A revolução dos alimentos 'animais' criadosaposta ganha 10laboratório:aposta ganha 10
- Jessica Brown
- BBC Future
A revolução dos alimentos 'animais' criadosaposta ganha 10laboratório
aposta ganha 10 Perumal Gandhi oferece um copoaposta ganha 10café com coberturaaposta ganha 10espuma que parece um café com leite como qualquer outro oferecidoaposta ganha 10uma cafeteria pela manhã. Mas o leite do copo não veioaposta ganha 10uma vaca. Ele foi produzido por fungos.
Gandhi e seu colega Ryan Pandya — ambos, bioengenheiros — são cofundadoresaposta ganha 10uma start-up chamada Perfect Day. Eles fornecem aos fungos sequências genéticas usadas pelas vacas para produzir certas proteínas do leite, como a proteína do soro.
Em vezaposta ganha 10retirar DNAaposta ganha 10uma vaca, eles inserem nos fungos genes já decodificados para as proteínas do leite. Os fungos então produzem as proteínasaposta ganha 10um processoaposta ganha 10fermentação. O produto resultante pode ser usado para criar um líquido com propriedades similares ao leite ou para fabricar sorvetes ou queijos cremosos, sem o usoaposta ganha 10animais.
Conhecida como agricultura celular, esta técnica faz parteaposta ganha 10um grupo cada vez maioraposta ganha 10tentativasaposta ganha 10encontrar novas formasaposta ganha 10produçãoaposta ganha 10alimentos, sem empregar animaisaposta ganha 10criação. A ideia é produzir carne, leite ou outros produtos sem a necessidadeaposta ganha 10criação, abate e processamentoaposta ganha 10animais.
E esta formaaposta ganha 10produçãoaposta ganha 10alimentos poderá também ajudar o planeta. A criaçãoaposta ganha 10gado sozinha é responsável por cercaaposta ganha 1014,5% das emissões globaisaposta ganha 10gases do efeito estufa — e a indústria alimentícia como um todo representa um terço das nossas emissõesaposta ganha 10carbono.
Levar alimento para bilhõesaposta ganha 10pessoas todos os dias é uma tarefa monumental que só tende a crescer cada vez mais, à medida que aumenta a população humana. Do desmatamento ao transporte, armazenagem e gestãoaposta ganha 10resíduos, cada etapa da cadeia alimentícia traz consigo uma alta pegadaaposta ganha 10carbono.
Para o mundo atingir o objetivoaposta ganha 10zero emissãoaposta ganha 10carbono até 2050, como definido no Acordoaposta ganha 10Paris sobre mudanças climáticas, a indústria alimentícia precisará fazer aaposta ganha 10parte. Como poderemos mudar os alimentos que consumimos à medida que se aproxima a metade do século?
Gandhi e Pandya, residentesaposta ganha 10Berkeley, na Califórnia (Estados Unidos), esperam oferecer parte da solução. Outros cientistasaposta ganha 10todo o mundo alimentam esperanças similaresaposta ganha 10produziraposta ganha 10laboratório alimentos que imitem a carne e os laticínios.

Os bioengenheiros Ryan Pandya e Perumal Gandhi usaram fungos geneticamente modificados para produzir proteínas encontradas no leite
A TurtleTree Labsaposta ganha 10Singapura, por exemplo, é a primeira empresa do mundo a usar células-troncoaposta ganha 10mamíferos para produzir leite, incentivando as células a fabricar o produtoaposta ganha 10enormes biorreatores.
Com menos necessidadeaposta ganha 10vacas para a produçãoaposta ganha 10leite, espera-se que esse tipoaposta ganha 10solução possa também reduzir a quantidadeaposta ganha 10metano — um potente gás do efeito estufa que captura até 25 vezes mais calor que CO2 durante seus primeiros 100 anos na atmosfera — produzida pelas milhõesaposta ganha 10vacas existentes no mundo durante a digestão dos seus alimentos.
A empresa também afirma que poderá reduzir os custos e emissões do transporte, pois os biorreatores poderão,aposta ganha 10tese, ser instalados mais perto dos locaisaposta ganha 10venda do leite que nas fazendas.
