Como a poluição do ar se esconde dentro dos escritórios:verajohn dk

"O problema que tivemos durante 20 anos no escritório era que quando ficava abafado ou quente, você abria a janela para ventilar e era atingido por uma paredeverajohn dkruído e poluição", diz Birch.

Obviamente, a dinâmica deste localverajohn dktrabalho não é única - tampouco a sensação da cabeça latejando e até mesmo dificuldade para respirar à medida que passamos a maior parte do dia confinados dentroverajohn dkum escritório.

Ter ar-condicionado não ajuda, a menos que o sistema inclua os filtros adequados, já que o ar externo - potencialmente cheioverajohn dkpoluentes - é sugado para dentro do prédio e circula pelo escritório.

Mas ainda não há uma grande conscientização sobre o tema. Costumamos observar a qualidade do ar atmosférico, mas nãoverajohn dkambientes fechados.

Cath Noakes, professora do departamentoverajohn dkengenharia civil da Universidadeverajohn dkLeeds, no Reino Unido, que pesquisa a qualidade do arverajohn dklugares fechados, diz que a questão tem sido negligenciada há muito tempo porque "é muito menos óbvia".

Vilã invisível

"Ao ar livre, quando há muita poluição, você pode ver, sentir e cheirar. Masverajohn dklugares fechados, muitas vezes você não consegue detectar o que está lá. Quando as pessoas não conseguem ver algo, elas descartam aquilo", explica.

Mas não deveriam. Os impactos da má qualidade do ar na saúde são bem conhecidos - a poluição atmosférica tem sido associada a infecções do trato respiratório, câncerverajohn dkpulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Um estudoverajohn dkdois anos, publicado pela revista científica The Lancet, descobriu que 6,5 milhõesverajohn dkpessoas morrem prematuramente a cada anoverajohn dkdecorrência da baixa qualidade do ar.

E a produtividade também é afetada - um estudoverajohn dk2014 com trabalhadores rurais mostrou que para cada 10 microgramasverajohn dkpartículas poluentes PM2,5 presentes no ar, a produtividade cai US$ 0,41 por hora.

Em geral, as pessoas pensam que a solução é fugir para dentroverajohn dkcasa - mas isso não é verdade. De acordo com a Agênciaverajohn dkProteção Ambiental dos EUA (EPA, na siglaverajohn dkinglês), a poluição do arverajohn dkambientes fechados costuma ser entre duas e cinco vezes maior que ao ar livre - e pode chegar,verajohn dkníveis extremos, a ser 100 vezes mais nociva.

"O ar no interior dos ambientes contém a poluição que está do ladoverajohn dkfora, além daquela que você adiciona dentro ao cozinhar, usar produtosverajohn dklimpeza ou materiaisverajohn dkconstrução", explica Matthew S. Johnson, diretorverajohn dkciências do Airlabs, que instala filtrosverajohn dkar com tecnologia que remove 95%verajohn dkpoluentes atmosféricos e gases nocivos.

Segundo The Lancet, 800 mil pessoas morrem a cada ano devido à má qualidade do arverajohn dkseus locaisverajohn dktrabalho.

"Além disso, a 'síndrome do edifício doente' pode causar doresverajohn dkcabeça e perdaverajohn dkprodutividade", diz Johnson.

A maior parte dos aparatos tecnológicos para limpeza do ar interno vemverajohn dkengenheiros da Ásia, onde a dependênciaverajohn dkcombustíveis fósseis e a frágil regulamentação deram origem a algumas das cidades mais poluídas do mundo.

De acordo com dados da Organização Mundialverajohn dkSaúde (OMS) divulgados no início deste ano, 14 das 20 cidades mais poluídas do mundo estão na Índia, e várias cidades chinesas também são seriamente afetadas.

"A China continua na frente no que diz respeito ao monitoramento da qualidade do ambiente interno,verajohn dkparte devido à presença da poluição atmosféricaverajohn dkáreas significativas do país", disse Matthew Clifford, responsável pelo setorverajohn dkenergia e sustentabilidade para a região Ásia-Pacífico da consultoria imobiliária JLL.

"Alémverajohn dkevitar os impactos negativos da baixa qualidade do ar, melhorar o ar interno traz muitos benefícios, como aumento da produtividade, o que tem impacto direto nos resultados financeiros das empresas."

Em Pequim, conhecida pelos altos índicesverajohn dkpoluição, um relatórioverajohn dk2015 da JLL e da consultoria ambiental Pure Living revelou que 90% dos prédios corporativos não estavam conseguindo reduzir significativamente os poluentes nos diasverajohn dkque o ar está mais contaminado. Mas as pessoas estão se mobilizando.

Lenta conscientização

O númeroverajohn dkpurificadoresverajohn dkar na China está subindo significativamente, quase dobrouverajohn dk2012 para 2013 - uma épocaverajohn dkque a poluição estava particularmente alta - e saltouverajohn dk3,1 milhõesverajohn dk2013 para 7,5 milhões no fimverajohn dk2018, segundo a consultoria Euromonitor.

Um relatório do ano passado mostrou que os fabricantes estavam inovando para atender à demanda, "usando nanotecnologia, aprimorando a eficiência energética e reduzindo os níveisverajohn dkruído".

As empresas também estão vendo os benefícios do investimento. Em Pequim e Xangai, por exemplo, grandes companhias, como a WPP e a PriceWaterhouse Coopers, instalaram sistemasverajohn dkfiltroverajohn dkarverajohn dkseus escritórios, numa tentativaverajohn dkreter bons profissionais.

O hotel Cordis,verajohn dkXangai, inauguradoverajohn dk2017, anuncia entre seus serviços o fatoverajohn dkoferecer "a mais recente tecnologiaverajohn dksistemaverajohn dkfiltro" que mantém a qualidade do ar interno.

