Por que algumas pessoas são gênios esquecidos:midassorte quina

Dorothy Crowfoot Hodgkin

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A vencedora do Prêmio Nobel Crowfoot Hodgkin (1910-1994) usou seu interessemidassorte quinamosaicos bizantinosmidassorte quinapesquisas na área bioquímica

Na adolescência, Ritty demonstrou talento para a matemática e começou a estudar sozinho com livros elementares. E, no final do ensino médio, ele conseguiu o primeiro lugar no concurso anualmidassorte quinamatemática do Estado.

Ritty é parte da história da Ciência. Ele tornou-se o físico Richard Feynman (1918-1988), vencedor do Prêmio Nobelmidassorte quina1965. Sua teoria da eletrodinâmica quântica revolucionou o estudo das partículas subatômicas.

Outros cientistas consideravam o funcionamento da mentemidassorte quinaFeynman algo impenetrável. Para os colegas, ele parecia ter um talento quase sobrenatural, que levou o matemático polonês-americano Mark Kac a declarar, emmidassorte quinaautobiografia, que Feynman não era apenas um gênio comum, mas "um mágico do mais alto calibre".

A psicologia moderna pode nos ajudar a decodificar essa magia e compreender,midassorte quinaforma mais geral, o que torna uma pessoa um gênio?

A simples definição do termo já é uma dormidassorte quinacabeça. Não existem critérios claros e objetivos. Mas a maior parte das definições identifica que o gênio tem realizações excepcionaismidassorte quinapelo menos um domínio, com originalidade e talento que são reconhecidos por outros especialistas na mesma disciplina e podem impulsionar muitos outros avanços.

Identificar a origem da genialidade e as melhores formasmidassorte quinacultivá-la é uma tarefa ainda mais difícil. Ela seria produtomidassorte quinauma alta inteligência geral? Curiosidade sem limites? Coragem e determinação? Ou é a combinação fortuitamidassorte quinafelizes circunstâncias que são impossíveismidassorte quinase recriar artificialmente?

Pesquisar a vidamidassorte quinaindivíduos excepcionais, incluindo ganhadores do Prêmio Nobel, como Richard Feynman, pode oferecer algumas indicações.

William Shockley

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, William Shockley foi um inventor americano que ganhou o Nobelmidassorte quinaFísica.

Os Cupins

Vamos começar com os Estudos Genéticos da Genialidade, um projeto extremamente ambicioso liderado pelo psicólogo Lewis Terman, da Faculdademidassorte quinaEducaçãomidassorte quinaStanford, nos Estados Unidos, no início do século 20.

Terman foi um dos pioneiros do testemidassorte quinaQI, ao traduzir e adaptar uma avaliação francesa da aptidão acadêmica das crianças, desenvolvida no final do século 19.

As questões examinavam uma sériemidassorte quinacapacidades diferentes, como vocabulário, matemática e raciocínio lógico. Juntas, considerava-se que elas representassem a capacidademidassorte quinaaprendizado e pensamento abstratomidassorte quinauma pessoa.

Terman criou tabelas das avaliações médias para cada idade. Ele podia então comparar os resultadosmidassorte quinaqualquer criança com essa tabela e, assim, identificarmidassorte quinaidade mental. A avaliaçãomidassorte quinaQI era calculada dividindo-se a idade mental pela idade cronológica, multiplicando essa relação por 100.

Uma criança com 10 anosmidassorte quinaidade que tivesse a mesma avaliação média das criançasmidassorte quina15 anos, por exemplo, teria QI 150. Uma criançamidassorte quina10 anos que raciocinasse como outramidassorte quinanove teria QI 90.

Os gráficosmidassorte quinaavaliaçõesmidassorte quinaQI pareciam formar uma "distribuição normal", na formamidassorte quinasino centralizado na avaliação médiamidassorte quina100 pontos. Isso significava que a quantidademidassorte quinapessoas acima e abaixo da média era a mesma e os QIs nas extremidades eram incrivelmente raros.

"Não há nada sobre um indivíduo que seja tão importante quanto o QI", declarou Termanmidassorte quinaum artigo sobre o assunto, prevendo que a avaliaçãomidassorte quinauma criança seria o prenúnciomidassorte quinasuas realizações no transcurso da vida.

