Os insetos que também podem sentir felicidade e depressão:casa aposta com bonus
- Zaria Gorvett
- BBC Future
casa aposta com bonus Por décadas a fio, pensar que os insetos têm sentimentos era considerado uma heresia - mas, com cada vez mais evidências, os cientistas estão rapidamente reconsiderando essa ideia.
Era um agradável diacasa aposta com bonusoutonocasa aposta com bonus2014, quando David Reynolds começou a falarcasa aposta com bonusuma reunião importante na sede da prefeituracasa aposta com bonusChicago, nos Estados Unidos - uma construção grandiosa, com suas belas escadascasa aposta com bonusmármore, colunas clássicas com 23 metroscasa aposta com bonusaltura e tetoscasa aposta com bonusformacasa aposta com bonusabóboda.
Reynolds era o encarregadocasa aposta com bonuscontrolecasa aposta com bonuspragas dos prédios públicos da cidade e estava ali, entre outras coisas, para discutir o seu orçamento anual. Mas, assim que ele começou a falar, surgiu um invasorcasa aposta com bonusuma das paredes: uma enorme barata, com seu corpo preto brilhantecasa aposta com bonusforte contraste contra a tinta branca.
Um vereador interrompeu perguntando "Sr. Reynolds, qual é o seu orçamento anual para combater as baratas?", segundo a reportagem do jornal The Chicago Tribune. Seguiram-se altos risos e uma corrida desenfreada para exterminar o irrequieto animal.
Ninguém questionaria o cômico momento escolhido pela barata - que foi impecável, ainda que acidental. Mas o incidente é engraçado,casa aposta com bonusparte, porque pensamos nos insetos como animais robóticos, com pouco mais profundidade emocional que pedaçoscasa aposta com bonuspedra. Afinal, uma barata com sensocasa aposta com bonushumor seria um total absurdo - mas será que é mesmo?
Na verdade, existem cada vez mais evidênciascasa aposta com bonusque os insetos podem experimentar uma grande variedadecasa aposta com bonussentimentos. Eles podem literalmente zumbircasa aposta com bonusprazer com surpresas agradáveis ou caircasa aposta com bonusdepressão com eventos ruins fora do seu controle. Eles podem ser otimistas ou céticos, assustar-se e reagir a dores, da mesma forma que qualquer mamífero.
E, embora ninguém tenha ainda identificado um mosquito nostálgico, uma formiga angustiada ou uma barata sarcástica, a aparente complexidade dos seus sentimentos cresce a cada ano.
Quando Scott Waddel, professorcasa aposta com bonusneurobiologia da Universidadecasa aposta com bonusOxford, no Reino Unido, começou a estudar as emoções da mosca-das-frutas, ele criou uma brincadeira favorita: "sabe, não era minha intenção estudar a ambição".
Mas, atualmente, o conceitocasa aposta com bonusinsetos competitivos não é tão absurdo quanto era no passado. Waddell indica que pesquisas concluíram que a mosca-das-frutas presta atenção ao que os seus parceiros estão fazendo e é capazcasa aposta com bonusaprender com eles.
Paralelamente, o governo britânico reconheceu recentemente que alguns primos próximos das moscas na evolução - os caranguejos e as lagostas - são seres sencientes e propôs leis para proibir as pessoascasa aposta com bonusfervê-los vivos.
Mas, então, como detectar emoções nos insetos? Como podemos dizer que eles não estão apenas reagindo automaticamente? E, se eles realmente são criaturas sencientes, devemos tratá-loscasa aposta com bonusforma diferente?
Exigência da evolução
A classe dos insetos é um emaranhadocasa aposta com bonuscriaturas invertebradas com seis patas e corpos segmentados. Existe maiscasa aposta com bonusum milhãocasa aposta com bonustipos diferentes, que incluem as libélulas, mariposas, gorgulhos, abelhas, grilos, traças, gafanhotos, borboletas e até os piolhos humanos.