A conscientização e inovação não se restringem à Ásia. A Airlabs está instalando sistemasverajohn dkpurificação do arverajohn dkestabelecimentos comerciaisverajohn dkLondres. Algumas empresas reconheceram que os níveisverajohn dkdióxidoverajohn dknitrogênio dentro das lojas no centro da cidade eram semelhantes aos níveis registrados nas ruas.

A primeira loja a adotar a tecnologia Airlabs, que filtra 1,8 mil metros cúbicosverajohn dkar por hora, foi a da marca Stella McCartney,verajohn dkOld Bond Street.

No momento, ainda não há regras rígidas sobre o padrão do ar que respiramosverajohn dkambientes fechados ao redor do mundo, embora a OMS tenha desenvolvido diretrizes para a qualidade do ar internoverajohn dk2009.

A EPA fornece orientação "não-regulatória" nos EUA, enquanto o Instituto Nacional para Excelênciaverajohn dkSaúde e Cuidado do Reino Unido está desenvolvendo diretrizes - não regras - para a qualidade do arverajohn dkresidências no país.

A expectativa é que as diretrizes sejam publicadas no próximo ano, e tudo indica que vão incluir possíveis intervenções para remover eventuais fontesverajohn dkpoluição e introduzir filtrosverajohn dkar como padrão.

Os especialistas não acreditam, no entanto, nos benefíciosverajohn dkuma regulamentação rígida. Estabelecer simplesmente um limiteverajohn dkum milhãoverajohn dkpartículas poluentes dentroverajohn dkcasa pode ser arbitrário. Cada prédio é diferente, e os dados não levamverajohn dkconta os visitantesverajohn dkescritórios, por exemplo, cuja respiração pode elevar os índicesverajohn dkpoluição acima dos níveis considerados seguros.

"Deve haver mais responsabilidade por parte das organizações que gerenciam os prédios", diz Noakes, da Universidadeverajohn dkLeeds. "Mas você vai regulamentar isso? Essa é uma pergunta difícil".

Para a sorte daqueles que ficam confinadosverajohn dkescritórios todos os dias, cada vez mais empresas estão se conscientizando. Philip Whitaker, executivo-chefe da AAF Flanders, maior fabricanteverajohn dkfiltrosverajohn dkar do mundo, disse queverajohn dkcompanhia "vê enormes oportunidadesverajohn dkcrescimento na Ásia e na Europa diante da crescente necessidadeverajohn dkpurificadoresverajohn dkar".

Vida nova

Há alguns anos, Chris Birch, e o restante da Hilson Moran, se mudaram para um prédio novoverajohn dkManchester. Isso permitiu que eles projetassem o localverajohn dktrabalho do zero e resolvessem o problema na origem.

Algumas medidas eram óbvias, como a instalaçãoverajohn dkfiltrosverajohn dkar que eliminam alguns dos poluentes mais nocivos. Também investiramverajohn dkmonitoresverajohn dkqualidade do ar que checam continuamente os níveisverajohn dkdióxidoverajohn dkcarbono, dióxidoverajohn dknitrogênio e partículas no ar interno - e avisam caso atinjam um nível inaceitável.

O escritório também ficou muito mais sustentável.

"Analisamos uma pesquisa da Nasa (agência espacial americana) sobre plantas que limpam ativamente o ar", diz Birch. E escolheram algumas espécies da lista das 10 mais eficientes para colocar no novo escritório.

Segundo ele, havia ainda a questão do "cheiroverajohn dkcarro novo". Esse cheiro é produzido por compostos orgânicos voláteisverajohn dktintas, adesivos, móveis e tapetes do prédio, que são liberados no ar ao longoverajohn dkvários anosverajohn dkum processo conhecido como "offgassing", explica Noakes.

Para evitar isso, a Hilson Moran se empenhouverajohn dkbuscar materiais com baixo teorverajohn dkpoluentes para seus móveis e materiaisverajohn dkescritório, certificados pelo International WELL Building Institute, que supervisiona o padrão WELL. Alguns acessórios são feitosverajohn dkcascasverajohn dkbatata coladas com o próprio amido do tubérculo.

Não foi uma tarefa fácil. "Muitos dos fabricantesverajohn dkmóveis e carpetes naquela época ainda não tinham entendido isso", explica Birch.

A empresa só tinha alguns fornecedores prontos para atender ao padrão WELL. Mas dois anos depois, o númeroverajohn dkfabricantes e o lequeverajohn dkprodutos que eles oferecem aumentou.

A Hilson Moran ficou tão orgulhosa do novo escritório que submeteu à certificação do International WELL Building Institute. E passou no teste, se tornando o terceiro escritório no Reino Unido - e o primeiro foraverajohn dkLondres na época - a conseguir o selo.

Ao mesmo tempo, a empresa pediu à equipe para preencher uma pesquisa padrãoverajohn dkbem estar dos funcionários, com baseverajohn dkuma metodologia sobre ocupaçãoverajohn dkedifícios. Eles tinham respondido o mesmo questionário sobre o escritório antigo,verajohn dkque ficaram entre os 10% prédios corporativos piores avaliadosverajohn dkum totalverajohn dk650.

"Fizemos a pesquisa novamente neste escritório e ficamos no top 2%", diz ele.

"Não sinto uma diferença tangível na qualidade do ar", admite Birch.

Mas ele agora consegue ficar acordado durante as longas reuniões da tarde - e sem ter dorverajohn dkcabeça.

verajohn dk Leia a versão original verajohn dk desta reportagem (em inglês) no site BBC Capital verajohn dk .

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