No início dos anos 1920, Terman começou a examinar crianças da Califórnia, nos Estados Unidos,midassorte quinabuscamidassorte quinaestudantes com QImidassorte quinapelo menos 140, que ele considerava o limite dos gênios. Maismidassorte quinamil crianças atingiram esse nível. Terman e seus colegas as estudariam pelas sete décadas seguintes.

Muitos desses "Cupins", como foram afetuosamente chamados, tiveram carreirasmidassorte quinasucesso. A romancista e correspondentemidassorte quinaguerra Shelley Smith Mydans foi uma delas. Outro foi Jess Oppenheimer, produtor e roteirista que ficou famoso pelo seu trabalho com a comediante americana Lucille Ball. Ela o chamavamidassorte quina"o cérebro" por trás damidassorte quinaconsagrada sériemidassorte quinaTV I Love Lucy.

Quando Terman morreu, no final dos anos 1950, maismidassorte quina30 participantes do estudo haviam sido incluídos no livro Who's Who in America ("Quem é quem na América",midassorte quinatradução livre), que relaciona pessoas influentes nos Estados Unidos, e quase 80 haviam sido reconhecidosmidassorte quinaum livromidassorte quinareferência que destaca os mais importantes cientistas norte-americanos, chamado American Men of Science ("Homensmidassorte quinaciência americanos",midassorte quinatradução livre - e mulheres podiam ser incluídas no livro, embora o título omitisse esse fato até os anos 1970).

Mas, quando se observa cuidadosamente os dados, as estatísticas não sugerem que pessoas com alto QI são mesmo destinadas a realizar grandes feitos.

É importante controlar fatores que podem causar confusão, como as circunstâncias socioeconômicas das famílias dos Cupins. Crianças com pais que receberam educação e têm mais recursosmidassorte quinacasa tendem a ter melhores avaliações nos testesmidassorte quinaQI e, pormidassorte quinavez, esse privilégio facilita que elas tenham sucesso na vida.

Considerando todos esses fatores, os Cupins não tiveram resultados muito mais relevantes do que outras crianças com antecedentes similares.

Outros estudos observaram as diferençasmidassorte quinaQI no grupomidassorte quinaTerman para verificar se os estudantes com avaliação mais alta eram proporcionalmente mais propensos a ter sucesso do que aqueles que passaram "raspando". Não eram.

Quando o psicólogo americano David Henry Feldman examinou as medidasmidassorte quinadistinção profissional, como um advogado que se tornou um juiz ou um arquiteto que ganhou um prêmiomidassorte quinaprestígio, as pessoas com QImidassorte quinamaismidassorte quina180 foram apenas um pouco mais bem sucedidas que aquelas com 30 ou 40 pontos a menos.

"QI alto não parece indicar 'gênio' no sentido geralmente compreendido da palavra", concluiu ele.

E é revelador observar que o estudo inicialmidassorte quinaTerman rejeitou dois meninos da Califórnia — William Shockley e Luis Walter Alvarez — que ganharam o Prêmio Nobelmidassorte quinaFísica, enquanto nenhuma das crianças que conseguiram a avaliação mínima recebeu essa premiação.

Criadomidassorte quinaNova York, Richard Feynman nunca teria tido a oportunidademidassorte quinaparticipar dos Estudos Genéticos da Genialidade, que aconteceram na Califórnia. Mas, mesmo se ele tivesse vivido pertomidassorte quinaStanford, onde morava Terman, seu suposto QI 125 teria feito com que ele também não se qualificasse.

Maya Angelou

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Maya Angelou foi poeta, jornalista, atriz, cineasta, bailarina e ativista dos direitos civis

Mente multifacetada

As históriasmidassorte quinavida dos Cupins não devem prejudicar a utilidade do QI como ferramenta científica. Os testesmidassorte quinaQI estão longe da perfeição, mas sabemos que eles estão correlacionados a realizações educacionais e à renda da população.

