EUA: Por que legalização da maconha estárobo luva betvotaçãorobo luva betEstados tradicionalmente conservadores:robo luva bet
- Alessandra Corrêa
- De Washington para a BBC News Brasil

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robo luva bet Quando eleitores no Estado americano do Arkansas forem às urnas na próxima terça-feira (8/11), nas eleições legislativasrobo luva betmeiorobo luva betmandato, eles deverão votar não apenasrobo luva betcandidatos a cargos públicos federais, estaduais e locais, mas tambémrobo luva betuma consulta popular sobre a legalização do uso recreativo da maconha.
Caso os moradores decidam pelo "sim", o Estado, localizado na região sul do país e onde governo, Câmara e Senado estadual são controlados por políticos republicanos, se tornará o mais conservador dos Estados Unidos a legalizar a maconha para fins recreativos.
Outros quatro Estados, três deles tradicionalmente conservadores, também realizam consultas semelhantes nestas eleições. Um quinto, Oklahoma, deve decidir sobre o temarobo luva betuma votação separada, programada para março.
Caso essas iniciativas sejam bem-sucedidas, metade dos 50 Estados americanos terão legalizado a maconha para uso recreativo,robo luva betuma demonstração do crescente apoio popular a medidas do tipo, inclusiverobo luva betpartes do país consideradas mais conservadoras.
Até dez anos atrás, o usorobo luva betmaconha para fins recreativos era completamente proibido no país. Isso começou a mudarrobo luva bet2012, quando os Estadosrobo luva betWashington e Colorado foram pioneiros ao legalizar esse tiporobo luva betuso.
Hoje, 19 Estados e a capital, Washington, D.C., permitem o uso recreativo. Outros 18 Estados permitem somente o uso medicinal.
Em alguns desses Estados, principalmente nosrobo luva betmaioria democrata, a legalização ocorreu pelo processo legislativo tradicional, com projetosrobo luva betlei aprovados nas duas casas do legislativo estadual e sancionados pelo governador. Em outros, foi frutorobo luva betiniciativas populares, nas quais grupos coletaram assinaturas para que a proposta fosse a votação nas eleições.
Apoiadores da legalização costumam defender a criaçãorobo luva betum mercado regulado, com geraçãorobo luva betempregos, coletarobo luva betimpostos e a oportunidaderobo luva betreverter os danos causados pela guerra às drogas, especialmente entre minorias raciais. Opositores, por outro lado, citam o temorrobo luva betaumento no uso por jovens, acidentes e criminalidade, alémrobo luva betimpactos ambientais.
Apesar dos avanços nos Estados, a maconha continua proibidarobo luva betnível federal. Mas várias pesquisasrobo luva betopinião indicam que a maioria dos americanos é favorável à legalização.
Apoio crescente do público

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"Nós vimos o apoio popular a essa questão evoluir dramaticamente ao longo dos anos", diz à BBC News Brasil o diretor adjunto da National Organization for the Reform of Marijuana Laws (Organização Nacional para a Reforma das Leis sobre a Maconha, ou NORML, na siglarobo luva betinglês), Paul Armentano.
"A legalização da maconha é uma questão que atravessa linhas partidárias e é apoiada pela maioria dos (eleitores) democratas, independentes e republicanos", afirma Armentano.
Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Pew Research Center revelou que 60% dos consultados disseram ser favoráveis à legalização para uso recreativo, e 91% apoiavam o uso medicinal.
Em levantamento realizado pela empresa YouGovrobo luva betmarço deste ano, 66% disseram acreditar que o uso recreativo deveria ser legalizadorobo luva betnível federal. No mês passado, outra pesquisa, da Universidade Monmouth, revelou que 68% apoiam a legalizaçãorobo luva betpequenas quantias para uso pessoal, entre eles 76% dos democratas e 52% dos republicanos.
Os resultados são semelhantes aosrobo luva betuma pesquisa Gallup divulgada no ano passado, na qual 68% disseram apoiar a legalização, entre eles 83% dos que se identificam como democratas e 50% dos republicanos. O instituto, que monitora a opinião dos americanos sobre o tema há maisrobo luva betcinco décadas, mostra como o apoio cresceu nos últimos anos.
No início dos anos 2000, somente 34% apoiavam a legalização, e até 2012, a maioria dos americanos ainda era contra. Mas,robo luva bet2013, a liberação ganhou pela primeira vez o apoio da maioria nas pesquisas, tendência que cresceu desde então, inclusive entre conservadores.
Três meses atrás, o grupo National Cannabis Roundtable, que representa empresas do setor, encomendou uma pesquisa com americanos que se identificam como republicanos. Segundo os resultados, 76% concordam que, quando um Estado legaliza a maconha com o apoio dos eleitores, o governo federal não deve contestar a decisão, mas sim remover os obstáculos enfrentados por esses mercados.
Segundo Armentano, parte da evolução na opinião pública nos últimos 25 anos se deve a mudanças demográficas, com maior apoio entre os eleitores mais jovens. Mas, para ele, outro fator crucial foi o fatorobo luva betque, nesse período, o conceitorobo luva betlegalização da maconha nos Estados Unidos passourobo luva betteoria a prática.
"Se, 25 anos atrás, o debate era sobre como a legalização iria funcionar nos Estados Unidos e quais seriam os resultados, hoje as respostas a essas questões já são conhecidas", ressalta Armentano.
"Acredito que esta foi a principal mudança. O apoio do público cresceu ao mesmo temporobo luva betque mais e mais Estados legalizaram. E, mesmo nos Estados onde já é legal, o apoio do público é hoje maior do que era quando a medida foi inicialmente aprovada", afirma.
As medidasrobo luva betvotação nos Estados

