De admissãobwin f1erro a propostabwin f1plebiscito, a cartabwin f1Dilmabwin f1seis pontos:bwin f1

Dilma Rousseff

Crédito, Ag Brasil

Legenda da foto, Presidente afastada enviou mensagem para senadores e povo brasileiro, mas efeito sobre seu julgamento possivelmente será inócuo

1. 'Errei'

Logo no início da carta, a presidente afastada reconhece que seu governo errou. O gesto chama atenção porque Dilma raramente admite falhas, embora seus críticos, e mesmo aliados, frequentemente a culpem pelo esfacelamento da articulação política embwin f1gestão.

"Na jornada para me defender do impeachment me aproximei mais do povo, tive oportunidadebwin f1ouvir seu reconhecimento,bwin f1receber seu carinho. Ouvi também críticas duras ao meu governo, a erros que foram cometidos e a medidas e políticas que não foram adotadas", destacou.

"Acolho essas críticas com humildade e determinação para que possamos construir um novo caminho".

Muitas vezes acusadabwin f1não saber ouvir, Dilma defendeu "diálogo" com o Congresso, a sociedade, os movimentos sociais, empresários e trabalhadores.

2. 'Golpe'

Embora reconheça que tenha cometido erros, Dilma volta a afirmar que não cometeu crimes. Argumenta também que no regime presidencialista o governante eleito não pode ser destituído pelo "conjunto da obra".

"Quem afasta o presidente pelo 'conjunto da obra' é o povo e, só o povo, nas eleições. Por isso, afirmamos que, se consumado o impeachment sem crimebwin f1responsabilidade, teríamos um golpebwin f1Estado", declarou.

Dilma Rousseff

Crédito, Ag Brasil

Legenda da foto, Abraçando a bandeirabwin f1movimentos sociais e gruposbwin f1esquerda, que se opõem a reformas propostas pelo governo Temer, Dilma exaltou os direitos garantidos na Constituição

Dilma está sendo acusadabwin f1ter adotado operações ilegais na gestão das contas públicas, para manter gastosbwin f1alta, mesmo com a quedabwin f1arrecadação. Ela nega qualquer irregularidade e diz que seus antecessores adotaram as mesmas medidas.

"Os atos que pratiquei foram atos legais, atos necessários, atosbwin f1governo. Atos idênticos foram executados pelos presidentes que me antecederam. Não era crime na época deles, e também não é crime agora", afirmou.

3. 'Honesta'

A presidente afastada declarou ainda que é honesta e que nunca roubou. Ela não fez menção ao escândalobwin f1corrupção da Petrobras, durante seu governo, nem às acusações contra o PT.

Na carta, também voltou a atacar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aceitou a aberturabwin f1impeachment quando era presidente da Câmara e agora luta para não ser cassado.

"Jamais se encontrará na minha vida registrobwin f1desonestidade, covardia ou traição. Ao contrário dos que deram início a este processo injusto e ilegal, não tenho contas secretas no exterior, nunca desviei um único centavo do patrimônio público para meu enriquecimento pessoal oubwin f1terceiros e não recebi propinabwin f1ninguém", disse.

4. 'Plebiscito'

Conforme havia adiantadobwin f1entrevista à BBC Brasil, Dilma defendeu embwin f1carta a realizaçãobwin f1um plebiscito para consultar a população sobre a antecipação das eleições.

A consulta também abordaria a necessidadebwin f1uma reforma política, propôs ela.

"A restauração plena da democracia requer que a população decida qual é o melhor caminho para ampliar a governabilidade e aperfeiçoar o sistema político eleitoral brasileiro", afirmou.

Eduardo Cunha

Crédito, Ag Camara

Legenda da foto, Na carta, também voltou a atacar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aceitou a aberturabwin f1impeachment quando era presidente da Câmara e agora luta para não ser cassado

Pouco antes, o presidente do Senado, Renan Calheiros, antigo aliadobwin f1Dilma, havia criticado a proposta.

"Na democracia, a melhor saída é sempre a saída constitucional. Plebiscitos, novas eleições não estão previstos na Constituição. Isso não é bom", disse ele, ao ser questionado por jornalistas.

5. 'Nenhum direito a menos'

Abraçando a bandeirabwin f1movimentos sociais e gruposbwin f1esquerda, que se opõem a reformas propostas pelo governo do presidente interino Michel Temer, Dilma exaltou a Constituição brasileira.

Temer defende a adoçãobwin f1uma reforma trabalhista, que mexeria nos direitos dos trabalhadores, e quer que o Congresso crie um teto para os gastos do governo, o que pode afetar áreas como saúde e educação.

"Reafirmo meu compromisso com o respeito integral à Constituição Cidadãbwin f11988, com destaque aos direitos e garantias individuais e coletivos que nela estão estabelecidos. Nosso lema persistirá sendo 'nenhum direito a menos'", diz a cartabwin f1Dilma.

6. 'Esperança'

A presidente concluiu a mensagem relembrando seu passadobwin f1luta contra a Ditadura Militar (1964-1985), períodobwin f1que chegou a ser presa e torturada. E disse ter esperançabwin f1ser absolvida pelo Senado.

"Não existe injustiça mais devastadora do que condenar um inocente", afirmou.

"A vida me ensinou o sentido mais profundo da esperança. Resisti ao cárcere e à tortura. Gostariabwin f1não ter que resistir à fraude e à mais infame injustiça. Minha esperança existe porque é também a esperança democrática do povo brasileiro, que me elegeu duas vezes presidenta", continuou.

"Quem deve decidir o futuro do país é o nosso povo. A democracia deve vencer", concluiu.