Tecnologias similares também estão sendo empregadas para criar carneaposta ganha 10laboratório, cultivando-a a partiraposta ganha 10célulasaposta ganha 10animais. Em 2013, o cientista Mark Post apresentou o primeiro hambúrguer do mundo criadoaposta ganha 10laboratório, formado por pequenos feixesaposta ganha 10fibras musculares produzidas com o cultivoaposta ganha 10células retiradasaposta ganha 10uma vaca.
Post descreveuaposta ganha 10criação como "um começo muito bom" — e, cumprindo a previsão,aposta ganha 10companhia Mosa Meat pode criar atualmente 80 mil hambúrgueres com apenas uma amostraaposta ganha 10células do tamanhoaposta ganha 10uma sementeaposta ganha 10gergelim.
Existem cada vez mais pesquisadores tentando criar carne celularaposta ganha 10diferentes animais, incluindo carneaposta ganha 10carneiro, porco, peixe e frango — e esta última foi aprovada para vendaaposta ganha 10Singapuraaposta ganha 102020.
Mas as barreiras para que a carne e o leite produzidos com células cheguem ao mercado são significativas. Atender aos padrões alimentícios não é fácil quando se lida com alimentos novos, sem falar no aumentoaposta ganha 10escala dessa produção complexa — uma tarefa indispensável para quem quiser sair do laboratório e passar a ser um fornecedor confiávelaposta ganha 10alimentos para lojas e supermercados.
Haverá também os desafiosaposta ganha 10equilibrar os custos associados às tecnologias envolvidas na produção desse alimento que, por enquanto, só existeaposta ganha 10escala muito pequena. Mas os especialistas afirmam que a carne produzida com células pode ter o mesmo custo da carne convencional, quando se atingir a produçãoaposta ganha 10escala.
Se essas dificuldades técnicas puderem ser superadas, parece haver pessoas dispostas a consumir os alimentos cultivadosaposta ganha 10laboratório. Um estudo recente entre consumidores no Reino Unido estimou que a carne cultivada poderá compor até 40% do consumo anualaposta ganha 10carne do país, considerando a disposição do público para experimentar produtos cultivadosaposta ganha 10laboratório.
O que mais pode ser feito?
Os pesquisadores estão desenvolvendo outras inovações que também poderão ajudar a reduzir as emissões dos alimentos que consumimos.
Cientistas da Nova Zelândia, por exemplo, estão pesquisando uma vacina que pode ser aplicada a carneiros e vacas para reduzir a quantidadeaposta ganha 10gás metano produzida pelos animais. Além disso, a agricultura regenerativa — que pretende melhorar a saúde do solo usando práticas que causem menos movimentação da terra — permite que a matéria orgânica do solo se regenere e a práticaaposta ganha 10rotação das safras possibilita que o solo retenha uma variedade maioraposta ganha 10nutrientes.
O solo pode reter carbono à medida que a matéria vegetal se decompõe e permanece na terra. Mas, se o solo for movimentado, por exemplo, com uso excessivo do arado, esse carbono pode ser liberadoaposta ganha 10volta para a atmosfera.

Crédito, Nicholas Yeo/AFP/Getty Images
Nuggets feitosaposta ganha 10galinha produzidaaposta ganha 10laboratório já podem ser vendidosaposta ganha 10Singapura, que se tornou o primeiro país a permitir a vendaaposta ganha 10carne cultivada
O projeto britânico AgriCaptureCO2 também está desenvolvendo uma formaaposta ganha 10medir o carbono capturado no solo, usando imagensaposta ganha 10satélites, dados dos agricultores e amostrasaposta ganha 10solo. A intenção é permitir que os agricultores sejam capazesaposta ganha 10rastrear seus esforços para capturar mais carbono na terra.
Outra inovação importante ocorrida nos últimos anos é a agricultura vertical. Em vez da luz do sol, as plantas nas fazendasaposta ganha 10ambientes fechados recebem luzaposta ganha 10LEDs com comprimentosaposta ganha 10onda específicos e suas necessidadesaposta ganha 10água e nutrientes são monitoradas pela tecnologia.
As fazendas verticais podem gerar safras com muito mais rapidez que os campos, mas também consomem muita energia para iluminação e aquecimento, segundo Fiona Burnett, professoraaposta ganha 10patologia vegetal aplicada da Faculdade Rural da Escócia, no Reino Unido.
