O que há por trás do estigma do tratamento com eletrochoque, eficaz contra depressão grave:unibet saque

Médicos colocam eletrodos na cabeçaunibet saquepaciente durante simulaçãounibet saquesessãounibet saqueECT,unibet saque1976

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Legenda da foto, Estigma que cerca os tratamentosunibet saquechoque desencoraja aplicação do procedimento

Em poucas semanas, no entanto, o homem misterioso voltaria a conversar, a morar emunibet saqueprópria casa e a dormir ao lado da esposa. Também retornaria ao trabalho como engenheiro,unibet saqueMilão.

Ele foi o primeiro paciente a receber o tratamento que mais tarde seria conhecido como eletrochoque ou eletroconvulsoterapia (ECT). Embora os sintomas tenham voltadounibet saquepoucos meses, ele e os médicos sabiam que era possível tratar.

Atualmente, a ECT é vista com frequência como uma ferramentaunibet saquetortura cruel, prejudicial ao cérebro, sem espaço na medicina moderna. Mas ainda é o tratamento mais eficaz para um pequeno grupounibet saquedoenças mentais.

Paciente submetido a eletroconvulsoterapia

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Legenda da foto, A eletroconvulsoterapia, como é chamada, pode curar sintomasunibet saquetranstornos como mania, catatonia e depressão grave

Apesarunibet saqueninguém saber realmente como funciona, a terapiaunibet saquechoque pode ajudar,unibet saquemaisunibet saque80% dos casos, a eliminar os piores sintomas da mania, da catatonia (condição mental que deixa os pacientes retraídos, mudos e apáticos) ou da depressão grave, que pode levar ao suicídio.

A ECT está longeunibet saqueser perfeita. Não é capazunibet saquecurar um paciente, por exemplo, e precisa ser repetida com intervalosunibet saquepoucos meses para evitar que os sintomas originais voltem. Sem contar que há riscounibet saqueperdaunibet saquememória (geralmente temporária),unibet saquedoresunibet saquecabeça e no maxilar.

Mas será que os efeitos colaterais justificam o estigma contínuo associado ao tratamento? A quimioterapia, por exemplo, vem acompanhadaunibet saquenáuseas e outras reações adversas, alémunibet saquemuitas vezes não ser bem-sucedida. No entanto, continua sendo a parte mais importante nos tratamentos contra o câncer.

Para muitas pessoas, a ECT poderia ser a salvação. O suicídio (frequentemente associado a transtornos mentais) é a quarta maior causaunibet saquemorte entre jovensunibet saque15 a 29 anos no Brasil – e a segunda a nível mundial. A depressão, porunibet saquevez, é uma das doenças mais incapacitantes globalmente, consumindo os anos mais saudáveisunibet saquenossas vidas coletivas.

Mas, afinal, o que é verdade sobre a eletroconvulsoterapia?

O escritor americano William Styron

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Legenda da foto, O escritor americano William Styron escreveu sobreunibet saqueluta contra a depressão e pensamentos suicidas

A origem da eletroconvulsoterapia

Todas as manhãs, às 9h, o alarme do celular toca, me lembrandounibet saquetomar os antidepressivos.

Ao contrário dos medicamentos anteriores, esses parecem fazer efeito, combinados com sessões regularesunibet saqueanálise e dois cursosunibet saqueterapia cognitivo-comportamental (TCC).

Não tenho criseunibet saquedepressão há quase quatro meses. Antes disso, seriam apenas algumas semanas ou um mêsunibet saqueintervalo entre um períodounibet saquedepressão e outro.

Não estou curado, estou somenteunibet saqueremissão. A depressão vai voltar – seria ingênuo da minha parte pensarunibet saqueoutra forma. A faltaunibet saqueinteresseunibet saqueatividades antes agradáveis, a incapacidadeunibet saqueamar meus entes queridos, os pensamentos assombrosos do suicídio: todos vão voltar.

Mas, independentemente se vai durar meses ou anos, a libertação dessas algemas não tem preço.

Hospital psiquiátrico

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Legenda da foto, Por décadas, pacientes com depressão eram internadosunibet saquehospitais psiquiátricos

Às vezes, me pergunto como seria medicado se tivesse nascidounibet saqueoutra época.

Na virada do século 20, poderia ter sido internadounibet saqueum dos hospitais psiquiátricos no interior do Reino Unido. Na décadaunibet saque1930, teriam me receitado anfetaminas – drogas psicostimulantes, como o ecstasy –, que foram comercializadas como os primeiros antidepressivos. E nos anos 1940, décadaunibet saqueque meus avós tinham a idade que tenho hoje, eu seria submetido à eletroconvulsoterapia.

