O que explica o 'ódio irracional' aos veganos:grupo f copa do mundo 2024

Comer carne ou não comer carne? O debate virou um campogrupo f copa do mundo 2024batalha. E, embora seja natural que as pessoas discordem, as paixões despertadas nessa discussão parecem desafiar a razoabilidade.

Pesquisas mostram que apenas viciadosgrupo f copa do mundo 2024drogas enfrentam o mesmo graugrupo f copa do mundo 2024estigma que os veganos — e entre estes, os menos popularesgrupo f copa do mundo 2024todos são aqueles que citam a crueldade contra animais como argumento. Dado que a maioriagrupo f copa do mundo 2024nós provavelmente gostariagrupo f copa do mundo 2024ver menos sofrimento no mundo, por que existe tanto ressentimento por aqueles que fazem algo a respeito?

Se você se atreve a perguntar, os veganófobos têm muitas explicações razoáveis ​​(e outras nem tanto). Primeiro, há o argumento da hipocrisia: a ideiagrupo f copa do mundo 2024que os veganos também têm sangue nas mãos, na formagrupo f copa do mundo 2024"massacres"grupo f copa do mundo 2024plantas, do custo ambiental dos abacates egrupo f copa do mundo 2024todos os animais impactados por plantações.

Outros argumentos populares incluem a percepção dos veganos como excessivamente presunçosos e zelosos. É como diz a piada: "Como você reconhece um veganogrupo f copa do mundo 2024um jantar? Não se preocupe! Ele vai te contar!".

Mas essas são realmente as razões pelas quais algumas pessoas não gostam dos veganos? Nem todo mundo está convencido. Alguns psicólogos têm outra teoria: agrupo f copa do mundo 2024que, longegrupo f copa do mundo 2024ser motivado por fatores ao alcancegrupo f copa do mundo 2024nossa consciência, o ressentimento generalizado que temos pelos veganos se reduz a preconceitos profundamente arraigadosgrupo f copa do mundo 2024nossa psiquê.

Hank Rothgerber, psicólogo social na Universidadegrupo f copa do mundo 2024Bellarmine, nos EUA, acredita que tudo se resume à pergunta: como continuamos a comer carne?

"Basicamente, vivemosgrupo f copa do mundo 2024uma era, pelo menos no mundo ocidental, onde há mais e mais evidências, mais e mais argumentos e mais e mais livros sobre como comer carne é ruim", diz Rothgerber. "Mas, ainda assim, nosso comportamento não mudou significativamente."

Ele ressalta que previsões iniciais para 2018 indicam que este terá sido o ano com o maior consumogrupo f copa do mundo 2024carne per capita na história dos Estados Unidos.

"O que eu estou observando é: como as pessoas racionalizam isso e ainda se sentem boas pessoas?"

Para continuar a comer carne, sugere Rothgerber, é necessária uma verdadeira ginástica mental. Felizmente, nossos cérebros são extremamente bonsgrupo f copa do mundo 2024nos proteger das realidades que não queremos enfrentar — e há uma sériegrupo f copa do mundo 2024truques psicológicos à nossa disposição.

Por exemplo, há a "dissonância cognitiva", que ocorre quando uma pessoa tem dois pontosgrupo f copa do mundo 2024vista incompatíveis e atua maisgrupo f copa do mundo 2024acordo com um deles. Por exemplo,grupo f copa do mundo 2024afeição por animais pode começar a colidir com a ideiagrupo f copa do mundo 2024que não há problemagrupo f copa do mundo 2024comê-los.

Alguns psicólogos já têm até um nome para isso: o "paradoxo da carne". Alguns usam, no entanto, termos mais fortes, como "esquizofrenia moral".

A tensão resultante disso pode nos fazer sentir estressados, irritados e infelizes. Mas,grupo f copa do mundo 2024vezgrupo f copa do mundo 2024resolver a questão alterando nossas crenças ou comportamento, é bastante normal colocar a culpagrupo f copa do mundo 2024motivos ainda mais alheios. Por exemplo, quando corretores perdem certos investimentos, tendem a culpar seus gerentes. Isso permite que eles continuem acreditando que tomam excelentes decisões, enquanto enfrentam o fatogrupo f copa do mundo 2024terem obtido exatamente o resultado oposto ao que deveriam (e pelo qual são pagos) egrupo f copa do mundo 2024que perderam dinheiro.

No casogrupo f copa do mundo 2024comer carne, Rothgerber sugere que temos várias estratégias — cercagrupo f copa do mundo 202415 — que nos permitem evitar enfrentar o paradoxo da carne. Isso inclui estimar que comemos menos carne do que a realidade; ignorar a forma como ela foi produzida; ou se contentar com o consumogrupo f copa do mundo 2024animaisgrupo f copa do mundo 2024criação "humanitária".

Mas, diante dessas estratégias, os veganos aparecemgrupo f copa do mundo 2024novo como estraga-prazeres.

Segundo Rothgerber, as pessoas tendem a não considerar o comer carne como uma ideologia. A hegemonia do consumogrupo f copa do mundo 2024carnegrupo f copa do mundo 2024todo o mundo ajuda os onívoros entre nós a evitar a ideiagrupo f copa do mundo 2024que isso é uma escolha — afinal, é exatamente o que todo mundo está fazendo. Mas quando um vegano aparecegrupo f copa do mundo 2024um jantar,grupo f copa do mundo 2024repente, saímos desse ambiente confortável.

