'Tenho muito medo, mas só quero que as pessoas saibam que existimos': a vidajogo 365 betuma mulher trans no Catar:jogo 365 bet
- Lauren Moss e Josh Parry
- BBC News

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O Catar é um dos maisjogo 365 bet60 países onde é ilegal ser gay
jogo 365 bet A polêmicajogo 365 bettorno da Copa do Mundo no Catar tem como um dos principais focos os direitos da comunidade LGBT e a criminalização das relações entre pessoas do mesmo sexo. Transgêneros do Catar podem ser detidos por "violar a moral pública", sem necessidadejogo 365 betacusação formal ou julgamento. A BBC conversou com duas mulheres trans sobre suas vidas no país árabe.
"Estou com muito medo, mas só quero que as pessoas saibam que existimos", diz Shahd. Como a outra pessoa que aparece nesta reportagem, os nomes foram trocados para proteger suas identidades.
Nós nos comunicamos com Shahd por meiojogo 365 betum aplicativo criptografado para garantirjogo 365 betsegurança. Ela saijogo 365 betcasa para fazer uma videochamadajogo 365 betum quarto escuro onde nada pode ser identificado.
Shahd nos mostra seu cabelo, que foi cortado à força para dar uma aparência masculina, mas não revela por quem.
Ela então desabotoa a camisa para nos mostrar as feridas na parte superior do peito, explicando que as feridas são o resultadojogo 365 better sido presa por "se passar por uma mulher".
As autoridades disseram que o tecido mamário que se formoujogo 365 betseu corpo deve ser removido. Ela começou a tomar estrogênio conseguido sem receitajogo 365 betoutro país.
"Perdi meu emprego e meus amigos", conta. "Fui detida e interrogada várias vezes sobre a minha identidade. Perdi tudo."

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Shad diz que foi presa por "imitar uma mulher" ao carregar maquiagem
O Catar é um dos maisjogo 365 bet60 países onde é ilegal ser gay. No Catar, atos homossexuais são contra a lei porque são considerados imorais sob a lei islâmica.
As punições incluem multas, penasjogo 365 betprisãojogo 365 betaté sete anos e até morte por apedrejamento, embora não haja registro que isso tenha ocorrido.
Medo da prisão
A polícia pode deter uma pessoa por até seis meses sob suspeitajogo 365 betviolar as leisjogo 365 bet"proteção da comunidade", sem julgamento ou acusação, se há a suspeitajogo 365 betque "a moral pública" foi violada.
Shahd diz que está constantemente com medojogo 365 betser presa.
Um relatório recente da ONG Human Rights Watch detalhou as prisõesjogo 365 betpessoas LGBT no Catar. A organização descobriu que várias pessoas trans estavam entre elas por causajogo 365 betroupas, cabelos ou maquiagem.
Shahd evita lugares mais concorridos nos horáriosjogo 365 betpico porque acha que as pessoas podem notá-la e denunciá-la à polícia.
Ela diz que foi presa por "imitar uma mulher" ao carregar maquiagem e descreve o departamentojogo 365 betsegurança preventiva do governo — uma divisãojogo 365 betaplicação da lei do Catar — como uma "gangue criminosa".
"Eles capturam você e impedemjogo 365 betdizer a qualquer um onde você está. A prisão é subterrânea e você é tratada como criminosa", conta.
"Eles algemam você", detalha Shahd, que acrescenta com uma risada seca: "É para proteger a sociedadejogo 365 betnós".
Não foi possível verificarjogo 365 betforma independente o relatojogo 365 betShahd sobrejogo 365 betdetenção, porque ela não recebeu nenhum registro oficial dela.

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Lauren Moss, repórter da BBC, usou serviçosjogo 365 betmensagem encriptados para falar com mulheres trans do Catar — onde ser gay é ilegal
Terapiajogo 365 betconversão
Shahd diz que qualquer um que tenha estado na prisão por motivos semelhantes aos dela é encaminhado a um médico para a chamada "terapiajogo 365 betconversão".
Ela nos mostra imagensjogo 365 betfolhetos médicos para sessõesjogo 365 betum centrojogo 365 betterapiajogo 365 betDoha.
Um funcionário do governo do Catar negou que o governo opere ou autorize quaisquer "centrosjogo 365 betconversão".
"Eles me disseram que eu poderia ir para o inferno por isso, mas acredito que Deus me criou como eu sou", diz ela.
"Eu sou uma mulher. Se eu pudesse ser um homem, eu seria. Minha vida seria muito mais fácil."

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A ONG Human Rights Watch publicou um relatório sobre o tratamento da população LGBT
Pedidojogo 365 betasilo na Europa
As coisas ficaram tão difíceis para Sara, outra mulher transgênero, que ela fugiu do Catar e agora está pedindo asilo na Europa.
Sara conta como deixou tudo para trás, levando apenas uma sacola com pertences e pouco dinheiro.
"Naquele ponto ou me matava ou saía. Decidi sair", explica.
Sara diz que também foi forçada a fazer terapiajogo 365 betconversão várias vezesjogo 365 betseu país. Mas não acha que os apelos para boicotar a Copa do Mundo por causa das leis do Catar sobre homossexualidade são produtivos.
"Muitos outros países também têm essas leis, mas as pessoas estão condenando apenas o Catar e dizendo que o Catar não deveria sediar a Copa", diz ele.
O diretor-geral da Fifa (Federação Internacionaljogo 365 betFutebol) pediu que a atenção fosse voltada para a competição e que a política fosse deixadajogo 365 betlado. No entanto, várias organizações fazem campanha para que nenhum outro país com leis anti-LGBT possa sediar a Copa do Mundo no futuro.
O Catar rejeitou "categoricamente" as alegaçõesjogo 365 betShahd e Sara.
Um funcionário do governo reiterou a mensagem frequentemente repetidajogo 365 betque "todos são bem-vindos" na Copa do Mundo, dizendo que torcedores "de todas as esferas da vida se reúnem no Catar para construir pontesjogo 365 betamizade e derrubar barreirasjogo 365 betmal-entendidos".
O responsável afirmou que o Catar "não tolera discriminação contra ninguém" e que está entre os países mais seguros do mundo.
No entanto, um relatório recente da Anistia Internacional refuta essas afirmações.
- Este texto foi publicado emhttp://www.mi-rob.com/internacional-63882100