Naquela época, a terapiaunibet saquechoque era tão popular que costumava ser aplicadaunibet saqueregime ambulatorial. Era como ir ao dentista. As pessoas marcavam uma consulta com o médico, recebiam uma sessãounibet saqueECT e voltavam para casa no mesmo dia.

De acordo com uma pesquisa realizadaunibet saque1980, 50% dos entrevistados tinham mais medo do dentista do que da ECT.

Paciente submetido a uma sessãounibet saqueterapiaunibet saquechoque

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Legenda da foto, Na décadaunibet saque1940, a terapiaunibet saquechoque era tão popular que era feitaunibet saqueregime ambulatorial

A ideiaunibet saqueinduzir convulsões para tratar doenças mentais partiuunibet saqueLadislas von Meduna, neurologista da Universidadeunibet saqueBudapeste, na Hungria.

Assim como outros médicos que trabalhavamunibet saquehospitais psiquiátricos, ele reparou que pacientes com esquizofrenia apresentavam melhora após uma crise convulsiva – normalmente desencadeada pela ingestãounibet saquedrogas pesadas. As alucinações, falas sem sentido e delírios costumavam desaparecer.

Embora os sintomas voltassem com o tempo, essa observação abriu uma nova perspectiva para os tratamentos psiquiátricos. Se encontrasse uma maneiraunibet saqueinduzir convulsões, pensou Meduna, talvez conseguisse acabar com as formas mais resistentesunibet saquedoença mental.

Em 1934, o neurologista usou uma droga chamada cardiazol (comercializada como metrazol nos EUA), que induzia convulsõesunibet saquequestãounibet saqueminutos ou até mesmo segundos, ao ser injetada no músculo. Depoisunibet saquerecuperar a consciência, pacientes outrora catatônicos se levantavam da cama, se vestiam e,unibet saquealguns casos, falavam pela primeira vez após anos.

A nova terapia gerou bastante burburinho. As pessoas se perguntavam se certas doenças ou condições, até então incuráveis, seriamunibet saquebreve remediadas.

Ao ouvir falar do cardiazol, Ugo Cerletti, presidente do Departamentounibet saqueDoenças Mentais e Neurológicas da Universidade La Sapienza, lembrou que conhecia um método melhorunibet saqueinduzir convulsões.

Ele vinha usando há anos pequenas descargas elétricas para estimular ataques epilépticosunibet saqueanimais, como parteunibet saqueum experimento. O procedimento era instantâneo, barato e altamente monitorável. Ao contrário do cardiazol, que variavaunibet saquepotência, a eletricidade era divididaunibet saqueduas variáveis básicas: númerounibet saquevolts e fraçõesunibet saquesegundo.

Lucio Bini, alunounibet saqueCerletti, desenvolveu um equipamento baseado nesses dois parâmetros. Enquanto um mostrador controlava a voltagem, um cronômetro automático era capazunibet saquelimitar o choque a um décimounibet saquesegundo.

Conectada à fiação elétricaunibet saqueum interruptorunibet saqueluz, a "máquinaunibet saqueeletrochoque Cerletti-Bini" emitia a corrente elétrica por meiounibet saquedois eletrodos, envoltosunibet saqueum pano embebidounibet saquesolução salina. Eles eram colocados umunibet saquecada lado da cabeça do paciente, acima das têmporas.

Personagemunibet saqueJack Nicholson no filme 'Um Estranho no Ninho'

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Legenda da foto, No filme 'Um Estranho no Ninho', personagemunibet saqueJack Nicholson é submetido a choque sem anestesia como punição

O que acontecia na sequência não era bonitounibet saquese ver.

Como todos os músculos se contraiamunibet saqueuma só vez, o corpo do paciente se contorcia para trás – lembrando fósseisunibet saquedinossauros ou posições excêntricasunibet saqueioga. Os dentes apertavam um pedaçounibet saquetubo, enquanto o ar sibilava dos pulmões. Pernas e braços se debatiam violentamente. Fezes, urina e até sêmen, no caso dos homens, podiam ser expelidos do corpo, como resultado da tensãounibet saquecada tendão. Alguns ossos acabavam fraturados, especialmente aqueles localizados na coluna, ao redor dos ombros e quadris. Eram fraturas sutis, observadas apenasunibet saqueraios-X e que cicatrizavam rapidamente, mas obviamente indesejáveis.

