‘Passei a documentar mortesoque e betanocrianças após meu padrasto assassinar duas’ :oque e betano

Crédito, Sherele Moody
Moody tinha apenas 18 anos quando Barry Hadlow matou Stacey-Ann, na zona ruraloque e betanoQueensland, na Austrália.
Mas se lembra nitidamente dos eventos que aconteceram depois.

Crédito, Courtesy of The Courier-Mail
A adolescente havia acabadooque e betanovoltar para a casa da mãe porqueoque e betanoirmã mais nova, Karen, disse que estava passando por um momento difícil.
"Deixei meu emprego e voltei direto para garantir que ela estava bem", relembra.
O padrasto passou para buscá-la e, no caminhooque e betanovolta para casa, contou que uma menina da área estava desaparecida.
"Ele parecia animadooque e betanoparticipar das buscas no dia seguinte", afirma. "Me lembro dele colocando o uniformeoque e betanovoluntário do Serviçooque e betanoEmergência do Estado e saindo."
A próxima coisaoque e betanoque ela se lembra éoque e betanoouvir várias batidas fortes na porta eoque e betanoficar "chocada" ao ver a polícia entrar e revistar a casa.
Moody, que chegou a participar do funeraloque e betanoStacey-Ann, testemunhou contra o padrasto. Jáoque e betanomãe, Leonie, defendeu o homem com quem se casou quando Moody tinha 15 anos.
"Ela eraoque e betanomaior apoiadora no tribunal. Foi triste assistir", diz.
"Ainda consigo sentir aquela sensação horrível na boca do estômago, por saber que meu padrasto tinha feito isso - e minha mãe estava ao seu lado", diz ela.
A outra vítima

Crédito, The Tracy family
Mas outro choque ainda estava por vir: não era a primeira vez que seu padrasto havia matado.
A polícia informou a Moody que, 27 anos antes, ele havia sequestrado e assassinado uma garotaoque e betanocinco anos, chamada Sandra Bacon. O corpo dela foi embrulhadooque e betanoum sacooque e betanomilho e abandonado no porta-malasoque e betanoum carro.
Hadlow havia morado pertooque e betanocada umaoque e betanosuas vítimas e estavaoque e betanoliberdade condicional quando assassinou Stacey-Ann.
"O sistema deu uma oportunidade a ele quando não deveria", avalia Moody.
A mãeoque e betanoMoody, poroque e betanovez, "nunca hesitou"oque e betanoapoiar Hadlow, o que levou a um distanciamento entre as duas:
"Me senti traída por ela. Ela trouxe para casa um assassino que havia sequestrado uma garota da mesma idade que minhas irmãs gêmeas".

Crédito, The Bacon family
Moody, que hoje tem 48 anos, não vêoque e betanomãe desde os 21. Seu padrasto morreu na prisãooque e betano2007.
Culpa (e depois raiva)
Moody diz que após a prisãooque e betanoHadlowoque e betanovida "saiu dos trilhos" e "não estava levando uma vida muito boa".
Mas encontrou seu propósito ao concluir os estudos e se tornar jornalista.
"Durante toda a minha vida adulta, vivi com a culpa por ele ter matado Stacey-Ann", diz ela. "Não há um dia que eu não pense nela."
Nos últimos anos, a culpa se transformouoque e betanoraiva. E ela sabia que precisava fazer algo para canalizar esse sentimentooque e betanoseu tempo livre. Foi assim que nasceu o Mapaoque e betanoFeminicídios e Mortesoque e betanoCrianças na Austrália.
Com o uso do Google Maps, Moody está documentando todas as mortes violentasoque e betanomulheres e crianças na Austrália desde o século 19.

Crédito, Sherele Moody
A ideia é manter viva a memória dessas mulheres e crianças, para que não sejam mais apenas estatísticas sombrias.
"Me entristeceu que a morteoque e betanoStacey-Ann não fosse lembrada depois queoque e betanofamília e pessoas como eu se mudaram", diz ela.
"Todo país homenageia seus soldados, mas não quem morre vítima da violência. Eu queria documentar a verdadeira extensão, o impacto e naturezaoque e betanogênero da violênciaoque e betanonossas comunidades."
"O fato é que, seja homem, mulher ou criança, o mais provável é que seja um homem (o culpado)", completa.
"Podemos usar as histórias deles para gerar um movimentooque e betanomudança,oque e betanoparticular sobre a violência masculina - abordando as atitudesoque e betanorelação às mulheres que impulsionam (essa violência)".
Em média, uma mulher é assassinada por semana na Austrália por seu atual parceiro ou ex-parceiro,oque e betanoacordo com as estatísticas mais recentes do Instituto Australianooque e betanoCriminologia.
Cada coração no mapa interativo representa uma morte violenta, baseadaoque e betanouma pesquisa feita por Moody, a partiroque e betanoarquivosoque e betanojornais, relatóriosoque e betanomédicos legistas e julgamentos.
E revela históriasoque e betanonegligência, violência familiar, doméstica eoque e betanoestranhos. Detalhes do que aconteceu com o autor do crime estão incluídos. E, sempre que possível, é dada voz à família da vítima.
A primeira morte que Moody documentou no mapa foi o assassinatooque e betanoStacey-Ann Tracy, por seu padrasto. Desde então, registrou 1.880 mortes violentas - gastando cercaoque e betanouma horaoque e betanocada - sempre no seu tempo livre.
Um novo começo

Crédito, Sherele Moody
Quando adulta, Moody solicitouoque e betanoficha às autoridadesoque e betanoassistência social. Estava repletaoque e betanohistóriasoque e betanoabuso, negligência e violência.
Sua experiência pessoal promove uma conexão profunda com cada história:
"Levo cada uma dessas mulheres no meu coração."
O mapa do feminicídio faz parte da The Red Heart Campaign ("Campanha do Coração Vermelho",oque e betanotradução livre), que Moody lançouoque e betano2015, após documentar um número "avassalador"oque e betanohistóriasoque e betanoviolência doméstica.
A campanha era originalmente uma plataforma para contar histórias e, desde então, se transformouoque e betanoum registro da violência contra mulheres e crianças.
O mapa foi visualizado 500 mil vezesoque e betanomenosoque e betano12 meses.
Mas nem todo mundo reagiu bem à iniciativa. Moody recebe ameaçasoque e betanomorte e estupro regularmente.
E não se limitam ao mundo virtual. Em setembro, seu cavalo foi morto — quebraram o pescoço dele. Antes disso, seu cachorro havia sido envenenado.
A polícia está investigando os dois incidentes, que podem estar ligados a quatro ameaças que ela recebeuoque e betanohomens que vivem nas redondezas.
"Esses homens querem que o mapa seja tirado do ar - porque mostra até que ponto a violência éoque e betanogênero", diz.
Mas ela recebeu um retorno positivooque e betanojunho, quando foi indicada a um dos principais prêmiosoque e betanojornalismo da Austrália, The Walkleys, por seu trabalho inovador usando o Google Maps.
"É uma tarefa bastante ingrata,oque e betanomodo que o reconhecimento foi incrível", afirma.
oque e betano Alguns nomes nesta reportagem foram alterados para proteger a identidade dos personagens.

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