Sequestrado no deserto sobrevive e conta históriaseleção panamenha de futeboltorturas:seleção panamenha de futebol

  • Mike Thompson
  • BBC News
'Me batem com paus, me queimam com fogo e eletricidade', disse Semereseleção panamenha de futebolnovembro
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'Me batem com paus, me queimam com fogo e eletricidade', disse Semereseleção panamenha de futebolnovembro

seleção panamenha de futebol Depoisseleção panamenha de futebolsofrer sete mesesseleção panamenha de futebolsurras, queimaduras, choques elétricos e ameaçasseleção panamenha de futebolmorte, um refugiado da Eritreia foi finalmente libertado por seus sequestradores no deserto do Sinai, no Egito.

Com o corpo cobertoseleção panamenha de futebolcicatrizes, sofrendoseleção panamenha de futebolproblemas respiratórios e ferimentos ósseos, Philemon Semere, hoje no Cairo, descreveu à BBC a sensaçãoseleção panamenha de futebolestar finalmenteseleção panamenha de futebolliberdade.

"Palavras não são suficientes para expressar quão bem me sinto agora. Estou tão aliviado após tudo o que passei. A morte estava tão pertoseleção panamenha de futebolmim e por um momento toda a esperança se foi".

É difícil acreditar que este é o homem cuja história terrível foi manchete na Grã-Bretanha e vários países do mundo há alguns meses.

Durante uma entrevista telefônica para a BBCseleção panamenha de futebolnovembro do ano passado, petrificadoseleção panamenha de futebolmedo, Philemon balbuciou,seleção panamenha de futebolinglês precário:

"Não tenho comida nem água suficiente. Me batem com paus, me queimam com fogo e eletricidade. Meu corpo está queimando. Por favor me ajude, por favor me ajude".

Os beduínos que o sequestraram forçaram-no a fazer chamadas telefônicas frequentes à família, dizendo que ele seria morto se não pagassem o resgateseleção panamenha de futebolUS$ 33 mil.

Com a permissão da famíliaseleção panamenha de futebolPhilemon, a BBC telefonou várias vezes - e sem sucesso - para o númeroseleção panamenha de futebolonde ele havia telefonado. Até que, finalmente, alguém atendeu.

Frieza e escárnio

Uma pessoa que não se identificou quis saber quem estava chamando e por quê. Após a resposta, houve um longo silêncio.

Então Philemon pegou o telefone. Chorando, ele disse queseleção panamenha de futebolfamília não podia pagar o imenso resgate e que temia ser mortoseleção panamenha de futebolbreve.

De repente, um outro homem pegou o telefone. Sua voz era fria e cheiaseleção panamenha de futeboldesprezo.

"Se ele não tiver nenhum dinheiro, vou matar Philemon".

A reportagem perguntou ao homem - que mais tarde me disse ser o líder da gangueseleção panamenha de futebolsequestradores - se ele tinha matado outras vítimas por não haverem pago os resgates. Ele pareceu deliciado com a pergunta.

"Matei muitas pessoas aqui".

As evidências parecem confirmar isso.

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A ONU calcula que,seleção panamenha de futebolmédia, 3 mil eritreus fugiram para o leste do Sudão a cada mês no ano passado.

Durante o percurso, muitos foram sequestrados, torturados e mortos por ganguesseleção panamenha de futebolbeduínos que praticam o tráficoseleção panamenha de futebolpessoas.

Seus corpos são com frequência jogados no deserto do Sinai, península montanhosa e desértica do Egito.

Philemon contou que ele e um grande númeroseleção panamenha de futeboleritreus haviam sido aprisionados por sequestradores logo depoisseleção panamenha de futebolcruzarem a fronteira do Sudão. No entanto, eles tinham conseguido fugir para o deserto.

Morrendoseleção panamenha de futebolsede, tiveramseleção panamenha de futebolbeberseleção panamenha de futebolprópria urina para sobreviver a quatro diasseleção panamenha de futebolcalor intenso. Conseguiram, no entanto, chegar a uma pequena cidade, onde pediram ajuda.

Porém,seleção panamenha de futebolvezseleção panamenha de futebolajudá-los, os moradores do vilarejo chamaram os sequestradores.

Dentroseleção panamenha de futebolhoras, acorrentados e amarrados, os refugiados foram jogados dentroseleção panamenha de futebolum caminhão e levados para o norte do Sinai.

"Quando chegamos lá, ficamos surpresos, porque a casa para onde nos levaram era bem bonita. Mas minutos depois, fizeram com que deitássemos no chão e disseram que morreríamos a não ser que nossas famílias pagassem US$ 33 mil", ele explicou.

Nos dias e meses que se seguiram, Philemon e outros 19 reféns eritreus foram obrigados a telefonar várias vezes para suas famílias e implorar para que conseguissem dinheiro para pagar seus resgates.

'Ela ouviu meus gritos'

Os sequestradores sabem que muitos eritreus têm parentes que trabalhamseleção panamenha de futebolpaíses ocidentais e podem apelar a eles por ajuda.

Assim que os reféns recebiam os telefones, começavam as surras, as queimaduras e os choques elétricos.

"Queriam que nossos parentes nos ouvissem gritar e chorarseleção panamenha de futeboldor. Assim, havia mais chanceseleção panamenha de futebolque pagassem o resgate", explicou Philemon.

Ele descreveu o que aconteceu na primeira vez que telefonou paraseleção panamenha de futebolmãe.

"Ela ouviu meus gritos e não conseguia pararseleção panamenha de futebolchorar. Eu também estava chorando. Nós dois choramos e choramos até que não sobraram mais lágrimas".

Philemon disse que nos primeiros dias após o telefonema da BBC, foi mais bem tratado por seus algozes.

Mas os espancamentos e a tortura logo recomeçaram. Apenas 11 do gruposeleção panamenha de futebol20 reféns capturados sobreviveram àqueles sete mesesseleção panamenha de futebolcativeiro.

"Havia morte todos os dias, bem diante dos meus olhos. O sequestrador que falou com você não estava mentindo. Ele matou muitas pessoas e ainda está matando muitas pessoas."

Os sequestradores finalmente concordaramseleção panamenha de futebollibertar Philemon após aceitarem que os US$ 13.200 queseleção panamenha de futebolfamília - agora na penúria - havia pago eram tudo o que eles podiam oferecer.

Mas voltaram atrás e pediram que ele e outros dois reféns aprisionados junto com ele pagassem US$ 10 mil adicionais.

Várias semanas mais tarde, o dinheiro foi pago e os homens libertados.

Futuro incerto

Philemon seguiu para o Cairo, onde vivem outras centenasseleção panamenha de futebolvítimasseleção panamenha de futebolsequestros.

Até o momento, no entanto,seleção panamenha de futebolbusca por uma vida melhor trouxe apenas horrores e deixouseleção panamenha de futebolfamília ainda mais pobre.

E seu futuro é incerto. Ele não sabe se receberá permissão para trabalharseleção panamenha de futebolforma a poder devolver parte do dinheiro. E também não sabe se receberá asilo político para poder viver no Egito.

"Deus me tirou da mais profunda escuridão e somente ele sabe o que me espera agora".