Eram registrados ainda relatosunibet saqueperdaunibet saquememória. Após recuperarem a consciência, alguns pacientes se perguntavam onde estavam, como tinham chegado até ali e com quem eram casados. Embora as lembranças retornassem, geralmenteunibet saquedias ou semanas após o tratamento, algumas pessoas pareciam perder a memória para sempre.

"Um cirurgião não recusa uma operação necessária por causa dos riscos iminentes… Os distúrbios mentais são tão destrutivos quanto uma eclosão maligna e muito mais terríveis no que se refere ao sofrimento que podem causar. Os riscos são, portanto, justificados", escreveu Lothar Kalinowsky, ex-colegaunibet saqueCerletti,unibet saqueresposta aos críticos da ECT,unibet saque1946.

De fato, apesarunibet saquetodas as desvantagens, a ECT era extremamente eficaz no tratamentounibet saquealgumas das doenças mentais mais complexas – especialmente a depressão grave.

Em 1945, um estudo conduzido por dois psiquiatras do Hospital McLean,unibet saqueMassachusetts, nos EUA, mostrou que a terapia impedia,unibet saque80% dos casos, o desenvolvimentounibet saqueuma crise profundaunibet saquedepressão. Pelo menos doisunibet saqueseus pacientes, que sofriam com a condição há maisunibet saque10 anos, conseguiram pela primeira vez uma trégua, após seis ou sete sessõesunibet saqueECT, realizadas ao longounibet saquealgumas semanas.

Assim como o calor do incêndio florestal é vital para soltar as sementesunibet saquedentro da casca das pinhas, uma rápida descargaunibet saqueeletricidade – e, principalmente, a convulsão que ela causa – parece libertar a pessoa da espessa armadura psicológicaunibet saqueque estava enclausurada.

Ou como Peter Cranford, psiquiatra do Hospital Estadualunibet saqueMilledgeville, na Geórgia, nos EUA, observouunibet saqueseu diário na décadaunibet saque1950: "Estupor catatônico num dia, jogando basquete no outro".

Da história a Hollywood

Desde o início, a ECT foi mal utilizada e, às vezes, desrespeitada.

Em 1944, Emil Gelny, médicounibet saquedois hospitais psiquiátricos na Áustria e membro do Partido Nazista, modificou um aparelhounibet saqueeletrochoque para uso no programaunibet saqueeutanásia T4unibet saquedoentes mentais.

Quando a Segunda Guerra Mundial chegava ao fim, ele acrescentou mais quatro eletrodos a uma máquinaunibet saqueECT, permitiu que a corrente elétrica fluísse por minutos (e não milissegundos) e executou 149 pacientes cujas vidas considerava "inúteis".

Embora muito mais gente tenha morrido vítimaunibet saquedoses letaisunibet saquedrogas ou desnutrição, o trabalhounibet saqueGelny lançaria, compreensivelmente, uma sombra negra sobre o futuro da ECT.

De uma maneira geral, o procedimento era aplicado indiscriminadamente. Em 1946, dois psiquiatrasunibet saqueSiena, na Itália, relataram: "Hoje não há nenhuma doença mentalunibet saqueque (a ECT) não tenha sido testada".

Isso incluía a homossexualidade, que os três primeiros volumes do Manual Diagnóstico e Estatísticounibet saqueTranstornos Mentais (publicados entre 1950 e 1980) classificavam como uma formaunibet saquedoença mental.

O uso generalizado da terapia – muitas vezes sem consentimento – era uma maneiraunibet saquecontrolar pacientes violentos. Depoisunibet saqueuma sessão, eles ficavam sonolentos e atordoados e, portanto, mais maleáveis. Era uma formaunibet saquecustódia, nãounibet saquecura.

No livro A Redomaunibet saqueVidro,unibet saque1963, a romancista Sylvia Plath contaunibet saqueexperiência destrutiva com a ECT uma década antes.

"Alguma coisa dobrou-se dentrounibet saquemim, me dominou e me sacudiu como se o mundo estivesse acabando. Ouvi um guincho, iiii-ii-ii-ii-ii, o ar tomado por uma cintilação azulada, e a cada clarão algo me agitava e moía. Eu achava que meus ossos se quebrariam e a seiva jorrariaunibet saquemim como uma planta partida ao meio. Fiquei me perguntando o que é que eu tinha feitounibet saquetão terrível."

