'Minha mãe nos salvou do mesmo destinosite de apostas grátis que de prêmios40 parentes: a câmarasite de apostas grátis que de prêmiosgás', diz sobrevivente do Holocausto radicado no Brasil:site de apostas grátis que de prêmios

site de apostas grátis que de prêmios O anosite de apostas grátis que de prêmios1943 chegava ao fim, e a Grécia estava sob ocupação nazista. Os alemães já haviam tidosite de apostas grátis que de prêmiosprimeira grande derrotasite de apostas grátis que de prêmiosStalingrado, mas a Segunda Guerra Mundial não dava sinaissite de apostas grátis que de prêmiosque terminaria tão cedo. Na capital Atenas,site de apostas grátis que de prêmioscasa com seu filho ainda bebê, Leônidas, Marina Kanelópoulos surpreende-se ao ouvir alguém batendo emsite de apostas grátis que de prêmiosjanela. Ela se enchesite de apostas grátis que de prêmioscoragem e abre. Era um oficial alemão.

"Was wollen Sie (o que o Sr. quer?)", Marina pergunta com frieza. O oficial lhe diz que está à procurasite de apostas grátis que de prêmiossua vizinha. Marina aponta para o andarsite de apostas grátis que de prêmioscima.

Ela fecha a janela e respira aliviada. Mais uma vez, depara-se com a possibilidade realsite de apostas grátis que de prêmiosmorrer.

Marina e Leônidas Kanelópoulos são, na verdade, Sara e Leon Menache, judeus que tiveram que usar identidades falsas para fugir da perseguição nazista. Na época, o patriarca da família, Isaac, estava presosite de apostas grátis que de prêmiosum camposite de apostas grátis que de prêmiostrabalhos forçados no aeroportosite de apostas grátis que de prêmiosAtenas — Tatoi a serviço dos alemães.

"Foram o destemor e a sagacidade da minha mãe que nos salvaramsite de apostas grátis que de prêmioster o mesmo destino que o restantesite de apostas grátis que de prêmiosnossa família: a morte na câmarasite de apostas grátis que de prêmiosgás", diz Leon Menache à BBC News Brasil.

Leon tem hoje 77 anos e vive desde os 11 no Brasil. Ele é sobrevivente do Holocausto, como ficou conhecido o assassinatosite de apostas grátis que de prêmiosmassasite de apostas grátis que de prêmiosmilhõessite de apostas grátis que de prêmiosjudeus, bem como homossexuais, ciganos, Testemunhassite de apostas grátis que de prêmiosJeová e outras minorias, durante a 2ª Guerra Mundial, a partirsite de apostas grátis que de prêmiosum programasite de apostas grátis que de prêmiosextermínio sistemático implementado pelo partido nazistasite de apostas grátis que de prêmiosAdolf Hitler.

Perseguição

A maior parte dos parentes diretos dos Menaches vivia na cidadesite de apostas grátis que de prêmiosTessalônica, no norte da Grécia, onde uma grande comunidadesite de apostas grátis que de prêmiosjudeus expulsos da Península Ibérica havia se estabelecido séculos antes. Comunicavam-se normalmentesite de apostas grátis que de prêmiosladino, dialeto semelhante ao castelhano e com palavras do hebraico que Leon fala até hoje.

Em 1938, seus pais, no entanto, decidiram mudar-se para Atenas e buscar trabalho na capital grega.

"Foi o que nos salvou. Se tivéssemos ficadosite de apostas grátis que de prêmiosTessalônica, muito provavelmente teríamos sido enviados aos campossite de apostas grátis que de prêmiosconcentração e assassinados", diz Leon.

Como muitos judeus vivendo na Europa do início do século 20, apesarsite de apostas grátis que de prêmioshistoricamente perseguidos e vivendosite de apostas grátis que de prêmioscomunidades, muitos já estavam completamente integrados às sociedades onde viviam — a Alemanha não era exceção. Exerciam cargos públicos, atuavam no comércio e até mesmo casavam-se com não judeus.

Nascidos na Grécia, os paissite de apostas grátis que de prêmiosLeon, ambos judeus, tinham tido uma educação mais "internacional": falavam o grego como língua materna assim como outros idiomas. Foi o que,site de apostas grátis que de prêmioscerta forma, também lhes garantiu sobreviver quando o país foi subjulgado pelos nazistas, conta Leon.

