'Núcleo do demônio': como era a 3ª bomba atômica que os EUA planejavam lançar contra o Japão:aviator pixbet telegram

  • Carlos Serrano - @carliserrano
  • BBC News Mundo
Louis Stolin ao ladoaviator pixbet telegrambomba atômicaaviator pixbet telegramdesenvolvimento

Crédito, Los Álamos National Laboratory

Legenda da foto, Louis Stolin (à esquerda), foi um dos maiores especialistas no manuseioaviator pixbet telegrammateriais radioativos

aviator pixbet telegram Nos dias 6 e 9aviator pixbet telegramagostoaviator pixbet telegram1945, os Estados Unidos lançaram as duas únicas bombas nucleares já usadasaviator pixbet telegramuma guerra, nas cidadesaviator pixbet telegramHiroshima e Nagasaki, no Japão.

Juntas, elas causaram os ataques mais mortais que já ocorreram, nos quais cercaaviator pixbet telegram200 mil pessoas foram mortas.

Da perspectiva dos Estados Unidos, o objetivo era pressionar a rendição do Japão e encerrar a Segunda Guerra Mundial.

E, caso não bastassem, Washington praticamente tinha uma terceira bomba atômica pronta.

O apelido dela era Rufus, e consistiaaviator pixbet telegramum núcleoaviator pixbet telegramplutônio, semelhante ao usado na bomba Fat Man — detonada sobre Nagasaki.

A Rufus nunca se converteuaviator pixbet telegramuma bomba funcional, mas causou dois acidentes fatais, razão pela qual a bomba ficou marcada na história como "o núcleo do demônio".

Hiroshima destruída após bomba atômica

Crédito, Getty

Legenda da foto, A bomba Little Boy destruiu a cidadeaviator pixbet telegramHiroshima

"Era essencialmente igual ao núcleo da Fat Man", disse Alex Wellerstein, historiador especializadoaviator pixbet telegramarmas nucleares e autor do blog Nuclear Secrecy, à BBC Mundo.

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Isso significa que ela poderia ter se tornado uma bomba capazaviator pixbet telegramgerar uma explosãoaviator pixbet telegramcercaaviator pixbet telegram20 quilotons, como aconteceuaviator pixbet telegramNagasaki.

De acordo com as comunicações oficiais dos Estados Unidos, citadasaviator pixbet telegramum artigoaviator pixbet telegramWellerstein, a bomba Rufus deveria estar pronta para ser lançada no dia 17 ou 18aviator pixbet telegramagostoaviator pixbet telegram1945.

Nos primeiros diasaviator pixbet telegramagostoaviator pixbet telegram1945, não estava claro se duas bombas atômicas seriam suficientes para fazer o Japão se render, explica Wellerstein.

Só depoisaviator pixbet telegramsua rendição, no dia 15aviator pixbet telegramagosto, "ficou claro que duas bombas haviam sido 'suficientes', senão demais", diz o especialista.

Portanto, no final, não foi necessário usar a Rufus.

"O que aconteceu entre os dias 15 e 21aviator pixbet telegramagosto? Não sei", escreve Wellerstein. Mas o que está documentado é que, a partiraviator pixbet telegram21aviator pixbet telegramagosto, pesquisadores do Laboratórioaviator pixbet telegramLos Alamos, no Novo México, onde as bombas atômicas foram desenvolvidas, começaram a usar esse núcleoaviator pixbet telegramplutônio para experimentos extremamente perigosos.

Homem após ter contato com material radioativo

Crédito, Getty

Legenda da foto, Os efeitos da radiação podem ser letais para os humanos

Cócegasaviator pixbet telegramum dragão

Em 1945, os únicos núcleosaviator pixbet telegramplutônio já feitos foram Rufus, Fat Man e o da bomba Gadget, que foi usada no teste Trinity, o primeiroaviator pixbet telegramexplosão nuclear conduzido pelos Estados Unidos.

Em Los Alamos, os pesquisadores queriam descobrir qual era o ponto limite no qual o plutônio se tornava supercrítico — isto é, eles queriam saber qual era o pontoaviator pixbet telegramque uma reaçãoaviator pixbet telegramcadeia do plutônio desencadeava uma explosão mortalaviator pixbet telegramradiação.

A ideia era encontrar maneiras mais eficientesaviator pixbet telegramfazer um núcleo chegar ao estado supercrítico e otimizar a carga da bomba.