Porgrupo f copa do mundo 2024mera existência, os veganos forçam as pessoas a confrontargrupo f copa do mundo 2024dissonância cognitiva. E isso irrita.

Décadasgrupo f copa do mundo 2024pesquisas psicológicas mostraram que, na tomadagrupo f copa do mundo 2024decisão, as pessoas tendem a se permitir chegar àgrupo f copa do mundo 2024conclusão preferida, desde que possam inventar uma justificativa racional sustentando-a. Por exemplo, um estudo descobriu que, quando os participantes queriam acreditar que seriam bem-sucedidos academicamente, eram mais propensos a recordar seus bons desempenhos no passado ​do que seus fracassos.

No caso da carne, esse "raciocínio motivado" pode levar as pessoas a encontrar explicações sobre por que comer animais é a decisão correta. E uma delas é que os veganos são ruins.

Em um estudo liderado por Julia Minson, psicóloga da Universidade da Pensilvânia (EUA), os participantes foram questionados sobre suas atitudesgrupo f copa do mundo 2024relação aos veganos e,grupo f copa do mundo 2024seguida, solicitados a pensargrupo f copa do mundo 2024três palavras associadas a eles. Pouco menos da metade dos participantes tinha algo negativo a dizer e, curiosamente, 45% incluíam uma palavra que se referia às suas características sociais. Por exemplo, os veganos eram associados aos adjetivos "esquisito", "arrogante", "militante", "tenso", "estúpido" e — misteriosamente — "sádico".

Não contribui para a popularidade dos veganos o fatogrupo f copa do mundo 2024que eles realmente se consideram melhores do que aqueles que comem carne; os vegetarianos tendem a avaliar as virtudesgrupo f copa do mundo 2024outros vegetarianos como maiores do que a dos não vegetarianos. Mas também é verdade que, no fundo, talvez a maioriagrupo f copa do mundo 2024nós concorde com eles — e essa é uma das principais fontesgrupo f copa do mundo 2024animosidade.

Nesse sentido, quanto mais justos os participantes do estudo esperavam que os vegetarianos fossem, mais severas as palavras escolhidas para descrevê-los.

"Há muita pesquisa sobre como não gostamosgrupo f copa do mundo 2024membrosgrupo f copa do mundo 2024grupos que são potencialmente moralmente inferiores ou que a sociedade vê como errados", diz Benoit Monin, psicólogo da Universidadegrupo f copa do mundo 2024Stanford que também esteve envolvido no estudo. "Mas é intrigante para mim que também rejeitemos membrosgrupo f copa do mundo 2024grupos que fizeram escolhas louváveis ​​deliberadamente."

Há evidências crescentesgrupo f copa do mundo 2024que somos particularmente ameaçados por pessoas que têm moral semelhante a nós, ainda mais se elas forem além do nosso desempenho. No final das contas, nosso medogrupo f copa do mundo 2024ser julgado ultrapassagrupo f copa do mundo 2024muito qualquer respeito que possamos ter porgrupo f copa do mundo 2024integridade superior.

Para um segundo estudo, a equipe pediu a alguns participantes que pensassemgrupo f copa do mundo 2024como os vegetarianos julgariamgrupo f copa do mundo 2024moralidade; e, depois, quais os traçosgrupo f copa do mundo 2024personalidade mais prováveis para os vegetarianos. Outro grupo passou pelos testes, mas na ordem contrária. No experimento, aqueles que pensaramgrupo f copa do mundo 2024ser julgados primeiro por vegetarianos tenderam a associá-los mais fortemente a palavras negativas.

De fato, Monin diz que esse medogrupo f copa do mundo 2024reprovação é tão potente que os vegetarianos (aqueles que consomem produtos derivadosgrupo f copa do mundo 2024animais, como leite e ovos, mas não carne) têm mais probabilidadegrupo f copa do mundo 2024serem intimidados por veganos do que os carnívoros. Alguns estudos já indicaram que os veganos classificam os vegetarianos como hipócritas.

De acordo com Rothgerber, a "difamação do benfeitor" pode ser uma maneiragrupo f copa do mundo 2024desviar a atençãogrupo f copa do mundo 2024nossas próprias decisões duvidosas — o que ajuda a acalmar os sentimentos desconfortáveis ​​que a dissonância cognitiva cria.

A descoberta também explica por que veganos e vegetarianos por motivos éticos são mais irritantes para os onívoros do que aqueles que escolhem o estilogrupo f copa do mundo 2024vida por razõesgrupo f copa do mundo 2024saúde.

Ironicamente, as mesmas indisposições psicológicas também sugerem que anúncios pró-veganismo que se concentrem no sofrimento dos animais podem ter efeito oposto do pretendido; enquanto algumas pessoas podem reagir comendo menos carne, as pessoas que não mudam seu comportamento precisam lidar com o desconfortogrupo f copa do mundo 2024tentar justificar suas ações.

Então, da próxima vez que um ativista comedorgrupo f copa do mundo 2024esquilos chegar às manchetes, pense: no fundo, pessoas como ele podem realmente ser amantesgrupo f copa do mundo 2024animais, fazendo esforços para encobrir isso.

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