Os seres humanos são capazesgalera ponto betdestruir toda a vida na Terra?:galera ponto bet

Crédito, Josua Marunduh/Getty Images
Basta olhargalera ponto betvolta — você está inseparavelmente cercado por objetos materiais —, sejam eles necessários emgalera ponto betvida ou não.
Para cada objeto que usamos, existe uma crescente redegalera ponto betações globais que está lentamente destruindo a saúde emocional humana, esgotando os recursos da Terra e degradando os habitats do nosso planeta.
Se não for controlado, existe o riscogalera ponto beto consumo humano acabar transformando a Terragalera ponto betum mundo inabitável? Será que devemos parar antes que seja tarde demais?
Uma equipegalera ponto betpesquisadores do Institutogalera ponto betCiências Weizmann,galera ponto betIsrael, publicou recentemente um estudo que comparou a massa produzida pelo homem — também conhecida como massa antropogênica — com toda a massa viva, ou biomassa, do planeta.
Pela primeira vez na história da humanidade, o primeiro ou ultrapassou o segundo ou está pertogalera ponto betultrapassar nos próximos anos.
O estudo estima que,galera ponto betmédia, cada pessoa no planeta produz agora mais massa antropogênica do que seu peso corporal por semana.
"A descobertagalera ponto betque a massa antropogênica — coisas feitas pelo homem — agora pesa tanto quanto todas as coisas vivas, e o fatogalera ponto betque continua a se acumular rapidamente, oferece outra perspectiva claragalera ponto betcomo a humanidade é agora um ator importante na formação da face do planeta", diz o professor Ron Milo, do Institutogalera ponto betCiências Weizmann.
"A vida na Terra é afetadagalera ponto betforma quantitativa importante pelas ações dos humanos."
Esta revelação não é surpresa para muitos que consideram que os humanos já deram início a uma nova época geológica chamada Antropoceno — a era dos humanos, termo popularizado pelo químico ganhador do Prêmio Nobel Paul Crutzen.
Embora o início exato desta era seja discutível, não há como negar que os humanos se tornaram uma força dominante neste planeta, alterando todas as outras formasgalera ponto betvida por meiogalera ponto betsuas ações.
A escala e o tamanho da massa antropogênica são alarmantes.
Veja o caso do plástico — o surgimento da era dos plásticos modernos ocorreu apenasgalera ponto bet1907, mas hoje produzimos 300 milhõesgalera ponto bettoneladasgalera ponto betplástico todos os anos.
Além disso, a percepçãogalera ponto betque, depois da água, o concreto é a substância mais usada na Terra está além da compreensão.
O gigantesco processogalera ponto betgeoengenharia iniciado pelos humanos teve um aumento acelerado quando materiais como concreto e agregados se tornaram amplamente disponíveis.
Estes dois materiais constituem um dos principais componentes do crescimento da massa antropogênica.
Até mesmo as relativamente recentes aventuras humanasgalera ponto betexploração espacial, que começaram há cercagalera ponto bet60 anos, estão desencadeando um problema desastrosogalera ponto betlixo espacial.

Crédito, Munir Uz Zaman/AFP/Getty Images
Paralelamente a isso, observamos o derretimento das calotas polares, o degelo do permafrost e o aumento das temperaturas no planeta.
Mas por que isso aconteceu? Os humanos são geneticamente inclinados a ser materialistas ao pontogalera ponto betcausargalera ponto betprópria destruição? O acúmulogalera ponto betmassa antropogênica é apenas uma medida da taxagalera ponto betaniquilação dos humanos? Ou a natureza vai preparar os humanos para lidar com esse problema?
Todas essas questões são altamente incertas.
Embora haja evidênciasgalera ponto betque o materialismo é aprendido e influenciado pela cultura, alguns argumentam que a seleção natural pode ter predisposto nossa espécie ao desejogalera ponto betacumular coisas.
Nossos pertences podem nos oferecer uma sensaçãogalera ponto betsegurança e status que, sem dúvida, desempenhou um papel mais relevante no início da história humana.
De alguma forma, criar coisas novas se tornou uma palavra divina na psique humana coletiva. Está desagradavelmente presentegalera ponto bettodos os nossos empreendimentos, desde histórias antigas até laboratóriosgalera ponto betpesquisa e desenvolvimento modernos.
"No princípio, Deus criou o céu e a Terra..." diz a história do Gênesis na Bíblia.
Os humanos foram condicionados a acreditar que criar algo novo é um propósito significativogalera ponto betvida — e a única maneiragalera ponto betpromover suas ambições. No entanto, esquecemosgalera ponto betcolocar um limitegalera ponto betuso.
Os limites da ciência nunca foram tão evidentes ao tentar resolver esse enigma.
Depender apenasgalera ponto betsoluções tecnológicas verdes é equivocado porque o foco ainda é baseadogalera ponto betcoisas novas e mais uso — e nãogalera ponto betmudar o estilogalera ponto betvida ou modelosgalera ponto betnegócios que originaram esse problemagalera ponto betprimeiro lugar.
Mesmo que a gente consiga substituir todos os veículos movidos a combustíveis fósseis por equivalentes elétricos, por exemplo, as cidades já estão com dificuldadegalera ponto bettirar espaço dos carros nas ruas, e os veículos elétricos têm seu próprio impacto nos recursos mundiais devido aos materiais necessários para fabricá-los.
"O acúmulogalera ponto betmassa antropogênica também está relacionado ao desenvolvimento urbano, junto com suas implicações ambientais associadas, já testemunhadasgalera ponto bettodo o mundo", diz Emily Elhacham, uma das autoras do estudo do Institutogalera ponto betCiências Weizmann.
"Espero que a conscientização promova uma mudançagalera ponto betcomportamento que permita encontrar um pontogalera ponto betequilíbrio melhor. Cada passo nessa direção terá um efeito positivo."
Veja a pegadagalera ponto betcarbonogalera ponto betnossos gadgets, da internet e dos sistemasgalera ponto betsuporte. Ela é responsável por cercagalera ponto bet3,7% das emissões globaisgalera ponto betgases do efeito estufa — e a previsão égalera ponto betque este percentual dobre até 2025.
É possível reduzir as emissões com um e-mail a menos ou evitar um compartilhamento desnecessáriogalera ponto betfotos nas redes sociais — pode parecer uma redução insignificante por partegalera ponto betum indivíduo, mas podemos somar bilhões dessas pequenas ações.