Em 28site de apostas grátis que de prêmiosoutubrosite de apostas grátis que de prêmios1940, após a rejeição a um ultimato do ditador fascista, Benito Mussolini, a Grécia foi invadida pela Itália. Pouco depois,site de apostas grátis que de prêmiosabrilsite de apostas grátis que de prêmios1941, os nazistas invadiram o paíssite de apostas grátis que de prêmiosapoio a seus aliados fascistas, dividindo o território com eles e com os búlgaros. As principais regiões da Grécia, incluindo Tessalônica, ficaram sob controle alemão.

Assim, para os judeussite de apostas grátis que de prêmiosTessalônica, onde se concentrava a maior parte da comunidade judaica, a situação se agravou. Os nazistas se apropriaramsite de apostas grátis que de prêmiosuma lista com os nomes deles, tomaram seus bens, alémsite de apostas grátis que de prêmiosobrigá-los a usar a estrela amarelasite de apostas grátis que de prêmiosDavid.

Os judeus foram mantidossite de apostas grátis que de prêmiosum gueto à margem da ferrovia. No iníciosite de apostas grátis que de prêmios1943, começaram a ser deportados para o camposite de apostas grátis que de prêmiosconcentraçãosite de apostas grátis que de prêmiosAuschwitz, na Polônia. Em dois meses, cercasite de apostas grátis que de prêmios50 mil judeus, entre eles membros paternos e maternos da famíliasite de apostas grátis que de prêmiosLeon, sucumbiram ao mesmo destino.

"Perdi maissite de apostas grátis que de prêmios40 parentes diretos durante o Holocausto. Do meu lado paterno, morreram minha avó, meus tios e minhas tias e suas famílias. A exceção foi minha tia Rachel, que como tinha um filho na resistência grega, foi convencida e ajudada a sairsite de apostas grátis que de prêmiosTessalônica. Ela e suas duas filhas sobreviveram. Minha tia teve que se passar por surda-murda, pois, como falava o grego com sotaque, se abrisse a boca, reconheceriam que ela era judia", acrescenta.

"Já do lado materno, foi um desastre total. Morreram meus dois avós, suas quatro filhas e suas respectivas famílias", acrescenta.

Dos quase 50 mil judeussite de apostas grátis que de prêmiosTessalônica, quase todos deportados para Auschwitz-Birkenau, sobreviveram menossite de apostas grátis que de prêmios2.000.

Em toda a Grécia, a população judaica foi praticamente dizimada. Dos 75 mil que lá viviam antes da guerra, cercasite de apostas grátis que de prêmios10 mil sobreviveram, a maior parte escondida ou aderindo à resistência.

Mas, diferentementesite de apostas grátis que de prêmiosTessalônica, a comunidade judaicasite de apostas grátis que de prêmiosAtenas era pequena e mais dispersa. Ali os judeus falavam o grego com mais fluência. Conseguiram, assim, viver escondidos, usando identidades falsas, ajudados pela administração e polícia locais.

Além disso, os gregos ortodoxos foram instados pelo arcebispo Damaskinos, que se opôs aos nazistas, para que dessem abrigo aos judeus, o que não aconteceusite de apostas grátis que de prêmiosTessalônica.

Também foram ajudados pelo chefesite de apostas grátis que de prêmiospolícia Angelos Evert, que ordenou a falsificaçãosite de apostas grátis que de prêmiosmilharessite de apostas grátis que de prêmiosdocumentossite de apostas grátis que de prêmiosidentidade.

Foi assim que Isaac, Sara e Leon Menache tornaram-se Nikos, Marina e Leônidas Kanelópoulos.

Pai preso

Em setembrosite de apostas grátis que de prêmios1943, com a rendição da Itália aos aliados, os nazistas avançaram emsite de apostas grátis que de prêmiosocupação da Grécia. A resistência grega começou a agir. Judeus da resistência sequestraram o rabinosite de apostas grátis que de prêmiosAtenas, para evitar que os alemães tivessem acesso à lista da população judaicasite de apostas grátis que de prêmiosAtenas.

Em meio à tensão cada vez maior, houve um atentado no clube dos oficiais nazistas, com mortos.

"Foram isolados quarteirões e dezenassite de apostas grátis que de prêmiosreféns e suspeitos, capturados. A regra era clara: para cada morto alemão, 20 reféns fuzilados. Meu pai acabou sendo feito refém, preso e enviado para a prisãosite de apostas grátis que de prêmioscondenados, na ilhasite de apostas grátis que de prêmiosEgina. Desapareceu."

