Haiti: a indústriaslots bingomercenários colombianos que pode estar por trás do assassinato do presidente Jovenel Moïse:slots bingo

slots bingo Militares colombianos aposentados, que falam inglês e têm treinamentoslots bingoarmamentos sofisticados, inteligência e operações internacionais. Muitos deles integravam unidadesslots bingocontra-guerrilha,slots bingoparte financiadas pelos Estados Unidos.

Em linhas gerais, esse é o perfil dos 26 colombianos que, segundo as autoridades haitianas, estão envolvidos no assassinato do presidente do país Jovenel Moïse. Desse gruposlots bingo26 indivíduos, 15 estão detidos, três foram mortos e oito estão foragidos.

O presidente foi assassinado emslots bingoresidência durante a madrugada do dia 7slots bingojulho. Ele levou 12 tiros, um deles na cabeça. Também há indícios que Moïse foi torturado.

Ele chegou a ficar trancadoslots bingocasa durante meses,slots bingomeio a uma crise política que cada vez mais diminuíaslots bingolegitimidade e aumentava as vozes que pediamslots bingorenúncia.

Até agora, não se sabe quem pagou os mercenários colombianos para matar o presidente haitiano.

Nas horas que se seguiram ao assassinato, que ganhou um caráter internacional, começaram a surgir os primeiros detalhes sobre os ex-militares que supostamente executaram o plano.

E há algumas características que revelam um aspecto essencial da guerra que assolou a Colômbia nas últimas décadas: o surgimentoslots bingouma indústriaslots bingomercenários que emergiu após as operaçõesslots bingocombate ao narcotráfico e ao terrorismo, muitas delas financiadas pelos Estados Unidos.

Esses grupos estiveram envolvidosslots bingodiversos conflitos internacionais e são requisitados por causaslots bingosuas habilidades militares e dos valores relativamente baixos cobrados pelos serviços que prestam.

Quem matou o presidente?

Na manhãslots bingosexta-feira (09/07), a imprensa colombiana divulgou aos poucos os nomes, as trajetórias e as fotos dos militares aposentados que parecem estar envolvidos no assassinato.

Emslots bingomaioria, eles têm cercaslots bingo40 anos, eram soldados e, como não foram promovidos na carreira militar, se aposentaram ainda jovens, há cercaslots bingodois ou três anos.

A esposaslots bingoEladio Uribe, que aparentemente está detido no Haiti, disse à W Radio que o ex-militar foi um soldado profissional durante 20 anos e recebeu várias honrarias antesslots bingose reformarslots bingo2019.

Segundo o relato, Uribe foi investigado por um esquema conhecido como "falso positivo",slots bingoque as mortesslots bingocivis durante combates armados eram contabilizadas como óbitosslots bingoguerrilheiros. Mas o militar acabou absolvido.

E ele estava na República Dominicana, contratado por uma suposta empresaslots bingosegurança que pagava 3 mil dólares (R$ 15 mil) por mês,slots bingoacordo com o depoimentoslots bingosua esposa. "Não lhes foi dito exatamente para onde seriam levados. Era uma oportunidadeslots bingotrabalhar com uma agência para cuidarslots bingofamíliasslots bingoxeiques", disse.

A mídia colombiana também destacou o casoslots bingoManuel Antonio Grosso, paraquedista e membroslots bingoforças especiais antiguerrilha, que postou fotos na República Dominicana há uma semana. Tudo indica que ele cruzou a fronteira com o Haiti um dia antes do assassinatoslots bingoMoïse.

Produto tipo exportação

Não é a primeira vez que mercenários colombianos chegam ao noticiário mundial após operações militares que cruzam fronteiras.

Nas últimas duas décadas, centenasslots bingoex-militares do país foram contratados por empreiteiros privadosslots bingopaíses como os Estados Unidos ou o Reino Unido e forneceram apoioslots bingoguerras no Afeganistão, no Iraque e no Iêmen.

Os salários no Exército colombiano são, segundo as declaraçõesslots bingoex-ministros da Defesa, entre 15% e 20% mais baixos do que recebe um soldado reformadoslots bingooperações privadas no exterior.

Especialistasslots bingosegurança explicam que a indústria mercenária passou por uma mudança importante após os ataques às Torres Gêmeasslots bingoNova Yorkslots bingo2001. O início da chamada "guerra ao terror", inclusive, foi parcialmente financiada por empreiteiros privados.

E esses movimentos já vinham crescendo aos poucos: depois da Guerra Fria, argumentam os pesquisadores, os Estados Unidos estavam interessados ​​em terceirizar intervenções militaresslots bingopaíses pequenos, mas com conflitos complexos. O objetivo era reduzir o impacto político do sacrifícioslots bingotropas americanasslots bingooperações do tipo.

"As guerras no Iraque e no Afeganistão permitiram que a indústria militar privada amadurecesse, com redes mercenárias estabelecidas e o desenvolvimentoslots bingoum padrãoslots bingomelhores práticas", escreve Sean McFate, especialistaslots bingosegurança americano.

O setor contou com a criaçãoslots bingoempresas como a Blackwater, uma companhia militar privada que, segundo relatórios do Departamentoslots bingoEstado dos Estados Unidos, treinou militares e paramilitares colombianosslots bingo2005.

McFate explicaslots bingoumslots bingoseus ensaios que outros países "imitam o modelo americano, e todos os dias novos grupos militares privados surgemslots bingopaíses como Rússia, Uganda, Iraque, Afeganistão e Colômbia. Os serviços são mais robustos do que os da Blackwater, eles oferecem maior poderslots bingocombate e disposição para trabalhar pela oferta mais alta, com pouca consideração pelos direitos humanos. Eles são mercenáriosslots bingotodos os sentidos da palavra".

A Colômbia, inclusive, entrou na guerra contra o terrorismo com o apoio do presidente Álvaro Uribe, que governou o país entre 2002 e 2010, e já tinha uma experiência consolidada na contratação e na criaçãoslots bingoempresasslots bingosegurança privada.

Nos anos 1990, o país afrouxou as leis para a criação desse tiposlots bingoempresa militarizada, com o objetivoslots bingofortalecer os grupos que enfrentavam a guerrilha no campo.

"O dilema do país é optar por ter ou não ter cooperativasslots bingosegurança rural", disse o então ministro da Defesa, Fernando Botero Zea. "A verdadeira escolha é entre permitir cooperativas supervisionadas pelo Estado ou ter o desenvolvimento descontroladoslots bingogruposslots bingoautodefesa e paramilitares criados fora da lei".

O resultado foi, no entanto, uma consolidação dos exércitos paramilitares por lá. Em paralelo, a Colômbia já era a principal aliada dos americanos na luta contra o narcotráfico.

O famoso Plano Colômbia, um programa multimilionárioslots bingocombate ao tráficoslots bingodrogas, tornou o país o maior destinatárioslots bingoassistência militar dos Estados Unidos na América Latina. E isso também ajudou a desencadear a criaçãoslots bingoempresasslots bingosegurança privada no país.

De acordo com um relatórioslots bingo2011 do Comitêslots bingoSegurança Interna do Senado dos Estados Unidos, entre 2005 e 2009, o governo gastou 3,1 bilhõesslots bingodólares (R$ 15,5 bilhões)slots bingocontratos privados para políticas contra os narcóticos na América Latina.

Esse valor representa um aumentoslots bingo32% nos investimentos na área dentro desses quatro anos. A maioria das empresas contratadas nesse esforçoslots bingoguerra estava justamente na Colômbia.

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