Crédito, Noel Celis/AFP/Getty Images
As grandes empresasgalera ponto bettecnologia afirmam que estão se tornando verdes ou definindo metas para a neutralidadegalera ponto betcarbono, mas raramente incentivam as pessoas a gastar menos tempo nas redes sociais ou a comprar menos produtos.
Em vez disso, os modelosgalera ponto betpublicidade e marketing transmitem mensagens poderosas que reforçam o lema: criar e consumir mais.
Esse materialismo selvagem irracional também está profundamente enraizado nas tradições e nos símbolos culturais. Nos Estados Unidos, o Diagalera ponto betAçãogalera ponto betGraças é seguido por outra celebração, a Black Friday.
Durante este ritual, longas filasgalera ponto betconsumidores se formam nos shoppings, muitas vezes há quem saia machucado ou pisoteado — mas as pessoas estão convencidasgalera ponto betque é um esforço que vale a pena.
Na era do Antropoceno, os humanos podem se sentir no direitogalera ponto betdepositar esperança na tecnologia para consertar qualquer problema,galera ponto betmodo que possam continuar a fazer o que estão fazendo.
Diante do acúmulogalera ponto betplástico no meio ambiente, por exemplo, um surtogalera ponto betinovação resultougalera ponto betcoposgalera ponto betcafé biodegradáveis, sacolas ecológicas e canudos reutilizáveis.
Mas embora seja verdade que um modelogalera ponto betcrescimento sustentável que inclui nosso meio ambiente tenha um potencial muito maior para perseverar, precisamosgalera ponto betuma abordagem diferente para a sustentabilidade que trate do nosso consumismo desenfreado.
A covid-19 nos lembrou como a civilização humana é frágil e despreparada quando se tratagalera ponto betcasos como uma pandemia.
Também nos ensinou que o comportamento humano pode ser modificado com pequenas ações, como usar máscara para mitigar a intensidade das tragédias globais.
A abordagem passiva da proliferação da massa antropogênica não se deve apenas à faltagalera ponto betconhecimento sobre seu impacto, mas,galera ponto betgeral, também tem a ver com a tendência humanagalera ponto betrejeitar fatos que não se enquadram emgalera ponto betvisãogalera ponto betmundo.
O ser humano está naturalmente disposto a desconsiderar as questões que não desafiam seu cotidiano ou que diluemgalera ponto betconveniência.
Além disso, podem encontrar consolo no pensamentogalera ponto betque a natureza pode capacitar os organismos para sobreviver, não importa o que façamos.
É verdade que a evolução lenta e gradual, ao estilo Darwiniano, por meio da seleção natural é muitas vezes surpreendegalera ponto betcertos ambientes extremamente poluídos.
Em 2016, uma equipegalera ponto betcientistas no Japão encontrou uma cepagalera ponto betbactériagalera ponto betuma unidadegalera ponto betreciclagemgalera ponto betgarrafas capazgalera ponto betdecompor e metabolizar plástico.
Por outro lado, esta descoberta mostra as maneiras sutis e poderosas pelas quais as ações humanas estão mudando a vida neste planeta.
A adaptação dos organismosgalera ponto betresposta aos poluentes é um fenômeno complexo.
"No longo prazo, um aumento sustentado da massa antropogênica levaria à perdagalera ponto bethabitats por meiogalera ponto betdeslocamento físico e alteraçãogalera ponto bethabitats, como contaminação por poluentes resultantes da produção e descartegalera ponto betmassa antropogênica", diz Alessandra Loria, bióloga da Universidade McGill, no Canadá, autora principal deste estudo.
A pesquisa indica que os efeitos negativos induzidos pela poluição geralmente pioram ao longogalera ponto betvárias gerações, embora o mecanismogalera ponto betenfrentamento variegalera ponto betdiferentes espécies.
O rápido esgotamento dos recursos naturais e da biodiversidade não é uma corrida evolutiva normal à qual a natureza está acostumada.
Embora algumas espécies possam certamente se adaptar às mudanças que ocorremgalera ponto betnosso meio ambiente, os humanos não são mais uma mera espécie que segue a evoluçãogalera ponto betDarwin, mas uma força muito maior que veio para conduzir a evolução neste planeta.
Estudos mostram que, para a maioria das espécies, não se espera que a adaptação evolutiva seja suficientemente rápida para amortecer os efeitos das mudanças ambientais causadas pela atividade humana. E nossa própria espécie não será uma exceção.