Paciente é anestesiado antes da aplicação da ECT

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Legenda da foto, Paciente é anestesiado antes da aplicação da ECT, prática comum desde meados do século 20

Essa é a descrição da ECT que povoaria o imaginário popular por décadas. A mesma que rendeu um Oscar a Jack Nicholson porunibet saqueatuaçãounibet saqueUm Estranho no Ninho (1975). No filme, seu personagem Randle McMurphy, que se passa por louco, é submetido ainda a uma lobotomia (intervenção cirúrgica) na região frontal do cérebro.

Mas Hollywood é ficção. Já na décadaunibet saque1940, a terapiaunibet saquechoque era realizada com o auxíliounibet saqueanestesia e relaxantes musculares, que impediam o corpounibet saqueconvulsionar. Assim, o paciente permanecia dormindo durante todo o procedimento, evitando fraturas e excreções.

O primeiro composto anestésico a ser usado era extraídounibet saqueuma trepadeira amazônica, chamada curare – e era combinado com sedativos fortes. Mas, como podia paralisar a respiração, levou a um aumento no númerounibet saquemortes (quatrounibet saque11 mil pacientesunibet saque1943).

Na décadaunibet saque1950, o cloretounibet saquesuxametônio passou então a ser utilizado no lugar do curare, junto com a anestesia geral. E, atualmente, o tratamento é bem diferente do que Sylvia Plath descreveuunibet saqueseu livro.

"Se eles (criadores da ECT) pudessem enxergar o que aconteceunibet saqueuma clínica hoje, veriam o paciente deitadounibet saqueuma mesa, com eletrodos aplicados, a corrente elétrica emitida e alguns movimentos do pé do paciente... E é isso", diz Max Fink, psiquiatra aposentado que usou ECT no início dos anos 1950.

A convulsão acontece apenas no cérebro da pessoa, como mostra o eletroencefalograma que registra a atividade cerebral.

A "ECT modificada", como ficou conhecida, era muito mais segura. Reduziu a taxaunibet saquemortalidade para cercaunibet saque1unibet saquecada 10 mil pacientes – probabilidade menor que a da própria anestesia geral. Como disse um médico da Escolaunibet saqueMedicinaunibet saqueChicago,unibet saque1997, "para colocar o riscounibet saquemortalidade da ECT na perspectiva adequada, basta observar que é cercaunibet saquedez vezes mais segura que um parto".

Apesar dos avanços, a ECT caiuunibet saquedesuso após os anos 1960.

"Era como se a penicilina tivesseunibet saquealguma forma desaparecido do arsenal médico eunibet saqueprópria existência apagada da memóriaunibet saqueuma geração", afirmaram Edward Shorter e David Healy, especialistasunibet saqueHistória da Medicina,unibet saque2007.

Manifestaçãounibet saque1977 a favorunibet saqueprojetounibet saquelei para alertar pacientes sobre os riscos da ECT

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Legenda da foto, Manifestaçãounibet saque1977 a favorunibet saqueprojetounibet saquelei para alertar pacientes sobre os riscos da ECT

Isso se deveunibet saqueparte à proliferaçãounibet saquemedicamentos receitados – embora fossem, muitas vezes, menos eficazes no tratamento da depressão grave. Além da conotação negativa da ECT, promovidaunibet saquelivros, filmes e meiosunibet saquecomunicação.

Na décadaunibet saque1970, Healy e Shorter descreveram no livro Shock Therapy (Terapiaunibet saqueChoque,unibet saquetradução livre), a existênciaunibet saqueum crescente movimento antipsiquiátrico, encabeçado pela Igreja da Cientologia, que alegava que a ECT "destruía mentes".

Não há, no entanto, evidências conclusivas a respeito. Em 1991, após realizar o procedimentounibet saque35 pacientes com depressão, Edward Coffey e seus colegas da Universidade Duke, na Carolina do Norte, nos EUA, chegaram ao seguinte veredito: "Nossos resultados confirmam e ampliam estudosunibet saqueimagem anteriores que também não encontraram nenhuma relação entre ECT e dano cerebral".

Já a perdaunibet saquememória é um efeito colateral reconhecido – até certo ponto – por muitos cientistas. Embora o esquecimento provocado pelo procedimento geralmente seja temporário, com duraçãounibet saquealgumas semanas, há relatosunibet saqueperdasunibet saquememória permanentes.

Comounibet saquequalquer tratamento ou cirurgia, é preciso pesar sempre os riscos e benefícios.

Tratamento salva-vidas

A questão importante aqui não é se a ECT é boa ou ruim, um "pecado" ou um "milagre". Mas se pode ajudar quem realmente precisa.

