Comoqual melhor aplicativo para apostasindignação nas redes sociais pode ter efeito contrário ao desejado:qual melhor aplicativo para apostas
- Vitor Tavares
- Da BBC News Brasilqual melhor aplicativo para apostasSão Paulo

Crédito, Robert Baptiste/ Twitter
Levantamentoqual melhor aplicativo para apostasativista mostra no canto esquerdo (amarelo e isolado) os primeiros perfis a usarem uma hashtag antissemita. Assunto, porém, ganhou toda a rede social após ser impulsionado por outros grupos
qual melhor aplicativo para apostas Em 18qual melhor aplicativo para apostasmaioqual melhor aplicativo para apostas2020, uma hashtag contra judeus amanheceu entre os assuntos mais comentados do Twitter na França.
Visível para os quase 9 milhõesqual melhor aplicativo para apostasusuários da rede social no país, não demorou para que a #sijetaitunjuif, ou #seeufossejudeu, parasse no debate público.
Discussões foram feitasqual melhor aplicativo para apostasprogramas jornalísticos, entidades judaicas emitiram notasqual melhor aplicativo para apostasrepúdio e políticos usaram o ataque antissemita para reforçar bandeiras.
Mas o que parecia uma grande campanhaqual melhor aplicativo para apostasódio contra os judeus - ao pontoqual melhor aplicativo para apostasficar entre os temas mais comentados naquela manhã entre os franceses - na verdade começou como algo pontual e acabou crescendo justamente pela açãoqual melhor aplicativo para apostasquem se indignou com aquilo.
Um monitoramento feito pelo hacker francês ativista no combate à desinformação e proteçãoqual melhor aplicativo para apostasdados Robert Baptiste, que usa o codinome Elliot Alderson nas redes sociais, mostra que os primeiros tuítes começaram a circularqual melhor aplicativo para apostasum pequeno grupo, na noite anterior: ao todo, 54 pessoas que só interagiam entre si fizeram alguns posts, muitas com perfis falsos.
O engajamento das mensagens era baixo, com pouca interação e poucos compartilhamentos.
Mas tudo mudou quando usuários fora dessa "bolha" descobriram a hashtag e se indignaram com ela. Com mensagens públicas expondo a revolta, usuários adotaram a hashtag para pedir ao Twitter que fizesse algo.
A partir daí, compartilhamentos, curtidas, comentários... Logo, o assunto foi parar entre os mais discutidos.
Durante a manhã, a Liga Internacional contra o Racismo e o Antissemitismo se pronunciou sobre o assunto. Depois foi a vezqual melhor aplicativo para apostaspolíticos dos extremos do espectro e influencers.
"De indignaçãoqual melhor aplicativo para apostasindignação, a hashtag se espalha para todos os lugares (...) É um padrão. As pessoas veem algo que as choca e mencionam o conteúdo. Fazendo isso, elas o amplificam", disse Baptiste à BBC News Brasil.
Atenção aos extremos
O exemplo não é exclusividade da França. Não é raro que postagens e vídeos sejam impulsionados nas redes sociais por aqueles que mais os repudiam.
E isso pode ter a ver com o efeito que as redes sociais têm sobre nossas emoções.
"O algoritmo das plataformas trabalha para que passemos mais tempo nelas. E os posts e assuntos com reações mais extremas nos faz ficar mais [tempo], por causa da indignação dos dois lados", conta a professora Lilian Carvalho, coordenadora do Núcleoqual melhor aplicativo para apostasComunicação, Marketing e Redes Sociais Digitais da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
E, quanto mais um determinado post envolve os usuários, mais ele vai ganhando destaque e alcançando novas pessoas. No caso do Twitter, pode parar nos Trending Topics; no Facebook, pode aparecer mais alto no feedqual melhor aplicativo para apostasamigos; no YouTube, pode aparecer nos vídeos "em alta" e "recomendados".
'Economia do ódio'
Apesarqual melhor aplicativo para apostasestarmos conectados o dia inteiroqual melhor aplicativo para apostasalguma forma nas redes sociais, não é sempre que achamos tempo para nos engajarmos.
Trabalho, almoço, estudo, tarefas domésticas… É nessa disputa por nossa cada vez mais escassa atenção que acontece o debatequal melhor aplicativo para apostasideias nas plataformas, explica Marco Bastos, professorqual melhor aplicativo para apostascomunicação e especialistaqual melhor aplicativo para apostasredes sociais da City University of London, no Reino Unido.
"Não tem como dar atenção a tudo que está acontecendo, então os usuários usam o pouco tempo que têm para investirqual melhor aplicativo para apostasideias que são caras a eles, na guerraqual melhor aplicativo para apostasquem vai falar o que ou quem vai ter mais resultado sobre aquilo. A economia do ódio atua justamente aí, no conteúdo que as pessoas não vão conseguir evitarqual melhor aplicativo para apostasolhar e comentar", diz.