Era o segundo semestresite de apostas grátis que de prêmios1942. A mãesite de apostas grátis que de prêmiosLeon, que já tinha uma filhasite de apostas grátis que de prêmiosdois anos, começou a percorrer todas as prisões alemãessite de apostas grátis que de prêmiosbusca do marido. Finalmente, descobriu seu paradeiro, mas os reféns já estavam sendo fuzilados.

"Felizmente, os prisioneiros acabaram sendo transferidos como mãosite de apostas grátis que de prêmiosobra escrava na manutenção do aeroporto militarsite de apostas grátis que de prêmiosAtenas, onde os alemães construíram barracões onde colocavam centenassite de apostas grátis que de prêmiosreféns que iriam trabalhar na manutenção ao aeroporto. À noite, o aeroporto era bombardeado pelos aliados. Isso durou até setembrosite de apostas grátis que de prêmios1944".

Do ladosite de apostas grátis que de prêmiosfora, o drama era outro: a irmã mais velhasite de apostas grátis que de prêmiosLeon faleceu, por faltasite de apostas grátis que de prêmiosrecursos médicos.

"Minha mãe subornou o guarda lá do campo com um cupom que permitiu a meu pai assistir ao enterro da filha Beatriz (Bea). Tive mais uma irmã, que nasceu depois da guerrasite de apostas grátis que de prêmios1946, e que recebeu o nomesite de apostas grátis que de prêmiosBela, igual à irmã caçula da minha mãe, que morreusite de apostas grátis que de prêmiosAuschwitz."

Em junhosite de apostas grátis que de prêmios1943, Leon nasceu. Sozinha com um filho recém-nascido, Sara teve que se virar como pôde, vendendo miudezas pelas ruas e arriscandosite de apostas grátis que de prêmiosvida ao transitar ao lado dos algozes alemães.

"Assim, minha mãe me criou durante esse tempo, me escondeu e assim sobrevivemos, os dois", diz.

"De tempossite de apostas grátis que de prêmiostempos, ela ia até o campo levar comida para meu pai conseguir sobreviver. Ela recebia também uma cestasite de apostas grátis que de prêmiosvíveres da Cruz Vermelha e, segundo ela, assim sobreviveu com café e chocolate. E por uns tempos viveu vendendo chocolate, vendendo café para ter algum dinheiro".

Numa dessas visitas, Isaac apresentou a Sara umsite de apostas grátis que de prêmiosseus companheiros do Partido Comunista, ao qual era ligado, que também estava no campo. Seu nome era Konstantinos Athanassiadis.

"Ele se prontificou a nos ajudar e falou com a mulher dele, Katina, para nos esconder. E isso não era uma coisa muito simples, porque, se pegassem um cristão ou algum cidadão grego escondendo judeus, eles teriam o mesmo fim que os judeus", diz Leon, que até hoje mantém contato com a família Athanassiadis.

"Ela moravasite de apostas grátis que de prêmiosPireu, o grande portosite de apostas grátis que de prêmiosAtenas. E ali nós ficamos escondidos com uma outra família durante uns cinco, seis meses", acrescenta.

Mas a família, assim como tantas outras, decidiu ir embora e Sara e Leon foram,site de apostas grátis que de prêmiosnovo, abandonados à própria sorte.

"Fomos obrigados a sairsite de apostas grátis que de prêmiosPireu, sobrevivendo a um terrível bombardeio inglês do porto que matou centenassite de apostas grátis que de prêmiosgregos", diz.

Finalmente, Sara alugou um quarto onde já morava, no andarsite de apostas grátis que de prêmioscima, uma senhora — ali aconteceu a história contada por Leon que abre esta reportagem.

"Assim fomos sobrevivendo, com dificuldades. Eu fiquei doente, e ela tinha medosite de apostas grátis que de prêmioschamar o médico que podia perceber, ao tirar a minha roupa, que eu era circuncidado e nos delatar", diz.

"Mas, assim mesmo, ela chamou o médico. As condições nessa casa realmente eram terríveis: vivíamos no quarto deitados no chão", acrescenta.

Leon conta que outra situação difícil era pegar a comida com os cuponssite de apostas grátis que de prêmiosracionamento. Sua mãe tinha medo, pois poderiam reconhecê-la.

"Ela mandava uma vizinha com os cupons e, até essa moça voltar, era um terror".

Naquela época, os assassinatossite de apostas grátis que de prêmiosmassasite de apostas grátis que de prêmiosjudeus já haviam começado e os alemães passaram a tentar atrai-los distribuindo algum tiposite de apostas grátis que de prêmiosalimentosite de apostas grátis que de prêmiossinagogas, conta Leon.