Há muitas evidênciasunibet saqueque não só é um tratamento eficaz, mas,unibet saquealguns casos, o melhor que temos atualmente.

"Os fatos mostram que é um tratamento incrivelmente bom", diz Vikram Patel, professor da Escolaunibet saqueMedicinaunibet saqueHarvard, nos EUA. "É um tratamento que salva vidas, um dos poucos que temosunibet saquepsiquiatria", completa.

"Eu, na verdade, nunca vi nenhum tratamentounibet saquepsiquiatria tão fenomenal quanto a ECT."

Em 2004, um estudo do Consórcio para Pesquisaunibet saqueECT (Core, na siglaunibet saqueinglês), programa financiado pelo Instituto Nacionalunibet saqueSaúde Mental, nos EUA, descobriu queunibet saque253 pacientes com depressão grave e psicótica, 238 (94%) responderam com uma redução significativa dos sintomas,unibet saqueacordo com um questionário padrão.

Paciente com depressão grave é preparado para sessãounibet saqueECT

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Legenda da foto, Paciente com depressão grave é preparado para sessãounibet saqueECTunibet saquehospital da Carolina do Norte,unibet saque2008

No total, 189 (75%) apresentaram remissão completa da condição após uma médiaunibet saquesete sessõesunibet saqueECT, realizadas ao longounibet saquetrês semanas. Dez pessoas (4%) desistiram devido a problemasunibet saquememória ou desorientação.

Para efeitounibet saquecomparação, os antidepressivos, como aqueles que eu tomo, costumam ser eficazes apenas para duasunibet saquecada três pessoas (66%) com a doença – e a remissão ocorre somenteunibet saqueumunibet saquecada três (33%) casos.

Ao comentar o potencial da ECT, George Kirov, professor clínico da Universidadeunibet saqueCardiff, no Paísunibet saqueGales, afirmouunibet saque2017 que "se um paciente com depressão psicótica não está melhorando durante uma aplicaçãounibet saqueECT", ele tenta "descobrir o que está fazendounibet saqueerrado".

A técnica tem se mostrado ainda uma grande promessa para mulheres grávidas e idosos – duas parcelas da população que apresentam alto riscounibet saquedepressão, mas muitas vezes não podem tomar antidepressivos.

O choque causado pela palavra choque

Enquanto escrevia esse texto, conversei sobre a ECT com amigos e familiares. Em todas as ocasiões, ouvi comentários do tipo: "Eles ainda fazem isso"?

A reação revela descrença, horror e (ouso dizer) choque. Mas é compreensível. Mesmo para aqueles que não assistiram a Um Estranho no Ninho ou leram o livrounibet saqueSylvia Plath, aplicar choque elétricounibet saquealguém pode parecer mais próximounibet saquematar do que curar.

O fato é que a imagemunibet saqueum tratamento cruel, doloroso eunibet saquelavagem cerebral desencoraja seu uso. Não só os hospitais são menos propensos a administrar a ECT, como os pacientes que têm grande chanceunibet saquese beneficiar da terapia nem sequer a consideram uma opção.

O estigma não é apenas prejudicial, também pode impedir a recuperação. Como o suicídio e a depressão estão se tornando as principais causasunibet saquemorte e incapacitaçãounibet saquetodo o mundo, precisamosunibet saquetodo o apoio possível.

Mas o interesse pela ECT está sendo retomado. De acordo com um estudo recente, um número crescenteunibet saquepessoas está decidindo se submeter ao tratamento. Entre 2015 e 2016, foram realizadas 22,6 mil sessõesunibet saqueECT no Reino Unido, um aumentounibet saque11%unibet saquerelação ao ano anterior.

E o procedimento está sendo acompanhadounibet saqueformas mais seletivasunibet saqueterapia elétrica, como a Estimulação Cerebral Profunda (DBS, siglaunibet saqueinglês) e a Estimulação Magnética Transcraniana (TMS, siglaunibet saqueinglês), que vêm ganhando popularidade no tratamento da depressão, do Malunibet saqueParkinson eunibet saqueoutros transtornos mentais.

Eu, por exemplo, me sinto aliviadounibet saquesaber que existem alternativas promissoras, caso meus antidepressivos paremunibet saquefazer efeito e minha condição piore.

Embora não se compreenda exatamente o funcionamento da ECT, o método é frequentemente comparado à reinicializaçãounibet saqueum computador. No caso, a "fiação" do cérebro é atualizada.

Talvez tenha chegado a hora da imagem da ECT passar por uma transformação semelhante.