Um dos resultados disso, segundo os especialistas, é a polarização, já que os extremos repercutem mais.
Para Lilian Carvalho, as postagens no "meio termo", mesmo que concordemos com elas, não despertam o nosso interesse.
"Não digo que a pessoa não deve se indignar, mas entender o que essa indignação significa no ambiente das redes sociais e como as plataformas utilizamqual melhor aplicativo para apostasgatilhos emocionais para manipular nossas emoções".
No caso específico do Twitter, o professor Marco Bastos ressalta ainda que mudanças feitas pela plataforma alteraram o aparecimentoqual melhor aplicativo para apostasassuntos na lista do Trending Topics, que reúne os assuntos mais comentados.
Se antes, ela era baseada apenas na quantidadequal melhor aplicativo para apostasposts, hoje levaqual melhor aplicativo para apostasconsideração a diversidadequal melhor aplicativo para apostasgrupos que falam sobre o mesmo assunto.
Ou seja, se todos os ambientalistas do mundo - mas apenas eles - resolverem impulsionar uma hashtag, só vão conseguir emplacar caso o assunto seja discutido fora da "bolha" e gere algum tipoqual melhor aplicativo para apostasembate.

Crédito, Twitter
Protesto contra YouTuber Felipe Neto ficou entre os assuntos mais comentados, mas muitas mensagens o defendiam
Na terça-feira (21), a hashtag #FamíliasContraFelipeNeto, por exemplo, apareceu entre os assuntos mais comentados na rede social.
A ideia era protestar contra os posicionamentos políticos do popular youtuber brasileiro. Uma simples busca pelo termo, porém, mostra que alguns dos posts com mais engajamento, na verdade, eramqual melhor aplicativo para apostasapoio a Felipe Neto.
Ainda assim, a notícia sobre a popularidade do termo foi temaqual melhor aplicativo para apostaspostsqual melhor aplicativo para apostasblogs e sitesqual melhor aplicativo para apostasnotícias.
Em outros casos, grupos contrários conseguem,qual melhor aplicativo para apostasfato, se apropriarqual melhor aplicativo para apostasuma hashtag e dar um novo significado a ela.
Um exemplo recente é a #WhiteLivesMatter, ou Vidas Brancas Importam, que começou como reação ao movimento antirracista Vidas Negras Importam.
O termo acabou sendo "sequestrado" por fãs da música pop sul-coreana, o k-pop, que diluíram mensagens racistas num marqual melhor aplicativo para apostasposts sobre seus ídolos.
A listaqual melhor aplicativo para apostasassuntos mais comentados no Twitter é muito utilizada para pautar jornalistas equal melhor aplicativo para apostasdebates na TV no Brasil, como no programa matutino Encontro com Fátima Bernardes, da Rede Globo.
"Acho que o usuário sabe que, ao falar sobre o assunto, o está impulsionando. Mas essa não é a preocupação principal dele no momento que ele quer impor seu pontoqual melhor aplicativo para apostasvista", explica o professor Marco Bastos.
À espera dos compartilhamentos
Chamar a atenção dos usuários com as reações extremas é apenas um dos artifícios das redes sociais para estimular mais o usoqual melhor aplicativo para apostassuas plataformas.
A estrutura também nos faz esperar por reações ou "fazer partequal melhor aplicativo para apostasuma comunidade", como explica Bastos. Quando nos posicionamos, desejamos curtidas, comentários e compartilhamentos.
Em recente entrevista à BBC, a jornalista espanhola Marta Peirano, autora do livro El Enemigo Conoce El Sistema (O inimigo conhece o sistema,qual melhor aplicativo para apostastradução livre), ressaltou que a estrutura das redes sociais nos faz ficar viciados.
"Somos viciadosqual melhor aplicativo para apostasinjeçõesqual melhor aplicativo para apostasdopamina que certas tecnologias incluíramqual melhor aplicativo para apostassuas plataformas. Isso não é por acaso, é deliberado".
A dopamina é um neurotransmissor cuja atividade está ligada à motivação que temos para fazer as coisas e pode ser acionada por uma sériequal melhor aplicativo para apostasestímulos externos,qual melhor aplicativo para apostasum barulho a uma notificação.
"Temos que lembrar que tudo isso é muito novo, estamos aprendendo. Antes, quando só consumíamos TV, era fácil controlar. Era só mudarqual melhor aplicativo para apostascanal para a gente deixarqual melhor aplicativo para apostasver o que não queríamos reagir. Agora não, estamos na mão do algoritmo, que coloca o assunto que quer na nossa frente", conclui a professora Lilian Carvalho.
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