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É nesse contexto que eleitores do Arkansas, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Maryland e Missouri irão decidir sobre o tema nestas eleições.
No Arkansas, a propostarobo luva betemenda constitucional chamadarobo luva bet"Iniciativa para a Legalização da Maconha" permite a compra e a posse para uso pessoalrobo luva betaté uma onça (equivalente a 28,3 gramas)robo luva betcannabis para adultos com idade mínimarobo luva bet21 anos. A medida tem apoio bipartidário, mas enfrentou obstáculos até chegar às cédulas.
Apoiadores da inclusão da pergunta na votaçãorobo luva betnovembro coletaram mais do que o número necessáriorobo luva betassinaturas, mas a iniciativa foi rejeitada pelo conselho estadual responsável pela condução das eleições. O caso foi parar na Justiça e,robo luva betsetembro deste ano, a Suprema Corte do Estado decidiu que a votação poderia prosseguir.
As pesquisasrobo luva betintençãorobo luva betvoto no Estado indicam que a maioria apoia a legalização, mas as margens vêm ficando mais apertadas, e opositores parecem ter conseguido conquistar um grande númerorobo luva betvotos nas últimas semanas. A campanha pela legalização já arrecadou maisrobo luva betUS$ 4 milhões (cercarobo luva betR$ 20 milhões), o dobro do coletado pela campanharobo luva betoposição.
Na pesquisa mais recente, conduzidarobo luva bet17 e 18robo luva betoutubro pelo siterobo luva betnotícias Talk Business & Politics e pela faculdade Hendrix College, 50,5% responderam que votariam a favor, 43% contra e 6,5% disseram ainda estar indecisos. Em setembro, 58,5% diziam ser favoráveis à legalização, 29% contra e 12,5% indecisos.
Alguns representantes do Partido Republicano no Arkansas se manifestaram fortemente contra a iniciativa, entre eles o senador federal Tom Cotton, que alertou para um possível aumentorobo luva bet"crimes, dependência (de drogas) e mortes no trânsito" caso a iniciativa seja aprovada.
Em 2016, eleitores do Arkansas já haviam aprovado o uso medicinal da maconha, que é hoje vendidarobo luva betcercarobo luva bet40 dispensários autorizados. Calcula-se que, apenas nos primeiros nove meses deste ano, moradores do Estado investiram maisrobo luva betUS$ 200 milhões (aproximadamente R$ 1 bilhão) na comprarobo luva betcannabis para uso medicinal.
Em Dakota do Norte, onde o Partido Republicano também domina o governo e as duas casas legislativas, uma propostarobo luva betlegalização já havia sido aprovada pela Câmara estadual no ano passado, mas não recebeu votos suficientes no Senado. A nova medida legaliza uso, posse e cultivorobo luva betpequenas quantias para adultos e prevê a criaçãorobo luva betregras para a comercialização.
No Estado vizinhorobo luva betDakota do Sul, também fortemente republicano, o uso medicinal já é permitido. Em 2020, o uso recreativo foi aprovado com maioriarobo luva bet54% dos votos, mas a medida foi derrubada na Justiça. Pesquisasrobo luva betopinião indicam que a nova iniciativa tem apoiorobo luva bet43,8% dos eleitores.
Em Maryland, onde o governador é republicano, mas as duas câmaras legislativas são controladas por democratas, pesquisas indicam que 73% dos eleitores pretendem votar pela legalização do uso recreativo. O uso medicinalrobo luva betmaconha já é legal no Estado desde 2013.
No Missouri, onde o Partido Republicano domina o governo e o legislativo, a propostarobo luva betlegalização foi incluída nas cédulas por iniciativa do público. O Estado já permite o uso medicinalrobo luva betmaconha, mas pesquisas mostram os eleitores divididos a respeito da nova medida, que enfrenta forte oposiçãorobo luva betdepartamentosrobo luva betpolícia e associaçõesrobo luva betpromotores.
Além dessas votações estaduais, eleitoresrobo luva betdezenasrobo luva betcidadesrobo luva betoutros Estados também vão decidir sobre propostas relacionadas ao consumo, venda e posserobo luva betmaconha para fins recreativos.
A posição do governo federal