Laboratórioaviator pixbet telegramLos Alamos, onde estudo foi desenvolvido

Crédito, Getty

Legenda da foto, Os estudos com a Rufus foram realizados no Laboratórioaviator pixbet telegramLos Alamos

Manipular um núcleoaviator pixbet telegramplutônio é uma manobra extremamente delicada. É por isso que os pesquisadores se referiram a esses exercícios como "fazer cócegas na caudaaviator pixbet telegramum dragão".

"Eles sabiam que, se tivessem o azaraviator pixbet telegramacordar a besta furiosa, acabariam queimados", escreveu o jornalista Peter Dockrillaviator pixbet telegramum artigo no portal Science Alert.

Segundo Wellerstein, quem participou desses experimentos tinha consciência do risco, mas o fez porque era uma formaaviator pixbet telegramobter dados valiosos.

Momentos letais

A primeira vítima do Rufus foi o físico americano Harry Daghlian, na época com 24 anos.

bomba

Crédito, Getty

Legenda da foto, Rufus serviria para ser usada como uma bombaaviator pixbet telegramimplosão como a Fat Man

Daghlian tinha trabalhado no Projeto Manhattan, no qual os Estados Unidos desenvolveram suas primeiras bombas nucleares.

Em 21aviator pixbet telegramagostoaviator pixbet telegram1945, Daghlian começou a construir uma pilhaaviator pixbet telegramblocosaviator pixbet telegramcarbonetoaviator pixbet telegramtungstênio ao redor da Rufus.

A ideia dele era ver se ele poderia criar um "refletoraviator pixbet telegramnêutrons" no qual os nêutrons lançados pelo núcleo ricocheteariam e, assim, o levariam com mais eficiência ao ponto crítico.

Era noite e Daghlian estava trabalhando sozinho, violando os protocolosaviator pixbet telegramsegurança, conforme documentado pelo portal da Atomic Heritage Foundation.

O jovem cientista já havia empilhado vários blocos, mas quando estava terminandoaviator pixbet telegramcolocar o último, seu dispositivoaviator pixbet telegrammonitoramento lhe disse que isso poderia fazer com que o núcleo se tornasse supercrítico.

Era como arriscar a vidaaviator pixbet telegramuma jenga mortal.

Ele manobrou para remover o bloco, mas infelizmente o deixou cair no núcleo, que entrouaviator pixbet telegramum estado supercrítico e gerou uma explosãoaviator pixbet telegramnêutrons.

Reprodução do experimento no qual Daghlian empilhou blocos ao redor do núcleoaviator pixbet telegramplutônio

Crédito, Los Álamos National Laboratory

Legenda da foto, Esta é uma reprodução do experimento no qual Daghlian empilhou blocos ao redor do núcleoaviator pixbet telegramplutônio

Além disso, a reação dele foi destruir a torreaviator pixbet telegramblocos, expondo-o a uma dose adicionalaviator pixbet telegramradiação gama.

Essas ações foram letais.

Durante 25 dias, Daghlian suportou o doloroso envenenamento radioativo até finalmente morrer no hospital. Estima-se que ele recebeu uma doseaviator pixbet telegram510 remaviator pixbet telegramradiação iônica.

O rem é a unidadeaviator pixbet telegrammedida da radiação absorvida por uma pessoa. Em média, 500 rem são fatais para um ser humano.

"Isso é tudo"

Apenas nove meses depois, o dragão atacou novamente.

Em 21aviator pixbet telegrammaioaviator pixbet telegram1946, o físico americano Louis Stolin estava testando um experimento que já havia feito várias vezes.

Reprodução da sala na qual Stolin realizou seu experimento

Crédito, Los Álamos National Laboratory

Legenda da foto, Esta é uma reprodução da sala na qual Stolin realizou seu experimento

Na época, Stolin era o maior especialista mundial no manuseioaviator pixbet telegramquantidades perigosasaviator pixbet telegramplutônio,aviator pixbet telegramacordo com Wellerstein.

Junto a um grupoaviator pixbet telegramcolegas, ele estava mostrando como levar um núcleoaviator pixbet telegramplutônio — Rufus, neste caso — ao ponto supercrítico.

O exercício consistiaaviator pixbet telegramunir duas metadesaviator pixbet telegramuma esferaaviator pixbet telegramberílio, formando uma cúpula na qual os nêutrons saltavamaviator pixbet telegramdireção ao núcleo.