Eles certamente ajudarão as pessoas a compreender conceitos abstratos que são importantesmidassorte quinamuitas disciplinas, particularmentemidassorte quinamatemática, ciências, engenharia ou filosofia. Mas, quando o assunto é prever as realizações extraordinárias que podem ser consideradas geniais, parece que eles são apenas uma pequena parte do quadro.

Considere a capacidademidassorte quinapensar com originalidade e contribuir com algomidassorte quinavalor para amidassorte quinadisciplina — um critério fundamental para avaliaçãomidassorte quinaum gênio.

Os testesmidassorte quinainteligência envolvem tipicamente questões que examinam o raciocínio verbal e não verbal, frequentemente com apenas uma resposta certa. Eles não parecem capturar elementos importantes da criatividade, como o pensamento divergente, que é a capacidademidassorte quinagerar novas ideias.

Para medir as realizações criativasmidassorte quinaforma geral, os psicólogos desenvolveram questionários detalhados que perguntam às pessoas a frequência com que elas se dedicam a diversas atividades criativas, como escrever textos literários, compor música, projetar edifícios ou propor teorias científicas.

Fundamentalmente, pede-se às pessoas que descrevam o reconhecimento por esses projetos — se, por exemplo, o seu trabalho já recebeu algum prêmio e se mereceu cobertura da imprensa. Milharesmidassorte quinapessoas já preencheram esses questionários para diversos estudos e todos eles demonstram que o QI apresenta correlação apenas modesta com os resultados dos participantes nestas avaliações.

Considerando estas descobertas, parece provável que a inteligência seja uma condição necessária para grandes feitos criativos — mas, sozinha, ela não é suficiente.

Partituramidassorte quinamúsica

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Muito além da inteligência — uma sériemidassorte quinafatores psicológicos contribui para atingir percepções e conquistas criativas

O que mais é necessário?

Se você tiver QI mais alto, pode ser mais provável que tenha percepções criativas. Mas amidassorte quinainteligência acima da média deve ser combinada com uma sériemidassorte quinaoutras características para que surja algo verdadeiramente original que se destaque.

Isso ajudaria a explicar por que a ampla maioria dos Cupins não marcou a história da forma que havia sido prevista. Apesar damidassorte quinainteligência acima da média, eles simplesmente não tinham as outras qualidades necessárias para os gênios.

Ainda estamos evoluindo nossa compreensãomidassorte quinaquais podem ser essas outras características essenciais, mas a curiosidade é uma candidata importante. A curiosidade pode ser medida por meiomidassorte quinaquestionários que examinam o quanto as pessoas gostammidassorte quinaexplorar novas ideias e tentar experiências diferentes. Elas parecem ser mais criativasmidassorte quinatarefasmidassorte quinabrainstormmidassorte quinalaboratório e nas suas vidas pessoais.

A importância da curiosidade para os gênios criativos pode também ser observadamidassorte quinaestudosmidassorte quinacasomidassorte quinafiguras importantes. Embora nem sempre seja possível conseguir com que essas pessoas preencham seus questionáriosmidassorte quinapersonalidade, os pesquisadores pediram a seus biógrafos, familiares com os detalhes das suas vidas, que preenchessemmidassorte quinanome deles.

A tendência dos biógrafos foimidassorte quinaatribuir avaliações acima da médiamidassorte quinacaracterísticas relacionadas à exploração e interesse intelectual.

O músicomidassorte quinajazz do século 20 John Coltrane, por exemplo, era profundamente fascinado pela fé religiosa. Ele estudou o Cristianismo, o Budismo, o Hinduísmo e o Islamismo. Grande parte dessa influência pode ser percebida namidassorte quinamúsica.

Por que a curiosidade levaria alguém a tornar-se um gênio? A sedemidassorte quinaconhecimento certamente motivará você a forçar seus limites dentro damidassorte quinaprópria disciplina, enquanto outras pessoas, com menos necessidademidassorte quinasaber mais, podem simplesmente desistir.

A curiosidade pode também incentivar alguém a ampliar seus horizontes além damidassorte quinaespecialidade, o que parece trazer seus próprios benefícios.

Os cientistas ganhadores do Prêmio Nobel, por exemplo, costumam ter três vezes mais hobbies pessoais do que a média das pessoas e são particularmente dispostos a dedicar-se a tarefas criativas, como música, pintura ou poesia. Esses passatempos podem treinar o cérebro para gerar e refinar ideias, alimentando mais percepções originais na disciplina principal do cientista.

