Condenaçãomobiele blackjackLula pode significar que 'poderosos não ficarão impunes', diz Transparência Internacional:mobiele blackjack

  • Luis Barrucho - @luisbarrucho
  • Da BBC Brasilmobiele blackjackLondres
Bandeira do Brasilmobiele blackjacksolo rachado

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Em 2016, Brasil ficoumobiele blackjack79º lugar entre 176 paísesmobiele blackjackranking da entidade sobre percepçãomobiele blackjackcorrupção

mobiele blackjack A condenação do ex-presidente Lula a maismobiele blackjacknove anosmobiele blackjackprisão por lavagemmobiele blackjackdinheiro e corrupção pode significar uma mudança na maneira como o Brasil lida com a "impunidademobiele blackjackrelação aos poderosos". Mas disso dependerá o resultado das investigações contra lideranças "de todos os campos do espectro político" envolvidas na operação Lava Jato.

Essa é a opinião da Transparência Internacional, organização sem fins lucrativos sediada na Alemanha cujo principal objetivo é o combate à corrupção.

"Não há dúvidamobiele blackjackque a condenação do ex-presidente Lula é um passo importante, mas se ela vier acompanhada por outras condenaçõesmobiele blackjackliderançasmobiele blackjacktodos os campos do espectro político, teremos uma evidência mais do que claramobiele blackjackque não existe qualquer coloração ideológica ou partidária por trás desse processo", diz Bruno Brandão, representante brasileiro da entidade, à BBC Brasil.

"Em outras palavras,mobiele blackjackque se tratamobiele blackjackum movimento contra a corrupçãomobiele blackjacksi emobiele blackjackque nem os poderosos sairiam impunes", acrescenta.

Ele cita especificamente os casos do presidente Michel Temer e do senador Aécio Neves, que também enfrentam acusaçõesmobiele blackjackcorrupção. O futuro dos dois ainda dependemobiele blackjackdecisões do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Lula

Crédito, Reuters

Legenda da foto,

Lula foi condenado a maismobiele blackjacknove anosmobiele blackjackprisão por corrupção e lavagemmobiele blackjackdinheiro

'Encruzilhada'

Brandão diz acreditar, contudo, que o Brasil estámobiele blackjackuma "encruzilhada".

"O Brasil está numa encruzilhada e terámobiele blackjackdecidir qual caminho vai seguir daqui para frente. De um lado, temos um país que quer varrer a corrupção e tem feito movimentos vigorosos para combatê-la, com resultados até agora historicamente impressionantes. De outro, um país que permanece controlado por forças que querem se manter no poder a todo custo sem o temormobiele blackjackque sejam punidas", explica.

Falando sobre o que chamoumobiele blackjack"riscomobiele blackjackretrocesso", ele cita o caso da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)mobiele blackjackrejeitar a cassação da chapa Dilma-Temer, o que definiu como "aberração".

"A reação popular não foi tão contundente. Já vimos investigações como essas acabarem se desidratando", assinala.

Neste sentido, Brandão afirma ser "fundamental" que a sociedade continue apoiando o andamento das investigações.

"Sem apoio popular maciço, o combate à corrupção não tem como prosperar", avalia.

Papelmobiele blackjack2018

Pule Podcast e continue lendo
BBC Lê

Podcast traz áudios com reportagens selecionadas.

Episódios

Fim do Podcast

Para o representante brasileiro da Transparência Internacional, as eleições do ano que vem vão ser "um grande divisormobiele blackjackáguas".

"Já existe um movimentomobiele blackjackrenovação política, mas ninguém sabe dizer se isso vai ser melhor ou pior para o país", opina.

"Forças autoritárias podem se aproveitar da insatisfação generalizada para se elegerem. O combate à corrupção não pode acontecer ao custo do desrespeito aos direitos humanos e ao Estado democráticomobiele blackjackDireito", acrescenta.

Em comunicado enviado à imprensa, o peruano José Ugaz, presidente da entidade, afirmou que a condenaçãomobiele blackjackLula mostra que o "Estadomobiele blackjackDireito funciona no Brasil".

No entanto, ele também cobrou "imparcialidade"mobiele blackjackrelação a decisões envolvendo outras lideranças políticas brasileiras acusadasmobiele blackjackcorrupção.

"O Congresso brasileiro e a Suprema Corte também vão termobiele blackjackdecidir nesses dois casos (Aécio Neves e Michel Temer). Eles devem agir com imparcialidade e garantir que não haja impunidade", disse.

Antesmobiele blackjackser presidente da Transparência Internacional, Ugaz foi o procurador responsável pelo caso que culminaria na prisão do ex-presidente do Peru Alberto Fujimori.

Segundo ele, o escândalo da Lava Jato "implicou políticosmobiele blackjacktodos os partidos e os empresários mais poderosos do Brasil. Não surpreende que os investigadores e os juízes da Lava Jato estão agora enfrentando ataquesmobiele blackjacktodos os lados".

"Isso prova que a corrupção não distingue ideologia ou partidos políticos. A Transparência Internacional defende que haja garantiasmobiele blackjackque as investigações possam continuar e que todos os processos judiciais permaneçam independentes e livres da interferênciamobiele blackjackqualquer partido político", afirmou Ugaz.

Michel Temer

Crédito, Getty Images

Legenda da foto,

Transparência Internacional cobrou 'imparcialidade'mobiele blackjackinvestigação contra lideranças 'de todos os campos do espectro político'

Percepçãomobiele blackjackcorrupção

No ano passado, o Brasil ficoumobiele blackjack79º lugar entre 176 paísesmobiele blackjackum ranking da entidade sobre a percepçãomobiele blackjackcorrupção. É a mesma posiçãomobiele blackjackChina, Belarus e Índia.

O estudo levamobiele blackjackconsideração a percepçãomobiele blackjackcorrupção entre servidores públicos e políticos. Quanto melhor um país está situado no ranking, menor é a percepção da corrupção por seus cidadãos.

Dinamarca e Nova Zelândia lideram a lista. A Somália ficoumobiele blackjackúltimo lugar.

Segundo a Transparência, o Brasil caiu "significativamente" nos últimos anos devido aos escândalosmobiele blackjackcorrupção envolvendo políticos e empresários, revelados pelas investigações da operação Lava Jato.

"Apesar disso, o país mostrou neste ano (2016) que, através do trabalho independentemobiele blackjackorganismos responsáveis pela aplicação da lei, é possível responsabilizar publicamente aqueles antes considerados intocáveis", assinalou a entidade na ocasião.