Por Ana Carolina Alli - Brasília - Agência Brasil&nbsp;
Educação para o futuro. Um projeto inovador da <a href="https://conaq.org.br/" target="_blank">Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas</a> (CONAQ) começa a colher seus primeiros frutos. Na última semana, um encontroafiliado novibetBrasília celebrou a formatura da primeira turma da Escola Nacionalafiliado novibetFormaçãoafiliado novibetMeninas Quilombolas. A iniciativa do Coletivo Nacionalafiliado novibetEducação da CONAQ conta com a participaçãoafiliado novibet39 meninas e 11 meninos com idades entre 15 e 18 anos.
Com apoio do <a href="https://malala.org/countries/brazil" target="_blank">Fundo Malala</a>, a escola tem o objetivoafiliado novibetformar jovens quilombolas, preferencialmente meninas,afiliado novibettemas diferentesafiliado novibetuma escola regular, focadosafiliado novibetbuscar propostas para problemas enfrentados pela comunidade, combate às desigualdades na educação e formaçãoafiliado novibetlideranças.&nbsp;
Incentivada por um professor, Juliany Carla da Silva,afiliado novibet16 anos, resolveu participarafiliado novibetum processo seletivo e conquistou uma vaga na Escola Nacionalafiliado novibetFormaçãoafiliado novibetMeninas Quilombolas. Agora, a jovem da comunidadeafiliado novibetTrigueiros,afiliado novibetVicência (PE), faz parte da primeira turmaafiliado novibetformandas da escola.
<blockquote>“Sempre fui muito incentivada por parte da família, por parteafiliado novibetamigos e por parte da CONAQ. Romero, que era um dos professores da CONAQ, foi um dos que mais me apoiaram, que sempre incentivou os meus sonhos, sempre falou: ‘Corre atrás que tu consegue, é só estudar, estudar, estudar, estudar que você vai conseguir’. E é isso que estou fazendo, estou estudando e creio que um dia eu vou chegar lá”, diz a estudante à Agência Brasil.&nbsp;</blockquote>
Atualmente, as aulas da escola são realizadas no formato virtual para estudantesafiliado novibetdiversas regiões do Brasil. Os estudantes continuam a frequentar as aulas regulares.&nbsp;
Após três anos no projeto, Glaydson Ítaloafiliado novibetJesus,afiliado novibet16 anos, da comunidade Itamatatiua,afiliado novibetAlcântara (MA), integra a turmaafiliado novibetformandos. Ele faz um curso técnico no Instituto Federal do Maranhão,afiliado novibetSão Luís. Mas pretende ir mais longe, e cursar faculdadeafiliado novibetdireito na universidade federal e intercâmbio nos Estados Unidos ou no Canadá.
<blockquote>“Os quilombolas hojeafiliado novibetdia não têm muito direito à posseafiliado novibetterra. Na minha comunidade, ainda não temos o título da terra e eles lutam por isso. Então, a CONAQ e essa movimentação me ajudaram muito a escolher a profissão que eu quero seguir futuramente”, conta.</blockquote>