E sairmidassorte quinabuscamidassorte quinadiversos interesses pode também gerar uma acidental "polinização cruzada"midassorte quinaideias. A química Dorothy Crowfoot Hodgkin, por exemplo, ganhou um Prêmio Nobel pelos seus avanços na cristalografiamidassorte quinaraio X, que permitiu a ela descobrir a estruturamidassorte quinasubstâncias bioquímicas, como a penicilina e a vitamina B12.

Mas, desde a adolescência, ela tinha intenso interesse por mosaicos bizantinos. Seu conhecimento damidassorte quinasimetria e geometria aparentemente a ajudou a compreender como padrões repetidosmidassorte quinamoléculas poderiam ser dispostosmidassorte quinacristais, o que foi determinante para suas pesquisas científicas.

Como diz Waqas Ahmed, autor do livro O Polímata - Revelando o Poder da Versatilidade Humana (Ed. Qualitymark, 2022): "para prestar contribuições inovadoras a qualquer campomidassorte quinaatividade, você precisa observar aquele campo através da lente mais ampla e buscar o máximomidassorte quinafontesmidassorte quinainspiração possível". A maestriamidassorte quinadiferentes campos treina você a observar os problemasmidassorte quinadiversos pontosmidassorte quinavista, o que aumenta a possibilidademidassorte quinater percepções originais.

Ahmed indica a poetisa, jornalista, escritora, cineasta e ativista dos direitos civis Maya Angelou, que também trabalhou como cantora e dançarina, como um exemplo modernomidassorte quinapolímata. Seus diversos interesses ofereceram muito mais que a soma das suas partes e, juntos, alimentarammidassorte quinaassombrosa criatividade.

A vidamidassorte quinaRichard Feynman certamente se encaixa nessas tendências. Pensemidassorte quinatodo o tempo que ele passou na infância mexendo no seu laboratório, dedicando-se a projetos diferentesmidassorte quinadiversas disciplinas.

Quando adulto, ele aprendeu a desenhar, tocar bongô, falar português e japonês, ler hieróglifos e chegou até a embarcarmidassorte quinaum projeto paralelo no campo da genética.

Um dia, no café da universidade, ele observou por acaso um homem atirando pratos e os pegandomidassorte quinavolta. Ele reparou que os pratos oscilavam enquanto se moviam e começou a rascunhar equações para descrever aquele movimento.

Logo ele percebeu que havia paralelos com a atividade dos elétronsmidassorte quinaórbitamidassorte quinavolta do átomo — e essa percepção levou ao seu trabalho ganhador do Prêmio Nobel sobre eletrodinâmica quântica.

Deste exemplo científico isolado, pode-se concluir facilmente que a inteligência combinada com a curiosidade seria a fórmula da genialidade. Mas é claro que isso também não é verdade e que existem muito mais peças neste quebra-cabeça.

Existe, por exemplo, a determinação — a busca persistente das suas paixões, mesmo quando surgem dificuldades.

Qualquer gênio,midassorte quinaqualquer disciplina, deve primeiro dominar uma enorme quantidademidassorte quinaconhecimento e técnicas antesmidassorte quinapoder fazer suas próprias descobertas. Isso normalmente só vem com anosmidassorte quinaprática.

A professoramidassorte quinapsicologia Angela Duckworth, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, é pioneira na pesquisa da determinação. Suas descobertas indicam que, como o QI e a curiosidade, ela contribui com diversos grausmidassorte quinasucesso.

Os gênios também empregam "estratégias megacognitivas", que descrevem todos os processos que usamos para elaborar nossos projetos, monitorar nosso progresso e encontrar estratégias melhores e mais eficientes para fazer o que precisamos fazer.

Sem esta reflexão útil sobre o nosso trabalho, podemos acabar perdendo tempo que poderia ter sido mais bem empregadomidassorte quinapráticas ou explorações frutíferas. Pode parecer óbvio, mas algumas pessoas têm dificuldade para pensar estrategicamente e aproveitar melhor os seus esforços, o que irá dificultarmidassorte quinamuito para atingir um alto graumidassorte quinarealização.