Os primeiros insetos surgiram pelo menos 400 milhõescasa aposta com bonusanos atrás - muitos anos antes que os dinossauros ensaiassem seus primeiros passos. Acredita-se que o seu último ancestral comum com os seres humanos tenha sido uma criaturacasa aposta com bonusformacasa aposta com bonuslesma que viveu cercacasa aposta com bonus200 milhõescasa aposta com bonusanos antes do surgimento dos insetos e que eles vêm se diversificando desde então.
Inicialmente, eles reinavam sobre a terra como gigantes - algumas libélulas tinham o tamanhocasa aposta com bonusgaviões, com envergaduracasa aposta com bonusasacasa aposta com bonus70 cm - e evoluíram até tornar-se a extraordinária variedadecasa aposta com bonusartrópodes existente hojecasa aposta com bonusdia, que varia desde moscas com falsas caudascasa aposta com bonusescorpião até mariposas felpudas que mais parecem poodles com asas.
Como resultado, eles são surpreendentemente similares a outros animais, mas ainda mantêm nítidas diferenças. Os insetos têm muitos órgãos similares aos seres humanos - como coração, cérebro, intestino e ovários ou testículos - mas não possuem pulmões e estômago.
Em vezcasa aposta com bonusserem ligados a uma redecasa aposta com bonusvasos sanguíneos, os corpos internos dos insetos flutuamcasa aposta com bonusuma espéciecasa aposta com bonus"sopa", que fornece alimento e retira os resíduos. Todo esse conjunto é rodeado por uma cobertura rígida - o exoesqueleto - feitacasa aposta com bonusquitina, o mesmo material usado pelos fungos para construir seus corpos.
A arquitetura do cérebro dos insetos segue padrão similar. Eles não têm exatamente as mesmas regiões cerebrais dos vertebrados, mas possuem áreas que realizam funções similares. Por exemplo, a maior parte do aprendizado e da memória dos insetos residecasa aposta com bonus"corposcasa aposta com bonusformacasa aposta com bonuscogumelo" - regiões cerebrais arqueadas que já foram comparadas ao córtex, que é a camada externa dobrada responsável,casa aposta com bonusgrande parte, pela inteligência humana, incluindo o pensamento e a consciência.
Por sinal, é fascinante pensar que até as larvas dos insetos possuem corposcasa aposta com bonusformacasa aposta com bonuscogumelo e que alguns dos seus neurônios permanecem no seu interior por toda a vida do animal. Isso sugere que os insetos adultos que passaram por esse estágio poderão ser capazescasa aposta com bonusse lembrarcasa aposta com bonusacontecimentos ocorridos antes da metamorfose.
Paralelos entre os insetos e os seres humanos
Existem cada vez mais evidênciascasa aposta com bonusque nossas configurações neurais paralelas também alimentam uma sériecasa aposta com bonuscapacidades cognitivas comuns aos seres humanos e aos insetos.
As abelhas conseguem contar até quatro. As baratas possuem ricas vidas sociais e formam tribos que permanecem juntas e se comunicam entre si. As formigas podem até elaborar ferramentas - elas conseguem selecionar objetos apropriados no ambiente e aplicá-los às tarefas que estão tentando realizar, como usar esponjas para carregar mel para os seus ninhos.
Mas, embora o cérebro dos insetos tenha evoluído por um caminho muito similar ao nosso, existe uma diferença fundamental. O cérebro humano cresceucasa aposta com bonustal forma que fez com que as mulheres alargassem seus quadris durante a evolução - para permitir a gestaçãocasa aposta com bonuscrianças com cérebros maiores. Hoje, o cérebro consome 20% da nossa energia.
Enquanto isso, os insetos compactaramcasa aposta com bonusinteligênciacasa aposta com bonusinvólucros milhõescasa aposta com bonusvezes menores - o cérebro da mosca-das-frutas, por exemplo, tem o tamanhocasa aposta com bonusuma sementecasa aposta com bonuspapoula. Como eles conseguiram isso é um mistério científico que perdura até os diascasa aposta com bonushoje.