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Diante do crescente apoio à legalização, muitos ativistas criticam a posição do governo federal, que mantém a maconha enquadrada na categoria reservada às drogas mais perigosas, como heroína.
No iníciorobo luva betoutubro, um mês antes das eleições legislativas, o presidente americano, Joe Biden, disse que estava orientando os departamentosrobo luva betSaúde erobo luva betJustiça a agilizar o processorobo luva betrevisão dessa classificação da maconha.
Na mesma ocasião,robo luva betcumprimento a uma promessarobo luva betcampanha, Biden anunciou o perdão a maisrobo luva bet6,5 mil pessoas que haviam sido condenadas pela Justiça federal por posse simplesrobo luva betmaconha.
Apesarrobo luva betreceberem positivamente o anúncio, ativistas lembram que esta última medida tem efeito limitado, já que atualmente não há ninguémrobo luva betprisão federal no país por esse crime. O benefício maior seria aliviar os obstáculos enfrentados por pessoas com condenações do tipo no passado, que enfrentam dificuldaderobo luva betconseguir emprego ou outras oportunidades.
Além disso, as reformas anunciadas por Biden ainda não tocam no ponto da legalizaçãorobo luva betnível federal. Enquanto isso não ocorre, os Estados que legalizam a maconha continuam a enfrentar uma sérierobo luva betdificuldades por causa da diferença entre as leis estaduais e federais.
Um dos obstáculos é o fatorobo luva betas empresas do setor, que movimentam um mercadorobo luva betmilhõesrobo luva betdólaresrobo luva betcada Estado, não poderem abrir contasrobo luva betbancos, já que estes temem serem processados pela lei federal se receberem dinheiro proveniente da vendarobo luva betdrogas. Assim, as empresas acabam sendo obrigadas a realizar as transaçõesrobo luva betdinheiro vivo.
Analistas afirmam que, dianterobo luva bettemasrobo luva betmaior interesse atualmente, como aborto, economia, criminalidade e ameaças à democracia, a legalização da maconha não é vista como prioridade por legisladoresrobo luva betWashington. Uma análise do site Politico indica que menosrobo luva betumrobo luva betcada cinco candidatos ao Congresso nas primárias deste ano anunciou políticas claras sobre o tema.
Para Armentano, da NORML, parte da faltarobo luva betaçãorobo luva betnível federal se deve à idade avançadarobo luva betlideranças nos dois partidos. Mas ele diz acreditar que um dos principais obstáculos à legalizaçãorobo luva betnível federal é a dificuldade geralrobo luva betaprovar leisrobo luva betum ambiente político altamente polarizado, como o dos Estados Unidos.
"Esperar que ambos os lados se unam para reformar uma política pública que estárobo luva betvigor há maisrobo luva bet50 anos é pedir muitorobo luva betum momentorobo luva betque os congressistas não concordam com quase nada", afirma Armentano.

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- Este texto foi publicado em http://www.mi-rob.com/internacional-63520817

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