Por fim, existe a humildade intelectual, que é uma característica negligenciada, mas fundamental.

Pesquisas recentes da professora Tenelle Porter, da Universidade Estadual Ballmidassorte quinaMuncie, Indiana (Estados Unidos), demonstram que a capacidademidassorte quinareconhecer suas falhas e limitações amplifica o aprendizado, pois incentiva você a lidar com seus erros sem baixar a cabeça e preencher as suas lacunasmidassorte quinapensamento. Ela contribui, no longo prazo, para aumentar seu crescimentomidassorte quinaqualquer disciplina.

Feynman parece ter reconhecido este ponto. "Consigo viver com a dúvida e a incerteza e não saber. Acho muito mais interessante viver não sabendo do que ter respostas que podem estar erradas", disse elemidassorte quinauma entrevista para a televisão.

Mas, mesmo se alguém tiver todas essas características positivas, a sorte, sem dúvida, desempenha um importante papel para determinar quem se destacará entre seus pares. Você precisa estar no lugar certo, no momento certo, rodeado pelas pessoas certas, para poder fazer o máximo uso possível dos seus talentos. E até os indivíduos mais promissores podem facilmente perder as oportunidades para brilhar.

Não é difícil imaginar um cientista brilhante que recebeu a oferta do ambiente perfeito para cultivar suas capacidades, ou um artista que perdeu todas as conexões sociais para se tornar conhecido.

Isso, sem mencionar as barreiras estruturais associadas à etnia, gênero ou sexualidade — que evitam que muitas mentes brilhantes atinjam seu potencial e o reconhecimento que elas merecem. Como mencionou Virginia Woolfmidassorte quinaUm Teto Todo Seu (Ed. Nova Fronteira, 2019), as necessidades básicasmidassorte quinacriatividade, como o tempo e a privacidade para trabalhar, foram (e continuam sendo) negadas para grandes segmentos da população.

O papel da boa sorte nas realizações oferece outra boa razão para que as pessoasmidassorte quinasucesso mantenhammidassorte quinahumildade, mesmo depoismidassorte quinaterem recebido reconhecimento pelos seus feitos.

Joven se toma la cabeza mientras resuelve un examen

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A curiosidade insaciável pode ser a fagulha necessária para que alguém se torne um gênio?

O gênio humilde

Infelizmente, muitas pessoas têm uma imagem cor-de-rosa do seu caminho até o reconhecimento da genialidade. Elas começam a acreditar que suas mentes excepcionais foram a garantia do sucesso e que seus julgamentos são infalíveis. E a perda da humildade, muitas vezes, acaba manchandomidassorte quinareputação.

Escritores sobre ciências vêm notando há tempos a existência da "doença do Nobel". Trata-semidassorte quinauma expressão irônica, usada para descrever a tendênciamidassorte quinaalguns ganhadores do Prêmio Nobelmidassorte quinaformar teorias um tanto irracionais com mais idade.

Diversos cientistas que compareceram ao palanque da prefeituramidassorte quinaEstocolmo, na Suécia, para receber o mais alto reconhecimento namidassorte quinadisciplina acabaram posteriormente expressando justificativas absurdas para o negacionismo da Aids, das mudanças climáticas e das vacinas, o racismo científico e endossando tratamentos pseudocientíficos, como a homeopatia.

É claro que Sócrates nos ensinou sobre isso milênios atrás. Platão descreve, na Apologiamidassorte quinaSócrates, como seu mestre vagueava pelas ruasmidassorte quinaAtenas, na Grécia, para encontrar os poetas, artesãos e políticos mais bem sucedidos da cidade. E, às vezes, ele reconhecia que as pessoas mais sábias eram aquelas que conseguiam reconhecer os limites do seu conhecimento.

Esta lição é importante para os candidatos a gêniomidassorte quinahojemidassorte quinadia, da mesma forma que 2,4 mil anos atrás. Não importa quanto talento você tenha, sempre haverá algo que você desconhece.

- Este texto foi publicadomidassorte quinahttp://www.mi-rob.com/vert-fut-63639344