Por tudo isso, mesmo à primeira vista, aparentemente os insetos teriam capacidade intelectual para sentir emoções. Mas faz sentido que eles tenham evoluído essa capacidade?
As emoções são sensações mentais normalmente relacionadas às circunstâncias do animal. Elas são uma espéciecasa aposta com bonusprograma mental que, quando acionado, pode mudar a forma como agimos.
Acredita-se que as diferentes emoções tenham surgidocasa aposta com bonusmomentos distintos da história da evolução, mas,casa aposta com bonusforma geral, elas servem para incentivar comportamentos que aumentem nossa capacidadecasa aposta com bonussobreviver ou reproduzir e,casa aposta com bonusúltima análise, maximizar nossa herança genética.
Geraldine Wright, professoracasa aposta com bonusentomologia da Universidadecasa aposta com bonusOxford, no Reino Unido, destaca como exemplo a fome, que é um estado mental que nos ajuda a alterar nossa tomadacasa aposta com bonusdecisõescasa aposta com bonusforma apropriada, como priorizar o comportamentocasa aposta com bonusbuscacasa aposta com bonusalimento. Outras emoções podem ser igualmente motivadoras - ataquescasa aposta com bonuscólera podem concentrar nossos esforços para corrigir injustiças e a busca constantecasa aposta com bonusalegria e contentamento nos leva a alcançar feitos que nos mantêm vivos.
Tudo isso também poderá aplicar-se aos insetos. Uma tesourinha que fique feliz ao encontrar uma fenda úmida e repletacasa aposta com bonusvegetação se decompondo - que, para ela, é deliciosa - terá menos possibilidadecasa aposta com bonusse desidratar ou morrercasa aposta com bonusfome. Da mesma forma, outra que entrecasa aposta com bonuspânico e finja-secasa aposta com bonusmorta quando molestada tem mais possibilidadecasa aposta com bonusescapar das garras dos predadores.
"Digamos que você seja uma abelha que caiucasa aposta com bonusuma teia e a aranha vem vindo rapidamente nacasa aposta com bonusdireção", propõe Lars Chittka, lídercasa aposta com bonusum grupocasa aposta com bonuspesquisa que estuda a cognição das abelhas na Universidade Queen Mary,casa aposta com bonusLondres. "Não é impossível que todas as reaçõescasa aposta com bonusfuga sejam acionadas sem nenhum tipocasa aposta com bonusemoção. Mas, por outro lado, acho difícil acreditar que isso pudesse acontecer sem alguma formacasa aposta com bonusmedo", afirma ele.
Ideia herética
Quando Scott Waddell formou seu grupocasa aposta com bonuspesquisa,casa aposta com bonus2001, tinha um objetivo bastante simplescasa aposta com bonusmente.
Ele queria descobrir se as moscas relembravam melhor onde encontrar comida depoiscasa aposta com bonusalgum tempo sem alimentação - ou seja, quando elas poderiam, se pudessem experimentar humores subjetivos, estar sentindo "fome". E Waddle concluiu que sim, elas podem sentir.
Para começar, Waddell teve o cuidadocasa aposta com bonusoptar pela palavra "motivação",casa aposta com bonusvezcasa aposta com bonus"fome", para descrever o estadocasa aposta com bonusespírito das moscas, sugerindo que elas ficavam mais motivadas para encontrar comida após um períodocasa aposta com bonusjejum. "E as pessoas acharam isso um tanto problemático", relembra Waddell.
Outros cientistas acharam que isso tudo era antropomórfico demais e preferiram a expressão "estados internos". "Por isso, muitas vezes eu recebia questionamentos que, para mim, eram essencialmente sem sentido, porque as pessoas estavam simplesmente brincando com as palavras", ele conta.
Mas,casa aposta com bonusquestãocasa aposta com bonusanos, o estudo da inteligência dos insetos ficou muito maiscasa aposta com bonusvoga - e, repentinamente, o termo "motivação" foi abandonado, com pesquisadores defendendo que os insetos possuem "emoções primitivas", segundo Waddell. Em outras palavras, eles sentem o que aparentemente se suspeita serem emoções.