"Minha mãe ficou sabendo que os judeus podiam ir à sinagoga para receber comida. Mas logo percebeu se tratarsite de apostas grátis que de prêmiosuma armadilha e avisou às amigas".

Leon estima que até mil judeus vivendosite de apostas grátis que de prêmiosAtenas foram capturados dessa forma, nas vésperas do Pessach (Páscoa judaica)site de apostas grátis que de prêmios1944.

"Minha mãe contava que cobriu o rosto dela com um xale, me apertou no colo, pois estava comigo, e saiu correndo, correndo. Assim levou a vida dela até o final da guerra enquanto o meu pai estava preso no campo", diz.

Em "setembro ou outubro daquele ano", Isaac acabou libertado, quando os alemães se retiraram da Grécia.

"Meu pai dizia que saiu do campo muito desconfiado, não quis olhar para trás, achando que na saída seria metralhado, fuzilado. Mas não aconteceu nada disso. Andou até poder desaparecer e se apresentarsite de apostas grátis que de prêmioscasa", conta.

Ele chegousite de apostas grátis que de prêmioscasa pesandosite de apostas grátis que de prêmiostornosite de apostas grátis que de prêmios40 quilos e com tuberculose.

Pouco depois, mais uma adversidade: começou uma uma guerra civil entre comunistas e nacionalistas, e Isaac foi requisitado pelo Exército. Mas constataram que ele ainda estava muito doente.

Fim da guerra

Com o fim da guerra, os Menaches começaram a buscar notícias da família. E descobriram que, com exceçãosite de apostas grátis que de prêmiosRachel (irmãsite de apostas grátis que de prêmiosIsaac), ninguém se salvou, conta Leon.

"Em marçosite de apostas grátis que de prêmios1945, minha mãe recebeu uma carta do patrãosite de apostas grátis que de prêmiossua irmã caçula, Bela. Ela trabalhava numa alfaiatariasite de apostas grátis que de prêmiosTessalônica e foi levada pelos alemães. Esse alfaiate chamava-se Pericles Sarayotes", diz Leon.

Nessa carta, conta, Sarayotes dizia que ficou "muito satisfeito"site de apostas grátis que de prêmiossaber que os Menaches estavam vivos, mas não tinha boas notícias sobre Bela.

"Infelizmente, aqui as notícias não são boas. No dia 5site de apostas grátis que de prêmiosabrilsite de apostas grátis que de prêmios1944 eu fiquei sabendo que os alemães iam recolher os judeus. No dia seguinte eu levantei cedo para ver. Esite de apostas grátis que de prêmiosfato, lá pelas tantas, começaram a passar pessoas na frente da minha casa. Todos eles com suas malas, com suas mochilas, passaram marchando na frente da minha casa e eu vi asite de apostas grátis que de prêmiosfamília", escreveu Pericles.

"Eu vi passar na minha frente asite de apostas grátis que de prêmiosmãe,site de apostas grátis que de prêmiosirmã... Seu pai estavasite de apostas grátis que de prêmiosum outro bairro. A Bela - que ficou comigo durante tanto tempo, coitada - se agarrou nas grades da minha porta e chorava desconsolada, mas eu não podia fazer anda. Porque conosco também os alemães nos tratavam como bestas. Esite de apostas grátis que de prêmiosfato passaram e nunca mais tivemos notícias. Eles estavam indo para aquele gueto no bairro Hirsch, na ferrovia, esite de apostas grátis que de prêmioslá seriam deportados. Quer dizer, eu não sei se ela foi nesse mesmo dia ou nos dias seguintes, mas pelo menos no dia cinco passou na frente da casa. Depois, eu passei pela casa deles e, realmente, estava tudo desarrumado, cheiosite de apostas grátis que de prêmiosretratos espalhados pelo chão. Recolhi e estou te mandando", acrescentou o alfaiate.

Junto com a carta, veio uma caixasite de apostas grátis que de prêmiosretratos que Leon guarda até hoje.

Seu pai, Isaac, voltou à Tessalônica para tentar recuperar alguns pertences. Ele foi à casa dos pais, mas não achou nada e descobriu que uma família estava morando ali, que não quis devolver nada nem o receber, conta Leon.

