Brasil cai pelo 5º ano seguido no 'Ranking da Corrupção' e está empatado com Albânia e Egito:blaze d

A ediçãoblaze d2019 também marca o 5º ano seguidoblaze dque o Brasil piorablaze dposiçãoblaze drelação aos demais países: a última vez que o país avançou no ranking foiblaze d2014, quando chegou ao 69º lugar. De lá para cá, houve queda relativablaze dtodas as edições.

A pontuação do Brasil também não melhora desde 2016, quando o país atingiu 40 pontos na escala da Transparência Internacional.

O estudo da Transparência Internacional é um índice composto, isto é, um levantamento elaborado a partirblaze doutras pesquisas. Neste ano, foram utilizados 13 indicadores e pesquisas elaborados por diferentes instituições. Foram considerados trabalhos do Banco Mundial, do Fórum Econômico Mundial, e da publicação britânica The Economist, entre outras.

Guilherme France, mestreblaze dDireito e coordenadorblaze dpesquisas da Transparência Internacional, diz que a corrupção é um fenômeno difícilblaze dser medido. É por isso que o IPC avalia a "percepçãoblaze dcorrupção" num determinado país.

"A corrupção que a gente descobre é aquela que não deu certo. Aquela que foi flagrada pelos investigadores, policiais, procuradores. Então, o que a gente pode fazer é olhar para a percepção (de corrupção). Isso permite entender a evolução ou involuçãoblaze dum país, ao longo do tempo", diz France.

Os indicadores usados pela Transparência Internacional, porblaze dvez, são elaborados à partir da percepçãoblaze dexecutivos e acadêmicos que estudam cada um dos países, explica ele.

Embora o IPC exista desde 1995, a metodologia atual é adotada desde 2012 — e é elaboradablaze dtal forma que os resultados podem ser comparados, ano a ano.

O índice é hoje usado por diversos bancos e empresas na horablaze ddecidir sobre como fazer negóciosblaze ddeterminado país, diz France. Países onde há maior percepçãoblaze dcorrupção demandam maiores controles e precauções.

Um anoblaze dretrocessos

Os últimos governos foram marcados por escândalosblaze dcorrupção — Michel Temer (MDB) foi denunciado duas vezes pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Dilma Rousseff (PT) comandou o país durante a eclosão da Lava Jato (a partirblaze d2014), investigação na qual dezenasblaze dempresários e políticos, inclusive do PT, foram acusadosblaze dreceber propinas.

Com o novo governo eleitoblaze d2018, o país não deveria ter melhorado no ranking? Jair Bolsonaro adotou o combate à corrupção como umablaze dsuas principais bandeiras, durante a campanha. Uma vez empossado, nomeou o ex-juiz Sergio Moro, que comandou a Lava Jato no Paraná, para o Ministério da Justiça.

Na avaliação da Transparência Internacional, o Brasil deixoublaze drealizar,blaze d2019, mudanças que pudessem atacar o problema da corrupção pela raiz. O ano passado foiblaze dretrocessos nesta área, segundo a Transparência Internacional.

A entidade destaca a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli,blaze dsuspenderblaze djulhoblaze d2019 o usoblaze drelatórios do Coaf sem autorização judicial; a nomeaçãoblaze dAugusto Aras para o postoblaze dProcurador-Geral da República fora da lista tríplice votada pelos membros do MPF; e a aprovaçãoblaze dleis no Congresso como a que diminuiu o controle sobre as campanhas eleitorais.

O usoblaze ddados do Coaf, por exemplo, só foi liberado pelo plenário do STF no começoblaze ddezembro.

"Para alémblaze dretrocessos especificamente na agenda anticorrupção,blaze d2019, multiplicaram-se os ataques disparados pelo presidente Bolsonaro e seus ministros contra a sociedade civil organizada e contra a imprensa. Ambas são absolutamente essenciais para a luta contra a corrupção e para o próprio regime democrático", disse o diretor executivo da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, num comunicado à imprensa.

blaze d Re blaze d t blaze d órica anticorrupção

"A partirblaze d2014, a Lava Jato foi revelando como diversas empresas estatais brasileiras e órgãos públicos estavam imiscuídos nos esquemasblaze dcorrupção. Já se esperava que a revelação desses esquemas levasse a uma piora do Brasil no índice, ainda que as investigações sejam,blaze dsi, positivas", diz Guilherme France.

"O que se esperava, no entanto, é que o Brasil fizesse reformas sistêmicas para atacar as causas que possibilitaram, que criaram o ambiente propício à corrupção, que havia", destaca o pesquisador da Transparência Internacional.

"Nós não vimos isso, infelizmente, ao longo dos últimos cinco ou seis anos. Não tivemos reformas amplas e significativas no combate à corrupção. É isso que gera essa piora na realidade brasileira", diz ele. "Apesar da retórica anticorrupção do atual governo, nós também vimos uma sérieblaze descândalosblaze dcorrupção envolvendo altos funcionários, ministros, e pessoas do círculo íntimo do presidente (da República)", diz France.

Dinamarca e Nova Zelândia lideram; Somália estáblaze dúltimo

Os países percebidos como mais íntegros no mundo são a Dinamarca, no norte da Europa, e Nova Zelândia, na Oceania. Os dois obtiveram 87 pontosblaze d100 e estão empatadosblaze dprimeiro lugar no IPC 2019.

Em seguida vêm a Finlândia (86 pontos), Cingapura, Suécia e Suíça (85 pontos cada), Noruega (84) e Holanda (82). Alemanha (80) e Luxemburgo (80) fecham o "top 10" da lista da edição deste ano do IPC.

Na outra ponta, entre os locais mais corruptos do mundo, estão países afetados por guerras civis recentes, desastres naturais ou que vivem sob regimes ditatoriais.

O país percebido como mais corrupto é a Somália, uma república no leste da África assolada por uma guerra civilblaze dandamento desde 1991. O país obteve apenas 9 pontosblaze d100 possíveis.

Outros lugares com notas muito ruins no rankingblaze d2019 foram o Sudão do Sul (12 pontos), a Síria (13), o Iêmen (15), a Venezuela, o Sudão, a Guiné Equatorial e o Afeganistão (16 pontos cada), a Coreia do Norte (17), a Líbia e o Haiti (18 pontos).

Com 35 pontos, o Brasil está ao lado do país mais pobre da Europa, a Albânia, eblaze dnações do norte da África, como a Argélia e o Egito. Também ficaram com a mesma nota a Macedônia do Norte, a Mongólia e a Costa do Marfim.

Em relação aos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil só pontua melhor que o México (que está na 130ª posição no ranking deste ano).

Na América Latina, o país melhor colocado é o Uruguai. Com 71 pontos, o país estáblaze d21º lugar, à frente inclusiveblaze dnações desenvolvidas como a França e os Estados Unidos (empatadosblaze d23º lugar). Outro país que se destaca na região é o Chile,blaze d26º lugar.

A média do mundo, na ediçãoblaze d2019, foiblaze d43 pontos, e cercablaze ddois terços dos países tiveram nota abaixoblaze d50 pontos. O grupoblaze dpaíses com a maior nota média foi a Europa ocidental (66), e a menor média foi a da África subsaariana (32).

Desde 2012, quando a metodologia atual do estudo foi adotada, 22 países tiveram melhorias significativasblaze dsuas notas no IPC, entre eles a Grécia (12 pontos a mais), a Guiana (também 12) e a Estônia (10). E 21 lugares pioraramblaze dtermosblaze dpercepçãoblaze dcorrupção, inclusive o Canadá, a Nicarágua e a Austrália.

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