"Eu sempre havia imaginado as mudanças fisiológicas que ocorrem quando os animais se encontramcasa aposta com bonusestadocasa aposta com bonusprivação - privadoscasa aposta com bonusalimento oucasa aposta com bonussexo - como sensações subjetivascasa aposta com bonus'fome' e 'desejo sexual'", afirma Waddell. "Eu realmente nunca me preocupeicasa aposta com bonusrotular essas sensações subjetivas como 'emoções',casa aposta com bonusgrande parte porque achei que isso iria me trazer problemas. Mas,casa aposta com bonusuma hora para outra, todos pareciam mais confortáveis para usar [essa palavra]."
Agora que a sugestãocasa aposta com bonusque insetos têm sentimentos é um pouco menos escandalosa, a popularidade desse campo explodiu - e esse estranho grupocasa aposta com bonusanimais está se tornando mais atraente a cada dia que passa. Mas provar que os insetos podem experimentar emoções permanece delicado.
Vamos analisar o caso das humildes abelhas.
Os seres humanos que passaram por traumas são muito propensos a esperar o pior - e isso também foi demonstradocasa aposta com bonusdiversos outros animais vertebrados, incluindo ratos, carneiros, cães, vacas, peixes e pássaros. Mas ninguém nunca havia pensadocasa aposta com bonusverificar se os insetos também sofriam isso.
Em 2011,casa aposta com bonusconjunto com colegas da Universidadecasa aposta com bonusNewcastle (onde ela trabalhava na época), Geraldine Wright decidiu examinar a questão. "Quando os psicólogos estudam issocasa aposta com bonusseres humanos... eles podem verificar as expressões [do estado emocional da pessoa] antescasa aposta com bonusperguntar", afirma Wright. Mas discernir emoçõescasa aposta com bonusabelhas exige um pouco maiscasa aposta com bonuscriatividade.
Em primeiro lugar, os pesquisadores treinaram um conjuntocasa aposta com bonusabelhas a associar um tipocasa aposta com bonusodor com uma recompensacasa aposta com bonusaçúcar e outro odor com um líquido desagradável enriquecidocasa aposta com bonusquinina, a substância que fornece o sabor amargo da água tônica.
Os cientistas então dividiram as abelhas participantescasa aposta com bonusdois grupos. Um deles foi vigorosamente agitado - uma sensação que as abelhas odeiam, embora não chegue a causar danos - para simular o ataquecasa aposta com bonusum predador. Já o outro grupocasa aposta com bonusabelhas ficou livre para apreciar a bebida açucarada.
Para descobrir se essas experiências haviam afetado o humor das abelhas, Wright as expôs a novos odores ambíguos. As abelhas que haviam tido um ótimo dia normalmente se estendiamcasa aposta com bonusbuscacasa aposta com bonusoutra porção, o que sugere que elas estavam esperando receber mais. Mas as abelhas que haviam sido incomodadas foram menos propensas a reagir dessa forma - elas haviam se tornado céticas.
Curiosamente, o experimento também indicou que as abelhas não estavam sentindo nenhuma formacasa aposta com bonuspessimismo externa e não relacionada, mas sim uma sensação que poderia não ser muito diferente da nossa. Da mesma forma que os seres humanos que se sentem exasperados, os seus cérebros tinham menores níveiscasa aposta com bonusdopamina e serotonina. Eles também apresentaram níveis mais baixos do hormônio octopamina, típico dos insetos, que se acredita estar envolvidocasa aposta com bonusprocessoscasa aposta com bonusrecompensa.
Wright afirma que muitas das substâncias do nosso cérebro são altamente conservadas - elas foram inventadas centenascasa aposta com bonusmilhõescasa aposta com bonusanos atrás. Por isso, as experiências emocionais dos insetos poderão ser mais familiares que imaginamos. "Desse pontocasa aposta com bonusvista, sim, elas [as substâncias do cérebro] podem ser um pouco diferentescasa aposta com bonustermos do que sinalizamcasa aposta com bonusqual espéciecasa aposta com bonusanimal, mas isso é muito interessante", afirma ela.
