O 'ultrapatriota' russo preso por insultar Putin:sistemas betano

Juntamente com outros meiossistemas betanocomunicação, fomos autorizados a filmá-lo durante apenas um minuto antes do final do seu julgamento.

Um cão farejador latia insistentemente. Girkin achou isso divertido. O veredito, nem tanto.

Minutos depois, ele foi considerado culpado pela acusaçãosistemas betanoextremismo e foi condenado a passar quatro anossistemas betanouma colônia penal russa.

Esta não foisistemas betanoprimeira condenação.

Em Haia, à revelia, Girkin foisistemas betano2022 considerado culpado pelo assassinatosistemas betano298 pessoas: passageiros e tripulantes do voo MH17 da Malaysian Airlines.

Um jato Boeing foi abatido sobre o leste da Ucrâniasistemas betano2014 por forças controladas pela Rússia, nos primeiros estágios da ofensiva russa naquele país.

Das 298 pessoas que estavam no voo, 196 eram dos Países Baixos.

Girkin foi um dos três homens condenados à prisão perpétua pelo ataque — um julgamento que ele ignorou.

Um ano depoissistemas betanotermos nos encontrado na escadaria, consegui falar com Girkin por telefone e perguntei sobre Haia.

“Não reconheço a autoridade do tribunal holandês nessa matéria”, me disse ele.

“Sou militar e não vou aceitar que um tribunal civil num país estrangeiro tenha autoridade para condenar uma pessoa que participousistemas betanouma guerra civilsistemas betanooutro país, apenas porque os seus civis foram mortos."

"Você sabe quem derrubou [o avião]?"

"Os rebeldes não derrubaram o Boeing. Não tenho mais nada a dizer."

"Se não foram os rebeldes, foram os soldados russos?", perguntei.

"É isso. Adeus", e desligou.

Agora, ele vai para a prisão. Mas não por assassinatosistemas betanomassa. E não para a prisão perpétua.

Críticas públicas a Putin

Girkin, também conhecido pelo seu pseudônimo Igor Strelkov, é um ex-oficial da FSB, a agênciasistemas betanosegurança secreta russa. Ele trabalhou no serviçosistemas betanosegurança interna da Rússia.

Em 2014, desempenhou um papel fundamental nos combates na região ucranianasistemas betanoDonbass: um conflito arquitetado e orquestrado por Moscou.

Ele organizou e comandou milícias pró-Rússia no leste da Ucrânia.

O tribunal holandês decidiria mais tarde que a Rússia controlava as forças separatistas que lutavam no leste da Ucrânia e que Girkin ajudou a levar para a Ucrânia o sistemasistemas betanomísseis Buk, utilizado para abater o voo MH17.

Após a invasãosistemas betanogrande escala da Ucrânia pela Rússiasistemas betano2022, o ultranacionalista Girkin se tornou um proeminente blogueiro pró-guerra.

E se tornou cada vez mais críticosistemas betanorelação à forma como as autoridades russas estavam travando o conflito: nãosistemas betanoforma suficiente, ele opinava.

Ele fundou um movimento nacionalista linha-dura chamado The Club of Angry Patriots ("O Clube dos Patriotas Furiosos",sistemas betanotradução literal).

Os seus problemas começaram quando ele começou a descontar essa raivasistemas betanoVladimir Putin.

As críticas públicas ao presidente russo transformaram-sesistemas betanoinsultos. Num post do ano passado, Girkin descreveu Putin como “uma não-entidade” e “um covarde desperdíciosistemas betanoespaço”.

Poucos dias depois, ele foi preso. E agora foi julgado e condenado.

É claro que uma penasistemas betanoquatro anos é levesistemas betanocomparação a outras penas recentes impostas pelos tribunais russos.

No ano passado, o ativista pró-democracia Vladimir Kara-Murza foi condenado a um quartosistemas betanoséculo atrás das grades depoissistemas betanoter sido condenado por traição — um caso que ele e os seus apoiadores insistem ter tido motivação política.

Como os Angry Patriots reagiram à penasistemas betanoprisãosistemas betanoGirkin?

Algumas dezenassistemas betanoapoiadores se reuniramsistemas betanofrente ao Tribunal da Cidadesistemas betanoMoscou para gritar "Liberdade para Strelkov!", mas havia pouco sinalsistemas betanootimismosistemas betanosuas vozes.

“Eles levaram um patriota nacional russo a julgamento”, disse um dos manifestantes.

"Espero que nosso povo acorde e lute. Infelizmente, não vemos muita resistência. Todo mundo parece estar se escondendo."

Também na multidão estava o coronel aposentado e ultranacionalista Vladimir Kvachkov.

Dizendo que “a Rússia será sempre inimiga do Ocidente anglo-saxônico” e assegurado que a dissolução do Reino Unido era inevitável, Kvachkov afirmou que Girkin estava sendo punido por “lutar contra o sistema”.

Nos últimos anos, o “sistema” se concentrousistemas betanolimpar o cenário político russosistemas betanocríticos e desafiantes pró-democracia e pró-Ocidente.

A penasistemas betanoprisão para Girkin sugere que as autoridades russas decidiram agora reprimir os críticos do extremo oposto do espectro políticos: os chamados ultrapatriotas.

O motim do ano passado levado a cabo pelos mercenários Wagner liderados por Yevgeny Prigozhin pode ser a razão.

A gestão Putin tem sobrevivido às revoltas nesse lado do espectro. Mas os acontecimentos recentes devem ter alertado o Kremlin para os perigos potenciais dos movimentos nacionalistas.