Desde 2022, ativistas e professores vêm construindo a própria metodologiaafiliado novibettrabalhoafiliado novibetparceria com a juventude quilombola, observando a realidade e as necessidades da comunidade. Quarenta professores quilombolas passaram por cursosafiliado novibetqualificação da CONAQ.
<h2>Realidade das comunidades</h2>
No curso, os jovens debatem e buscam soluções para os problemas enfrentados por suas comunidades. Um mais relatado pelos alunos é a longa distância enfrentada diariamente para chegar nas escolas regulares, que ficam longe dos territórios.&nbsp;
<blockquote>“Muitas crianças saem da nossa comunidade atravessando o rio pra escola. E não tem ônibus, nem nada. Nós temos uma lancha escolar, só que ela direto está quebrada e aí as crianças faltam muito às aulas. Eu queria que tivesse uma escola dentro da nossa comunidade”, afirma Lawanda Barros, 17 anos, moradora da Ilhaafiliado novibetSão Vicente,afiliado novibetAraguatins (TO).</blockquote>
Ana Paula Sousa, 18 anos, do Quilombo Mourões,afiliado novibetColônia do Piauí (PI), conta como descobriu os direitosafiliado novibetquilombola ao frequentar o curso.&nbsp;
<blockquote>"Na minha comunidade, no começo, a gente não sabia muito como era essa questãoafiliado novibetquilombola,afiliado novibetse autodeclarar. Aí, com pouco tempo que a gente foi vendo, conhecendo, a gente se autodeclarou quilombola. Aí, eu queria fazer parte desse projeto, porque eu vi que era uma coisa muito interessante", diz.</blockquote>
<h2>Pensamento crítico&nbsp;</h2>
Com apoioafiliado novibeteducadores, a escola se propõe a instigar o pensamento crítico dos alunos para pautas sociais.
<blockquote>“O nosso foco é muito o campo da advocacia. Tem transporte que não funciona? O que a gente pode fazer para funcionar? A quem a gente deve denunciar? Como que a gente deve se posicionar? Esse é o papel fundamental da escola, ir além do conteúdo formal. Erguer a voz das meninas quilombolas”, explica Givânia Silva, uma das fundadoras do projeto.</blockquote>
De terça-feira (20) a sexta-feira (22), estudantes e participantes da iniciativa reuniram-se na capital federal para um encontro nacional.
A promotoraafiliado novibetjustiça Karoline Maia - primeira quilombola a chegar a esse cargo - foi uma das presentes. Ao destacar a importânciaafiliado novibeta iniciativa permitir que meninas quilombolas estudem sem terafiliado novibetdeixar seus território, ela contou ter vivido um processoafiliado novibetperda cultural ao sair do Quilombo Jutaí, situado no municípioafiliado novibetMonção (MA), para estudar na cidade. “É um processoafiliado novibetdesterritorialização. Eu tenho saberes ancestrais, mas não são tão vívidos como seriam se eu tivesse crescido na comunidade.”
O evento também contou com a participação da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, que reforçou o trabalho da escola no enfrentamento ao racismo e à desigualdade. 
 