Crédito, Yuri Smityuk/TASS/Getty Images
Embora não esteja provado que iremos nos destruir, há indicações clarasgalera ponto betque ignoramos os efeitos por nossa própria conta e risco.
Por exemplo, algumas das extinçõesgalera ponto betmassa na história da Terra estão relacionadas à acidificação dos oceanos. Os oceanos absorvem cercagalera ponto bet30% do dióxidogalera ponto betcarbono liberado na atmosfera, o que porgalera ponto betvez aumentagalera ponto betacidez.
Os oceanos podem estar se acidificando mais rápido hoje do que nos últimos 300 milhõesgalera ponto betanos, sobretudogalera ponto betdecorrência das atividades humanas.
"A vida humana será afetada negativamente por causa da perdagalera ponto betvários benefícios e serviços ecossistêmicos fornecidos pela diversidade biológica", diz Loria.
"Por exemplo, a poluição da água pode afetar os serviçosgalera ponto betabastecimento, comogalera ponto betágua e alimentos, causando uma redução na diversidade alimentar e/ou nagalera ponto betqualidade e segurança. A degradação generalizada dos ecossistemas ameaça as condiçõesgalera ponto betvida na Terra,galera ponto betparticular a sobrevivência a longo prazo da nossa própria espécie."
Nosso impacto no planeta é muito mais profundo do que as pegadasgalera ponto betcarbono ou o aquecimento global.
Ele aponta para um futurogalera ponto betque os efeitos da massa antropogênica vão assumir — se é que já não assumiram — a identidade da Terra egalera ponto betvida. Diante disso, os próprios humanos podem sair perdendo na corrida evolutiva.
Eliminar materiais como concreto ou plástico, ou substituí-los por alternativas não resolverá o problema fundamental das atitudes humanas e nosso apetite sem precedentes por mais.
É exatamente aqui que o materialismo pode se transformar facilmentegalera ponto betum conhecido desconhecido fatorgalera ponto betrisco para uma catástrofe global.
A infinidadegalera ponto betmaneiras pelas quais ele pode transformar este planetagalera ponto betum mundo mundano é algo que nossa civilização nunca vivenciou antes.
Na ausênciagalera ponto betum escudo evolutivo totalmente seguro, poderíamos dependergalera ponto betnossa inteligência para sobreviver.
No entanto, como afirma Abraham Loeb, professorgalera ponto betciências da Universidadegalera ponto betHarvard, nos EUA, e astrônomogalera ponto betbuscagalera ponto betcivilizações cósmicas mortas, "a marca da inteligência é a capacidadegalera ponto betpromover um futuro melhor".
"Se continuarmos a nos comportar dessa forma, podemos não sobreviver por muito tempo", diz ele.
"Por outro lado, nossas ações podem ser uma fontegalera ponto betorgulho para nossos descendentes se eles sustentarem uma civilização inteligente o suficiente para perdurar por muitos séculos."
A históriagalera ponto betBhasmasura na mitologia hindu oferece um paralelo sombrio do impacto do materialismo.
Devoto do deus Shiva, ele obtém uma bênçãogalera ponto betShiva, que concede a ele o podergalera ponto bettransformar qualquer umgalera ponto betcinzas com um simples toque na cabeça.
Logo após ganhar esta habilidade mágica, ele tenta testá-la no próprio Shiva. Shiva consegue escapar, reza a lenda.
Mas os humanos podem não ter sorte o suficiente para fugirgalera ponto betsuas próprias ações.
A menos que a gente adote uma visão diferente enraizada na redução do consumo, as chamas do nosso próprio materialismo podem consumir a nós mesmos e ao nosso planeta.
* Santhosh Mathew é professorgalera ponto betfísica e astronomia do Regis College,galera ponto betBoston, e autorgalera ponto betdois livros científicos.
galera ponto bet Leia a versão original galera ponto bet desta reportagem (em inglês) no site BBC Future galera ponto bet .

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