criança", assinala.

Nesse ponto da entrevista começo a chorar, pensando no meu próprio nome e na minha incapacidadepocket win bingopronunciá-lo corretamente por tanto tempo.

Na opiniãopocket win bingoDe Houwer, pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença, como, por exemplo, perguntar às crianças como dizer "olá" na língua que falampocket win bingocasa.

"E você pode pedir ajuda às outras crianças. E então todas as crianças da turma terão que aprender a dizer olá para receber o novo aluno. É uma formapocket win bingomostrar que todas as línguas são apreciadas. É uma questãopocket win bingomudançapocket win bingoatitude", argumenta.

Para Bigelow, "não deveria ser apenas uma 'línguapocket win bingocasa', deveria ser uma 'línguapocket win bingotodos os lugares', legitimadapocket win bingodiversos espaços públicos por meiopocket win bingopolíticas linguísticas e placas nas ruas."

A nível pessoal, é claro que existe mais uma formapocket win bingocorrigir esse lapso linguístico: recuperando a "outra língua" mais tarde na vida.

Mas isso pode ser muito mais desafiador do que parece.

Já adulta, tentei aprender bengali várias vezes.

Após anospocket win bingoesforço, uma das poucas frases que posso dizer é: "Ami Bangla tschiketschi" ou "Estou aprendendo bengali". O que parece uma mentira.

A única coisa que aprendi é que, agora, talvez esteja muito velha para isso.

Para minha surpresa, Bigelow discorda.

"Não é necessário aprender uma língua quando se é jovem. Mais jovem nem sempre é melhor."

O chamado período críticopocket win bingoaprendizagempocket win bingouma língua, durante o qual podemos aprender a usá-la fluentemente, é mais longo e flexível do que se pensava anteriormente, mostram estudos.

A idade é apenas um dos muitos fatores que influenciam o sucesso na aprendizagempocket win bingoum idioma.

Mas outros são: quanto tempo você investe no aprendizado do idioma,pocket win bingomotivação e se você está inseridopocket win bingouma comunidade, etc.

Bigelow também sugere sermos mais flexíveis na forma como vemos o multilinguismo.

"Você não precisa ser perfeitamente fluente, ou tão fluentepocket win bingotodos os seus idiomas quanto naquelepocket win bingoque você é melhor. Não deveríamos nos pressionar tanto", diz.

Para alguns, o multilinguismo pode significar o uso ocasionalpocket win bingopalavras ou frasespocket win bingouma das línguas da família: "Há muitas maneiraspocket win bingose ser multilíngue".

De Houwer diz que pensar nas suas necessidades também pode ajudá-lo a escolher a estratégiapocket win bingoaprendizagem correta.

"Se há uma necessidade emocionalpocket win bingose conectar compocket win bingofamília, ou compocket win bingoorigem, ou com uma partepocket win bingosua origem, então não comecepocket win bingojornada linguística aprendendo a ler e escrever nessa outra língua. Comece aprendendo a falar e ter conversas. Você quer fazer amigos", assinala a especialista.

Essa ideiapocket win bingoconexão faz sentido. Ainda sinto a dorpocket win bingonão poder ler os livros que meu pai adorava quando era criança.

Mas também fico feliz sempre que escuto bengali, reconheço na rua mesmo à distância.

Posso amar o bengali mesmo que eu o jamais consiga falar direito.