A pesquisacasa aposta com bonusWaddell com a mosca-das-frutas, por exemplo, concluiu que o cérebro do inseto usa dopamina da mesma forma que o nosso, para fornecer sensaçõescasa aposta com bonusrecompensa e punição. "Por isso, é muito interessante que essas substâncias tenham evoluídocasa aposta com bonusforma convergente e são meio que similares", afirma Wright. "Isso significa que esta é a melhor formacasa aposta com bonusfazê-lo."
Wright explica que o seu experimento com as abelhas não significa, necessariamente, que todos os insetos podem experimentar otimismo ou pessimismo, pois as abelhas são muito sociais - a vida comunitária da colmeia é particularmente exigentecasa aposta com bonustermos cognitivos e, por isso, elas são consideradas inteligentes para os insetos. "Mas outros insetos provavelmente também [sofrem pessimismo]", afirma ela.
Mensagem clara
Mas seria surpreendente se os insetos pudessem sentir emoções sem expressá-lascasa aposta com bonusnenhuma forma. E é fascinante que existam algumas indicações que os insetos podem ser mais expressivos do que imaginamos.
Essa questão foi levantada pela primeira vez por Charles Darwin no final do século 18. Quando não estava refletindo sobre a evolução ou comendo a "estranha carne" da fauna exótica que ele descobriu, Darwin passava grande parte do seu tempo analisando como os animais comunicam seus sentimentos e escreveu suas descobertascasa aposta com bonusum livro pouco conhecido.
Em A expressão das emoções no homem e nos animais, Darwin argumenta que - comocasa aposta com bonusqualquer outra característica - as formascasa aposta com bonusque os seres humanos expressam seus sentimentos dificilmente teriam surgido do nada na nossa espécie.
Ao contrário, as nossas expressões faciais, ações e ruídos provavelmente evoluíramcasa aposta com bonusum processo gradual ao longocasa aposta com bonusmilênios. Isso significa que provavelmente existe certa continuidade entre os animais,casa aposta com bonustermos das formascasa aposta com bonusque demonstramos o nosso estado emocional para os demais.
Darwin observou, por exemplo, que os animais muitas vezes emitem ruídos altos quando estão animados. Entre as conversascasa aposta com bonusvoz alta das cegonhas e o chocalhar ameaçadorcasa aposta com bonusalgumas cobras, ele menciona as "estridulações", ou vibrações altas, que muitos insetos fazem quando estão sexualmente excitados.
Darwin também observou que as abelhas mudam seus zumbidos durante o cruzamento. Tudo isso sugere que você não precisa ter cordas vocais para expressar como está se sentindo.
O besouro-de-ouro, por exemplo, parece uma tartarugacasa aposta com bonusminiatura que foi banhada a ouro. Na verdade, ela não foi realmente revestida com esse elemento, mas conseguecasa aposta com bonusaparência glamourosa refletindo a luzcasa aposta com bonusranhuras cheiascasa aposta com bonusfluido embutidas nacasa aposta com bonuscarapaça.
Mas basta pegar uma dessas joias vivas na mão - ou estressá-lacasa aposta com bonusalguma forma - para que ela se transforme na frente dos nossos olhos, adquirindo tom vermelho-rubi até relembrar uma grande e brilhante joaninha.
A maior parte das pesquisas realizadas com o besouro concentrou-se na física utilizada para realizar a mudançacasa aposta com bonuscoloração, mas, curiosamente, acredita-se que a reação seja controlada pelo inseto, que pode decidir mudarcasa aposta com bonuscor dependendo do que está acontecendo ao seu redor. Não é algo que simplesmente aconteçacasa aposta com bonusforma passiva.