A chave para não causar um desastre era evitar que as duas meias esferas cobrissem totalmente o núcleo.

Para fazer isso, Stolin usou uma chaveaviator pixbet telegramfenda como separador que servia como válvulaaviator pixbet telegramescape para os nêutrons. Dessa forma, ele poderia registrar como a fissão aumentava, sem que a reaçãoaviator pixbet telegramcadeia atingisse o ponto crítico.

Tudo estava indo bem, mas aconteceu a única coisa que não poderia ter acontecido.

Imagem mostra o "núcleo do demônio"

Crédito, Los Álamos National Laboratory

Legenda da foto, No meio da cúpulaaviator pixbet telegramberílio estava o "núcleo do demônio"

A chaveaviator pixbet telegramfendaaviator pixbet telegramStolin escorregou e a cúpula se fechou completamente.

Foi apenas um instante, mas o suficiente para o núcleo atingir o ponto crítico e liberar uma correnteaviator pixbet telegramnêutrons que produziu um intenso brilho azul.

"O flash azul foi claramente visívelaviator pixbet telegramtoda a sala, embora ela fosse bem iluminada", escreveu Raemer Schreiber, um dos físicos que assistiram ao experimento.

"O flash não durou mais do que alguns décimosaviator pixbet telegramsegundo."

Stolin reagiu rapidamente e descobriu a cúpula, mas era tarde demais: ele havia recebido uma dose letalaviator pixbet telegramradiação.

Nove meses antes, ele mesmo havia acompanhado seu colega Daghlian durante seus últimos diasaviator pixbet telegramvida, e estava claro para ele que um destino semelhante o aguardava.

"Bem, isso é tudo", foram as primeiras palavras que ele disse, completamente resignado, depois queaviator pixbet telegramchaveaviator pixbet telegramfenda escorregou, como Schreiber relembraaviator pixbet telegramseu relatório, citado por Dockrill na Science Alert.

As estimativas indicam que Stolin recebeu 2.100 remaviator pixbet telegramnêutrons, raios gama e raios-x no corpo dele.

Reprodução do experimentoaviator pixbet telegramque Stolin usou uma chaveaviator pixbet telegramfenda para evitar que o núcleo fosse totalmente coberto

Crédito, Los Álamos National Laboratory

Legenda da foto, Esta é uma reprodução do experimentoaviator pixbet telegramque Stolin usou uma chaveaviator pixbet telegramfenda para evitar que o núcleo fosse totalmente coberto

A agonia dele durou nove dias.

Durante esse período, ele sofreu náuseas, dores abdominais, perdaaviator pixbet telegrampeso e "confusão mental", conforme descrito por Wellersteinaviator pixbet telegramuma reportagem na revista The New Yorker.

Ele morreu aos 35 anos, no mesmo quartoaviator pixbet telegramhospital onde seu colega Daghlian tinha morrido.

Ironicamente, observa Wellerstein, Stolin estava fazendo o procedimento para que seus colegas aprendessem a técnica caso ele não estivesse presente.

Imagem mostra o momento da explosãoaviator pixbet telegramuma bomba nuclear

Crédito, Los Álamos National Laboratory

Legenda da foto, As bombas nucleares são as armas mais destrutivas e mortais já criadas

O fim da maldição

Os acidentesaviator pixbet telegramDaghlian e Stolin serviram para fortalecer as medidasaviator pixbet telegramsegurançaaviator pixbet telegramprocedimentos envolvendo material radioativo.

A partiraviator pixbet telegramentão, esses tiposaviator pixbet telegramexercícios passaram a ser manobrados remotamente, a uma distânciaaviator pixbet telegramcercaaviator pixbet telegram200 metros entre as pessoas e o material radioativo.

"Essas mortes ajudaram a criar uma nova eraaviator pixbet telegrammedidasaviator pixbet telegramsaúde e segurança", diz o site da Atomic Heritage Foundation.

De acordo com os arquivosaviator pixbet telegramLos Alamos, o "núcleo do demônio" foi derretido no verãoaviator pixbet telegram1946 e usado para fazer uma nova arma.

"Na verdade, o núcleo do demônio não era demoníaco", diz Dockrill.

"Se há uma presença do mal aqui, não é o núcleo, mas o fatoaviator pixbet telegramque os humanos correram para fabricar essas armas terríveis", diz o jornalista.

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