"Ele ficou muito incomodado. Mas trouxe um relógiosite de apostas grátis que de prêmiosparede que era do irmão dele e falou: "Vocês podem ficar com tudo, mas isso aqui eu vou levar". E foi a única coisa que ele levou. E eu tenho esse relógio até hoje".

O anelsite de apostas grátis que de prêmiosBela

Leon conta que, depoissite de apostas grátis que de prêmiosmuito tempo, resolveu procurar nas redes sociais por Pericles Sarayotes, a partir da suposiçãosite de apostas grátis que de prêmiosque, normalmente, os pais colocam os nomes dos avóssite de apostas grátis que de prêmiosseus filhos.

"E não é que me respondeu um Pericles Sarayotes? Perguntei por um pai ou um avô que tinha uma alfaiatariasite de apostas grátis que de prêmiosTessalônica na décadasite de apostas grátis que de prêmios1930. E ele falou: 'Olha, o meu avô se chamava Pericles Sarayotes e ele tinha uma alfaiataria na rua 25site de apostas grátis que de prêmiosMarço'. Soube, então, que ele era economista e trabalhava no Banco Mundialsite de apostas grátis que de prêmiosViena (Áustria)".

"Nessa data, estavasite de apostas grátis que de prêmiosférias na casa do avô: na verdade ele era neto do Pericles, cujo filho chamava Dimitris. E então ele me contou que tinha 'entre 4 a 5 anossite de apostas grátis que de prêmiosidade. Me lembro quando asite de apostas grátis que de prêmiosfamília e asite de apostas grátis que de prêmiostia Bela passaram pela nossa casa. Lembro que eu perguntei para o meu pai o que era aquilo. Ele me explicou na época sobre os alemães, nazistas, mas eu não entendi bem o que era. Me lembro até hoje que eu vi asite de apostas grátis que de prêmiostia chegar até nós — eu vi todas as suas irmãs — e deu, na ocasião, para o meu pai um anel e ela disse 'se eu voltar, você me devolve, senão ficasite de apostas grátis que de prêmioslembrança".

"Ele me disse então quesite de apostas grátis que de prêmiosfamília havia guardado o anel por décadas e ele nos pertencia. E me mandou pelo correio", emociona-se Leon.

Um novo destino

Com o fim da guerra, a Grécia, assim como o restante da Europa, estava completamente arrasada e na miséria. Para piorar, uma guerra civil entre comunistas e nacionalistas eclodiu, que durousite de apostas grátis que de prêmios1946 e 1949.

Foi um período difícil, conta ele. Nas vésperas do nascimentosite de apostas grátis que de prêmiossua irmã, Bela,site de apostas grátis que de prêmios1946, Leon foi enviado a um orfanatosite de apostas grátis que de prêmioscrianças judias. A maioria havia perdido todos os familiares e seriam encaminhadas ao futuro Estadosite de apostas grátis que de prêmiosIsrael, fundadosite de apostas grátis que de prêmiosmaiosite de apostas grátis que de prêmios1948. Ali, ele permaneceu durante "três ou quatro anos, pois meus pais não tinham condiçõessite de apostas grátis que de prêmiosme manter".

"Lembro-me do ovo mole que minha mãe insistia com as cozinheiras para me dar diariamente. Ou dos sapatos apertados que tínhamos que usar pois eram todos doados. Meus pais iam me ver toda semana e me levavam algum agrado", diz.

Mas a vida para os Menaches não estava fácil. Às voltas com a dura realidade do pós-guerra, a ideiasite de apostas grátis que de prêmiosdeixar a Grécia começou a ganhar força.

Foi quando um dia, sentadossite de apostas grátis que de prêmiosum bar, Isaac e Sara ouviram um idioma parecido ao ladino, o dialeto que falavamsite de apostas grátis que de prêmioscasa. Era o português falado por marinheiros brasileiros do navio-escola da Marinha brasileira.

"Meus pais começaram a conversar com eles e o Brasil acabou se tornando uma opção para a gente", diz.

Em 1954, os Menaches decidiram, então, deixar a Grécia rumo ao "desconhecido" Brasil, com a ajuda da Joint, uma entidadesite de apostas grátis que de prêmiosapoio a judeus.

Leon lembra-se do diasite de apostas grátis que de prêmiosque o Bretagne, o transatlântico francês, chegou ao porto do Riosite de apostas grátis que de prêmiosJaneiro.