Existe também o caso da abelha melífera asiática. Todos os anos, por voltacasa aposta com bonusoutubro - durante o que é chamado,casa aposta com bonusforma sinistra,casa aposta com bonus"estação do abate" -, entramcasa aposta com bonusação as ganguescasa aposta com bonusvespas gigantes decapitadorascasa aposta com bonusabelhas, também adequadamente denominadas "vespas assassinas".
As vespas vivemcasa aposta com bonusgrande parte da Ásia, da Índia até o Japão, mas os cientistas suspeitam que elas estejam lentamente invadindo outras regiões, sendo avistadas ocasionalmente até na América do Norte. Acasa aposta com bonuscaça às abelhas pode durar horas e varrer colônias inteiras. As vespas primeiro cortam as abelhas trabalhadorascasa aposta com bonuspedaços e depois saemcasa aposta com bonusbusca das ninhadas.
Mas as abelhas não morremcasa aposta com bonussilêncio. Em uma pesquisa publicada neste ano, cientistas revelaram que elas gritam, usando uma versão amplificada e desenfreada do seu zumbido habitual. E, embora ninguém tenha relacionado conclusivamente os gritos a uma reação emocional das abelhas, os autores do estudo observaram no seu trabalho que esses "zumbidos antipredadores" possuem características acústicas similares aos gritoscasa aposta com bonusalarmecasa aposta com bonusmuitos outros animais, desde primatas até aves e suricatos, e podem sugerir que elas estão com medo.
Uma verdade desconfortável
O aspecto mais controverso das vidas internas dos insetos deve ser a dor.
"Existem muitas evidênciascasa aposta com bonuslarvascasa aposta com bonusmoscas-das-frutas que elas sentem dor mecânica - se nós as apertamos, elas tentam escapar - e o mesmo também acontece com as moscas adultas", afirma Greg Neely, professorcasa aposta com bonusgenômica funcional da Universidadecasa aposta com bonusSydney, na Austrália.
Como sempre acontece, comprovar que essas experiências desagradáveis são interpretadas como dor emocional é outra questão. "O problema realmente é o aspectocasa aposta com bonusordem superior", afirma Neely.
Mas existem cada vez mais evidênciascasa aposta com bonusque elas podem,casa aposta com bonusfato, sentir dor como a conhecemos - e não apenas isso, elas podem ter dores crônicas, da mesma forma que os seres humanos.
Uma indicação básica disso é o fatocasa aposta com bonusque, se você treinar moscas-das-frutas a associar um certo odor a algo desagradável, elas simplesmente correrão para longe sempre que você apresentar o odor a elas.
"Elas relacionam o contexto sensorial ao estímulo negativo e o rejeitam - por isso, elas fogem", afirma Neely. Quando as moscas-das-frutas são impedidascasa aposta com bonusescapar,casa aposta com bonusalgum momento elas desistem e exibem comportamentocasa aposta com bonusdesamparo, muito similar à depressão.
Mas talvez os resultados mais surpreendentes tenham surgido da própria pesquisacasa aposta com bonusNeely, que concluiu que moscas-das-frutas feridas podem sentir dores persistentes, muito tempo depois da cura das suas feridas físicas.
"É quase como um estadocasa aposta com bonusansiedade, no qual, após sermos feridos, queremos ter certezacasa aposta com bonusque nadacasa aposta com bonusruim acontecerácasa aposta com bonusnovo", afirma Neely. Acredita-se que as reações das moscas-das-frutas espelhem o que pode acontecercasa aposta com bonusseres humanos, quando uma lesão gera dores "neuropáticas" crônicas.
E, embora a dor ainda não tenha sido estudadacasa aposta com bonusgrandes variedadescasa aposta com bonusinsetos, Neely acredita que é provável que ela seja similar entre as diversas espécies.
"Se observarmos a arquitetura geral da configuração do cérebro - os receptores, os canais iônicos e os neurotransmissores -, tudo é muito similar", afirma Neely. Ela indica que é possível encontrar exemploscasa aposta com bonusinsetos que não percebem esses sinais sensoriais, como as larvas que estão no meio dacasa aposta com bonustransição para a fase adulta, mas isso não é comum.