“Não dá para discutir esses dois elementos se você não discutir o racismo no Brasil. Não tem como discutir a desigualdade se você não trouxer efetivamente quem são as mulheres que estão no processoafiliado novibetexclusão no nosso país. Por isso, eu falo da importância da escola. A escola não é só um espaço para você ser educado, como uma escola formal educa. É um espaço onde formam-se lideranças que criam raízes no seu território, raízesafiliado novibetresistência para permanecer no território (quilombola)”.

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Brasil Sustentável

Escola quilombola forma jovens lideranças para defesaafiliado novibetcomunidades

Cidaafiliado novibetOliveira, <a href="https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/guerra-as-drogas-custa-a-vida-de-centenas-de-jovens-negros-e-bilhoes-todo-ano/">Rede Brasil Atual</a> - A guerra às drogas custa todo ano a vidaafiliado novibetcentenasafiliado novibetjovens negros no Brasil e pelo menos R$ 5,2 bilhões aos cofres públicos. O prejuízo humano e financeiro, fruto da Leiafiliado novibetDrogas, esteve no centro do debateafiliado novibetaudiência pública nesta terça-feira (18), na Assembleia Legislativaafiliado novibetSão Paulo (Alesp). Promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, o encontro teve como objetivo discutir o encarceramentoafiliado novibetmassa dessa população na perspectiva do combate às drogas.
Participaram parlamentares, pesquisadores, representantesafiliado novibetorganizações do movimento negro e dos direitos humanos. Eles apresentaram dados e pesquisas que expõem as desigualdades, injustiças e o genocídio por trásafiliado novibetuma suposta política voltada à saúda e à segurança.
Articuladora política da Iniciativa Negra, Juliana Borges ponderou que a políticaafiliado novibetdrogas no Brasil não se trataafiliado novibetum fracasso. Masafiliado novibetum instrumento que tem avançado para controlar e manter,afiliado novibetforma violenta, a desigualdade. “Se dáafiliado novibetpretensa defesa da saúde pública. Mas tem um histórico colonialafiliado novibetexclusãoafiliado novibetgrupos”, disse. E nessa exclusão, “quem não é alvo do aumento da letalidade policial, é da políticaafiliado novibetcontrole da liberdade”.
afiliado novibet Mais recursos para a guerra do que para a vida - Uma política que custa caro ao país, conforme lembrou. Com o atraso escolar das crianças que vivemafiliado novibetáreas controladas pela violência do tráfico e da polícia. E também pelos gastos com a guerraafiliado novibetsi. Segundo Juliana, apenas com ações nos estadosafiliado novibetSão Paulo e Rioafiliado novibetJaneiro, os cofres públicos desembolsam R$ 5,2 bilhões todo ano com ações da políticaafiliado novibetdrogas. Em compensação, o Plano Juventude Negra Viva, do Ministério da Igualdade Racial, prevê R$ 1 bilhão ao longoafiliado novibet4 anos.
“Ou seja, um programa para evitar mortesafiliado novibetjovens negros tem R$ 250 milhões por ano. Algo está desequilibrado e precisamos debater. A guerra custa caro e causa danos sociais”, disse Juliana.
Diretor-executivo do Institutoafiliado novibetDefesa da População Negra, o advogado Joel Luiz Costa destacou a incompreensão no Brasil da dimensão das drogas sobre o genocídio negro. “Não é uma pautaafiliado novibetcostumes. Seria legítimo se fosse, mas isso esvazia o debate. Vira um subterfúgio. O debate, na realidade, é sobre um instrumentoafiliado novibetcontroleafiliado novibetcorpos negros”, disse.
Guerra às drogas como instrumento legal - Segundo Costa, que atua na favela do Jacarezinho, “após o 13afiliado novibetmaio” foram criadas no Brasil estratégias para hierarquia racial no país. E o negro, nesse sentido, foi ressignificado como inimigo interno do país. “A guerra às drogas é um instrumento para criminalizar todo um povo. No Brasil há um chequeafiliado novibetbranco para as polícias fazerem um julgamentoafiliado novibetcada esquina, com perspectivas subjetivas. A droga não é a questão: é o instrumento. A questão é o meu corpo negro. Como inimigo, não tenho o direitoafiliado novibettransitar pelo Brasil, pelas vielas. E por isso nossa morte é normalizada”, disse.
Atlas da violência - Conforme dados apresentados pelo defensor, 1.300 pessoas são mortas todos os anos no Rioafiliado novibetJaneiro. De cada dez, oito são negros. “A guerra às drogas é o instrumento legal. Um país que elege um quartoafiliado novibetsua população como inimigo não tem futuro; consolida a políticaafiliado novibetgenocídio. Um homem negro ganhou três das cinco copas que este país teve. Ele poderia ter sido morto”, lembrou.
Coordenadora-geral substitutaafiliado novibetSegurança Pública e Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Bruna Martins Costa mencionou dados do Atlas da Violência, divulgado mais cedo pelo Institutoafiliado novibetPesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiroafiliado novibetSegurança Pública. Em especial o das mortes violentas intencionais (homicídio doloso, lesão corporal seguidaafiliado novibetmorte, latrocínio e morte por intervençãoafiliado novibetagente do Estado).
“O perfil dessas mortes violentas intencionais casa com o da população carcerária: negro, jovem, pobre, tipificado na Leiafiliado novibetDrogas, com baixa quantidadeafiliado novibetdrogas no momento prisão. A políticaafiliado novibetdrogas é motriz desse genocídio”, disse.

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Guerra às drogas custa a vidaafiliado novibetcentenasafiliado novibetjovens negros e bilhões todo ano

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