"Era 21h do dia 29site de apostas grátis que de prêmiossetembrosite de apostas grátis que de prêmios1954. Na proa do navio, fiquei maravilhado com o Cristo Redentor. Meus pais estavam loucos atrássite de apostas grátis que de prêmiosmim. Eles tinham costurado US$ 100 ou US$ 200 na minha blusa, o que nos permitiria começar uma nova vida aqui", ri.

No Riosite de apostas grátis que de prêmiosJaneiro, os Menaches encontraram dois primos sobreviventes. Após uma breve estada na cidade, decidiram, no fimsite de apostas grátis que de prêmios1954, partir rumo a Belo Horizonte, onde havia uma pequena comunidade judaica.

"Na verdade, a opção foi Belo Horizonte foi por causa do clima, mais parecido com osite de apostas grátis que de prêmiosAtenas. Tanto que o cônsul brasileiro tinha nos dito que muitos judeus escolheram a cidade por isso", conta.

Em Belo Horizonte, Isaac começou a produzir camisas. Antessite de apostas grátis que de prêmiossair da Grécia, ele havia feito cursos na ORT, uma instituição judaica, onde aprendeu a pintar paredes e também corte e costura. Depoissite de apostas grátis que de prêmiosganhar algum dinheiro, abriu uma loja.

Já Sara se tornou "sacoleira", diz Leon, depoissite de apostas grátis que de prêmiosouvir uma dicasite de apostas grátis que de prêmiosuma amigasite de apostas grátis que de prêmiosque "costurar camisas era uma perdasite de apostas grátis que de prêmiostempo. O negócio era vendersite de apostas grátis que de prêmioscasasite de apostas grátis que de prêmioscasa".

"Minha mãe acabou contribuindo decisivamente para alcançar uma estabilidade econômica familiar".

Leon estudou Economia esite de apostas grátis que de prêmiosirmã, Bela, Direito. Trabalhou como economista e como professor universitário, concretizando a vontadesite de apostas grátis que de prêmiosseu pai. "Ele queria que eu fosse professor. Era o grande orgulho dele".

Ele é casado com Miriam, com quem tem três filhos e cinco netos.

"Fomos muito bem recebidos no Brasil e amamos esse país. Passei praticamente toda a minha vida aqui", diz.

Hoje aposentado, depoissite de apostas grátis que de prêmios41 anos trabalhando como professor, Leon dedica-se a manter viva a memória do Holocausto, contandosite de apostas grátis que de prêmioshistóriasite de apostas grátis que de prêmiosescolas, por exemplo, assim como outros sobreviventes que escolheram o Brasil para viver após a 2ª Guerra Mundial.

"Essa memória precisa continuar a ser transmitida oralmente, assim como minha mãe fez comigo. Há muito negacionismo e desinformação hojesite de apostas grátis que de prêmiosdia. Não podemos deixar que isso volte a acontecer", diz ele.

Cerimônia virtualsite de apostas grátis que de prêmiosmemória das vítimas

Leon será um dos seis sobreviventes do Holocaustosite de apostas grátis que de prêmiosdiferentes comunidades judaicas do Brasil convidados para acender uma velasite de apostas grátis que de prêmioshomenagem aos 6 milhõessite de apostas grátis que de prêmiosjudeus assassinadossite de apostas grátis que de prêmioscerimônia virtual às 19h (horáriosite de apostas grátis que de prêmiosBrasília) desta quarta-feira (27/1), organizada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib) com o apoio institucional da Embaixadasite de apostas grátis que de prêmiosIsrael no Brasil e do Consulado Geralsite de apostas grátis que de prêmiosIsraelsite de apostas grátis que de prêmiosSão Paulo.

Nesta data, é comemorado o Dia Internacionalsite de apostas grátis que de prêmiosMemória das Vítimas do Holocausto, por ocasião da libertação do camposite de apostas grátis que de prêmiosconcentraçãosite de apostas grátis que de prêmiosAuschwitz pelo Exército vermelho.

"Este é um momento não só para lembrarmos o sofrimento do povo judeu, mas um convite a refletirmos sobre o compromisso com o ideário democrático, com a tolerância e com o respeito às diferenças", diz à BBC News Brasil Cláudio Lottenberg, presidente da Conib.

O evento será transmitido pela Conib no Facebook (https://www.facebook.com/Conib1948/) e no YouTube (https://www.youtube.com/user/conib48).

*As fotos que ilustram esta reportagem fazem parte do projeto Vozes do Holocausto, do Núcleosite de apostas grátis que de prêmiosEstudo Arqshoah, LEER- USP, coordenado pela Profa. Dra. Maria Luiza Tucci Carneiro.

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