Questãocasa aposta com bonusnúmeros
Todas essas pesquisas possuem implicações perturbadoras.
Atualmente, os insetos estão entre os animais mais perseguidos do planeta e são mortos rotineiramentecasa aposta com bonusnúmeros quase incompreensíveis. Esses números incluem 3,5 quatrilhões - 3.500.000.000.000.000 -casa aposta com bonusinsetos envenenados anualmente por inseticidas nas áreas agrícolas dos Estados Unidos, mais 2 trilhões esmagados ou atingidos por carros nas estradas holandesas e muitos mais que não são contados.
Embora não existam muitos dados sobre o alcance total dos nossos inseticidas, é amplamente aceito que estamos matandocasa aposta com bonusnúmeros tão imensos que estamos vivendo um "Armageddon dos insetos" - uma eracasa aposta com bonusque os insetos estão sendo varridos dos camposcasa aposta com bonusvelocidade alarmante. Prova disso é que três quartos dos insetos voadores das reservas naturais da Alemanha desapareceram nos últimos 25 anos e um relatório científico concluiu que 400.000 espécies podem estar à beira da extinção.
A descoberta das emoções dos insetos também apresenta um dilema um tanto desconfortável para os pesquisadores, especialmente aqueles que dedicaram suas carreiras a pesquisá-las.
A mosca-das-frutas é um modelocasa aposta com bonusanimalcasa aposta com bonuspesquisa, estudado com tanta intensidade que os pesquisadores sabem mais sobre ela que sobre a maior parte dos outros insetos. Existem atualmente cercacasa aposta com bonus762 mil estudos que mencionam seu nome científico, Drosophila melanogaster, no mecanismocasa aposta com bonusbusca Google Acadêmico.
Da mesma forma, a popularidade dos estudos sobre abelhas está crescendo, devido aos conhecimentos que elas podem fornecer para tudo, desde epigenética - o estudo da formacasa aposta com bonusque o ambiente pode influenciar como os nossos genes são expressos - até aprendizado e memória.
Por tudo isso, as abelhas e as moscas-das-frutas já ultrapassaramcasa aposta com bonusquota razoávelcasa aposta com bonusexperimentação.
"Gostocasa aposta com bonusobservar as abelhas e estudei muito o comportamento delas na minha carreira,casa aposta com bonusforma que já tenho muita empatia por elas", afirma Geraldine Wright, que é vegetariana há décadas.
Mas as quantidades utilizadascasa aposta com bonusestudos são minúsculascasa aposta com bonuscomparação com os insetos sacrificadoscasa aposta com bonusoutras formas, o que torna mais fácil justificar as pesquisas. "É esse tipocasa aposta com bonusdesprezo à vidacasa aposta com bonusgeral [que Wright considera mais problemático] - sabe, as pessoas gratuitamente tiram, destroem e manipulam a vida...casa aposta com bonusseres humanos e [outros] mamíferos,casa aposta com bonusinsetos até plantas", afirma ela.
O usocasa aposta com bonusinsetos para pesquisa ainda é muito controverso, mas a descoberta que eles podem pensar e sentir levanta uma sériecasa aposta com bonusenigmas implacáveis para outros campos.
Já existe um precedente históricocasa aposta com bonusproibiçãocasa aposta com bonuspesticidas para proteger certos insetos - como o embargocasa aposta com bonusnicotinoides pela União Europeia para proteger as abelhas. Poderá haver motivação para abandonar outros?
E, embora os insetos sejam cada vez mais promovidos como alternativa nobre e ecológica à carnecasa aposta com bonusvertebrados, esta seria realmente uma vitória da ética? Afinal, você precisaria matar 975.225 gafanhotos para conseguir o mesmo volumecasa aposta com bonuscarnecasa aposta com bonusuma única vaca.
Talvez uma razão pela qual nós não costumamos pensarcasa aposta com bonusinsetos como seres emotivos é porque isso seria insuportável.
Zaria Gorvett é jornalista sênior da BBC Future
- Leia a íntegra desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
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