Isso significa, segundo ela, que as fazendas verticais somente são economicamente viáveis nas regiões do mundo onde o clima é tão extremo que é difícil cultivar produtos com métodos agrícolas tradicionais — ouaposta ganha 10regiões tão remotas que é difícil levar os alimentos até lá.
Atualmente, as fazendas verticais emitem muito CO2, mas estão surgindo tecnologias que pretendem reduzir essas emissões, retirando energiaaposta ganha 10fontes da própria terra, usando baterias para armazenar energiaaposta ganha 10fontes renováveis e empregando comprimentosaposta ganha 10onda específicos,aposta ganha 10substituição à luz branca, para acelerar o crescimento.
As fazendas verticais também precisarão encontrar seu lugar na cadeiaaposta ganha 10fornecimento global, para fornecer o tipo certoaposta ganha 10alimento que precisaaposta ganha 10cultivo, segundo Burnett. "Você tem muitas empresas inovadoras concorrendo nesse mercado. No momento, elas estão separadas dos agricultores tradicionais, mas existem grandes oportunidades para que eles possam unir-se e formar melhores conexões para o fornecimentoaposta ganha 10alimentos. Isso precisará acontecer", afirma ela.
O papel dos consumidores
Embora soluçõesaposta ganha 10alta tecnologia como essa possam ajudar a reduzir a pegadaaposta ganha 10carbono da agropecuária, também serão necessárias algumas mudançasaposta ganha 10comportamento por parte dos consumidores.
"Na virada do século, estávamos produzindo calorias suficientes para alimentar 10 a 12 bilhõesaposta ganha 10pessoas, mas tínhamos apenas 7 bilhõesaposta ganha 10pessoas no planeta", afirma Tim Benton, diretor do programaaposta ganha 10ambiente e sociedade da organização britânica Chatham House. "A questão era produzir mais, comer mais, distribuir mais e reduzir os preços."
Agora, precisamos mudar o que comemos para transformar o sistema alimentar, segundo ele.
Cercaaposta ganha 1017% dos alimentos produzidosaposta ganha 10todo o mundoaposta ganha 102019 foram desperdiçadosaposta ganha 10vários pontos da cadeia alimentar. Isso representa 931 milhõesaposta ganha 10toneladas. Pelo menos 61% dos desperdícios ocorreram nas residências, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), enquanto o restante ocorreu durante a colheita, transporte, processamento e varejo.
Isso significa que, além do desperdício do carbono liberado durante a produção dos alimentos, mais gases do efeito estufa são liberados para a atmosfera à medida que esses alimentos se deterioram. Somente no Reino Unido, o desperdícioaposta ganha 10alimentosaposta ganha 102018 foi responsável por cercaaposta ganha 1036 milhõesaposta ganha 10toneladasaposta ganha 10gases do efeito estufa.
Os esforços para reduzir o desperdícioaposta ganha 10alimentos com melhores métodosaposta ganha 10armazenagem, refrigeração e transporte poderão ajudar a reduzir as emissões, mas outras mudanças são necessárias para garantir que o máximo possívelaposta ganha 10produtos comestíveis disponibilizados para o consumo sejamaposta ganha 10fato consumidos. Isso poderá também ajudar a tornar os alimentos mais acessíveisaposta ganha 10outras partes do mundo, especialmente quando são doados a bancosaposta ganha 10alimentos eaposta ganha 10iniciativasaposta ganha 10caridade.

Leite produzido por célulasaposta ganha 10laboratórios,aposta ganha 10vez dos animais, está sendo transformadoaposta ganha 10produtos como sorvetes
Mas isso poderia também significar mudanças fundamentais da nossa relação com os alimentos, afirma Benton. "Se nós reduzirmos suficientemente a demanda, não precisaremos ter agricultura muito intensiva, não precisaremos usar muitos produtos químicos e não teremos que destruir a biodiversidade", segundo ele.
Por fim, Benton afirma que todo o sistema alimentício precisa mudar, incluindo como pensamos, embalamos e transportamos os alimentos, como os regulamentamos e o comercializamos.
"Toda a arquiteturaaposta ganha 10inovação e renovação dos sistemasaposta ganha 10gestão é muito importante para que todo o sistema alimentar se transformeaposta ganha 10um sistemaaposta ganha 10baixa emissãoaposta ganha 10carbono", conclui ele.
Leia a íntegra desta reportagem no site BBC Future.

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